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25 de junho de 2018

ESSA LÍNGUA PORTUGUESA !!!!!

Assistindo ao jogo entre Brasil e Costa Rica, na última sexta-feira, de repente ouvi do narrador um comentário sobre a defesa dos “costas riquenhos”…
“Opa!” gritou meu cérebro… “alguém deu uma escorregada na gramática!”
Longe de mim criticar duramente quem faz narrações ao vivo, pois sei o quanto é difícil e, pior de tudo, não há tempo para fazer correções, já que o jogo continua e a narração tem que acompanhar (e se o erro foi percebido pelo autor sempre há a possibilidade de os ouvintes nem terem prestado atenção – é o que deve esperar o narrador).
Mas, para quem não quiser arriscar “pisar na bola” (desculpem, mas o mote foi futebol, então as metáforas também serão futebolísticas hehe), é melhor relembrar como se faz a flexão dos adjetivos.
Segundo a Gramática Normativa, os adjetivos concordam com os substantivos a que se referem em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural), sofrendo, portanto, flexão. Teremos então:
  • Partida animada – partidas animadas
  • Resultado justo – resultados justos
Essa regra vale também para os adjetivos que designam cores:
  • As camisas do uniforme reserva da equipe brasileira são azuis.
No caso de termos um adjetivo composto, apenas o segundo elemento vai para o plural:
  • As lesões musculoesqueléticas podem comprometer a carreira dos jogadores.
As cores podem também aparecer na forma de adjetivo composto e continuamos seguindo a regra – varia apenas o último elemento:
  • Camisa verde-clara – Camisas verde-claras
  • O tênis azul-escuro – os tênis azul-escuros
Algumas vezes deixamos a expressão ‘cor de’ oculta e expressamos apenas o substantivo que empresta o nome à tonalidade. Quando ocorre essa supressão, a cor permanece invariável. É o que ocorre com ‘cor de laranja’:
  • As camisas laranja (cor de laranja) da seleção holandesa estão fazendo falta nos gramados russos.
Há ainda outra possibilidade de construção de nomes de cores:
a) adjetivo+substantivo
b) substantivo+adjetivo
Nesses dois casos, por haver substantivo na composição dos termos, estes permanecerão invariáveis. Vejam os exemplos de:
a) Azul-piscina; amarelo-ouro; verde-limão
b) Rosa claro; cinza escuro; laranja brilhante
Voltando ao deslize do narrador: o adjetivo empregado por ele é denominado pátrio ou gentílico  e costa-riquenho é a forma adjetiva que caracteriza o que é natural da Costa Rica.
Analisando a estrutura do termo, podemos observar que é formado por derivação sufixal, com uma adaptação ortográfica (‘c’ trocado por ‘qu’) para manter a fonética. Dessa maneira são criados grande parte dos adjetivos dessa natureza: ao radical do nome do lugar acrescenta-se um sufixo:
  • Brasil + eiro = brasileiro
  • Noruega + ês = norueguês
  • Estados Unidos + ense = estadunidense
A questão é que se o nome do lugar for um substantivo composto, só o último elemento será alterado para a formação do adjetivo. Costa- riquenhos e não costas- riquenhos Aí foi que o comentarista se equivocou. Falta clara contra a Gramática!!

24 de junho de 2018

TEMA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A função do jovem no século XXI”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O DIA INTERNACIONAL DA JUVENTUDE

As discussões dessa edição do Dia Internacional buscaram promover a juventude como um importante ator para a prevenção da violência e a construção de um mundo pacífico.
O tema escolhido para este ano foi “Juventude Construindo a Paz”, em seguimento à Resolução nº 2250 adotada unanimemente pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2015. A diretiva ressaltava o papel da juventude nos processos de estabelecimento da paz e de combate ao ódio e ao extremismo. A decisão convocou todos os Estados-membros da ONU a aumentar a representatividade e a garantir a participação dos jovens em processos decisórios nos âmbitos local, nacional, regional e internacional.
O Dia Internacional da Juventude é uma data criada pela Assembleia Geral da ONU, por meio da Resolução nº 54/120, aprovada em 17 de agosto de 1999. Desde então, 12 de agosto é observado globalmente como uma data para celebrar as diversas contribuições feitas pelos jovens à sociedade, mas também para lembrar os muitos desafios e obstáculos que ainda se colocam para as gerações mais novas de todo o mundo.
Dirigindo-se aos participantes e espectadores do evento, a enviada do secretário-geral da ONU para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, destacou o importante papel dos jovens para a construção e a manutenção da paz e da segurança. Para ela, mais do que estatísticas, os jovens são líderes que mobilizam pessoas a nível local, construindo pontes entre comunidades e conduzindo toda a sociedade em direção à paz e à prosperidade.
TEXTO II
A inclusão da juventude nos debates políticos é um dos desafios da democracia em todo o mundo. No Brasil, essa questão ganhou contornos especiais com as manifestações de junho de 2013, quando milhares de pessoas, na maioria jovens, foram às ruas numa explosão social que há muito não se via. Nesse contexto, são fundamentais os debates levantados pelo Dia Internacional da Juventude, comemorado em 12 de agosto e que teve como tema escolhido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) a “Participação Cidadã da Juventude” (tradução livre de “Youth Civic Engagement”).
A ampliação da presença do jovem na esfera pública encontra desafios nas duas pontas do processo. Se por um lado é necessário modificar a estrutura das instituições para que elas se tornem mais abertas para ouvir as demandas dos jovens, por outro é igualmente fundamental fazer a juventude se interessar por política e criar uma cultura de participação.  […]
O tema da participação esteve presente em todo o debate. O representante da juventude de Parelheiros na Coordenadoria de Juventude de São Paulo, Alenildo Almeida, lamentou o pouco espaço do jovem na política, principalmente o da periferia, que, na sua avaliação, precisa conquistar esse “território” político. “Falta força da juventude nas periferias. Se a gente não se organizar e ocupar a frente das políticas públicas, será difícil caminhar”, analisou.
Os dados sustentam a preocupação de Alenildo. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) em torno de 16% da população do mundo tem entre 20 e 29 anos, mas essa faixa etária representa apenas 1,6% de parlamentares, dos quais a maioria são homens, de acordo com a UNFPA. A carta publicada em função do dia 12 também enfatiza que a juventude raramente adere a partidos políticos e a maioria não vota em eleições.
No Brasil a situação não é melhor em termos de representatividade. Segundo dados da Campanha por um Plebiscito Constituinte para a Reforma Política, enquanto os jovens (de 16 a 35 anos) representam 40% do eleitorado, o Congresso Nacional tem apenas 3% de jovens

TEMA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A questão do aborto no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A segunda edição da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), realizada em 2016 pelo Anis Instituto de Bioética e pela Universidade de Brasília (UnB), aponta que 20% das mulheres terão feito ao menos um aborto ilegal ao final da vida reprodutiva, ou seja, uma em cada cinco mulheres aos 40 anos terá abortado ao menos uma vez. De acordo com os dados, em 2015, 417 mil mulheres nas áreas urbanas do Brasil interromperam a gravidez, número que sobe para 503 mil se for incluída a zona rural. O tema volta ao debate depois que uma nova ação chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, em qualquer situação.
Segundo a pesquisa, a mulher que aborta tem entre 18 e 39 anos, é alfabetizada, de área urbana e de todas as classes socioeconômicas, sendo que a maior parte (48%) completou o ensino fundamental e 26% tinham ensino superior. Do total, 67% já tinha filhos. A pesquisa aponta ainda que a religião professada não é impeditivo para o ato, pois 56% dos casos registrados foram praticados por católicas e 25% por protestantes ou evangélicas.

“HÁ TANTO ABORTO NO BRASIL QUE É POSSÍVEL DIZER QUE EM PRATICAMENTE TODAS AS FAMÍLIAS DO PAÍS ALGUÉM JÁ FEZ UM ABORTO – UMA AVÓ, TIA, PRIMA, MÃE, IRMÃ OU FILHA, AINDA QUE EM SEGREDO. TODOS CONHECEMOS UMA MULHER QUE JÁ FEZ ABORTO”, CONCLUI O LEVANTAMENTO, QUE TRATA O TEMA COMO SAÚDE PÚBLICA.

A publicação do Ministério da Saúde” 20 anos de Pesquisa Sobre Aborto do Brasil”, de 2009, também traça um perfil de quem interrompe a gravidez no país. Segundo a pesquisa, são “predominantemente mulheres entre 20 e 29 anos, em união estável, com até oito anos de estudo, trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos, as quais abortam com misoprostol [remédio abortivo popularmente conhecido como Cytotec]”.

TEXTO II

Falar sobre aborto costuma gerar polêmica, mas os números que circundam essa prática tornam o debate inevitável. Segundo a OMS, 22 milhões de abortos ocorrem por ano em locais insalubres e sem a estrutura adequada. Estima-se, ainda, que 47 mil mulheres morram todos os anos por complicações decorrentes do procedimento.
Grupos defensores de direitos das mulheres defendem que, se a prática fosse descriminalizada, tanto a mulher gestante que decide interromper a gravidez como o terceiro que realiza o procedimento, deixariam de ser penalizados por isso. Algo que traria maior segurança jurídica para os envolvidos.
Já a legalização seria um passo adiante: estabelecer regras para regulamentar a prática, oferecendo estrutura para que o aborto ocorresse de forma segura, sem risco de vida para a gestante.
Para a antropóloga Debora Diniz, da Universidade de Brasília, a discussão em torno do tema deve frisar que a sua legalização não é sinônimo de banalização. “As mulheres devem saber que recorrer à prática é só em último caso e que elas devem continuar a utilizar preservativos”, nota.

TEMA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Limites devem ser impostos no mundo das artes?”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” foi cancelada após diversas manifestações nas redes sociais, sendo o Movimento Brasil Livre (MBL) apontado como um dos principais grupos que articulou os protestos – taxados como censura por diversos internautas.
A mostra, que acontecia no Santander Cultural em Porto Alegre, foi inaugurada em 15 de agosto e reunia 270 trabalhos de 85 artistas, de acordo com o jornal Zero Hora.
“Algumas peças apresentadas na mostra revelam imagens que podem provocar um sentimento contrário daquilo que discutem. Porém, foram criadas justamente para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação à questões de gênero, diversidade, violência entre outros”, afirmou o Santander Cultural em suas redes sociais no último dia 8.
Esta não foi a leitura de muitos internautas, especialmente os seguidores do Movimento Brasil Livre, que se posicionou contra a exposição. “O Santander cancelou uma amostra de ‘arte’ com material que contém pedofilia e zoofilia direcionado a público escolar após pressão nas redes do MBL e de outros grupos de direita”, escreveu o grupo em sua página no Facebook.
Com a ajuda da campanha do MBL e da repercussão cada vez maior nas redes sociais, o Santander decidiu recuar e, no domingo, anunciou o cancelamento da exposição.
“Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra. O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia”, afirmou o espaço em sua página no Facebook.
Disponível em: https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/entenda-obras-da-exposicao-queer-cancelada-pelo-santander/Acesso em 02 fevereiro 2018

TEXTO II

O ser humano não apenas tem limites naturais como a vida em sociedade exige limitações culturais. O que são as leis senão isso? Não podemos dirigir veículos livremente, por exemplo; há uma série de limitações no código de trânsito que nos “oprimem”. E que dizer das limitações do Código Penal? Alguém aí é livre para matar, roubar, estuprar e vilipendiar culto religioso? Não segundo nosso Código Penal. Você pode discordar, achar absurdo etc. e tal, mas se cometer qualquer dessas ações será sancionado, vendo sua liberdade contida.
Se você ainda tem dúvidas se arte tem limite, então faça um breve e singelo exercício de imaginação. Digamos que naquela exposição sexual do Santander Cultural tivéssemos não uma pintura com dois sujeitos currando uma cabra, mas uma performance “artística” com dois depravados currando uma cabra ao vivo. Agora “passou do limite” ou ainda pensa que artista pode tudo?
Disponível em:   http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/francisco-escorsim/2017/09/19/arte-tem-limite-e-defensor-politicamente-correto/ Acesso em 05 fevereiro 2018

TEXTO III

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Denise Villela, e o promotor da Infância e da Juventude de Porto Alegre Júlio Almeida estiveram, nesta terça-feira (12/9), na exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, exibida no Santander Cultural de Porto Alegre. Para os representantes do MP, o conteúdo das obras não configura pedofilia.
[…]
No Brasil não existe uma legislação específica sobre a classificação indicativa de mostras e exposições presentes em museus e galerias — como ocorre com teatros, cinema e televisão. Porém, segundo a coordenadora, as instituições de arte podem adotar um sistema baseado nos já existentes.

TEXTO IV

QUAL A IMPORTÂNCIA DA TRANSGRESSÃO E DA PROVOCAÇÃO NA ARTE? ELE DEVE TER LIMITES? QUAIS SERIAM E POR ONDE DEVERIAM SE PAUTAR?

SOLANGE FARKAS A arte é um exercício contínuo de transgressão, principalmente a partir das vanguardas do começo do século 20. Isso dá a ela uma importância social muito grande porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos e para soluções que ainda não tínhamos imaginado para problemas que muitas vezes sequer conhecíamos. A seleção dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do festival [Videobrasil], por exemplo, me fez ver que os artistas estão muito antenados com as diversas crises que estamos vivendo e oferecem uma visão inovadora para o nosso cotidiano e acho que isso é um bom exemplo.
MARCELLO DANTAS O papel da arte é abrir a cabeça das pessoas. Permitir novas ideias, proporcionar reflexão, imagem e revelar algo do inconsciente coletivo. Para isso ela precisa necessariamente existir no território do inexplorado, do desconhecido, da originalidade e do inominável. Esse território nunca pode ser alcançado se a arte for mantida em um cercado conceitual, onde está pré-definido o que pode e o que não pode. A arte é sobre o que não sabemos e por isso deve poder ser transgressora, indefinida, incompreendida, subjetiva. Sociedade que não tem isso é uma sociedade pobre, sem alma e sem potencial criativo. Incompreendido hoje pode ser o gênio de amanhã. Uma sociedade sem transgressores é uma sociedade burra.
BAIXO RIBEIRO Através da arte, é possível dialogar em níveis que simples conversas não alcançariam. A arte tem a capacidade de quebrar protocolos, regras e leis. E ainda ser elegante, sutil e sofisticada, mas, também, tosca, malcriada ou brega. Não existem limites estéticos. Se percebermos a existência de um limite, é bom que exista uma arte que venha ultrapassá-lo. Faz parte da natureza da sociedade possuir elementos que queiram preservar a ordem e seus antagonistas, que queiram transformá-la. Geralmente o espírito da provocação é excitado por uma sensação de conformismo que tome conta do ar, a subversão é mais intensa quando as leis são mais opressivas, a transgressão é mais legal quando a lei não é legal. Acho que deve haver sempre uma tensão entre essas partes, mas não acho tão importantes estabelecer limites e, sim, procurar equilíbrios.
Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/09/16/Quais-os-limites-da-arte-segundo-tr%C3%AAs-especialistas Acesso em 05 fevereiro 2018

TEXTO IV

Disponível em: https://www.metropoles.com/entretenimento/exposicao/mp-gaucho-avalia-que-nao-ha-pedofilia-na-exposicao-queermuseu     Acesso em 05 fevereiro 2018

TEMA DE REDAÇÃO


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema As Utopias: Indispensáveis, inúteis ou nocivas? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera, fantasia.
(Nicola Abbagnano, Dicionário de Filosofia. Adaptado.)

TEXTO II

A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna capazes de não mais perceber essa realidade como natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela ordem vigente.
(Paul Ricoeur. Adaptado.)

TEXTO III

A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la.
(Karl Mannheim. Adaptado.)

TEXTO IV

Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que é melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes e perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosas quando se quer realizá-las.
(André Comte Sponville. Adaptado.)

TEXTO V

Cidade prevista
Irmãos, cantai esse mundo que não verei, mas virá
um dia, dentro em mil anos,
talvez mais… não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre, sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
o país de todo homem.
Carlos Drummond de Andrade

TEXTO VI

A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em particular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moral reconhecida.

TEMA DE REDAÇÃO

Com o apoio dos três textos abaixo, escreva uma dissertação em prosa, na qual você deverá discutir manifestações concretas de afirmação ou de negação da auto-estima entre os brasileiros. Apresente argumentos que deem sustentação ao ponto de vista que você adotou.

TEXTO I

Está no Dicionário Houaiss:
auto-estima s.f. qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra, consequentemente, confiança em seus atos e julgamentos.
A definição do dicionário parece limitar-se ao âmbito do indivíduo, mas a palavra auto-estima já há algum tempo é associada a uma necessidade coletiva. Por exemplo: nós, brasileiros, precisamos fortalecer nossa auto-estima. Nesse caso, a satisfação com nosso modo de ser, como povo, nos levaria à confiança em nossos atos e julgamentos. Mas talvez seja o caso de perguntar: não são nossos atos e julgamentos que acabam por fortalecer ou enfraquecer nossa auto-estima, como indivíduos ou como povo?

TEXTO II

Estão num poema de Drummond, da década de vinte, os versos:
E a gente viajando na pátria sente saudades da pátria.
(…)
Aqui ao menos a gente sabe que é tudo uma canalha só.

TEXTO III

Está num artigo do jornalista Zuenir Ventura, de anos atrás:
De um país em crise e cheio de mazelas, onde, segundo o IBGE, quase um quarto da população ganha R$ 4 por dia, o que se esperaria? Que fosse a morada de um povo infeliz, cético e pessimista, não?
Não. Por incrível que pareça, não. Os brasileiros não só consideram seu país um lugar bom e ótimo para viver, como estão otimistas em relação a seu futuro e acreditam que ele se transformará numa superpotência econômica em cinco anos. Pelo menos essa é a conclusão de um levantamento sobre a “utopia brasileira” realizado há pouco pelo Datafolha.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Julgue C (certo) ou E (errado) os itens abaixo:
1. (   ) O presente é a bigorna onde se forja o futuro.
2. (   ) Nossa vocação molda-se às necessidades.
3. (   ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia.
4. (   ) Macacos me mordam!
5. (   ) Caro amigo, muito lhe agradeço o favor…
6. (   ) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis.
7. (   ) As informações que se obtiveram, chocavam-se entre si.
8. (   ) Quem te falou a respeito do caso?
9. (   ) Não foi trabalhar porque machucara- se na véspera.
10. (   ) Não só me trouxe o livro, mas também me deu presente.
11. (   ) Ele chegou e perguntou-me pelo filho.
12. (   ) Em se tratando de esporte, prefere futebol.
13. (   ) Vamos, amigos, cheguem-se aos bons.
14. (   ) O torneio iniciar-se-á no próximo Domingo.
15. (   ) Amanhã dizer-te-ei todas as novidades.
16. (   ) Os alunos nos surpreendem com suas tiradas espirituosas.
17. (   ) Os amigos chegaram e me esperam lá fora.
18. (   ) O torneio iniciará-se no próximo domingo.
19. (   ) oferecida-lhes as explicações, saíram felizes.
20. (   ) Convido-te a fazeres-lhes, essa gentileza.
21. (   ) Para não falar- lhe, resolveu sair cedo.
22. (   ) É possível que o leitor nos não creia.
23. (   ) A turma quer-lhe, fazer uma surpresa.
24. (   ) A turma havia convidado-o para sair.
25. (   ) Ninguém podia ajudar-nos naquela hora.
26. (   ) Algumas haviam-nos contado a verdade.
27. (   ) Todos se estão entendendo bem.
28. (   ) As meninas não tinham nos convidado para sair.
29) Assinale a frase com erro de colocação pronominal:
a) Tudo se acaba com a morte, menos a saudade.
b) Com muito prazer, se soubesse, explicaria-lhe tudo.
c) João tem-se interessado por suas novas atividades.
d) Ele estava preparando-se para o vestibular de Direito.
30) Assinale a frase com erro de colocação pronominal:
a) Tudo me era completamente indiferente.
b) Ela não me deixou concluir a frase.
c) Este casamento não deve realizar-se.
d) Ninguém havia lembrado-me de fazer as reservas.
31. (    )  Quando  se estudaram minuciosamente as propostas, descobriram- se todas as falhas.
32. (    )  Segundo informaram- me na seção, já se encontram prontos os contracheques desta mês.
33. (    )  Os papéis que remeteram-me  estão em ordem, ainda hoje devolvê-los-ei como havia prometido-lhes.
34. (    )  Os professores haviam-nos instruído para as provas.
35. (    )  Nada chegava a impressioná-la em sua passividade.
36. (    )  Que Deus te acompanhe por toda a vida.
37. (    )  Quando lhes entregariam as provas, era um mistério que não lhes era possível desvendar.
38. (    )  A respeito daquelas fraudes, os auditores já haviam prevenido-os há muito tempo.
39. (    )  Os amigos entreolharam- se emocionados, mas não lhes deram mais nenhuma informação.
40. (    )  Aquele foi o livro que lhe eu dei como prova de admiração.
41. (    )  Admirou-me a despesa porque não havias-me dito que o presente iria custar-te tão caro.
42. (    )  Ainda não me havias falado essas injúrias.
43. (    )  Já de pé, banhando-me, ouço-lhe os passos no corredor.
44. (    )  Dir-se-ia que todos preferem-lhe ocultar os fatos.
45. (    )  Os alunos não têm preocupado-se com as provas.
46. (    )  Peça a dar- se- lhe- à o perdão.
47. (    )  Causava-me admiração ver aqueles jovens dedicando-se aos estudos, enquanto outros não se esforçavam nem um pouco.
48. (    )  Nada se faria, se ficassem de braços cruzados.
49. (    )  No caso de não cumprirem o horário das aulas, romperão-se as cláusulas contratuais.
50. (    )  Assim que sentiu-se prejudicado, reclamou seus direitos.
GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. C
5. C
6. E
7. C
8. C
9. E
10. C
11. C
12. C
13. C
14. C
15. E
16. C
17. C
18. E
19. E
20. E
21. C
22. C
23. C
24. E
25. C
26. E
27. E
28. E
29. B
30. D
31. C
32. E
33. E
34. C
35. C
36. C
37. C
38. E
39. C
40. C
41. E
42. C
43. C
44. E
45. C
46. E
47. C
48. C
49. E
50. E