NO INICIO DO BLOG

24 de janeiro de 2019

DÚVIDAS

  • Será que os dois termos estão corretos
 
verbo manter pode gerar muitas dúvidas, mas a verdade é que as duas formas de conjugação estão certas. A diferença é que o termo “mantém”, com acento agudo, indica que o verbo está no singular. Já o termo “mantêm”, com acento circunflexo, indica que ele está no plural. 

Verbo manter no presente do indicativo: 

Eu mantenho 
Tu manténs 
Ele mantém
Nós mantemos 
Vós mantendes 
Eles mantêm 

Exemplo de uso

Ele mantém o estudo em dia 
Eles mantêm o estudo em dia 
 

 
Vale lembrar que o verbo vai sempre concordar com o sujeito da oração. Quando usamos “ele” (3ª pessoa do singular), precisamos colocar o acento agudo. Já quando aparecer “eles” (3ª pessoa do plural), usamos o verbo manter com o acento circunflexo. 
Atenção: não caia na pegadinha de concordar com o complemento da frase 
“Ele mantêm os estudos em dia” – está errado!
Apesar do termo “os estudos” aparecer flexionado no plural, o verbo precisa concordar com o sujeito da oração – no caso, “ele”. O certo seria: ele mantém os estudos em dia. 
 
O mesmo aconteceria se nós escrevêssemos “eles mantém o estudo em dia”. Está tudo errado. Precisamos substituir por: eles mantêm o estudo em dia. 
O verbo manter não é o único que conta com a variedade de acentos. Veja alguns exemplos que possuem a mesma regra: 
VerboSingularPlural
Manter MantémMantêm
ConterContémContêm
ReterRetémRetêm
ProverProvémProvêm
AdverAdvémAdvêm

DÚVIDAS



Entenda cada situação e não corra o risco de escorregar no Português 
 
 
Na regra geral da concordância verbal, nós sempre temos um verbo que concorda com o sujeito em “pessoa” e “número”. Ou seja, nós devemos dizer: o aluno estudou, os alunos estudaram ou, até mesmo, o aluno e o professor estudaram. 
 
Podemos perceber que se o aluno aparece no singular na frase, o verbo também o acompanha no singular. Já se ele aparece no plural, o verbo também concorda no plural. 
 
Porém, nem sempre é tão simples assim. Existem vários termos que merecem a nossa atenção especial, já que eles são impessoais
 
“Quando eu digo que são impessoais, significa que eu não tenho ‘pessoa’ naquela oração. Se eu não tenho sujeito, não tem como eu realizar a regra geral”.
 
(desenho da regra geral) 
 
– Como eu vou saber qual termo é pessoal e qual é impessoal? Como faço para concordar?
Calma que a gente vai te ajudar. Separamos uma lista com alguns termos impessoais. Veja como fazer a concordância de cada um deles:
 
  • Expressões formadas pelos verbos: Chegar de/ Bastar de/ Passar de
  • Verbo Haver (no sentido de acontecer e existir) 
  • Verbo Fazer (quando indica tempo ou fenômeno da natureza)
  • Verbo Ser (quando indica uma data)
 
Um verbo ou uma expressão impessoal não possui sujeito. Sendo assim, fica facinho de identificar.
 
Antes de começar a explicar um por um, existe uma regra simples que se aplica para todos: Se o verbo é impessoal, ele deve aparecer sempre na 3ª pessoa do singular – mesmo que o resto da frase esteja no plural. 
 

 
Chegar de/ Bastar de/ Passar de
 
Como não teremos sujeito nessas frases, os verbos estarão sempre na 3ª pessoa do singular, ainda que os nomes da frase estejam no plural. 
 
Exemplos:  
Chega de exercícios
Chegam de exercícios 
 
Basta de mentiras 
Bastam de mentiras 
 
Já passa das três horas
Já passam das três horas
Perceba que usamos a palavra “exercícios” no primeiro exemplo – o termo assumiu a função de objeto da frase e está escrito no plural. Perceba, agora, que nós colocamos as expressões verbais no singular – isso aconteceu porque elas são impessoais e devem permanecer sempre na 3ª do singular. 
 
 
Verbo Haver 
 
Quando o verbo haver assume o sentido de “existir” e “acontecer”, ele também é impessoal. Isso significa que deve ficar sempre na 3ª pessoa do singular. 
 
Por exemplo: 
Houve muitos eventos no mês passado (sentido de acontecer)
Houveram muitos eventos no mês passado 
 
Haverá dias melhores (sentido de existir)
Haverão dias melhores
 
 
Verbo Fazer 
 
Quando o verbo fazer indica tempo ou fenômeno da natureza, ele também é impessoal. Ou seja, mesmo a frase estando no plural, ele deve permanecer na 3ª pessoa do singular. 
 
Por exemplo:
Faz anos que não o vejo 
Fazem anos que não o vejo 
 
Faz verões escaldantes no Nordeste 
Fazem verões escaldantes no Nordeste
 
 
Verbo Ser 
 
Já no verbo ser, a regra é facultativa – você pode escolher. Se ele estiver indicando uma data, você pode escrever tanto no singular quanto no plural. 
 
Exemplo: 
É dia dois de maio
São dois de maio
 
– Nossa, que diferente. Por que isso acontece? 
Porque existem termos subentendidos na frase. Seria a mesma coisa que dizer:
 
É (dia) dois de maio 
São dois (dias) de maio
 
Entendeu a diferença? Quando ele indicar datas, tanto faz usar singular ou plural, pois estará certo das duas maneiras. 

DÚVIDAS

Veja como usar corretamente os termos óculos, calças, férias, costas e saudade
Nem sempre falamos da maneira que os gramáticos gostariam. Isso porque, na maioria das vezes, nos confundimos com o uso adequado de cada termo de acordo com a Norma Padrão da Língua Portuguesa. O plural e singular é um exemplo de erro gramatical cometido com facilidade. 
Julho chegou e com ele as breves e merecidas férias escolares. Ops, pera aí. Devo dizer que peguei uma férias ou umas férias? 
Férias é um substantivo que deve ser usado sempre no plural. Pode reparar: nunca falamos “a féria”. Sendo assim, para fazer a concordância, devemos flexionar o complemento da frase para o plural. 
Fica assim: “As férias começaram ontem” (tudo no plural).
Caso você não queira usar dessa maneira porque a frase soa de uma forma que você não gostou, a alternativa é deixar claro que você vai falar sobre um período e usá-lo no singular. Por exemplo: Estou ansioso para entrar no meu período de férias
Simples, né? Mas todo ano essa palavrinha gera dúvida nos nossos alunos.

Mais casos de singular e plural

Existem outras palavras que também nos causam estranhamento: óculos, calças, costas e saudade. Você sabe dizer se devem ser usadas no singular ou plural? Teste seus conhecimentos e veja a explicação abaixo:

Plural e singular: Óculos

– Não acho meu óculos ou não acho meus óculos?
os óculos, meus óculos
 
Quem tem óculos vive perdendo por aí. Sempre que isso acontecer, devemos dizer que perdemos o óculos (no singular) ou os óculos (no plural)? 
Óculos é um substantivo masculino plural. Ele consiste num par de lentes que auxilia quem tem problemas de visão. Essas duas lentes são ligadas por uma armação.
Atenção: a junção delas compõe os óculos. Em outras palavras, são as lentes que juntas formam o par de óculos. Nos confundimos com frequência porque as lentes sempre estão interligadas.
Agora que você já sabe que o termo “óculos” deve ser escrito sempre no plural, lembre-se que o artigo nunca deverá ser no singular. Não estamos falando de um óculos, estamos procurando os óculos, tudo bem?

Plural e singular: calças

– Você já vestiu a sua calça?
Calça é o substantivo campeão em erros de concordância. Isso é muito comum porque ele segue a mesma lógica de pares simétricos. 
Quando nós colocamos a nossa roupa, estamos, na verdade, vestindo pares de calças e nunca uma calça somente. Dessa forma, devemos sempre utilizar esse termo no plural para realizar a concordância da frase.

Plural e singular: costas

– É costa ou costas?

 
Na verdade, os dois. As duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas, mas devem ser usadas em contextos totalmente diferentes. 
Costa, no singular, deve aparecer sempre que você quiser falar do litoral. Por exemplo: a costa litorânea do Brasil é muito extensa. 
Costas, no plural, deve ser usada sempre que você quiser se referir à parte posterior do corpo. Por exemplo: dormi muito mal e estou com dor nas costas.
– Nossa, mas como pode ser no plural se só temos uma?
Antigamente, dizer que estava com dor nas costas significava que a pessoa estava com dor nas costelas. Foi assim que surgiu a expressão e, justamente por isso, ela é usada até hoje no plural.  

Plural e singular: saudade

– Sinto muitas saudades de você!
Ao contrário de todas as dicas anteriores, saudade é um termo que deve ser usado sempre no singular. Isso acontece porque essa palavra é um substantivo abstrato
Não temos como falar com quantas saudades estamos de alguém. Por exemplo: de zero a dez, com quantas saudades você está? Não existe uma forma de contar. 
Como o próprio nome diz, é abstrato. Vale lembrar que essa mesma regra se aplica para palavras como ciúme ou felicidade

11 de janeiro de 2019

REGÊNCIA VERBAL

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que se seguem a ele e completam o seu sentido.
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos.
Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e suas respectivas explicações:
Exemplos de Regência verbal
Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposição em(morar em algum lugar).
No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige preposição (implicar algo, e não implicar em algo).
No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo direto.
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está correta.
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos. Alguns, conforme o seu significado, podem ter mais do que uma forma de regência.

1. Assistir

a) com o sentido de ver exige preposição:
Que tal assistirmos ao filme?
b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:
Sempre assistiu pessoas mais velhas.
c) com o sentido de pertencer exige preposição:
Assiste aos prejudicados o direito de indenização.
Tirinha de Calvin & Haroldo
No último quadrinho Calvin fala corretamente "assistir ao vídeo"

2. Chegar

O verbo chegar é regido pela preposição “a”:
Chegamos ao local indicado no mapa.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa.

3. Custar

a) com o sentido de ser custoso exige preposição:
Aquela decisão custou ao filho.
b) com o sentido de valor não exige preposição:
Aquela casa custou caro.

4. Obedecer

O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:
Obedeça ao pai!
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça opai!

5. Proceder

a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
Essa sua desconfiança não procede.
b) com o sentido de origem exige preposição:
Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar

a) com o sentido de objetivo exige preposição:
Visamos ao sucesso.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como verbo transitivo direto: Visamos o sucesso.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer

O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:
Esqueci o meu material.
No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu material.

8. Querer

a) com o sentido de desejar não exige preposição:
Quero ficar aqui.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
Queria muito aos seus amigos.

9. Aspirar

a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:
Aspirou todo o escritório.
b) com o sentido de pretender exige preposição:
Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar

O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com preposição:
Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir

O verbo ir é regido pela preposição “a”:
Vou à biblioteca.

12. Implicar

a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige preposição:
O seu pedido implicará um novo orçamento.
b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:
Implica com tudo!

13. Morar

O verbo morar é regido pela preposição “em”:
Mora no fim da rua.

14. Namorar

O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de preposição:
Namorou Maria durante anos.
"Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito.

15. Preferir

O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar

O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":
Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar

a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:
Chama o Pedro!
b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:
Chamou ao João de Mauricinho.
Chamou João de Mauricinho.
Chamou ao João Mauricinho.
Chamou João Mauricinho.

18. Pagar

a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:
Paga o sorvete?
b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:
Paga o sorvete ao dono do bar.