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29 de setembro de 2016

EXERCÍCIOS SOBRE CONCORDÂNCIA VERBAL

 Concordância Verbal – Questões de Concurso Comentadas

Eis aqui algumas questões de concurso comentadas.  Tente resolvê-las sem olhar a resposta, assim você testa os seus conhecimentos.   Se não se sentir seguro em sua resposta, leia novamente a teoria e só depois veja o resultado.
OBS.: nas quatro primeiras perguntas, preste atenção na ordem gramatical dos termos da oração.  Os gramáticos consideram a ordem direta dos termos na oração a seguinte:
sujeito +verbo+ complemento verbal (se houver)+ circunstâncias (adjuntos adverbiais).  No entanto, a maior parte das frases enunciadas se encontra na ordem inversa, ou seja, o verbo é posto antes do sujeito com o objetivo de confundir o respondente quanto à concordância verbal.  Para responder com maior facilidade, reorganize a frase.
1. (Cesgranrio-RJ) – Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está errada:
a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem.
b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT.
c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos.
d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados.
e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado
Comentário:
Na questão acima, três conhecimentos são exigidos:
a) Conhecer os princípios básicos de concordância;
b) Saber colocar as frases na ordem direta, assim teremos uma visão clara da relação entre o sujeito e o verbo;
c) Saber discernir verbos pessoais dos impessoais.
Os gramáticos consideram a ordem direta dos termos na oração a seguinte:
sujeito +verbo+ complemento verbal (se houver)+ circunstâncias (adjuntos adverbiais).
As frases acima estão na ordem inversa e, para facilitar a resposta, basta colocar o sujeito das mesmas antes do verbo, assim ficará mais fácil verificar a concordância do verbo com o sujeito. Veja:
“a)diferentes tipos de inseticidas existem”.  A frase está correta, pois o sujeito é simples e está no plural e o verbo existir é pessoal e está no plural; o mesmo se dá com as seguintes frases.
b)”os defensivos agrícolas podem provocar”;
d) “os efeitos nocivos dos inseticidas persistem”.
e) “os defensivos possuem elevado grau de toxidade.
c) Todavia, com a a letra C há um problema: ali o verbo faltar deveria estar no singular porque o sujeito está no singular: sujeito: “uma legislação mais rigorosa; verbo: faltam; complemento: aos países subdesenvolvidos”. Para haver concordância, o verbo deveria ser: falta.
Obs.: muitas pessoas se enganam com o verbo faltar. Ele é colocado, no mais das vezes, no começo da frase: “falta uma hora para o show começar; faltam duas horas..” para indicar tempo.  Com isso, existe a tendência a confundi-lo com um verbo impessoal: bateu três horas ou bateu uma hora. Contudo, como notam, trata-se, porém, de um verbo pessoal que sempre tem sujeito, que é, quase sempre, o termo que vem após o mesmo e denota tempo.  Ex. Faltam quantos minutos para o show começar?  (Sujeito  - Quantos minutos);  duas horas faltam (sujeito: duas horas).
O mesmo vale para o verbo: bastar.  Bastavam apenas duas horas para o show começar; bastava uma hora…
2. (AFC) Julgue os itens abaixo quanto à concordância:
Obs.: você terá que analisar cada item e demonstrar se cada um dos seus verbos têm problemas de concordância com os seus sujeitos e anotar a resposta.  Não se trata, portanto, de verificar se há apenas uma correta ou errada, mas sim de analisar cada item e anotar a análise.
a) Por baixo de um crescimento econômico modesto, uns 2% este ano, estão ocorrendo uma profunda mudança no modelo industrial instalado após os anos 30 no País. É o fim da empresa familiar e a morte da produção que ficarem à margem da economia internacional.
b) O setor passa por um inevitável processo de desnacionalização e de concentração, mas não há risco de o País viver uma desindustrialização.
c) E é esta a mudança que vai sustentar um crescimento mais robusto da economia no futuro, sem que sejam necessárias alguma correção importante na trajetória cambial.
d) Os investimentos estrangeiros vão ajudar, no futuro próximo, a reduzir a demanda por importação e ampliar a capacidade de exportação, abrindo espaços para a retomada mais firme do crescimento.
e) Entretanto, mesmo com a retomada do nível de atividade, o País não terá capacidade de absorver mão-de-obra como tinha quando a economia era fechada.
Comentário
a)      Na letra a, basta colocar a primeira oração na ordem direta que vemos um erro:            “sujeito: uma profunda mudança no modelo industrial instalado após os anos 30 no País – verbo: está ocorrendo.  Além disso, o infinitivo ficarem não deve ser flexionado, pois ele corresponde ao morte da produção;
b)      A letra B não há problemas de concordância;
c)      Na primeira oração não problemas na letra C,porém na segunda, o sujeito algums correção importante não concorda com o verbo verbo sejam  e o número do predicativo necessárias, no plural, não combina com o o do núcleo do sujeito correção. O certo seria: sem que alguma correção seja necessária na trajetória cambial(circunstância de lugar=onde).
d)     Na letra d, não temos problemas de concordância verbal. Sujeito e verbo estão no plural.  Em abrindo espaços , também não há problemas, pois espaços é complemento de abrir e não interfere na concordância.
e)     Aqui também não há problemas com os verbos no singular, pois os sujeitos :País e economia também estão no singular.
Conclusão: Os itens B, C, E estão corretos; os itens A e C apresentam problemas de concordância.
3) (FUVEST) Num dos períodos seguintes não se observa a concordância prescrita pela gramática. Indique-o
A) Não se apanham moscas com vinagre.
B) Casamento e mortalha no céu se talha.
C) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
D) De boas ceias, as sepulturas estão cheias.
E) Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lugar lhe vêm.
Comentário: também aqui, basta colocar a frase na ordem direta e o resultado aparece.
a)                 Moscas não se apanham com vinagre.  Correta.
b)                 Casamento e mortalha se talham no céu.  Incorreto: talha. Com o sujeito composto, o verbo deve ir ao plural.  Incorreta
c)                  Correta: sujeito pronome indefinido quem, verbo na terceira pessoa do singular.
d)                 As sepulturas estão cheias de boas ceias.  Correta
e)                 Quem não tem cabras e vende cabritos, (estes) vêm de algum lugar.  Correto. Idem letra C.
Obs: conforme Houaiss, pronome indefinido é o: “pronome que se refere à terceira pessoa de modo indeterminado, p.ex.: algo, alguém, algum, outro, qualquer, outrem, nada, ninguém etc.”  Além disso: “o pronome indefinido pode ser usado em frases interrogativas, p.ex.: quem chegou? quantos vencerão? qual é o seu carro?” (Houaiss, ver verbete pronome). Nesses casos, ele é denominado de pronome interrogativo.
Nos itens, C e E, em nosso entendimento, quem é pronome indefinido.  Nestes casos, o pronome serve de sujeito das orações e o verbo, naturalmente, fica na terceira pessoa do singular.  Para confirmar, basta trocar quem por outro indefinido: Alguém ama o feio e bonito ele parece; alguém cria cabras.
Sacconi nos dá duas explicações interessantes sobre concordância dos indefinidos e interrogativos
a)                 Quando o pronome indefinido ou interrogativo está no plural, seguido de um pronome pessoal também no plural, o verbo concorda com o pronome pessoal:
Quais de nós suportaríamos uma situação daquelas?
Quantos de nós estaremos vivos amanhã?
b)                 Porém, se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular como sujeito, o verbo ficará no singular:
Quem de vós suportará uma situação daquelas?
Quem de nós estará vivo amanhã?
Alguém estará vivo amanhã?
A bem da verdade, é a regra básica: sujeito simples no singular, verbo no singular; sujeito simples no plural: verbo no plural.  O detalhe é que o sujeito é um pronome.
Se houver dúvidas , releia o item 2.2.3; vá a uma gramática e anote o que é pronome indefinido e interrogativo.
4 – (UB-MG) – Nas duas margens, ………. relva abundante; contudo, lá onde ………. ervas perigosas, no matagal, é que ………. os bois e os cavalos.

a) crescem – existem – pastavam.
b) cresce – existem – pastavam.
c) cresce – existe – pastava.
d) cresce – existe – pastavam.
e) crescem – existe – pastava.
Comentário
Para facilitar a resposta, o mesmo procedimento deve ser realizado: colocar a frase na ordem direta.  Assim, escapamos das ciladas.  Vejamos
Sujeito: (a) relva abundante
Verbo: cresce
Adjunto adverbial de lugar: Nas duas margens.  (onde?)
Sujeito: ervas perigosas
Verbo: existem
Adjunto adverbial: lá;
Sujeito: os bois e os cavalos
Verbo: pastavam
Adjunto Adverbial: no matagal
Conclusão: (a) relva abundante cresce nas duas margens; contudo, onde ervas perigosas existem, lá, é que os bois e cavalos pastavam, no matagal.  Resposta: letra B;

TERCEIRÃO - EXERCÍCIOS BÁSICOS SOBRE CONCORDÂNCIA VERBAL

Faça a concordância verbal correta:
 01.  Cratéus [são / é] uma cidade cearense.
 02. Os Estados Unidos [é / são] um país desenvolvido.
03. Metade das alunas [fez / fizeram] o dever de casa.
04. Um bloco de foliões [animavam / animava] a festa de carnaval ontem.
05. Uma porção de pessoas [surgiram / surgiu] do nada.
06. Um bando de ladrões [roubou / roubaram] as casas de praia.
07. A maior parte dos recursos se [esgotou / esgotaram].
08. O povo [aplaudiu / aplaudiram] o candidato.
09. A multidão [invadiu / invadiram] o campo de futebol.
10. A turma [gostou / gostaram] da aula de anteontem.
11. Minas Gerais [são / é] uma bela cidade do sudeste do país.
12. Os Andes [fica / ficam] na América do Sul.
13. A maior parte dos carros [tinham / tinha] defeitos.
14. O bando [fuçava / fuçavam] o cofre à procura de dinheiro.
15. A maioria [está / estão] contra o aumento dos impostos.
16. Foram nós quem [levamos / leva] o prejuízo com esse produto.
17. Os Lusíadas [tornaram / tornou] Camões famoso.
18. Os Imigrantes [agradou / agradaram] as pessoas que ali estavam.
19. O pessoal não [gostaram / gostou] do carro.
20. Fui eu quem [enviei / enviou] o dinheiro.
21. Vossa Senhoria [está / estais] saindo agora?
22. Vossa Senhoria me [entendeu / entendestes] mal quanto a esse assunto.
23. Vossa Excelência se [complicaste / complicou].
24. Vossa Senhoria [continuais / continua] irritado com ela?
25. Os cardumes [subiam / subia] o mar.
26.  Boletins nunca [teve / tiveram] acento gráfico.
27. A multidão [vociferava / vociferavam] ameaças à autoridade.
28. Uma equipe de policiais [prendeu / prenderam] os malfeitores quando [ saia/ saiam] do banco.
29. [Chegava / Chegavam] à multidão de imigrantes ao país.
30. Mais de duas mil pessoas [acertaram / acertou] na mega sena.
31. Mais de uma aeronave [caíram / caiu] mês passado.
32. Alguns de nós [viveremos / viverão] até esse ano.
33. Mais de um funcionário público [foram / foi] exonerado(s) do cargo.
34. Mais de uma pessoa se [desacatou / desacataram].
35. As férias dela [é / são] um período de descanso.
36. Períodos [é / são] o sujeito da oração.
37. Preocupação [é /são] coisa que ela não tem.
38. Metade das maçãs [estava / estavam] em excelente estado(s).
39. Nenhum de nós [entendíamos / entendia] isso.
40. Mais de um político se [xingava / xingavam].
41. Quais de vocês me [faria / fariam] essa gentileza.
42. Nenhuma de nós o [viu / vimos]hoje aqui.
43. O São Francisco [correm / corre] para o mar.
44. Foram eles quem [datilografou / datilografaram] a carta.
45 Fomos nós que [pichou / pichamos] a parede da residência.
46. Fui eu que [espalhei / espalhou] as fofocas.
47. Vossa Excelência [agiu / agistes] com cuidado.
48. Montes Carlos [se localizam / se localiza] em Minas Gerais.
49. Estados Unidos [possuem / possui] grandes jazidas de minérios.
50. Os Três Mosqueteiros [são / é] de Alexandre Dumas.

Gabarito
1.é  2.são  3.fez/fizeram 4.animava(am)  5.surgiu(ram)   6.roubou(ram)  7.esgotou(aram)
8.aplaudiu 9.invadiu10.gostou 11.é 12.ficam 13.tinha(m) 14.fuçava 15. está 16.leva(mos) 17.tornaram 18.agradou 19.gostou 20.enviei/enviou 21.está 22.entendeu 23.complicou 24.continua 25.subiam  26.teve 27.vociferava 28.prendeu(ram) 29.chegava 30.acertaram 31.caiu 32.viveremos/viverão 33. foi  34. desacataram 35. é 36.é 37.é 38.estava(am) 39.entendia 40.xingavam 41.fariam 42.viu 43.corre 44.pichamos 46.espalhei 47.agiu 48.localiza 49.possui 50.são

SUGESTÕES DE TEMAS DE REDAÇÃO ENEM


O Exame Nacional do Ensino Médio – Enem – de 2016 será realizado nos dias 05 e 06 de novembro, ou seja, faltam exatos 39 dias para a prova de Linguagens e Códigos e para a tão esperada prova de Redação. Há menos de 40 dias do exame, está na hora de revisarmos quais são os possíveis temas deste ano.
Tendo em mente a complexa elaboração e logística do exame, que deve ser produzido, testado, impresso e distribuído para os locais de aplicação de prova por todo o Brasil, o tema da proposta de redação do Enem 2016 já está definido há algum tempo, no mínimo, desde o mês de julho.
Levando isso em consideração, os candidatos devem pesquisar quais foram os assuntos relevantes para a sociedade brasileira ao longo do 1º semestre de 2016 e do 2º semestre de 2015 e buscar informações consistentes sobre eles, além de análises profundas a fim de se informar e de estar preparados para o momento da prova de redação.
Nesta coluna, já publicamos textos sugerindo alguns temas, trazendo uma análise detalhada sobre eles. Vamos recordar?

Homofobia na Escola

Acreditamos que o assunto “homofobia” e temas como “combate à homofobia”, por exemplo, é um tema possível para a proposta de redação do Enem 2016. Infelizmente, a discriminação e o preconceito sofridos por homossexuais, transexuais, travestis e bissexuais, ou seja, pela comunidade LGBT, ainda são violências persistentes no Brasil que devem ser combatidas. 

Envelhecimento Populacional

O Brasil está envelhecendo e, segundo pesquisas,daqui a alguns anos, será um país majoritariamente idoso. O que devemos mudar na infraestrutura social para cuidarmos bem dos cidadãos mais velhos, que estão na terceira idade? Qual será o impacto desse envelhecimento? 

Trabalho Escravo no Brasil no Século XXI

A escravidão foi abolida no nosso país em 1888; fomos os últimos a assinar a Lei Áurea, mas, em pleno século XXI, ainda existe trabalhos análogos à escravidão no Brasil que vitimizam crianças, adultos, homens e mulheres. 

Cultura do Estupro no Brasil

Neste ano de 2016, casos de estupros coletivos foram destaques na imprensa e muito se falou sobre a cultura do estupro, isto é, uma cultura patriarcal e machista que culpabiliza a vítima e justifica o agressor ou o estuprador.

Esporte e Prática de Atividade Física no Brasil

Com a realização das Olimpíadas, temas como esporte e prática de atividade física foram debatidos por toda a sociedade brasileira como um meio de inclusão social e combate ao sedentarismo e à obesidade. V

Projeto Escola Sem Partido

O Projeto Escola Sem Partido tem criado muitas polêmicas e discussões entre seus idealizadores e professores, educadores e gestores, incluindo aí também a sociedade como um todo. 

Zika Vírus no Brasil

A epidemia de Dengue e do Zika Vírus, seguido do nascimento de bebês com microcefalia, colocou a saúde brasileira em xeque no início de 2016. 

Refugiados no Brasil

Como podemos abrigar e receber adequadamente os refugiados sírios, por exemplo, que sonham em recomeçar suas vidas longe da guerra? 
Além dos temas já abordados por esta coluna, ressaltamos também:
  • Doação de Órgãos
  • Doação de Sangue
  • A Adoção no Brasil – por casais homoafetivos e heterossexuais
  • A Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
  • A Questão Hídrica no Brasil – desperdício e falta de água

28 de setembro de 2016

DÚVIDAS


Essas dúvidas de PORTUGUÊS acompanham a vida de muita gente! Então, Vamos esclarecê-las já, sem rodeios.
MEIO-DIA E MEIA é a forma correta! Por quê? Trata-se da referência a 12ª (décima segunda) hora do dia + MEIA hora, ou seja, 12h + metade de uma hora.
A palavra MEIA é um numeral fracionário, que se refere à metade de um todo, de uma unidade. Por ser um numeral fracionário, deverá sempre estabelecer concordância com a unidade fracionada. Dessa forma, a unidade fracionada é a hora, um substantivo feminino: uma hora, meia hora.
Então, MEIO-DIA E MEIO jamais! Ok?
Agora, SÃO meio dia ou É meio dia? Bem, essa também é fácil. A segunda forma é a correta, isto é, É meio dia! Por quê? O verbo SER concorda com o numeral que o acompanha, assim: “São duas horas, São três horas…”. Veja que a partir de duas horas, inclusive, usa-se o verbo SER no plural por ser tratar de mais de uma unidade de hora. No entanto, antes disso, referindo a uma unidade de hora ou menos, usa-se o verbo SER no singular, assim: “É meio dia, É uma hora.”
Então, nada de dizer por aí “São meio dia ou São uma hora”!
E se for assim: “meio dia e vinte minutos?”. Fácil! O que prevalece são as horas em relação aos minutos: “É meio dia e vinte minutos”, “É uma hora e vinte e nove minutos”.

27 de setembro de 2016

AGENTE DA PASSIVA



Agente da passiva - Na voz passiva, é termo integrante da oração (que completa o sentido de outro) e indica o ser praticante da ação expressa pelo verbo. Equivale ao sujeito na correspondente voz ativa. Assim, na oração "Eu já li esse livro", "esse livro" é objeto direto e recebe a ação (ler) praticada pelo sujeito (eu). Na construção passiva, "Esse livro já foi lido por mim", o objeto direto da construção na voz ativa passa a sujeito, mas continua a receber os efeitos da ação verbal. O sujeito da construção ativa (eu) exerce, na passiva, a função de complemento com o nome de agente da voz passiva ou simplesmente agente da passiva e continua a expressar autoria da ação verbal. O pronome reto "eu", na condição de complemento, assume obrigatoriamente a forma oblíqua (mim). Dessa forma, o agente da passiva é "por mim". Outro exemplo: "César criou eficiente programa de computador". A construção passiva correspondente é "Eficiente programa de computador foi criado por César", onde a expressão assinalada é o agente da passiva.

UM TEXTO INFORMATIVO

  • Logo após o massacre, Mateen declarou ter agido em nome do Estado Islâmico, que mais tarde reivindicou a ação. Mesmo que se confirme a ligação do atirador com o grupo terrorista Estado Islâmico, o crime pode ser considerado um ato de homofobia, porque a boate Pulse era conhecida por ser frequentada pelo público LGBT. Depois do atentado, o presidente americano Barack Obama afirmou: "O lugar onde foram atacados é mais que uma casa noturna – é um lugar de solidariedade e empoderamento onde pessoas se reúnem para se informar, se expressar e lutar por seus direitos civis".
    A palavra “homofobia” surgiu na década de 1960, deriva do grego e significa “medo ou terror de iguais”. Entende-se por homofobia a discriminação (e demais violências daí decorrentes) contra pessoas em função de sua orientação sexual e/ ou identidade de gênero.
    Pessoas homofóbicas sentem grande desconforto e intolerância quando pensam em homossexualidade. Motivada pelo preconceito, a homofobia pode levar a violência física, institucional, psicológica e sexual contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais.

    Brasil e os crimes de homofobia

    A população LGBT constitui um grupo vulnerável, sendo alvo de inúmeras violações de direitos humanos em muitas partes do mundo. Em vários países, o afeto e as relações sexuais consentidas entre adultos do mesmo sexo são consideradas crime e punidas com prisão ou até com a pena de morte.
    O Brasil é um dos países mais perigos para gays, lésbicas e transexuais. Em média, uma pessoa LGBT é morta a cada 27 horas. Segundo dados da organização Grupo Gay da Bahia, nos últimos quatro anos e meio, 1,6 mil pessoas morreram em ataques homofóbicos no país. Os números de mortes foram coletados com base em registros policiais e notícias. Em 2015, 318 pessoas foram mortas vítimas de homofobia.
    Dados da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal revelam que, em 2013, foram registradas 1.965 denúncias de 3.398 violações relacionadas à população LGBT. O número pode ser ainda maior devido ao elevado índice de subnotificação (casos que não são relatados para a polícia). As denúncias incluem espancamentos, agressões e até os chamados “estupros corretivos”.
    Proporcionalmente, as travestis e transexuais são as mais vitimizadas, apesar da população ser considerada pequena. O risco de uma “trans” ser assassinada é 14 vezes maior que um gay. Segundo a rede Transgender Europe, mais da metade dos homicídios registrados contra transexuais do mundo ocorrem no Brasil. De 2008 a 2015, ocorreram no Brasil 802 casos. Um dos motivos é que o grupo está em maior situação de vulnerabilidade social e marginalização.

    Direitos e Leis

    Em 2016, o IBGE identificou 67 mil casais homoafetivos vivendo juntos no país. Os números podem ser bem maiores, considerando que nem todos LGBT se declaram homossexuais nas pesquisas.
    Nas últimas decádas, a visibilidade da população LGBT no Brasil é cada vez maior. A Parada Gay de São Paulo é hoje considerada a maior do mundo. E cada vez mais empresas estão apresentando seus produtos em propagandas que mostram casais formados por dois homens ou duas mulheres, para refletir os novos arranjos familiares.
    No campo jurídico, o casamento homoafetivo é estendido a todo o Brasil desde 2013, quando entrou em vigor a Resolução 175, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que determina que cartórios de todo o país não podem se recusar a celebrar casamentos civis de pessoas do mesmo sexo. Antes disso, já havia decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que reconhecem que o cidadão deve ter direitos civis iguais.
    O país, no entanto, está longe de acabar com o preconceito e a violência contra o público LGBT. São comuns relatos de casais do mesmo sexo que enfrentam diariamente constrangimentos e não se sentem seguros em manifestar o afeto em bares, restaurantes e locais de comércio. Nas ruas, enfrentam o assédio e ameaças verbais; no trabalho e nas escolas, adolescentes e jovens muitas vezes são vítimas de bullying.
    Diversos países adotam leis específicas contra crimes de ódio, aqueles cometidos quando o criminoso seleciona intencionalmente a sua vítima em função de esta pertencer a um certo grupo. Na Espanha, Suécia, Canadá e Inglaterra, por exemplo, o Código Penal prevê punições para crimes motivados pelo ódio e incluem a orientação sexual na lista de motivações da violência.
    A lei nº 7.716 decreta que serão punidos “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Movimentos sociais buscam incluir na Constituição outros tipos de crimes de ódio e que atentam contra a dignidade humana.
    Apesar dos recentes avanços nos direitos LGBT, a prática da homofobia não é tipificada como crime no Brasil. Projetos de leis nesse sentido foram apresentados no Congresso Nacional e buscam criminalizar as manifestações de homofobia e os crimes de ódio contra os homossexuais.
    Defensores dessas propostas entendem que a Constituição tipifica crimes de intolerância, aqueles praticados por preconceito ou discriminação. Mas na legislação ainda não há enquadramento específico para a discriminação sexual, ao contrário da lei que pune crimes raciais, por exemplo. Como não há uma lei que determine a homofobia como crime, não existe punição. Uma lei específica poderia ajudar no combate a essas agressões e ter uma função “educativa” ou que seja um instrumento de prevenção.
    A lei 7716/89 deu à prática do racismo a tipificação de crime inafiançável e definiu como crime, dentre outras questões, quando a pessoa negra é proibida de entrar em locais públicos ou quando alguém tenta impedir, por qualquer meio ou forma, o casamento ou a convivência familiar e social em razão da cor da pele.
    Em 2006, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto da deputada Iara Bernardi que criminaliza a homofobia. O PLC (projeto de lei complementar) 122 alterava a Lei do Racismo, que prevê punição para discriminação ou preconceito por causa de raça, cor, etnia, religião ou nacionalidade. Para esses crimes, a pena pode chegar a cinco anos de prisão. Caso houvesse a aprovação da proposta, seriam incluídos na lei crimes de ódio por gênero, sexo, orientação sexual ou identidade sexual. Porém, em 2015 a PLC-122 foi arquivada ao chegar ao Senado.
    A tentativa de criminalizar homofobia pode voltar por outras propostas legislativas. Um dos mais recentes é o projeto de autoria da deputada Maria do Rosário, que tipifica crimes de ódio e intolerância contra diferentes grupos.
    Grupos evangélicos e cristãos estão entre os principais críticos de leis que criminalizam a homofobia, alegando que elas poderiam impor uma “mordaça” aos líderes religiosos ao ameaçar a liberdade de expressão dos fieis. Outro argumento é que já existem leis que punem homicídios e agressões físicas no Brasil. Porém, esse pensamento não leva em conta as formas de violência mais sutil, como a verbal e a psicológica.

    Motivações da Homofobia

    A orientação sexual se refere a desejos e atrações sexuais de um indivíduo. No passado, a homossexualidade já foi considerada uma doença. Hoje, o Conselho Federal de Psicologia a entende como uma variação normal da orientação sexual humana. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde tirou a homossexualidade da lista de doenças ou transtornos.
    A homofobia tem raízes na cultura da nossa sociedade. Tradicionalmente, a nossa cultura se assenta numa estrutura “heteronormativa”. O termo significa que a norma, o padrão ou o considerado “normal” em uma sociedade é que a pessoa seja heterossexual (sinta atração pelo gênero oposto). Nesse sentido, todas as outras formas de variações de comportamento e orientação sexual seriam consideradas “antinaturais”, como o homossexual (aquele que sente atração pelo mesmo gênero), o bissexual (atraído pelos dois gêneros) ou o assexual (que não tem desejo sexual).
    Pessoas homofóbicas acreditam que a heteronormatividade é o correto, e quando elas são confrontadas com outras formas de sexualidade, não as toleram e podem sentir raiva, vontade de agredir o outro ou aversão total à aprovação de direitos individuais LGBT. Ou seja, não se trata apenas de aceitar ou não uma orientação sexual, mas de se colocar de maneira hostil e agressiva a ela, sem o respeito ao outro e às diferenças.
    Casos extremos de homofobia trabalham com a “lógica do extermínio” e podem ser comparados ao sentimento de terroristas muçulmanos quererem matar ocidentais porque não têm as mesmas crenças. Ou ainda, ao preconceito de brancos contra negros durante o período do apartheid na África do Sul, que acreditava na divisão racial.

    Pontos-chave

    - Homofobia é a discriminação (e demais violências daí decorrentes) contra pessoas em função de sua orientação sexual e/ ou identidade de gênero.
    - O Brasil tem uma morte de LGBT a cada 27 horas. Segundo dados da organização Grupo Gay da Bahia, nos últimos quatro anos e meio, 1,6 mil pessoas morreram em ataques homofóbicos no país. 
    - No Brasil, apesar dos recentes avanços em direitos LGBT, a prática da homofobia não é tipificada como crime.

TEMA DE REDAÇÃO

A ONU indica que o bônus demográfico está ocorrendo atualmente em 59 países - entre eles o Brasil. Para a organização, a proporção de jovens na população mundial atingiu seu auge. Existem 1,8 bilhão de jovens no mundo, sendo que 87% deles vivem nos países em desenvolvimento. Uma força trabalhadora que poderia fazer a diferença. 
Sob o ponto de vista da economia, um período de bônus demográfico significa que um país tem mais força de trabalho do que pessoas inativas. Ou seja, há um excedente de pessoas para produzir e pagar impostos e assim alavancar o crescimento econômico. 
Uma população jovem pode servir de combustível para a industrialização e a geração de riquezas. O crescimento da economia aumenta a renda da população e, assim, amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores condições de vida. 
Outro fator é o aumento na quantidade de poupança e capital na economia. A acumulação de poupança cresce com a idade e chega a seu ponto mais alto nas idades próximas à aposentadoria. Com o crescimento da população ativa, aumenta a quantidade de dinheiro para investir no futuro. 
Países asiáticos como a China, o Japão, a Coreia do Sul e Cingapura aproveitaram o período de bônus demográfico e experimentaram momentos elevado crescimento econômico entre 1960 e 1990. A região teve a transição demográfica mais rápida e marcante da história. Nunca antes houve um grupo tão grande de países que manteve o crescimento de suas economias tão elevado e por tanto tempo.
Uma vez que essa população envelhece, as novas gerações tendem a ser menos numerosas e a base da pirâmide demográfica se afunila cada vez mais. No Brasil, as previsões apontam a década de 2030 como o período em que os efeitos do bônus começariam a se dissipar e a população se tornar mais envelhecida. A faixa dos mais velhos ultrapassará a dos mais novos. Depois, a pressão sobre os gastos de saúde e previdência social vão aumentar cada vez mais. 
O futuro do mundo vai depender de como os países serão governados e como vão criar um ambiente favorável para o crescimento. Ou seja, sem uma estrutura econômica e política sólida para apoiá-lo, o bônus demográfico não pode ser plenamente realizado.
Economistas acreditam que a melhor forma de aproveitar esse momento é investir em educação, na capacitação profissional e estimular novas oportunidades de emprego para os jovens. 
E quando o cenário não está propício para a economia? Países com recursos limitados ou economias frágeis enfrentam desafios de atender à crescente demanda por empregos e oportunidades de geração de renda para os milhões de pessoas que se aproximam da idade ativa.
No Brasil, o problema atual é a estagnação da economia. Em 2015, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial afirmaram que o país "perdeu a oportunidade de fazer crescer a economia com o impulso do bônus demográfico". Os economistas dessas instituições acreditam que precisamos fazer reformas para aumentar a produtividade e corrigir desequilíbrios nas finanças públicas.
A ONU alerta que o bônus demográfico é uma janela de oportunidade única na história. Mas, infelizmente, em muitos lugares, a população jovem tem sido tratada mais como um problema do que como uma solução.

A geração “nem-nem” 

O Brasil tem 10 milhões de jovens que não estudam nem trabalham. São os chamados jovens da geração “nem nem”. Segundo o IBGE, esse público representa 16% dos brasileiros entre 17 e 22 anos. 
Quase 30% deles não chegou a completar o ensino fundamental e abandonou a escola. Quando conseguem estudar até o ensino médio, a evasão também é alta - 55% não concluíram o ensino médio.
O problema atinge mais os jovens de baixa renda. Cerca de 70% dos “nem nem” estão entre os 40% mais pobres do país, morando em domicílios com renda per capita de até meio salário mínimo. 
A evasão escolar pode ser explicada por várias razões, como a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a família, a falta de perspectiva de vida e a gravidez precoce. 
As maiores representantes do grupo “nem nem” são adolescentes que tiveram filhos cedo. De cada 10 pessoas de 15 a 29 anos que se encontram nessa situação, sete são mulheres. Entre elas, 58,4% têm um ou mais filhos. E por causa do casamento e da maternidade, muitas mulheres deixam de trabalhar e estudar. 

O inverso ocorre na Europa 

A Europa já pode ser considerada como um continente de idosos. Lá o fenômeno é inverso: a população mais velha supera os jovens em idade ativa. Em alguns países, o número de nascimentos de bebês está em queda e não tem superado o número de mortes. 
A Itália é um exemplo claro de envelhecimento. A população com mais de 60 anos (27% do total) supera o número de pessoas com idade inferior a 20 anos. Na Alemanha, a previsão é de que em 2050 a porcentagem de moradores com mais de 60 anos chegue a 39%. 
O problema é que os idosos custam mais do que os jovens, principalmente em cuidados médicos. A população está envelhecendo e essas nações terão dificuldade para arranjar mão de obra ativa para sustentar seus aposentados e deixar o caixa da previdência em uma situação de equilíbrio. 
A tendência dos países europeus é aumento de impostos e corte nos gastos públicos, a chamada “política de austeridade no orçamento”. No longo prazo, a maior carga tributária somada a um corte das ajudas sociais deve contribuir para aumentar o custo de vida, a pobreza e a exclusão social. 
COM BASE NOS TEXTOS, ESCREVA UMA REDAÇÃO DISSERTATIVA ARGUMENTATIVA, ABORDANDO OS PROBLEMAS QUE PODERÃO ADVIR EM PAÍSES EM QUE HAJA UMA POPULAÇÃO COM PERCENTUAL SUPERIOR DE IDOSOS?
DÊ UM TÍTULO AO SEU TEXTO.

25 de setembro de 2016

TEXTOS ...TEXTOS...TEXTOS

Como Interpretar Textos

Antes de iniciarmos a estudar a Interpretação de textos, vamos ler com atenção esta crônica da gaúcha Martha Medeiros.

 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 

Semana passada, o escritor  Mário Lago confessou que não conseguiu entender uma questão que interpretava um texto seu numa prova de vestibular. Mário toca aqui.

Aconteceu o mesmo comigo. Alguns anos atrás, uma universidade do Rio Grande do Sul incluiu uma crônica de minha autoria numa prova para que os vestibulandos a interpretassem. Eram algumas questões sobre um texto escrito por mim ,logo, achei que tiraria de letra. Peguei uma caneta, li as alternativas e fiquei boiando. Não entendi uma vírgula do que "aquela louca" queria dizer.

Quem está do lado de cá, escrevendo, não imagina o que pode passar pela cabeça de quem está lendo. Na nossa ingenuidade, supomos que não há nada para ser interpretado.  A pergunta mais incômoda para um escritor é " o que você quis dizer com aquilo que escreveu"? 

Puxa, a gente se digladia diante do computador para ser simples, objetivo, encontrar o verbo que melhor  explica nosso sentimento, e ninguém entende lhufas. Dá vontade de desistir de tudo e vender pastel em Imbé. 

Sei que a interpretação ajuda o aluno a pensar, concluir, avaliar, ler nas entrelinhas.Muita gente é adepta da leitura dinâmica: lê como se estivesse vendo. Não dá. Há escritores herméticos, que necessitam de atenção redobrada e um olhar mais astucioso sobre cada parágrafo. Há inventores de uma nova gramática. Há os que escrevem em código. Há aqueles que deixam quase tudo subentendido. Há os escritores neuróticos. Os que camuflam de tal modo as suas ideias, que nem eles mesmos sabem o que querem dizer. A questão é: valerá o esforço de interpretá-los?

Eu reluto diante da ideia de que é preciso ensinar alguém a pensar sobre o que está sendo lido. Podemos e devemos estimular o hábito da leitura, mas toda obra é aberta e permite várias reflexões. A maioria dos escritores, até onde eu sei, não fica tentada a criar charadas quando escreve. Ao contrário, a busca é pela comunicação, pela partilha de ideias e emoções. Pode-se fazer isso de forma densa, profunda, corrosiva, enigmática e, ainda, ser claro.

Toda interpretação de texto se dá através da sensibilidade de quem escreve e de quem lê.O resto é teoria.


A interpretação de textos é de fundamental importância para concursos. Você já se perguntou por quê?

Há alguns anos, as provas de Português, nos principais concursos do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a uva".

Os tempos são outros e, dentro das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral, seja escrito.

Nesse sentido, todas as questões são extraídas de textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em função da mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical. Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos os textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas monotemáticas.

Dessa maneira, fica clara a importância do texto como objetivo último do aprendizado de língua.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

Quais são os textos escolhidos? 
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia e o conto são quase que exclusividade das provas de Literatura (que também trabalham interpretação, por evidente). Assim, seria interessante observar as características fundamentais desses produtos da imprensa.


Os Artigos

São os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem identificado o autor.

Essas opiniões são de expressa responsabilidade de quem as escreveu - chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada pela imprensa. Portanto, os temas são, quase sempre, bem atuais.

Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à redação escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.


Exemplo de Artigo
Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim deste milênio como centros culturais importantes seriam familiares às pessoas que viveram durante o final do século passado. O peso relativo de cada uma delas pode ter variado, mas as metrópoles que contam ainda são basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, Roma, Madri, São Petesburgo.


Os Editoriais
Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem a mesma estrutura dos artigos .

Todos os jornais e revistas têm esses editoriais. Os principais diários do país produzem três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará de política; outro, de economia; um outro, de temas internacionais.

A diferença em relação ao artigo é que o autor, o editorialista, não expressa sua opinião, apenas serve de intermediário para revelar o ponto de vista da instituição, da empresa, do órgão de comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da confiança do dono da empresa de comunicação. Os temas, por evidente, são a pauta do momento, os assuntos da semana.



As Notícias
Aqui temos outro gênero, bem diverso.
As notícias são autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também chamado de lide), o autor deve responder às cinco perguntinhas básicas do jornalismo: Quem? Quando? Onde? Como? E por quê?
A grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, quer dizer, não busca convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto que os jornalistas chamam de objetivo ou isento, despido de subjetividade e de intencionalidade.

Exemplo de Notícia 
O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a responder ontem à CPI do judiciário todas as perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição para permanecer calado sempre que era questionado sobre seus bens ou sobre contas no exterior.  


As Crônicas
Estamos diante da Literatura.
Os cronistas não possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles retratam a realidade subjetiva.
Se observarmos os jornais, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou economia, uma crônica de algum escritor, descolada da realidade, se assim lhe aprouver.
O jornal busca, dessa maneira, arejar essa página tão sisuda.
A crônica é isso: uma janela aberta ao mar.
Sobre a crônica, há alguns dados interessantes. Considerada por muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca teve status ou maiores reconhecimentos por parte da crítica.
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No entanto, é importante assinalar que os autores modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o caso de Luis Fernando Veríssimo, que ora trabalha uma crônica, com os personagens conversando em um bar, terminando por um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por exemplo. Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo, revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz uma crônica sobre o quotidiano.



Exemplo de Crônica

O mulherão

Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira,1,80m,siliconada,sorriso Colgate.Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer, Letícia Spiller,Malu Mader,Adriane Galisteu,Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina. 
Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana .Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite. 

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia. 
LUMAS,BRUNAS,CARLAS,LUANAS E SHEILAS: mulheres nota dez no quesito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA.
Martha Medeiros 


A interpretação serve para a Química!
Responda rápido a uma pergunta:

  O que há em comum entre os aprovados nos primeiros lugares? Será que possuem semelhanças?

  Sim, de fato, o que os identifica é a leitura e a curiosidade pelo mundo que os cerca. Eles leem bastante e leem de tudo um pouco.
As instituições de ensino superior não querem mais aquele aluno que decora regrinhas. Elas buscam o cidadão que possui leitura e conhecimento de mundo. Nesse aspecto, as questões, inclusive das provas de exatas, muitas vezes pedem criticidade e compreensão de enunciados.Quantas vezes você não errou uma questão de Física ou de Biologia por não entender o que foi pedido. Pois estamos falando de interpretação de textos.
A leitura e a interpretação tornam-se, dessa maneira, exigência de todas as disciplinas. E não pense que essa capacidade crítica de entender o texto escrito (e até falado) é exclusividade do vestibular. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência.


DICAS PARA INTERPRETAR

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01.Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 
03. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 
04. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 
05. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 
06. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 
07. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 
08. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 
09. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
10. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. 








Não se esqueça:" O que está escrito, escrito está." 




A prova de Língua Portuguesa exige muita atenção, muita concentração; assim evita-se ler ou interpretar equivocadamente o comando das questões.

 Interpretação de Texto – consiste em saber o que é importante para a análise de textos:  

1.Não extrapole ao que está escrito no texto. Muitas vezes , por se tratar de fatos reais, o candidato interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente às informações que estão relatadas. 
2.Não valorize apenas uma parte do contexto. O texto deve ser considerado como um todo, não se atenha à parte dele. 
3.Sublinhe as palavras-chave do enunciado, para evitar de entender justamente o contrário do que está escrito. Leia duas vezes o comando da questão, para saber realmente o que se pede. Tome cuidado com algumas palavras, como: pode, deve, não, sempre, é necessário, é obrigatório, correta, incorreta, exceto, erro, etc.  
4.Se o comando pede a ideia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro ou no último parágrafo - introdução e conclusão. 
5. Se o comando busca argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários , no desenvolvimento. 
6. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 
7.Tomar cuidado com os vocábulos relatores, os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc. 
8.A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. 
9.Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto. E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova. 
10.Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita. 
11. Se as alternativas forem muito parecidas grife com o lápis a parte que é diferente. Nosso cérebro trabalha melhor com uma quantidade menor de informações de cada vez. Grifando as partes diferentes você irá focar apenas na parte que é diferente, já que a parte que é igual não irá determinar a alternativa correta. Veja nas alternativas abaixo e entenderá o que quero dizer:
a) O suspeito chegou ao escritório às 9 da manhã.
b) O suspeito deixou ao escritório às 9 da manhã.
c) O suspeito deu uma saída às 9 da manhã mas voltou logo em seguida.
d) O suspeito ficou no escritório por 9 horas.
Agora que já grifou a parte diferente, precisa voltar ao texto e ver se há referência à manhã (se não houver, já elimina a, b e c, sobrando apenas d); se retornou (elimina a, b, d e sobra c); e assim por diante. 
12- Responda primeiro o que sabe. Ficar perdendo tempo com questões mais difíceis fará com que acabe errando as mais fáceis. Nosso emocional pode nos ajudar ou atrapalhar e nós é que decidimos o que vai ser. Leia e se não conseguir achar a resposta, marque um “x” ao lado das questões que não consegue responder de primeira, responda as outras e siga assim, “pulando” e marcando as mais difíceis e resolvendo as mais fáceis. Quando terminar com as fáceis, retorne às difíceis, se não puder responder, reduza a duas alternativas e chute. Se você não sabe não há como descobrir a resposta. 
13- Mantenha a calma. Não importa se o texto é longo, se é difícil, se há muitas questões. Desesperar-se só irá causar um bloqueio mental que o fará errar tudo e provocará o famoso e temido “branco”. Melhor responder calmamente (e corretamente) 70% das questões e chutar as outras (se não der tempo de resolver todas) do que fazer tudo às pressas e se enrolar todo. 
14- Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original).
Veja o exemplo:
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.
A frase parafraseada é:
a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me olhou.
b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona.
c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar.
d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar também.
Resposta: Letra C.