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28 de fevereiro de 2016

Ruyzão - temas para pesquisa 2016

Temas para pesquisa em 2016

Novo Acordo Ortográfico

Os estudantes de todos os níveis têm ouvido falar, já há algum tempo, sobre mudanças na Língua Portuguesa, resultantes de um Acordo Ortográfico assinado entre os países lusófonos (que têm o Português como idioma oficial). Esse acordo teve como objetivo unificar a grafia das palavras em todos esses países (Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Timor-Leste), de tal forma que os documentos e textos de um país não apresentassem variação em relação aos demais.
O Acordo começou a ser discutido na década de 1980 e chegou-se ao texto final em 1990, que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 1995, tendo sido promulgado pelo presidente Lula em 2008, para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2009. Ficou estabelecido também que até 2012 teríamos um período de adaptação, em que os dois registros seriam aceitos. O prazo de 2012 acabou sendo estendido até 1º de janeiro de 2016, portanto, a partir deste ano, todas as provas e concursos passarão a exigir que os candidatos empreguem a ortografia conforme as determinações do Acordo Ortográfico. (confira aqui o texto integral do Acordo:
As mudanças alteram itens como alguns casos de acentuação, emprego do hífen e supressão de letras mudas (em Portugal) e vamos tratar desses tópicos neste e nos próximos textos desta coluna. Comecemos pela acentuação.
Deixaram de ser acentuados:
  • Os ditongos orais abertos ei e oi na posição paroxítona:
    As-sem-blei-a; i-dei-a; ji-boi-a; he-roi-co
    (herói continua acentuado, pois o ditongo está na posição oxítona)
  • Os hiatos ee e oo:
    vo-o ; so-o; co-o; le-em; de-em, cre-em; ve-em
  • As vogais i e u dos hiatos, na posição paroxítona, precedidos por ditongo decrescente:
    Bai-u-ca; fei-u-ra
    (mas Pi-au-í, tu-iu-i-ús mantêm acento pois o hiato está na posição oxítona)
  • O u tônico de formas verbais rizotônicas (tem a sílaba tônica no radical)
    (tu) arguis, (ele) argui (antes ‘argúis’ e ‘argúi’)
  • Deixa de haver trema (¨) no u pronunciado e átono das sílabas gue, gui, que, qui:
    Linguiça, pinguim, frequente
  • O trema permanece nos nomes estrangeiros e palavras derivadas desses nomes
    Müller > mülleriano
  • Foram mantidos os acentos diferenciais apenas em
    Pôr (verbo) X por (preposição)
    (eles) têm X (ele) tem
    (eles) vêm X (ele) vem
    Pôde (pretérito perfeito do indicativo) X pode (presente do indicativo)
Nas próximas semanas, veremos mais mudanças estabelecidas pelo Acordo.

25 de fevereiro de 2016

Tema de redação




homofobia é a rejeição ou aversão aos homossexuais e, consequentemente, à homossexualidade e ela está presente, infelizmente, em todas as esferas de atividade humana, inclusive na escola, entre crianças e adolescentes, e deve ser combatida a fim de ser eliminada em nossa sociedade para vivermos respeitando as demais pessoas independente da orientação sexual.
A homofobia está presente nos mínimos detalhes do cotidiano. Referir-se à homossexualidade como homossexualismo, palavra com o sufixo –ismo que designa doença, é falta de informação, no mínimo, ou homofobia, já que a homossexualidade não é considerada uma doença. Homossexuais não são doentes.
Em relação ao ambiente escolar, segundo a pesquisa “Juventudes na Escola, Sentidos e Buscas: Por que Frequentam?”, realizada em vários Estados brasileiros ao longo do ano de 2013, o qual ouviu mais de 8 mil estudantes entre 15 e 29 anos, 19,3% dos estudantes de escolas públicas não gostariam de ter um colega de classe homossexual, travesti, transexual ou transgênero.
homofobia_escolasQuando as respostas de meninos e meninas são comparadas, os primeiros revelam ser mais conservadores em relação à orientação sexual e a identidade de gênero, já que preferem ter colegas de classe egressos do sistema prisional do que colegas de classe homossexuais ou travestis, por exemplo.
Já no que concerne o casamento entre pessoas do mesmo sexo, 52,5% dos jovens entrevistados são contrários ao novo arranjo familiar e isso é um problema para a escola que parece não saber lidar com essas questões.
Além disso, os alunos homossexuais, travestis, transexuais e transgêneros têm seu aprendizado prejudicado, já que o ambiente escolar não é favorável para a aprendizagem de pessoas que não são aceitas pelo grupo de estudantes e, assim, a escola torna-se mais um espaço de exclusão e não de inclusão.
Caso a proposta de redação do ENEM, em 2016, apresente como tema algo relacionado à homofobia nas escolas brasileiras, seria um grande avanço e uma ótima oportunidade de debate, assim como foi em 2015 com o tema a “violência contra a mulher”.

23 de fevereiro de 2016

Só Se Aprende a Escrever Escrevendo



Frequentemente publicamos artigos  reforçando a importância da prática como uma das principais estratégias de preparação para o exame nacional e demais vestibulares. E se para o aprendizado do conteúdo programático o treinamento já é de extrema importância, para redação é imprescindível.
Afinal, não há segredo, como afirma a frase que você provavelmente já deve ter lido/ouvido: “só se aprende a escrever escrevendo”.
No entanto, sabemos que para muitos alunos essa mensagem entra por um ouvido e sai pelo outro, de forma que a maioria ignora essa técnica de estudo simples e tão eficaz para melhora da escrita.
Nossa proposta é para que você não desperdice essa oportunidade de começar, agora mesmo, a criar o hábito de praticar frequentemente a escrita de redações, especialmente as dissertações argumentativas, que é o tipo textual exigido no Enem.
Como muitos ficam perdidos e não sabem de que maneira começar, recomendamos que acesse nossa página deprovas anteriores e experimente escrever uma redação para cada uma das propostas cobradas desde 2010, ano seguinte ao da reformlação do modelo do exame. Confira abaixo os seis temas que caíram nas últimas edições do Enem:
  • 2010 – O trabalho na construção da dignidade humana
  • 2011 – Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado
  • 2012 – Movimento imigratório para o Brasil no século 21
  • 2013 – Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
  • 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil
  • 2015 – A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
Ao lançar mão deste método de estudo, além de notar uma melhora incrível eu sua escrita, você também passará a conhecer e se adptar as características e exigências da redação do Enem, desde os temas atuais, passando pela coletânea com uma série de textos motivadores até chegar na proposta de intervenção social, que leva em conta o respeito aos direitos humanos.
Melhor ainda que apenas praticar é fazê-lo com o acompanhamento de um professor (a) especialista e que tenha experiência de sobra para orientá-lo durante sua preparação e conduzi-lo a uma nota excelente na redação

22 de fevereiro de 2016

Cespe

Língua Portuguesa  Interpretação de Texto
Com relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens que se seguem.
O termo ‘aí’ (l.18) tem como referente “Brasil” (l.17).
  • C.Certo
  • E.Errado

CESPE, interpretação

Língua Portuguesa  Interpretação de Texto
Conforme as ideias veiculadas no texto A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil,
o rompimento do monopólio do Sistema TELEBRAS ocorreu com vistas à adequação desse sistema às necessidades do mercado globalizado.
  • C.Certo
  • E.Errado

Crase Cespe - INSS

Julgue os itens que se seguem, relativos às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto II.
No trecho “Chama-lhe à minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego do sinal indicativo de crase.
  • C.Certo
  • E.Errado

Concurso INSS

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto I, julgue os itens que se seguem.
No trecho “refere-se tão somente à liberdade de ir e vir” (l.6), o emprego do sinal indicativo de crase deve-se ao fato de a locução “tão somente” exigir complemento antecedido pela preposição a.
  • C.Certo
  • E.Errado

Concurso INSS

Língua Portuguesa  Sintaxe  Crase
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto I, julgue os itens que se seguem.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse a expressão “a acusação” (l.10) por à acusação, pois, nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase é opcional.
  • C.Certo
  • E.Errado

Concurso INSS

Língua Portuguesa  Sintaxe  Crase
Acerca das estruturas linguísticas do texto A gestão pública adaptada ao novo paradigma da eficiência, julgue os itens subsecutivos.
Na linha 28, a correção gramatical do trecho seria mantida, caso se inserisse acento indicativo de crase no vocábulo “a” que compõe a locução “a cabo”.
  • C.Certo
  • E.Errado

Concurso INSS

No que se refere às estruturas linguísticas do texto acima e às ideias nele desenvolvidas, julgue os itens a seguir.
O sinal indicativo de crase em “proteção às redes” (l. 5 e 6) justifica-se pela contração da preposição a, exigida pelo substantivo “proteção”, com o artigo definido feminino as, que determina o vocábulo “redes”.
  • C.Certo
  • E.Errado
  • Certo

Uma super leitura...


Eliane Brum Fala Do Despreparo Da Geração Mais Preparada

“A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada”
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçdo porque um dia ela acaba.”
(Eliane Brum)

21 de fevereiro de 2016

Horas, minutos, pleonasmos!!!


Com o fim do Horário de Verão, este domingo tem uma hora “a mais”, então vamos aproveitar esse tempo para relembrar alguns casos de concordância que estão relacionados com a indicação de tempo.
Antes, trataremos de algumas questões ‘numéricas’, por assim dizer, relacionadas aos diferentes modos de marcar o tempo e suas frações.
hora convencional é aproximadamente 1/24 (um vinte e quatro avos – lembram-se da leitura dos numerais?) do tempo que a Terra demora para dar a volta em seu próprio eixo (movimento de rotação) e essa fração também corresponde a umfuso (não por acaso, é claro, mas deixemos isso para os professores de Geografia). Dessa forma, um movimento completo de rotação, em que a Terra faz um giro de 360o sobre si mesma, corresponde a um dia (período de incidência de luz solar) e uma noite (período de ausência da luz solar) e assim nosso dia completo tem 24 horas.
No Brasil, oficialmente o tempo é marcado seguindo indicação contínua de 24 horas, de acordo com os Manuais de Redação da Presidência e outros Manuais de Redação Oficial de diferentes órgãos e agências oficiais. E o registro do horário deverá ser feito da seguinte maneira:
  • “Os portões dos locais de provas serão fechados às 13h (horário de Brasília)”
  • O aluno que chegar às 13h01min será impedido de entrar.
Ou seja, a hora deverá ser abreviada apenas por h, os minutos por min, sem espaço entre o algarismo e o símbolo. E mais importante: não se usam dois pontos, nem se colocam as abreviaturas no plural!
E como são lidas as horas? A rigor, deveremos ler exatamente o algarismo que está registrado, portanto no primeiro exemplo, teremos:
  • “Os portões dos locais de provas serão fechados às treze horas (horário de Brasília)”
  • O aluno que chegar às treze horas e um minuto será impedido de entrar.
Já a língua falada, que é mais informal admite que olhemos o primeiro exemplo e leiamos uma hora da tarde, mas cuidado… nunca será lido treze horas da tarde, pois nesse caso teríamos um pleonasmo vicioso.
Bem, essas observações dizem respeito à leitura dos algarismos. Passemos agora à concordância dos verbos com essa marcação de horário.
  • Com o verbo SER – nesse caso o verbo é impessoal (não tem sujeito) e a concordância é feita com o numeral:
1h – É uma hora.
13h – São treze horas. (Ou coloquialmente “É uma hora da tarde”)
8h – São oito horas.
12h – São doze horas. / É meio-dia.
12h30min – São doze horas e trinta minutos. /É meio-dia e meia. (agora o verbo fica no singular, pois meio está no singular e no masculino por se referir a dia, e meia, no feminino, pois temos a metade de uma hora).
Com os verbos DAR, SOAR, BATER – temos duas situações:
  1. Quando os equipamentos que indicam o tempo são sujeitos nas frases, o verbo concordará com eles:
    Os despertadores soaram uma hora.
    sino bateu três horas.
    relógio deu sete horas.
  2. Quando os equipamentos estiveram funcionando como adjuntos adverbiais (estarão preposicionados), o verbo concordará com os números:
    No relógio da sala, deram oito horas.
    No meu despertador, eram 10 horas da noite.
E para finalizar, uma curiosidade: celulares e relógios com marcadores digitais podem ser programados para marcação contínua (de 24 horas) ou para o sistema am/pm, empregado comumente nos países de língua inglesa e essas abreviações significam respectivamente ante meridiem (antes do meio-dia, em latim) e post meridiem (após o meio-dia).
Até a próxima, na “mesma bat-hora, no mesmo bat-local”!