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29 de março de 2019

ENEM , GURIZADA!!!


Todo mundo já viu que o edital do Enem 2019 saiu? É uma ótima já baixar e dar uma olhada nele para vocês poderem ficar ligados nas datas (pedido de isenção no valor de inscrição, prazo de inscrição e datas de aplicação, por exemplo)! Mas já adianto que teremos redação, como sempre (eba!) e que ela será aplicada no primeiro dia de prova (03/11/2019), juntamente com as provas de Ciências Humanas. O tempo é o mesmo, de 5h30min, então as dicas sobre o cálculo de tempo que analisamos há algumas semanas aqui continuam valendo (ufa)!
Um item interessante a se observar no edital é esse aqui:
15.1.21 Iniciar as provas somente após ler as instruções contidas na capa do Caderno de Questões, no Cartão-Resposta, na Folha de Redação e na Folha de Rascunho,observada a autorização do aplicador.
Em 2018 a proposta de redação estava bem escondida, no meio da prova, o que deixou muita gente com dúvida sobre qual era o tema antes de encontrá-lo, ou fez com que os candidatos demorassem mais para ler a proposta, o que faziam só depois que a página era encontrada. A sugestão esse ano é de que, caso a proposta não tenha sido deslocada para as primeiras folhas, folheiem toda a prova e encontrem o tema de redação antes de começar! Afinal, de acordo com nosso cálculo de tempo, ler a proposta antes de fazer qualquer coisa pode ser extremamente útil para ir pensando no segundo plano do raciocínio em seus argumentos e até mesmo para reunir alguns ao longo da realização das questões, não é mesmo?
Outro cuidado a ser tomado:
15.1.23.1 O aplicador não substituirá o Cartão-Resposta, a Folha de Redação e
a Folha de Rascunho por procedimento indevido do participante.
PELOAMORDEDEUS NÃO ME DERRUBEM SUCO, CHOCOLATE NEM DESENHEM NESSA FOLHA DE REDAÇÃO, HEIN GALERINHA? (Foi mal pelo grito, mas precisei garantir! Hehehehehe!) Ah, e lavem a mão quando forem ao banheiro! É todo mundo grandinho, mas não custa nada lembrar, né? Aliás, nem só para a folha de redação, mas para a vida! Hahahaha!
15.1.24 Fazer anotações relativas às suas respostas apenas no Cartão-Resposta na Folha de Redação, na Folha de Rascunho e no Caderno de Questões, após a autorização do aplicador.
15.1.25 Ler e conferir todas as informações contidas no Caderno de Questões, no Cartão-Resposta, na Folha de Redação, na Lista de Presença, na Folha de Rascunho e nos demais documentos do Exame.
Esses dois artigos anteriores se resumem basicamente a: leiam todas as instruções contidas na prova (sempre, mesmo que já tenham prestado em anos anteriores, já que algo sempre pode ter mudado) e sigam sempre o que o aplicador está pedindo que vocês façam. Nada de saírem destacando folhas ou preenchendo nada sem a autorização deles, por mais que já tenham experiência, ok? De acordo também com o edital, caso aconteça algum acidente ou haja algum erro nas folhas de preenchimento de resposta da prova (a de redação inclusa, claro), é aos aplicadores que vocês devem se reportar, assim como para quem entregam as folhas de respostas (folha de redação e cartão resposta) Então já deu para perceberem que eles são as figuras de segurança para nós no dia prova, certo? Quer dizer…mais ou menos…caso se recusem a entregar alguma ou todas as folhas de resposta da prova após o horário de término da prova, eles serão os que eliminarão o candidato rebelde. Então, gente, por favor, não nos decepcionem e terminem e entreguem tudo no tempo estabelecido, beleza?
Mais uma parte importantíssima do edital que nos interessa em relação à redação:
7. DAS CORREÇÕES
17.1 Serão corrigidas somente as redações transcritas para a Folha de Redação e as respostas efetivamente marcadas no Cartão-Resposta sem emendas ou rasuras, com caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente, de acordo com as instruções apresentadas, sob pena da impossibilidade de leitura óptica do Cartão-Resposta e da Folha de Redação.
17.2 Os rascunhos e as marcações assinaladas nos Cadernos de Questões não serão corrigidos.
17.3 O cálculo das proficiências dos participantes, a partir de suas respostas às questões de múltipla escolha das provas objetivas, terá como base a Teoria de Resposta ao Item (TRI). O documento com a metodologia utilizada e com os critérios adotados pela banca poderá ser consultado no Portal do Inep, no endereço .
17.4 A nota da redação, variando entre 0 (zero) e 1000 (mil) pontos, será atribuída respeitando-se os critérios disponibilizados no Portal do Inep, no endereço , e na Cartilha de Redação do Enem 2019.
17.5 A redação será corrigida por dois corretores de forma independente.
17.5.1 Cada corretor atribuirá uma nota entre 0 (zero) e 200 (duzentos) pontos para cada uma das cinco competências.
17.5.2 A nota total de cada corretor corresponde à soma das notas atribuídas a cada uma das competências.
17.5.3 Considera-se a existência de discrepância entre dois corretores se suas notas totais diferirem em mais de 100 (cem) pontos ou se a diferença de suas notas em qualquer uma das competências for superior a 80 (oitenta) pontos.
17.6 A nota final da redação do participante será atribuída da seguinte forma:
17.6.1 Caso não haja discrepância entre os dois corretores, a nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois corretores.
17.6.2 Caso haja discrepância entre os dois corretores, haverá recurso de ofício (automático) e a redação será corrigida, de forma independente, por um terceiro corretor.
17.6.2.1 Caso não haja discrepância entre o terceiro corretor e os outros dois corretores ou caso haja discrepância entre o terceiro corretor e apenas um dos corretores, a nota final do participante será a média aritmética entre as duas notas totais que mais se aproximarem, sendo descartada a outra nota.
Resumindo, aqui o INEP deixa claro o método pelo qual a redação é corrigida e como a nota é atribuída. Assim como no cartão resposta, ela deve ser escrita com caneta preta. O que é corrigido efetivamente é apenas o que está na folha de redação. O rascunho e as anotações ao longo do caderno de questões não serão considerados (mais um motivo para termos o tempo calculado direitinho, incluindo passar a redação a limpo).
18. DOS RESULTADOS
18.4 O participante poderá ter acesso à vista de sua prova de redação exclusivamente para fins pedagógicos, após a divulgação do resultado, em data a ser divulgada posteriormente. A vista da prova de redação será disponibilizada no endereço
enem.inep.gov.br/participante.
Diferentemente dos gabaritos das questões objetivas, as notas das redações e seus espelhos levam um tempinho para serem divulgados, justamente por conta do processo complexo e não automático ao qual elas são submetidas. Por isso, resta termos um pouco de paciência para saber quais carinhas veremos nas reportagens sobre as redações nota mil! =D
Quis me concentrar nos trechos do edital que tratam da redação essa semana, para que não tenhamos dúvidas nem mesmo dos processos burocráticos envolvidos! A linguagem não é tão complicada e comentei alguns trechos, mas caso haja ainda alguma dúvida, não hesitem em me questionar nos comentários, ok? Não se esqueçam também de baixar o edital e lê-lo inteirinho para ficarem por dentro de todas as informações, não apenas das que envolvem a redação. Até a semana que vem!

23 de março de 2019

ENEM 2019 - LEIAM


A dica de hoje vai ser mais rápida que as anteriores, já que está mais para uma bronca do que para uma dica…Mas não se preocupem, não deixa de ser uma bronca justa! Hehehehe
Mas antes de mais nada, todo mundo viu que saíram os espelhos das redações do Enem? Dá para acessá-los através da página do participante, usando seu CPF e senha. Junto com os espelhos, saíram as redações nota mil e, é claro, os fofos que ficaram com essa nota já tiveram as redações publicadas e estão dando entrevistas por aí!
O que será que essa galerinha da nota mil tem de diferente além da prática e do conhecimento acerca do que é exigido pelos corretores oficiais (nessa segunda parte estamos trabalhando juntos aqui na coluna semanalmente, certo? E como já mencionei algumas vezes, nosso curso de redação está disponível para que vocês possam praticar com todo o suporte!)? Uma coisa eu posso garantir: nenhum deles decorou uma redação pronta. Nem mesmo introduções prontas, conclusões prontas, nem nada do tipo. Vão lá, podem ler as redações publicadas com nota mil! Eu espero!
Leram? Viram como toda a argumentação é fluída, bem construída e como eles podem até ter pensado em argumentos similares, mas nenhuma redação é muito parecida com a outra? É a partir daí que vemos que as “fôrmas” não são o caminho para a glória máxima na redação do Enem. Mas ainda assim, muitas pessoas (e, pasmem, até instituições) insistem nesse modelo, trazendo uma construção mais ou menos pronta para o dia da prova oficial.
O que eu costumo chamar de “fôrmas” prontas são modelinhos de redação ou de partes de uma redação (introdução, conclusão, início dos argumentos no desenvolvimento) decorados pelos candidatos e encaixados em qualquer tema que possa aparecer. Não me refiro aqui aos conectivos entre um parágrafo e outro. Esses vocês podem inclusive reparar que são bastante parecidos (“portanto” é o campeão na conclusão) entre as redações campeãs da prova de 2018. Não há problema nenhum em termos alguns conectivos de preferência, sentir-nos mais seguros com eles e usarmos este espectro de recursos linguísticos com mais frequência. Também não são fôrmas prontas as organizações prévias que fazemos para desenvolver bem o formato exigido por cada tipo de texto com o qual nos deparamos (no caso do Enem, o dissertativo-argumentativo), inserindo qual parte do assunto (introdução com contextualização histórica, argumento pró, argumento contra e/ou conclusão com proposta de intervenção) em qual momento. As fôrmas são literalmente trechos ou frases que são transportados de uma redação-treino para outra, com o objetivo de serem decorados para serem usados em qualquer tema.
Meu trabalho hoje é convencê-los a não usarem esse tipo de recurso ao produzir as redações de vocês. Nem no Enem, nem em nenhum outro vestibular, nem na vida… Então aqui estão alguns dos motivos pelos quais decorar moldes de redação é uma péssima ideia:
  • o objetivo pelo qual sequer estamos na escola cai por terra: estamos ali de segunda a sexta por cinco horas todos os dias para adquirirmos conhecimentos que poderão ser utilizados ao longo da vida. A redação é um dos que mais frequentemente vão aparecer na nossa vida prática, fora da escola, e não apenas em vestibulares. Por isso, se não nos empenhássemos em desenvolvermos uma produção e uma interpretação independentes de texto, de que serviriam todos os anos de estudo? Não teremos moldes para responder com eficiência em entrevistas de emprego, para conversar com pessoas que nos interessam e nos mostrarmos interessantes, muito menos para fazermos apresentações no trabalho ou na faculdade. Por isso, decorar (o que quer que seja, na verdade) pode ser uma bela de uma armadilha!
  • é muito mais difícil encaixar todo e qualquer tema em moldes prontos, ou tentar encaixar as frases e trechos que já se têm decorados naquele tema de qualquer jeito do que desenvolver um raciocínio livre e entender melhor as exigências de cada tipo de texto para desenvolver produções de maneira mais exclusiva e com argumentação eficaz. Arrisco-me a dizer que podemos perder muito mais tempo com todos esses encaixes de maneira pelo menos satisfatória do que produzindo verdadeiramente uma redação.
  • há GRANDES riscos de a argumentação ficar comprometida. Com trechos e frases decorados, as possibilidades desses serem genéricos demais para o tema são enormes! Sem falar nas chances de eles não terem muito a ver com a proposta de redação ou do encaixe não ser muito bem feito. Com isso, a nota (especialmente no quesito coesão e coerência) pode cair drasticamente.
Espero, com todos esses argumentos, ter conseguido convencer vocês a JAMAIS usarem moldes decorados de redação. Nem no Enem, nem em lugar nenhum! Contem para nós nos comentários se alguma vez já usaram esse tipo de molde, se já ouviram falar deles ou se ainda estão pensando em usá-los (peloamordeDeus que ninguém comente essa última, amém!)

17 de março de 2019

TEMA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema As Utopias: Indispensáveis, inúteis ou nocivas? Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

UTOPIA (de ou-topia, lugar inexistente ou, segundo outra leitura, de eu-topia, lugar feliz). Thomas More deu esse nome a uma espécie de romance filosófico (1516), no qual relatava as condições de vida em uma ilha imaginária denominada Utopia: nela, teriam sido abolidas a propriedade privada e a intolerância religiosa, entre outros fatores capazes de gerar desarmonia social. Depois disso, esse termo passou a designar não só qualquer texto semelhante, tanto anterior como posterior (como a República de Platão ou a Cidade do Sol de Campanella), mas também qualquer ideal político, social ou religioso que projete uma nova sociedade, feliz e harmônica, diversa da existente. Em sentido negativo, o termo passou também a ser usado para designar projeto de natureza irrealizável, quimera, fantasia.

TEXTO II

A utopia nos distancia da realidade presente, ela nos torna capazes de não mais perceber essa realidade como natural, obrigatória e inescapável. Porém, mais importante ainda, a utopia nos propõe novas realidades possíveis. Ela é a expressão de todas as potencialidades de um grupo que se encontram recalcadas pela ordem vigente.

TEXTO III

A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático, em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável: o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. O homem iria perder, com o abandono das utopias, a vontade de construir a história e, também, a capacidade de compreendê-la.

TEXTO IV

Acredito que se pode viver sem utopias. Acho até que é melhor, porque as utopias são ao mesmo tempo ineficazes e perigosas. Ineficazes quando permanecem como sonhos; perigosas quando se quer realizá-las.

TEXTO V

Cidade prevista
Irmãos, cantai esse mundo que não verei, mas virá
um dia, dentro em mil anos,
talvez mais… não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre, sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
o país de todo homem.
Carlos Drummond de Andrade

TEXTO VI

A utopia não é apenas um gentil projeto difícil de se realizar, como quer uma definição simplista. Mas se nós tomarmos a palavra a sério, na sua verdadeira definição, que é aquela dos grandes textos fundadores, em particular a Utopia de Thomas More, o denominador comum das utopias é seu desejo de construir aqui e agora uma sociedade perfeita, uma cidade ideal, criada sob medida para o novo homem e a seu serviço. Um paraíso terrestre que se traduzirá por uma reconciliação geral: reconciliação dos homens com a natureza e dos homens entre si. Portanto, a utopia é a desaparição das diferenças, do conflito e do acaso: é, assim, um mundo todo fluido – o que supõe um controle total das coisas, dos seres, da natureza e da história. Desse modo, a utopia, quando se quer realizá-la, torna-se necessariamente totalitária, mortal e até genocida. No fundo, só a utopia pode suscitar esses horrores, porque apenas um empreendimento que tem por objetivo a perfeição absoluta, o acesso do homem a um estado superior quase divino, poderia se permitir o emprego de meios tão terríveis para alcançar seus fins. Para a utopia, trata-se de produzir a unidade pela violência, em nome de um ideal tão superior que justifica os piores abusos e o esquecimento da moral reconhecida.

TEMA DE REDAÇÃO

 “A INTERNET FACILITOU A INFORMAÇÃO, MAS TAMBÉM RESTRINGIU A CAPACIDADE DE REFLEXÃO DAS PESSOAS.”

Com base na afirmação acima, construa um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se quanto à ideia expressa na frase

TEMA DE REDAÇÃO

Como mostram os textos abaixo, a representatividade é uma demanda da nossa sociedade. Em contraposição, o mundo atual acaba mudando esses conceitos e causando a apropriação cultural. Com base nas ideias e sugestões presentes nos textos aqui reunidos, redija uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre o seguinte tema: A apropriação cultural é uma forma de mudar nossa sociedade?

TEXTO I

No mundo da literatura de gênero, pessoas diversas têm mostrado seus rostos no mundo—suas cores, amores e aquilo que são—mas essa diversidade não está alcançando as páginas de ficção e o mundo editorial como poderia. O mundo do papel e das telas ainda é dominado por homens cis brancos fazendo o que sempre fizeram e refazendo o que sempre fizeram. É por isso que acreditamos numa forma de tomar isso de assalto, fazendo barulho com o que temos e o que podemos para mudar esse cenário. Queremos que a literatura de gênero evolua, que abrace todas as pessoas do mundo e não apenas uma minúscula parte dele.
Por isso um movimento de ruptura se faz necessário.
Apropriação cultural é a adoção de alguns elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente. Ela descreve aculturação ou assimilação, mas pode implicar uma visão negativa em relação a aculturação de uma cultura minoritária por uma cultura dominante.

TEXTO III

Certa vez uma amiga branca me perguntou se, o fato dela usar um turbante, era apropriação cultural. Respondi que não necessariamente. E expliquei que a apropriação se daria se uma revista de moda resolvesse chamar ela pra falar sobre turbantes e não uma mulher negra.
E a questão é bem simples. Quando uma revista usa mulheres brancas pra falar sobre turbantes, ela conversa sobre beleza, sobre tendência, sobre estética e/ou adorno. Quando a pauta é com mulheres negras, o papo já é sobre militância, empoderamento, resgate cultural e combate ao racismo. E é por isso que mulheres brancas são chamadas, porque as revistas não querem falar sobre esses “assuntos chatos”. Sem contar que o rosto branco, numa sociedade racista, vende mais.
Outro exemplo que posso trazer é o fato do Macklemore ter ganhado um grammy disputando com o Kendrick Lamar. A apropriação se dá quando a indústria musical tenta popularizar Macklemore e esquecer Lamar. Porque não é o gênero musical que incomoda, e sim a forma como ele é transmitido. A música do Kendrick é muito mais combativa, violenta e nociva à indústria. Suas músicas tocam em assuntos delicados como racismo e a política governamental. Já a música de Macklemore não incomoda os ouvidos da América.
Há uma tentativa enorme de negar todo um contexto histórico de luta que permeia a cultura negra. É assim que a apropriação acontece, tornando uma cultura combativa em algo que não incomode o status quo.

EXERCÍCIOS

 Faça a Regência verbal correta:
  1) Para agradar(o/ao) pai, ficou em casa em pleno domingo.
  2) Todos em casa assistem(telenovelas/a telenovelas).
  3) A empregada aspirou(o pó/ao pó) do tapete.
  4) Você já pagou(o/ao) padeiro.
  5) O pai ainda não perdoo(a/à) filha.
  6) Domingo não sai(na/à) rua.
  7) (Esqueci/Esqueci-me) meu caderno na sala.
  8) Ainda(lembro/me lembro) da casa que morávamos.
  9) Antipatizei(com todos/a todos).
  10) Eles obedeciam(os/aos) estatutos?
  11) Pagou(à/a dívida)?
  12) Ele assistiu(o/ao) filme.
  13) Visou(o/ao) documento.
  14) As medidas nunca agradam(o/ao) povo.
  15) O ar(a que/que) aspiramos está contaminado.
  16) Naquele tempo João(namorava com/namorava) Mariana.
  17) A criança queria(o/ao) sorvete de qualquer maneira.
  18) A noiva chegou(à/na) igreja às 15 horas.
  19) A rasura implica(à/a) anulação do documento.
  20) Não queria(os/aos) pais.
   Gabarito: 1.ao 2.a telenovelas 3.o pó 4.ao 5.à 6.na 7.esqueci 8.me lembro 9.com todos    10.aos 11.à 12.ao 13. o 14.ao 15.a que 16.namorava 17.o 18.à 19.a 20.aos

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:
  • Próclise - o pronome é colocado antes do verbo.
  • Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo.
  • Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo.
Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por exemplo, o ritmo, a ênfase e o estilo.

Uso da Próclise

1. Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca.
Exemplos:
  • Não o quero aqui.
  • Nunca o vi assim.
2. Pronomes relativosindefinidos ou demonstrativos.
Exemplos:
  • Foi ela que o fez.
  • Alguns lhes deram maus conselhos.
  • Isso me lembra algo.
3. Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja vírgula depois do advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o pronome.
Exemplos:
  • Ontem me disseram que havia greve hoje.
  • Agora, descansa-se.
4. Orações exclamativas e orações que exprimam desejo de que algo aconteça.
Exemplos:
  • Deus nos dê forças.
  • Oxalá me dês a boa notícia.
5. Orações com conjunções subordinativas.
Exemplos:
  • Embora se sentisse melhor, saiu.
  • Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.
6. Verbo no gerúndio regido da preposição em.
Exemplos:
  • Em se tratando de confusão, ele está presente.
  • Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne.
7. Orações interrogativas.
Exemplos:
  • Quando te deram a notícia?
  • Quem te presenteou?
Leia também Quando Usar a Próclise.

Uso da Mesóclise

Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do Pretérito. Se houver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise.
Exemplos:
  • Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
  • Orgulhar-me-ia dos meus alunos.

Uso da Ênclise

Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação de pronome depois do verbo é atraída pelas seguintes situações:
1. Verbo no imperativo afirmativo.
Exemplos:
  • Depois de terminar, chamem-nos.
  • Para começar, joguem-lhes a bola!
2. Verbo no infinitivo impessoal.
Exemplos:
  • Gostaria de pentear-te a minha maneira.
  • O seu maior sonho é casar-se.
3. Verbo inicia a oração.
Exemplos:
  • Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
  • Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em deve ser usada a Próclise).
Exemplos:
  • Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.
  • Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos.

Com Locução Verbal

Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome.
Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.
1. Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio.
Exemplos:
  • Devo explicar-te o que se passou
  • Devo-lhe explicar o que se passou.
2. Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar em que o verbo principal está no particípio.
Exemplos:
  • Foi-lhe explicado como deveria agir.
  • Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado.

Pronome Se e Suas Funções

O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em orações em cuja voz verbal é reflexiva.
Exemplos:
  • Queimou-se quando estava preparando o jantar.
  • Animou-se para ir à festa.
O pronome "se" também pode ter a função de sujeito indeterminado.
Exemplos:
  • Procura-se cãozinho.
  • Alugam-se casas.
O pronome "se" pode, ainda, ter a função de simplesmente realçar o discurso.
Exemplos:
  • Lá se vai a minha chance de ganhar na loto.
  • Foi-se embora sem dizer nada.

REGÊNCIA VERBAL

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que se seguem a ele e completam o seu sentido.
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos.
Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e suas respectivas explicações:
Exemplos de Regência verbal
Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposição em(morar em algum lugar).
No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige preposição (implicar algo, e não implicar em algo).
No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo direto.
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está correta.
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos. Alguns, conforme o seu significado, podem ter mais do que uma forma de regência.

1. Assistir

a) com o sentido de ver exige preposição:
Que tal assistirmos ao filme?
b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:
Sempre assistiu pessoas mais velhas.
c) com o sentido de pertencer exige preposição:
Assiste aos prejudicados o direito de indenização.
Tirinha de Calvin & Haroldo
No último quadrinho Calvin fala corretamente "assistir ao vídeo"

2. Chegar

O verbo chegar é regido pela preposição “a”:
Chegamos ao local indicado no mapa.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa.

3. Custar

a) com o sentido de ser custoso exige preposição:
Aquela decisão custou ao filho.
b) com o sentido de valor não exige preposição:
Aquela casa custou caro.

4. Obedecer

O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:
Obedeça ao pai!
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça opai!

5. Proceder

a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
Essa sua desconfiança não procede.
b) com o sentido de origem exige preposição:
Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar

a) com o sentido de objetivo exige preposição:
Visamos ao sucesso.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como verbo transitivo direto: Visamos o sucesso.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer

O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:
Esqueci o meu material.
No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu material.

8. Querer

a) com o sentido de desejar não exige preposição:
Quero ficar aqui.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
Queria muito aos seus amigos.

9. Aspirar

a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:
Aspirou todo o escritório.
b) com o sentido de pretender exige preposição:
Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar

O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com preposição:
Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir

O verbo ir é regido pela preposição “a”:
Vou à biblioteca.

12. Implicar

a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige preposição:
O seu pedido implicará um novo orçamento.
b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:
Implica com tudo!

13. Morar

O verbo morar é regido pela preposição “em”:
Mora no fim da rua.

14. Namorar

O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de preposição:
Namorou Maria durante anos.
"Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito.

15. Preferir

O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar

O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":
Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar

a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:
Chama o Pedro!
b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:
Chamou ao João de Mauricinho.
Chamou João de Mauricinho.
Chamou ao João Mauricinho.
Chamou João Mauricinho.

18. Pagar

a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:
Paga o sorvete?
b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:
Paga o sorvete ao dono do bar.