NO INICIO DO BLOG

21 de julho de 2019

Dez Apostas Para a Prova de Redação do ENEM de 2019


Em nossa postagem , trazemos o artigo de uma de nossas colaboradoras, a professora Geneviève Faé. Geneviève é graduada em Letras e Mestre em Letras, Cultura e Regionalidade pela UCS (Universidade de Caxias do Sul). Ela atua como professora do pré-vestibular Apoio, no município de Caxias do Sul (RS). Aproveitamos a oportunidade para agradecê-la pelo excelente artigo!
Todo ano, milhões de estudantes se preparam para o ENEM, exame cuja relevância tem crescido progressivamente. E uma das maiores preocupações reside no tema de redação: dissertaremos sobre um problema de cunho social, político e/ou econômico. Mas qual será a questão central? No ano de 2018, o exame cobrou um tema considerado difícil, de abrangência global: manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. E em 2019? Quais são suas apostas?

Tendo em vista todos os temas cobrados desde a criação do exame, em 1998, listamos dez possibilidades de problemáticas sociais (âmbito nacional e/ou global), no intuito de propor um exercício de leitura e argumentação.
Você saberia desenvolver todos, desde a problematização (causas, consequências) até a proposta de resolução (quem pode resolver, como, o que fazer e para quê)? Vamos treinar? Elabore teses para todos eles. Nos meses que antecedem o ENEM, é válido intensificar a produção textual, então tais temas podem servir de inspiração para você escrever.
1: Estresse, ansiedade e depressão como problemas de saúde pública
2: Consequências da era da desinformação
3: Superlotação do sistema prisional brasileiro
4: Necessidade de adaptação ao mercado de trabalho diante das inovações tecnológicas
5: Aumento da obesidade entre crianças e adolescentes
6: Persistência da discriminação racial no Brasil contemporâneo
7: Desafios do combate à má alimentação do brasileiro
8: Reconstrução do professor como ferramenta de transformação social
9: Efeitos da cultura do descartável em âmbito mundial
10: Caminhos para combater o abandono afetivo inverso
Gostou das apostas? Como os tópicos são dos mais variados eixos, vale fazer fichas de leitura de cada um, ampliando a bagagem cultural, com fatos, dados, conceitos, no intuito de conquistar uma excelente base de argumentação. Atente para os eixos com mais probabilidade de cair, tendo em vista seu ineditismo no histórico do ENEM, a exemplo da saúde. Por isso, indicamos a leitura sobre transtornos mentais na era hipermoderna e precariedade da alimentação e suas implicações, dentre outras opções.
Não se restrinja a essa lista: use-a como ponto de partida para suas leituras, lembrando, ainda, que o ENEM já problematizou direitos de minorias sociais no Brasil, como os das mulheres e os das crianças. Nesse sentido, um bom exercício é pensar em direitos feridos ou ainda não plenamente assegurados, como indica o décimo tema, ao problematizar o idoso na sociedade brasileira, e o sexto, ao exigir reflexão sobre a discriminação racial. Você conhece o Estatuto do Idoso? E a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Além, é claro, da Constituição Federal, promulgada em 1988. São documentos como estes que devem fazer parte de seu arcabouço teórico. Uma argumentação bem-fundamentada, com respaldo teórico, convence mais facilmente qualquer leitor.

13 de julho de 2019

ENEM

O tipo de texto de hoje, além de ser mais uma das possibilidades de redação no vestibular, pode ser bastante útil ao longo de toda a vida acadêmica e é inclusive exigido como trabalho ao longo do semestre ou até mesmo como encerramento de curso. Mesmo após inserirem-se no mercado de trabalho, ainda podem (e muito!) ouvir falar dele e precisar produzi-lo. Trata-se do relatório!

Definição

O gênero em questão é um relato do que se passou, seja em uma atividade feita em sala, um livro lido, um filme visto, um evento comparecido, uma pesquisa feita ao longo de uma matéria ou ao longo do mestrado, doutorado, dentre muitas outras possibilidades.
Alguns dos cuidados ao produzir um relatório são basicamente os mesmos dos que tomamos em uma série de gêneros já mencionados por aqui: linguagem formal e “neutra”, o que a configura como mais científica, além de informações verídicas, embasadas e de fontes confiáveis.
É possível inserir opiniões pessoais neste gênero, sempre mantendo a neutralidade na escrita. No entanto, em sua maioria o relatório tem cunho descritivo/narrativo.
Alguns dos momentos em que o relatório pode aparecer:
  • Na escola: após alguma atividade realizada em sala de aula ou até mesmo fora dela (visitas a museus, fábricas, sítios arqueológicos etc.), como forma de fixação de uma aula dada em particular, após a leitura de um livro ou ao ver um filme;
  • No trabalho: para apresentar o desempenho ou as contas de algum funcionário, grupo de funcionários, setor ou da empresa como um todo;
  • Na vida acadêmica/curso superior: como trabalho para alguma matéria que exija relatos de pesquisa, como trabalho de finalização de alguma dessas matérias ou até mesmo como forma de encerramento principal do curso como um todo.

Como produzir

  1. Anotações são extremamente importantes ao longo do processo sobre o qual se fará o relatório mais diante. Muito provavelmente não é possível lembrar de todos os detalhes importantes de cabeça, então as notas feitas serão uma mão na roda;
  2. Insira a maior quantidade de detalhes possível. Numa pesquisa, por exemplo, mencione o objetivo, os números e/ou resultados alcançados, todos os métodos utilizados e a argumentação já existente em relação ao tópico em bibliografia especializada. Já numa visita a um museu, num relatório para uma aula de história, por exemplo, mencione o lugar visitado, a descrição do mesmo, os itens vistos, a história de todos (ou os de maior interesse) e o que essa visita pode acrescentar para quem a faz;
  3. Dependendo do tipo de relatório, ele poderá ser exigido em formato ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) ou não. Sempre dê atenção às instruções e exigências do professor para a produção do texto.
  4. Inicie descrevendo o item sobre o qual está fazendo o relatório (seja uma pesquisa, um local visitado, uma aula ou congresso assistido). No desenvolvimento, coloque todo o caminho percorrido pela pesquisa (métodos utilizados, testes feitos), o percorrer da visita ao museu, a história do livro lido ou filme assistido, o decorrer da aula ou congresso vistos. Inclua a argumentação conhecida consultada (sem esquecer da bibliografia ao final, claro). Na conclusão, pode-se inserir uma opinião em relação ao item relatado (ainda com a linguagem neutra e formal, claro) ou os resultados esperados e obtidos, no caso de uma pesquisa.