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6 de janeiro de 2014

Tema de redação UFRGS - 2014

João Pedro Sagini, 17 anos, gostou da proposta (Foto: Rafaella Fraga/G1)João Pedro Sagi, 17 anos, gostou da proposta
(Foto: Rafaella Fraga/G1)
A redação do vestibular 2014 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pediu que os candidatos fizessem uma dissertação sobre um livro que eles considerassem um clássico da literatura. No segundo dia de provas nesta segunda-feira (6), os estudantes também responderam a questões de língua portuguesa.
Para servir de referência à elaboração do texto, foi fornecido aos vestibulandos trechos de texto da filósofa Carolina Araújo, que cita o escritor Ítalo Calvino, com opiniões complementares sobre o que torna clássica uma obra. A dissertação exigia um título e extensão entre 30 e 50 linhas..
O tema parece ter agradado aos estudantes. João Pedro Sagini, de 17 anos, foi um dos que gostou da proposta. “Leio muito e gosto de passar para as pessoas isso”, justificou. O candidato a uma vaga para medicina escolheu falar sobre o livro “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri, que elegeu como seu livro favorito. “A cada vez que leio percebo novas coisas na obra, compreendo ela de forma diferente", afirmou, logo após deixar a sala no Colégio Rosário, em Porto Alegre.
Tainá Terra, 19 anos, achou o tema fácil (Foto: Rafaella Fraga/G1)Tainá Terra, 19 anos, achou o tema da redação fácil
(Foto: Rafaella Fraga/G1)
Atraída por livros de história, a estudante Tainá Terra, 19 anos, não teve dúvidas em escolher “O Diário de Anne Frank” para dissertar em sua redação. “Achei fácil o tema da redação e uma boa prova de português. Escolhi o livro por todo o contexto histórico. E também tem um lado emocional. Tenho a obra em casa e já li ao menos duas vezes”, disse a jovem natural de Erechim, no Norte do estado, que também tenta medicina.
Também fã de história, o estudante Matheus Fontana, 22 anos, dissertou sobre "As Veias Abertas da América Latina", do uruguaio Eduardo Galeano. "O livro fez com que eu entendesse muitos aspectos da cultura e da história da América Latina. O que desencadeou as ditaduras, por exemplo", pontua o jovem de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, que tenta pela quinta vez a aprovação em medicina.
A subjetividade do tema possibilitou que diferentes títulos fossem citados na prova. Dos infantis aos religiosos. "A Bíblia é meu livro de cabeceira. Quando estou com dificuldade, recorro a ela. É meu guia", diz Vanessa Queiroz Nunes, 23 anos, natural de Santana do Livramento. "Eu escolhi o clássico infantil da Cinderela. A história marcou a minha infância e me motivou a não desistir dos meus sonhos", comenta Jacieli de Lima, 19 anos.
Estudantes disputam vagas em 89 cursos de graduação da UFRGS (Foto: Rafaella Fraga/G1)Estudantes disputam vagas em 89 cursos de graduação da UFRGS (Foto: Rafaella Fraga/G1)
Dos mais de 10 estudantes ouvidos pelo G1, apenas uma se mostrou contrariada com a proposta. “Achei estranho. Os temas das provas em São Paulo são muito diferentes, lá você fala sobre um tema, aqui a prova foi bem subjetiva”, comentou Bárbara Perri, natural de Ribeirão Preto. A jovem de 19 anos disse que gosta de Porto Alegre e sempre ouviu falar bem da UFRGS. Por isso, se passar para medicina, garante que vai se mudar.
A universidade divulga oficialmente o tema da redação após o término das provas. No ano passado, a relação entre o humor e a liberdade de expressão foi o tema da redação. Na ocasião, os limites e a liberdade de expressão em programas de TV formaram a base do enunciado.

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