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2 de novembro de 2015

Concurso Banrisul

  • Trânsito também é coisa de mulher!
         Para os habitantes dos grandes centros urbanos,
    hoje, falar sobre trânsito é quase tão comum quanto falar
    sobre o tempo: todo mundo olha para o céu e arrisca uma
    previsão. Conviver com congestionamentos, acidentes,
    desrespeito e mortes no trânsito já parece familiar para boa
    parte da população. Todavia, um olhar mais atento desperta
    para alguns detalhes que não podem passar despercebidos
    neste dia internacional da mulher.
         O trânsito é basicamente composto por motoristas e
    pedestres. Na dinâmica do dia a dia, homens e mulheres
    compartilham este espaço público, notadamente mais
    masculino do que feminino. A quantidade de homens
    habilitados no Rio de Janeiro supera a quantidade de
    mulheres. Segundo dados do DENATRAN/RJ, 73% dos
    habilitados no estado são homens, contra 27% de mulheres.
         Entretanto, os contrastes entre motoristas homens e
    mulheres vão muito além dos números. A relação do homem
    com o automóvel é intensa e construída desde a infância: da
    decoração do quartinho do bebê com motivos de automóveis
    aos carros de brinquedo e games de corrida, presentes
    constantes nas datas festivas. Às meninas, até passado
    recente, ainda eram reservadas apenas as bonecas e
    panelinhas. Hoje, com o advento dos brinquedos eletrônicos a
    situação mudou um pouco, mas mesmo assim, ainda
    prevalecem temas “de menina”. Ou seja, enquanto os
    homens são preparados para serem motoristas, as mulheres
    são induzidas para outras funções – principalmente as
    domésticas – sem que a elas sejam oferecidas escolhas
    diferentes no que diz respeito à sua relação com o carro e com
    seu futuro como provável motorista.
          O automóvel hoje tem uma representação
    fortemente identificada com a figura masculina. Vigor e
    potência do automóvel, somados à velocidade, passam a ser
    encarados como a própria expressão do poder na
    contemporaneidade. A socialização dos homens para o
    automóvel é antiga e simbolicamente pode ser comparada ao
    que representavam os cavalos para os senhores feudais na
    cultura medieval: eram eles o signo da virilidade. Mesmo hoje,
    apesar de todas as lutas e conquistas obtidas pelas mulheres
    emdiversos campos, esta lógica continua a se reproduzir.
          No trânsito é comum nós, mulheres, ouvirmos frases
    pouco elogiosas a respeito de nossa capacidade de conduzir
    automóveis: a primeira delas e talvez a mais abrangente seja
    a exclamação “tinha que ser mulher!”. Outra pérola que
    ouvimos, mas já um pouco fora de moda, é “lugar de mulher é
    na cozinha!”. Penso que o conteúdo destas frases ditas no
    calor da emoção das situações tensas de trânsito –
    congestionamentos ou acidentes – demonstra o quanto o
    fator gênero ainda é motivo de todo tipo de preconceito,
    principalmente quando as mulheres “invadem” nichos de
    mercado anteriormente reservados aos homens, como as
    funções que envolvem a condução de veículos.
          As companhias seguradoras, baseadas em
    estatísticas que demonstram que mulheres dirigem de forma
    mais cuidadosa e envolvem-se menos em acidentes,
    oferecem, na contratação de seguros, bons descontos se o
    carro pertencer a uma mulher e ela for a principal motorista.
    Ou seja, pela visão de negócios das seguradoras, os fatos
    negam o histórico preconceito quanto à competência da
    mulher motorista.
          Mas nem tudo está perdido. Os avanços da
    legislação de trânsito, traduzido em sua maior expressão pela
    Lei de Tolerância Zero de Álcool ao Volante, também veio
    salvar a mulher das reservas de muitos homens a deixá-las
    dirigir o seu “querido carrinho”. É que hoje as mulheres
    representam o maior “Amigo da Vez” quando o assunto é
    voltar para casa de carro depois da cervejinha. É a
    solidariedade, o altruísmo feminino e a natural vocação para a
    paz e a harmonia que falam mais alto e nos deixam bebendo
    refrigerante e água para que levemos nossos amigos,
    amigas, companheiros ou filhos em segurança de volta para
    casa.
          O curioso desta estória toda é que mesmo assim o
    preconceito não acaba: há quem ande dizendo por aí que a
    culpa disto tudo é do próprio álcool. Só mesmo estando
    bêbado para deixar a mulher dirigir!!!
         Por todos esses motivos, neste mês de março
    quando se comemora O Dia Internacional da Mulher, vamos
    celebrar todas as nossas conquistas com alarde e galhardia e
    celebrar também o sucesso da Lei Seca, que com a nossa
    ajuda está salvando muitas vidas e provando que, cada vez
    mais, o trânsito também é coisa de mulher!
    .
  • Em “Todavia , um olhar mais atento desperta para alguns detalhes que não podem passar despercebidos neste dia internacional da mulher.”, o elemento de coesão, grifado no trecho, expressa:
  • a) explicação.
    b) alternância.
    c) conclusão.
    d) adição.
    e) contraste Resposta e

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