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28 de fevereiro de 2010

Gostei...Concordância Verbal

Quando vem através de aluno o pedido de conteúdo é muito bom !!!
Concordância Verbal
Principais Regras
1 Sujeito composto anteposto ao verbo : verbo no plural. Veja - João e Maria foram embora.
2 Pessoas Gramaticais diferentes; primeira, segunda, terceira ou segunda igual terceira, ou seja,
eu - nós + outra= nós
você -eu e nosso amigo = nós
tu - vós = vós ou eles
ele - tu = vós ou eles
Eu e tu cantamos....
Tu e vós cantais... ou cantam
Ele e tu cantais ou cantam...
3 Sujeito posposto ao verbo - verbo no plural ou concordando com o núcleo mais próximo. Veja.
Foram embora João e Maria. ou Foi embora João e Maria.
4 Quando indicar reciprocidade verbo no plural. Veja Os torcedores bateram uns nos outros.
5 Quando o sujeito é simples;
1 Expressões partitivas e coletivo; o verbo pode ficar no plural ou singular. parte de, a maioria de, grande número de, uma porção de, um bando vai/vão ao trabalho. Deu para captar, gurizada !!!!!!!!!!
Cont. amanhã......02/03

Nexos Oracionais - subordinadas

Nexos oracionais são bem vindos quando escrevemos , pois, na função direta ou indireta, precisamos saber como pontuá-los e primordiais à coesão do texto.
Conjunções Subordinativas
CONDICIONAIS: a básica é o se, já os sinônimos: caso, a menos, que, contanto que, salvo se, desde que. Caracterização: apresentam a circunstância de que depende a realização do fato expresso na oração principal. VEJA - Se queres paz, prepara-te para a guerra. Como a primeira oração - "Se queres paz" tem a conjunção ela é a subordinada condicional - já a que não possui conjunção "prepara-te para a guerra" é a principal. Gurizada, deu para entender? Percebam que há uma condição implícita na subordinada ... SE queres paz...Caso queira ser um bom engenheiro.....condição.... estude muito... principal.
Causais: a básica é porque; já os sinônimos : já que, porquanto, uma vez que, visto que; a caracterização é a de indicar o motivo da realização ou não realização do que se declara na oração principal. Gurizada, lembram ...principal sem conjunção. Vejam - Faremos tua vontade visto que assim queres.
CONCESSIVAS: a básica é embora; já os sinônimos ainda que, apesar de que, posto que, mesmo que, se bem que - a característica é de que indicam um fato que poderia opor-se à realização do que se declara na oração principal - gurizada, se não lembrarem voltem e revejam oração principal, ok. Vejam - Não respeitamos a decisão do grupo ainda que ela parecesse justa.
TEMPORAIS : o nexo oracional básico é o quando; sinônimos; logo que, assim que, mal, apenas, antes que, depois que, sempre que - exprimem um acontecimento acorrido antes, depois ou ao mesmo tempo na oração principal. Vejam - Voltarei assim que puder.
FINAIS: a conjunção básica é a fim de que, já os sinônimos para que, para - a característica é a de indicar a finalidade o objetivo da ação expressa na oração principal. Vejam - Fiz tudo para que desistisse da luta.
CONFORMATIVAS : o nexo oracional básico é conforme ; são sinônimos - segundo, consoante, como. A característica é a de expressar conformidade de um pensamento com o pensamento contido na oração principal. Vejam - A pesca de bagre está proibida segundo nos informaram.
PROPORCIONAIS: o nexo oracional básico é a proporção que - são sinônimos à medida que, quanto mais...(tanto) mais, quanto menos(tanto) menos. Vejam - Uns entram `a medida que outros saem. Expressam a intensidade de um fato, da qual depende a intensidade do fato expresso na oração principal.
COMPARATIVAS: nexo básico como (semelhança) e mais(do) que (quantidade; são sinônimos, assim como, tal como ( mais, menos, maior, menor, pior, melhor) que ; do que. Servem para esclarecer um pensamento contido na oração principal, mostrando algo semelhante. Estabelecem relações da igualdade, superioridade. Vejam - Portou-se heroicamente no comando assim como teria feito seu pai.
CONSECUTIVAS: é nexo oracional básico tão...que, são sinônimos; tão, tal, tamanho, tanto - que. Estabelecem uma ideia de inferioridade com a principal. Indicam a conse quência do fato enunciado na oração principal. Vejam - Tal era a sua coragem que todos o respeitavam.
Esse conteúdo foi postado a pedido...se não houve entendimento ...mande ver que repito reexplicando...ok.

27 de fevereiro de 2010

Tema de Redação 2010 - O Maior dos Absurdos

Você sabe o que é auxílio reclusão???????
Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, a partir de 01/01/2010, é de 798.30 por filho para sustentar a família. já que o coitadinho não pode trabalhar pra sustentar os filhos por estar preso. Mais que um salário mínimo que muita gente por aí rala pra conseguir e manter uma família inteira. Bandido com 5 filhos, além de comandar o crime de dentro das prisões, comer e beber às nossas custas de quem trabalha ou paga impostos, ainda tem direito a receber auxílio reclusão de 3.991.50 da Previdência Social. Mesmo que seja um auxílio temporário, prisão não é colônia de férias. Isso é um incentivo à criminalidade nesse país de merda, formado por corruptos e ladrões.
NÃO ACREDITA????
Entra no site da Previdência Social - Portaria número 48, de 12/02/2009 do INSS
Pergunto
Vale a pena estudar?
Trabalhar 30 dias para receber salário mínimo de 510 reais, fazer malabarismos com o orçamento pra manter a família?
Viver endividado com prestações de TV, do celular ou do carro que não se pode ostentar pra não ser assaltado?
Viver recluso nas grades de sua casa?
Por acaso os filhos do sujeito que foi morto pelo coitadinho que está preso, recebe uma bolsa de 798.30 para seu sustento?
Já viu algum defensor dos direitos humanos defendendo esta bolsa para os filhos das vítimas?
Você acredita nas promessas dos políticos corruptos, ladrões eleitos pela grande massa de ignorantes em nosso país?
Você acredita no discurso da polícia que está se esforçando pra diminuir a criminalidade?
De Paulo Augusto Endesa Brasil

25 de fevereiro de 2010

Oi !!!!!! Temas de redação - 2010

1 - As Desigualdades Sociais Brasileiras Provocam o Aumento da Violência Urbana?

2 - A Mídia e a Publicidade São Responsáveis Pela Busca de uma Imagem Padronizada de Beleza?

3 - Retringir a Propaganda de Bebidas Alcoólicas Diminui o Consumo?


4 - A Presença de Policiais Resolve o Problema da Violência nas Escolas?

5 - O Sistema de Cotas pode Tornar a Sociedade mais Justa?

6 - Os Recentes Empreendimentos Agropecuários e Industriais Podem Destruir a Amazônia?

7 - A Maioridade Penal Deve ser Reduzida de 18 Para 16 anos de Idade Como Forma de Combater a Delinquencia Juvenil?

8 - Consumir Produtos Piratas Deve ser Considerado tão Grave Quanto Comercializá-las?

9 - As vantagens que a Internet Proporciona Compensam os Problemas que ela pode Provocar?

10 - A Venda de Armas para Cidadãos sem Antecedentes Criminais Deve Continuar Sendo Permitida no Brasil?

11 - Quem Consome Drogas Deve Também ser Responsabilizado Pela Violência do Narcotráfico?

12 - Deveria ser permitido o Trabalho de Crianças ou Adolescentes Menores de 14 anos para Ajudar no Sustento da Família?

22 de fevereiro de 2010

Um Mundo de Inversões

Continuo postando textos.....lembram...leitura...leitura....
Esse texto foi postado no jornal ZH - 21/02/10
O paradoxo do fitichismo da mercadoria é que a ilusão da realidade está no que fazes, não no que pensas (enquanto) a ideologia funciona, cada vez mais, não no que pensas mas no que fazes. SLAVOJ ZIZEK
Passado o Carnaval e a inversão de papéis que promove, é boa hora para reflexão sobre cenas que o marcaram. A primeira é a participação de Júlia de Lira, de sete anos, no desfile da escola de samba Unidos do Viradouro como rainha da bateria, autorizada pelo juízo da Vara da Infância e da Juventude do Estado do Rio de Janeiro. Os defensores da decisão argumentam que sua participação, como a presença da cantora Elsa Soares(mais de 70 anos) como madrinha, era o esforço de uma "mudança de paradigma" frente à erotização do Carnaval. O novo e a experiência como substituto da sexualidade exacerbada. Os contrários a sua participação afirmam que houve flexibilização dos direitos humanos característicos, mais uma vez, de um processo de erotização da infância. Não é possível esquecer, no mesmo campo, o hit do Carnaval baiano"Lobo Mau", canção que em seus versos diz:"Menina onde você vai que eu vou atrás/vou te comer/vou te comer." Carlos Nicodemos, membro da OAB do RJ, colocou a questão fundamental: "No caso da pequena Júlia, trata-se aqui de atendermos aos interesses da criança ou do Carnaval?"
A segunda, o Globo Repórter, do último dia 5 de fevereiro, que preparava, vamos dizer assim, o espírito para o Carnaval. Eduardo Escorel (FSP 14/02) o descreveu como contraexemplo mais notável do que se passa em nosso imaginário. O programa traduzia um filme produzido por diversas emissoras europeias sobre reações neurológicas provocadas pela paixão. Enquanto que a ênfase original estava nas animações do corpo marcadas pela paixão, o programa tratou de construir uma narrativa infatilizante, com pérolas do tipo"o amor afeta o cérebro como um doce", "O cérebro toma rédea da odisseia mágica do corpo apaixonado." Ora, como aponta Escorel, qualquer adulto normal vendo tal programa naquele horário, 22h e 30, só pode se sentir tratado como criança.
Os exemplos sugerem uma reflexão. A inversão de papéis característica do tempo do Carnaval podem estar se transformando. perigosamente, em elemento de nossa cultura. A obscenidade em tratar crianças como adultos é da mesma natureza do tratamento de adultos como crianças. Slavj Zizek denominou de "pacto perverso" o campo que se instaura quando a autoridade social perde para os impulsos agressivos ilícitos. Estamos diante de rituais que se dizem comandados pelo dever quando em realidade ocultam seu gozo pela execução da violência - contra a criança erotizada, contra o adulto dessexualizado. O Carnaval pode ter passado, mas a imagem de uma criança chorando no meio da avenida nos diz que se não fortalecermos as instituições públicas para protegê-las, estaremos nos aproximando da catástrofe.

20 de fevereiro de 2010

Tema de redação - concurso

Tema de Redação
A maioria dos homens perdeu a noção do que é limite, tanto política, jurídica e familiar. As atitudes, os conceitos e os valores estão sendo banalizados. Com isso qual a expectativa de uma sociedade melhor?
Cuidado com esse tipo de tema, pois há uma interrogação logo, por tal questionamento, ela deve ser o centro dos argumentos.
Corrupção - leis que não atendem ao clamor dos que sofrem com as injustiças - falta de infraestrura familiar - conceito do certo e do errado - filhos sem direção. Um bom tema para fugir do assunto. Dissertativo - 25 a 30 linhas

Mandiba Leitura obrigatória - Bruno Miragem - ZH

Mandiba
Em 11 de Fevereiro de 2010 fez 20 anos da libertação de Nelson Mandela da prisão na África do Sul, onde permaneceu por quase três décadas. Desde então passou a conquistar corações e mentes em todo mundo, em parte por seu espírito desarmado, que transparece no sorriso fácil e franco de suas aparições públicas, como também da obra de reconciliação nacional que realizou, e da qual se tornou símbolo na África do Sul. Atualmente, celebrado pelo cinema (eis o filme Invictus, ora em cartaz), assim como em documentários diversos, não há dúvida que diante da história de Mandela (ou Mandiba, na sua língua natal), há muito para refletir.
Mandela ao ser libertado, poderia manter-se inflexível e marcado pelo injusto desejo de revanche contra os que lhe fizeram sacrificar boa parte da vida na prisão política. Foi radical na juventude, defensor da luta armada, contra um regime racista de segregação total. Se tivesse expressado desejo de vingança, seus motivos seriam no mínimo compreensíveis. Contudo, escolheu olhar para frente, e numa atitude só identificável nos grande líderes políticos - e em seres humanos de espírito elevado - recusou-se a seguir mirando o passado, e construiu, possivelmente, o maior projeto de reconciliação nacional do final do século passado, registrando com todos os méritos, seu nome na história mundial.
A África do Sul está longe de ser, ainda hoje, um paraíso de integração entre negros e brancos. A divisão de classes persiste, com seu inegável componente racial. Antes segregados juridicamente, hoje a maioria dos negros experimenta a pobreza, dada a concentração da riqueza na mão dos brancos. Os problemas de segurança pública também são um flagelo nacional de largas proporções, quando feita por intermédio do diálogo, é mais lenta, porém mais profunda e duradoura.
O certo é que a biografia de Mandela inspira, demonstra que a liderança se afirma e orienta a partir do exemplo do líder. Igualmente, uma pessoa que sofreu com seu povo as mais infames agressões, ensinou que olhar para frente não é sinal de fraqueza , mas, ao contrário, de força. E que a alta política com a qual se constrói uma nação não é o espaço da revanche. Sobre o desafio a integração racial, indica que não ignorar a discriminação onde ela exista é o primeiro passo para construir-se, verdadeiramente, uma nação mutirracial. Bruno Miragem - Zero Hora - 11/02/2010

19 de fevereiro de 2010

ressalva que não consegui corrigir...em lugar de "com" como...até gurizada

Recomeçar Algo já Iniciado ..... Impossível....

Voltamos à luta com aquela vontade brasileira? Brincadeira!!!!! Segunda Bozano, terça Ruyzão, Imediata, Exitus,...................Espero que vcs realmente olhem para o conhecimento com algo prioritário, imprescindível....até gurizada!!!!!!!!!!!!!

10 de fevereiro de 2010

LEITURA, POR FAVOR...

Estou postando um texto maravilhoso do meu colega, amigo, ídolo...
Cláudio Moreno - Zero Hora - 09/02/2010

Nós, as formigas

Durante muito tempo o homem pensou que era o centro do universo. Para os antigos, que viviam nessa confortável ilusão, o firmamento estrelado cobria nosso mundo como um manto protetor, e o Sol era um grande astro domesticado que vinha todos os dias nos banhar de vida e de luz. Em Roma, Plínio apenas lastima que nosso ouvido terreno não consiga captar a música que os planetas produzem ao se mover nas alturas; daqui de baixo, diz ele, o mundo desliza em silêncio, tanto de noite quanto de dia.
O avanço da ciência, contudo, veio abalar essa falsa sensação de importância. Primeiro, foi Copérnico, a nos ensinar que o universo não tem centro, e que a nossa Terra é apenas um entre os vários planetas que giram em torno do Sol, que é uma entre os 200 bilhões de outras estrelas da Via Láctea, que é uma entre os cem bilhões de outras galáxias que cintilam no universo... Segundo Freud, esse foi o primeiro dos três grandes golpes que a ciência infligiu em nosso narcisismo.
Se éramos um nada diante do cosmos, restava ao menos o consolo de ser os reis da criação, muito superiores aos demais seres vivos; atribuímos a nós mesmos uma alma imortal, proclamamos nossa descendência divina e cavamos um abismo entre nossa natureza e a deles. Coube a Darwin desfazer essa ilusão: biologicamente, somos como os outros animais, mais próximos de algumas espécies, mais distantes de outras – nada mais do que isso. Era o segundo abalo, mas não o derradeiro. Este veio com Freud, ao descobrir que não somos senhores nem mesmo em nossa própria casa, pois é o inconsciente, e não a razão, quem comanda grande parte de nossa vida mental.
Tendo perdido, dessa forma, o cetro, o trono e a coroa, muitos aprenderam a lição e ficaram intelectualmente mais humildes, dispostos a repensar os limites da condição humana. Outros, porém, movidos por essa inconsciente vaidade da espécie, encontraram uma nova maneira de preservar a velha ilusão de importância, atribuindo-se o poder apocalíptico de influir, como uma divindade maligna, no próprio clima do planeta! Mas é muita pretensão dessa formiga pensante! A ação humana pode tornar o meio-ambiente insuportável para nós, poluir o ar, sujar a água e ameaçar outras espécies – em outras palavras, a ação do homem pode vir a ser fatal para o próprio homem. O planeta, no entanto, não sofre sequer um arranhão com esses despropósitos; ele esfria ou esquenta quando o Sol quer, ou o oceano, ou os vulcões – como vem acontecendo há bilhões de anos. A natureza já era imensuravelmente velha quando chegamos aqui; ela não sabia que viríamos, nem saberá quando formos embora – e nem vai se importar se isso um dia acontecer. Indiferente, a Terra vai seguir seu curso silencioso pelo espaço infinito.

5 de fevereiro de 2010

A entrevista, o desabafo e a verdade

Um indivíduo, numa discussão em um bar, com uma faca que lhe está à mão, mata seu desafeto. Outro, premido pela necessidade da sociedade de consumo, arromba a janela de nossa casa e de lá subtrai objetos que nos são caros e que compramos com o suor do trabalho. Ainda mais um é surpreendido em barreira policial trafegando com um veículo furtado, com placas falsas e sem documentos. Não bastasse, dirige à autoridade que lhe pede os documentos os piores impropérios. Aquela, desconfiada da atitude agressiva e despropositada, lhe pede que faça o exame de bafômetro porque crê esteja embriagado, e o motorista, indignado, apesar de tudo o que fez e de todos os indícios, nega-se a se submeter ao exame do etilômetro alegando que não é obrigado a fazer prova contra si porque a Constituição de 1988 isso lhe garante.
Finalmente, algum político em pleno exercício de seu mandato popular, com cuecas e meias espaçosas, é flagrado recebendo fartas cédulas de empreiteiro que realiza obra para o governo de então e se põe em seguida a rezar, agradecendo as benesses da vida favorecida que se descortina, ao mesmo tempo em que esconde as cédulas nos espaços generosos de suas peças íntimas.
Em todos os exemplos acima, meramente exemplificativos entre tantos que poderiam ser elencados, se processo criminal houvesse, jamais poderíamos pensar em condenação com prisão em regime fechado aos declarados culpados. Por quê? Por que falhou a polícia, seja civil ou militar, no seu mister constitucional de apurar a prática do delito? Falhou o agente do Ministério Público, a quem cabe dar início e seguimento ao processo criminal com a produção de provas, ou falhou o Judiciário, ao qual cabia punir exemplarmente o responsável pelo delito cometido, colocando-o atrás das grades?
Arrisco dizer que não falharam, no mais das vezes, nenhum desses agentes. Estou vizinhando com duas décadas de atuação como promotor de Justiça. Ao longo desses anos, conheci muitos profissionais do Direito. Alguns medíocres e outros tantos destacados, como em todas as instituições formadas por seres humanos. A maioria, entretanto, seguramente honestos e comprometidos com suas profissões. Todos, cidadãos de suas comunas. Pais e mães de famílias bem formadas. Moradores das cidades das suas vidas.
Aflitos pelas mesmas angústias de todos das soluções não vindas de nossas antigas e permanentes mazelas.
Daí por que não deveria surpreender a entrevista, em tom de desabafo, do comandante do 11º Batalhão da Brigada Militar de Porto Alegre, dizendo-se cansado das prisões que seus comandados efetivam e que a Justiça relaxa. Solta, não por capricho dos juízes, desídia dos promotores ou negligência dos policias. Liberta pela leniência da legislação que nunca é reformada, embora todos digam saber que não atende mais aos anseios da sociedade e que só serve para desacreditar as instituições frente à população.
Enquanto não houver tal modificação, será essa a realidade. Prende e solta. Ou, o que é pior, nem prende.
Quem sabe este ano de 2010, de eleições, não seja um marco para cobrarmos projetos concretos que mudem a realidade que a todos já cansa e não serve para o engrandecimento de nenhuma instituição comprometida com os interesses da sociedade?

João Ricardo Santos Tavares - Promotor de Justiça

Nunca deixem de ler os editoriais

A Entrevista, o Desabafo e a Verdade - João Ricardo Santos Tavares



Um indivíduo numa discussão em um bar, com uma faca na mão, mata seu desafeto. Outro premido pela necessidade da sociedade de consumo, arromba a janela de nossa casa e de lá subtrai objetos que nos são caros e que compramos com o suor do trabalho. Ainda mais, um é surpreendido em barreira policial, trafegando com veículo furtado, com placas falsas e sem documentos. Não bastasse, dirigi à autoridade que lhe pede os documentos os piores impropérios. Aquela, desconfiada da atitude agressiva e despropositada, lhe pede que faça o exame de bafômetro, porque crê esteja embriagado, e o motorista, indignado, apesar de tudo o que fez e de todos os indícios, nega-se a se submeter ao exame de etilômetro, alegando que não é obrigado a fazer prova contra si, porque a Constituição de 1988 isso lhe garante.

Finalmente, algum político em pleno exercício de seu mandato popular, com cuecas e meias espaçosas, é flagrado recebendo fartas cédulas de empreiteiro que realiza obras para o governo de então e se põe em seguida a rezar, agradecendo as benesses da vida favorecida que se descortina, ao mesmo tempo em que esconde cédulas nos espaços generosos de suas peças íntims.

4 de fevereiro de 2010

Comentário de Leandro Rodrigues - Zero Hora

Antes de pensar em estudar para o vestibular da UFRGS, a jovem Clarissa Both Pinto, natural de São Francisco de Paula, já tinha um hábito curioso: ela mantinha um caderno de citações no qual registrava frases de autores nacionais e internacionais.
Esse caderno acabou sendo um forte aliado na hora da prova de redação da UFRGS deste ano. Dele, a vestibulanda retirou três citações que ajudaram sua redação a tirar a nota máxima no concurso, 25. Clarissa foi a única a "conseguir" gabaritar essa prova.
"Quando fui para casa naquele dia, acreditava que tinha feito uma boa redação. Mas uma nota assim, tão alta, jamais passou pela minha cabeça". Quando contei para minha professora, ela perguntou se eu tinha visto direito, conta a estudante, aprovada em medicina, aos 20 anos.
Ir bem, de qualquer forma, não seria uma surpresa para ela. Desde que começou a estudar para o vestibular, nos últimos três anos, raramente deixou de escrever uma redação por semana. Ao mesmo tempo, leu dezenas de textos feitos por outros vestibulandos. Está aí um dos segredos que Clarissa não quer guardar, mas dividir com outros candidatos. "A redação é uma prova lógica. Ela deve ser considerada uma disciplina igual as outras. É preciso estudá-la da mesma forma que matemática, física ou química. O estudo, no caso da redação, é produzir muitos textos e ir aperfeiçoando".
Entretanto, também é verdade que o esforço de Clarissa começou muito antes e, de certa forma, sem ser percebido. Trata-se de seu hábito de leitura.Para ela, está longe de ser uma obrigação, ler sempre foi um prazer. E, mesmo para uma vestibulanda, vai além das leituras obrigatórias. Seu gosto literário vai de Luis Fernando Verissimo a Franz Kafka.


Bom, acho que o que comentávamos em sala de aula está posto pelo jornalista Leandro Rodrigues, juntamente, com a jovem vestibulanda.

Sem Comentários

Apenas vou postar tudo aquilo que falei várias vezes em sala de aula.
Como a jovem de São Francisco de Paula conseguiu nota dez na redação do vestibular da UFRGS?
Primeiro, Clarissa leu mais de uma vez o enunciado para saber, sem qualquer dúvida, o que estava sendo pedido.
Segundo, ela fez o esquema do texto. No desenvolvimento, um parágrafo, seria para falar das infrações e o outro das incivilidades. Em cada parágrafo, decidiu falar de três opções oferecidas em cada quadro.
A vestibulanda lembrou de cinco citações que se encaixavam na redação, optou por três delas.
Colocou Claude Levi Strauss na abertura para, segundo ela, impactar logo de cara o avaliador.
Manuel Bandeira, no meio, para mostrar que conhecia literatura e, no final, Saramago.
Ela escreveu a redação fazendo pausas para responder às questões de português. Segundo ela, isso dava tempo para pensar melhor nos argumentos.

3 de fevereiro de 2010

Como Clarissa Both Pinto conseguiu tirar dez na redação

Um Mundo de Cegos

Estou postando uma das redações nota dez do vestibular da UFRGS e lembrei-me de que muitos alunos , quando tínhamos redação, faziam o mesmo.
Um Mundo de Cegos Título
Já afirmava Claude Levi-Strauss que "o mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele."Nessa perspectiva, a sociedade atual demonstrou um paradoxo, visto que, apesar da tecnologia corroborar a capacidade técnica e intelectual do homem, continuamos cometendo infrações e incivilidades diariamente.
Lamentavelmente, muitas pessoas praticam incivilidades no cotidiano, as quais atestam o caráter egocêntrico do homem: ocupar assentos especiais em transportes coletivos, poluir o meio ambiente e não coletar as fezes de nosso animal de estimação são algumas das atitudes inconsequentes que manifestamos no dia a dia, as quais contribuem para uma realidade hostil e desagradável. Nesse sentido, a construção de uma soceiedade sadia consiste em ter discernimento de que o espaço de nosso próximo começa onde termina o nosso espaço. Assim, quando prejudicamos o nosso entorno, estamos impedindo que a cooperação minimize as mazelas latentes da sociedade moderna.
As infrações que cometemos também prejudicam a construção de uma sociedade sadia: a sonegação de impostos é um atitude tão condenável quanto o ato político se valer das finanças públicas; a compra de produtos piratas engendra um tráfico que seconecta a tantos outros, como o tráfico de drogas e de armas, os quais aliciam desassistidos e vitimam inocentes; a ultrapassagem do sinal vermelho é uma infração grave, uma vez que recrudesce o trânsito violento que verificamos atualmente. Além disso, é imprescindível que mudemos o nosso "mundo particular", porque tal mudança se reflete no "mundo coletivo", do qual todos nós fazemos parte. Caso contrário, só confirmaremos o que Manuel Bandeira escreveu,"a existência humana é uma aventura, de tal modo inconsequente."
O escritor português José Saramago, em seu livro "Ensaio Sobre a Cegueira", descreve uma sociedade que , paulatinamente, torna-se cega. Metáforas à parte, é exatamente isso que acontece com nossa sociedade, já que ignoramos que, não só as infrações, mas também incivilidades prejudicam a construção de uma socidade sadia, pois abdicamos de atitudes abnegadas para sermos completamente egoístas, cegos. Portanto, o mundo só atenuará suas mazelas quando percebermos que tudo depende de esforços coletivos, ou, como Saramago registrou,"se podes olhar, vê , se podes ver, repara." Clarissa Both Pinto de São Francisco de Paula