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30 de janeiro de 2017

TEMA DE REDAÇÃO

"A utopia não morrerá nunca!"

ADJETIVOS


Em janeiro, duas importantes cidades brasileiras fazem aniversário. Por ocasião da comemoração do aniversário da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro, lembrei-me de algumas músicas que a homenageiam e que apresentam alguns adjetivos gentílicos (ou adjetivos pátrios), isto é, adjetivos que indicam origem ou nacionalidade. Vamos observá-las:
São Paulo, São Paulo Premê
É sempre lindo andar na cidade de São Paulo
O clima engana, a vida é grana em São Paulo
A japonesa loura, a nordestina moura de São Paulo
Gatinhas punks, o jeito ianque de São Paulo
Na grande cidade me realizar, morando num BNH
Na periferia a fábrica escurece o dia(…)
https://www.vagalume.com.br/premeditando-o-breque/sao-paulo-sao-paulo.html
O grupo Premeditando o Breque, ou simplesmente Premê, é conhecido pela sua irreverência na criação das letras, recheadas de críticas bem-humoradas. Na canção São Paulo, São Paulo, uma paródia da famosa New York, New York, a diversidade dos moradores e a marcante característica cosmopolita da metrópole é descrita por meio dos gentílicos japonesa, nordestina, ianque1.
Já Fernanda Abreu e o grupo Haikaiss usam dois termos diferentes para se referir a quem é natural de São Paulo – paulista e paulistano:
São Paulo – SP (Fernanda Abreu)
“(…) No umbigo tropical
do atlas nacional
um santo desgarrado industrial
explode-implode
tudo que é clichê
no país do carnaval. (…)
No eterno cinema da visão paulista
tá tudo engarrafado como cão engabelado
pela chinfra da inocência fulminante do olhar que vê São Paulo
com a força da palavra MUITO
com a força da palavra TUDO
com a força da palavra URBANO
com a força da palavra HUMANO (…)”
https://www.vagalume.com.br/fernanda-abreu/sao-paulo-sp.html

São Paulo (Haikaiss)
“(…) Eu vou até o céu pra poder encontrar
Ando a pé, fiel, sem querer me afastar
Vou da Sé ao Quartel com o poder de pensar
Sobre tudo que me rodeia ter um lugar pra chegar (2x)
É engraçado como cada ato torna-se um relato
E de cada relato guardado, vem pequenos atos
Se passado turbulência, no presente melhora
Abra um sorriso paulistano, você está fazendo história(…)”
https://www.vagalume.com.br/haikaiss/sao-paulo.html
E existe diferença entre as duas palavras? Bem, existe sim! Vamos denominar paulistano quem nasce na cidade de São Paulo e será chamado paulista quem nasceu no estado de São Paulo. Dessa forma quem nasce na cidade de São Paulo é paulistano E paulista e quem é natural, por exemplo, do município de Salto-SP é saltense E paulista.
E dias antes do aniversário de Sampa, no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, também me ocorreram algumas ideias musicais ligadas ao emprego desses adjetivos. Vou fugir do clássico “Ela é carioca”, de Tom Jobim, para apresentar uma música da Adriana Calcanhoto:
Cariocas
Cariocas são bonitos
cariocas são bacanas
cariocas são sacanas
cariocas são dourados
cariocas são modernos
cariocas são espertos
cariocas são diretos
cariocas não gostam
de dias nublados (…)
https://www.vagalume.com.br/adriana-calcanhoto/cariocas.html
Também para o Rio de Janeiro há dois gentílicos. O mais conhecido, carioca, aparece na canção acima e em muitas outras, mas é específico para denominar quem é natural da cidade do Rio de Janeiro, capital do estado. O termo não tem origem clara, mas uma das explicações aceitas é que seja originário do tupi.
No período da colonização, os índios que habitavam a região da Baía de Guanabara teriam apelidado os portugueses de akari (cascudo, uma espécie de peixe,) porque as armaduras dos portugueses se assemelhavam às placas que revestem esse peixe. Esses portugueses que se estabeleceram na região teriam construído, onde hoje é a Praia do Flamengo, uma casa de pedra. Daí surgiu a expressão akari oka, “casa de homem branco”.
Já o termo fluminense, que aparece substantivado na música abaixo, da incrível dupla Caju&Castanha, é mais abrangente:
Desafio Fla-Flu
Hoje nesse desafio
Vai ser grande o sururu
Quero ver quem vai ganhar
Na peleja do Fla-Flu
O meu time é o Fluminense
O melhor dessa nação
Que já anda até cansado
De tanto ser campeão
E o resto da timaiada
É tudo sem expressão (…)
https://www.vagalume.com.br/caju-castanha/desafio-do-fla-flu.html
O adjetivo fluminense caracteriza quem é natural do estado do Rio de Janeiro e é proveniente do termo flumen, que em latim significa “rio”. Em tempo, os portugueses acharam que a Baía de Guanabara era a foz de um rio e a menção ao mês de janeiro tem a ver com a data da chegada de uma expedição à região, daí Rio de Janeiro.
Como esse assunto não se esgota e, vez ou outra, suscita dúvidas, seguem links com os adjetivos gentílicos oficiais do Brasil, para consulta:

26 de janeiro de 2017

GABARITO SOBRE QUESTÕES DE ACENTUAÇÃO

1. Correto 2. Correto 3. Errado 4. Errado 5. Correto 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. Correto 11. Correto 12. Errado 13. Errado 14. Correto 15. Correto 16. Correto 17. Errado 18. Correto 19. Correto 20. Correto 21. Correto 22. Correto 23. Errado 24. Errado 25. Correto 26. Errado 27. Correto 28. Errado 29. Errado 30. Errado 31. Correto 32. Errado 33. Correto 34. Correto 35. Errado 36. Correto 37. Errado 38. Errado 39. Correto 40. Correto 41. Errado 42. Errado 43. Errado 44. Errado 45. Errado 46. Errado 47. Errado 48. Correto 49. Correto 50. E

QUESTÕES SOBRE ACENTUAÇÃO

1. (CESPE) “A vogal “i”, nas palavras “país” e “maniqueístas”, é acentuada porque está na sílaba tônica, formando um hiato com a vogal anterior.
” 2. (CESPE) O emprego do acento agudo nos vocábulos “país” e “aí” justifica-se pela mesma regra de acentuação gráfica.
 3. (CESPE) As palavras “amazônico” e “viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
 4. (CESPE) As palavras “últimas”, “trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por serem proparoxítonas
5. (CESPE) As palavras “tendência”, “comércio”, “sérios”, “negócios” e “estratégia”, constantes no texto, recebem acento gráfico pelo mesmo motivo.
 6. (CESPE) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e “carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação.
7. (CESPE) (CESPE) A mesma regra justifica a acentuação dos vocábulos “amazônica” e “sustentável”.
 8. (CESPE) As palavras “pública” e “órgãos” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
9. (CESPE) A palavra “técnica” recebe acento gráfico pela mesma razão que o vocábulo “saúde”.
 10. (ESAF) A palavra “estereótipos” é acentuada pela mesma regra gramatical que exige acento em “metáfora” e em “científica”.
 11. (CESPE) São proparoxítonas, e por isso estão acentuadas, as seguintes palavras do texto: “eletrônico”, “básicos”, “típico”, “logística” e “táticas”.
 12. (CESPE) A mesma regra de acentuação orienta a colocação do acento gráfico nos vocábulos “Pará”, “país”, “café” e “até”.
 13. (CESPE) Observa-se que a palavra “ordem” não recebeu acento gráfico, assim como seu plural também não o receberia. Isso ocorre porque as palavras paroxítonas terminadas em -em/-ens não se acentuam, regra da qual a palavra hífens é exceção.
 14. (CESPE) O emprego do acento gráfico nas palavras “fenômeno” e “próximo” atende à mesma regra de acentuação gráfica.
 15. (CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos vocábulos “homogênea”, “médio” e “bromélias”.
 16. (CESPE) A palavra “cível” recebe acento gráfico em decorrência da mesma regra que determina o emprego de acento em “amável” e “útil”.
 17. (CESPE) O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.
 18. (CESPE) Os acentos gráficos das palavras “bioestatística” e “específicos” têm a mesma justificativa gramatical.
19. (CESPE) O emprego do acento em “Uberlândia” e “água” justifica-se com base na mesma regra ortográfica.
 20. (CESPE) Os termos “série” e “história” acentuam-se em conformidade com a mesma regra ortográfica
. 21. (CESPE) O emprego de acento gráfico em “água”, “distância” e “primário” justifica-se pela mesma regra de acentuação.
 22. (CESPE) O emprego do acento gráfico em “indústria” e “rádio” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.
 23. (CESPE) O emprego do acento gráfico nos vocábulos “reúnem” e “fenômeno” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.
 24. (CESPE) O emprego do acento gráfico em “incluíram” e “número” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.
 25. (CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”.
26. (CESPE) Os acentos gráficos das palavras “países” e “políticas” têm a mesma justificativa gramatical.
27. (CESPE) O emprego do acento gráfico nos vocábulos “índice” e “período” justifica-se com base na mesma regra de acentuação gráfica.
 28. (CESPE) As palavras “líquida”, “público”, “órgãos” e “episódicas” obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.
 29. (CESPE) As palavras “indivíduos” e “precárias” recebem acento gráfico com base em justificativas gramaticais diferentes.
30. (CESPE) A palavra “prejuízos” recebe acento gráfico porque todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
 31. (CESPE) O emprego do acento gráfico nos vocábulos “próprio” e “decorrência” atende à mesma regra de acentuação gráfica.
 32. (CESPE) Os vocábulos “juízes” e “país” são acentuados de acordo com regras de acentuação gráfica distintas.
 33. (CESPE) Os vocábulos “Observatório”, “plenário”, “urgência” e “vigência” são acentuados em decorrência da mesma regra de acentuação gráfica.
 34. (CESPE) As palavras “patrimônio” e “convivência” acentuam-se segundo a mesma regra ortográfica.
35. (CESPE) As palavras “conteúdos” e “inúteis” são acentuadas com base na mesma regra de acentuação gráfica.
 36. (CESPE) O emprego do acento gráfico na palavra “arqueológica” e na palavra “áspera” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.
 37. (CESPE) Os vocábulos “assistência”, “potável” e “elétrica” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
 38. (CESPE) Pela mesma regra de acentuação gráfica, justifica-se o acento gráfico nos vocábulos “países”, “possível” e “difícil”.
 39. (CESPE) A ocorrência de hiato justifica o emprego do acento agudo nas vogais i e u nas palavras “construída” e “conteúdos”.
 40. (CESPE) As palavras “providências” e “fortalecê-los” recebem acento gráfico com base em regras gramaticais diferentes.
 41. (CESPE) Os acentos gráficos empregados em “Agência” e em “Saúde” têm a mesma justificativa.
 42. (CESPE) A mesma regra de acentuação gráfica, justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída” e “possíveis”.
 43. (CESPE) No terceiro parágrafo, as palavras “Políticas”, “âmbito”, “década” e “cônjuges” recebem acento gráfico com base em diferentes regras gramaticais.
 44. (CESPE) As palavras “transmissível” e “tecnológico” são acentuadas em decorrência de mesma regra gramatical.
45. (CESPE) As palavras “mídias”, “número” e “possível” são acentuadas de acordo com a mesma regra gramatical.
46. (CESPE) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
 47. (CESPE) Os vocábulos “diálogo”, “possível”, “pronúncia” e “exigência” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
48. (CESPE) Os vocábulos "público"e "caótico" obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.
 49. (CESPE) “Mais verbas têm de se traduzir em mão de obra qualificada...” A forma verbal “têm” recebe acento gráfico para indicar o plural.
50. (CESPE) A palavra “últimos” recebe acento gráfico por ser proparoxítona. Também é acentuada em decorrência da mesma regra a palavra a) “saúde” b) “confiáveis” c) “relevância” d) “irreversível” e) “técnicas

REGÊNCIA VERBAL

 Assinale a alternativa que apresenta erro de regência verbal, de
acordo com a norma culta da língua portuguesa.
a. Tanto Obama quanto McCain visavam à cadeira de presidente dos Estados
Unidos.
b. Muitos americanos simpatizaram com Obama na última eleição.
c. Abençoe a esta família que é tão devota.
d. Soubemos agora mesmo que Joseane estava namorando Paulo!
e. Todos preferem pizza a cachorro-quente.
Solução: O verbo abençoar é transitivo direto e por isso se liga ao seu
complemento diretamente sem o auxílio de preposição. Quem abençoa, abençoa
alguém. A frase correta da letra (C) seria: Abençoe esta família que é tão devota.
As regências das outras letras estão corretas.
a. Visar no sentido de almejar rege a preposição a.
b. Simpatizar rege a preposição com.
c.
d. Namorar não pede preposição. Quem namora, namora alguém e não com
alguém.
e. Quem prefere, prefere alguma coisa à outra.
Resposta: C
2. (FEC-ENGEPRON/2007) Das modificações feitas no predicado da terceira oração do
período “O consumidor precisa saber que, ao comprar uma embarcação, está
contribuindo para a formação de uma extensa cadeia de trabalho” (4º parágrafo), está
em DESACORDO com as normas de regência da língua culta a seguinte:
a. O consumidor precisa saber que (...) está concorrendo para a formação de uma
extensa cadeia de trabalho.
b. O consumidor precisa saber que (...) está convergindo na formação de uma
extensa cadeia de trabalho.
c. O consumidor precisa saber que (...) está cooperando à formação de uma
extensa cadeia de trabalho.
d. O consumidor precisa saber que (...) está coordenando a formação de uma
extensa cadeia de trabalho.
e. O consumidor precisa saber que (...) está correlacionando-se com a formação
de uma extensa cadeia de trabalho.
Solução: A letra que está em desacordo é a letra C, pois quem coopera, coopera
com alguma coisa. As regências das outras letras estão corretas.
a. Concorrer rege a preposição a (candidatar-se) ou para (tender ao mesmo
objetivo).
b. Convergir rege a preposição em.
c.
d. Coordenar não pede preposição. É verbo transitivo direto. Quem coordena,
coordena alguma coisa.
e. Correlacionar-se rege a preposição com.
Resposta: C

QUESTÃO SOBRE REGÊNCIA VERBAL

...umas das poucas formas de circulação da renda monetária provém justamente do rendimento daquelas duas categorias.
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o do grifado acima é:
a) Um dos resultados favoráveis da pesquisa diz respeito ao aumento da renda média do trabalhador.
b) Houve queda no nível de desigualdade nos rendimentos obtidos por trabalhadores do sexo masculino e naqueles obtidos por mulheres.
c) A pesquisa remete a conclusões otimistas acerca da queda da desigualdade social no Brasil, apesar da permanência da violência urbana.
d) Os dados da pesquisa assinalam uma recuperação significativa do rendimento médio do trabalhador, especialmente em algumas regiões.
e) Os dados, apesar de positivos, mostram um quadro social ainda bastante violento, contrário a qualquer comemoração mais otimista.


Trata-se de questão relacionada ao tema regência. No enunciado temos “provém...do rendimento”, ou seja, provém de algo, portanto temos um VTI + OI.
Agora acompanhe a análise da regência de cada uma das alternativas:
a) diz respeito => VTD + OD (não deixe de observar que “ao aumento” é complemento do substantivo respeito, e não do verbo dizer)
b) Houve queda => VTD + OD (vale lembrar: haver, com o sentido de existir, é impessoal, forma oração sem sujeito e “queda”, portanto, é complemento do verbo, jamais sujeito nessa formação)
c) remete a conclusões otimistas => VTI + OI (resposta correta)
d) assinalam uma recuperação significativa => VTD + OD
e) mostram um quadro social => VTD + OD

23 de janeiro de 2017

QUESTÕES DE CONCURSO COMENTADAS

Questão 01: O trecho “Pensa-se logo num palhaço” , pode ser reescrito, respeitando a transitividade do verbo e mantendo o sentido, assim:
(A) O palhaço pode ser logo pensado.
(B) Pensam logo num palhaço.

(C) Pode-se pensar num palhaço.

(D) Pensam-se logo num palhaço.
(E) O palhaço é logo pensado.
RESPOSTA:
            O próprio enunciado da questão já dá a dica: para resolvê-la, o candidato tem que verificar a transitividade verbal. Quem se lembrou de que somente VTD e VTDI aceitam voz passiva elevou muito as chances de marcar a alternativa correta.
            O verbo “pensar” foi, aqui, usado como VTI. Sendo assim, aquele “se” que o acompanha não pode ser considerado partícula apassivadora. Conclui-se, então, que a frase não está na voz passiva sintética e que não pode ser convertida para a voz passiva analítica.
            A voz do verbo, no trecho do enunciado, é ativa. O “se” que o acompanha tem a função de mostrar que não se sabe ou não há interesse em dizer quem é o sujeito. Logo, o “se” é um índice de indeterminação do sujeito.
            Sabendo que verbos que não sejam VTD ou VTDI não aceitam a voz passiva, podemos eliminar as alternativas A e E.
            Outro detalhe: quando um verbo é acompanhado de “se” com a função de IIS, ele deve ficar na 3a pessoa do singular. Logo, podemos eliminar a alternativa D.
            Ficamos entre B e C.  A alternativa C apresenta uma frase correta, com “se” exercendo a função de IIS. Todavia, o sentido dela é diferente do sentido apresentado pelo trecho do enunciado. Neste, não há ideia de possibilidade. Naquele, sim.
            A resposta, então, é a letra B. Além do uso do “se” – IIS, há outra forma de indeterminar o sujeito: utilizando-se o verbo na 3a pessoa do plural sem que haja referência anterior ao sujeito dele. Logo, o sentido de “pensa-se logo num palhaço” é o mesmo de “pensam logo num palhaço”.
RESPOSTA: letra B.

Questão 02: A expressão em que a retirada do sinal indicativo de crase altera o sentido da sentença é
(A) Chegou à noite.

(B) Devolveu o livro à Maria.

(C) Dei o presente à sua irmã.

(D) O menino foi até à porta do circo.
(E) O circo voltou à minha cidade.
RESPOSTA:
Nem sempre a  retirada do acento grave indicativo de crase acarretará erro. Quando a crase for facultativa, sua retirada em nada alterará a sentença; se ela for obrigatória, sua omissão implicará erro; caso ela seja proibida, não deve aparecer de jeito nenhum.
Em algumas situações, porém, a opção pelo uso do sinal indicativo de crase depende do sentido que se deseja dar à frase.
Na questão analisada, temos as seguintes situações:
Letra B – crase facultativa: o uso da crase antes de nome próprio feminino obedece às seguintes regras:
1. Nome próprio completo: crase proibida, pois o uso da crase indica que há, além da preposição, o artigo “a”. A colocação de artigo antes de um nome próprio denota um contexto de intimidade, enquanto o uso do nome próprio completo indica que há formalidade. Logo, a convivência entre artigo e nome completo é algo incoerente.
2. Nome próprio – uso do primeiro nome + determinante que indique proximidade: crase obrigatória. Se houver alguma expressão que denote intimidade, o artigo deverá ser usado antes do nome. Se o nome for feminino e precedido, também, da preposição A,  ocorrerá crase. Se tivéssemos, então, a sentença “dei um presente à Ana, minha amiga”, a crase seria obrigatória.
3. Nome próprio – uso somente do primeiro nome, sem determinante que indique intimidade: crase facultativa. Como não há contexto que indique intimidade e nem que indique formalidade, a colocação da crase passa a ser uma opção de quem escreve.
Letras C e E – crase facultativa.
            O uso de artigo antes de pronomes possessivos é facultativo. Logo, posso dizer tanto “este é o meu livro” quanto “este é meu livro”.  Quando temos um pronome possessivo feminino singular precedido da preposição “a”, deparamos com a seguinte situação: não é possível afirmar com certeza se, além da preposição, há também um artigo ali. Vejamos:
Dirigiu-se a minha bicicleta.
            Havendo ou não artigo nessa frase, o “a” ficará no singular, pois artigos concordam com o termo a que se referem.  Se a crase acontecer, é sinal de que o artigo está lá; se não for, só há preposição. Usar ou não o acento grave, nesse caso, é opção de quem escreve.
            Se, todavia, estivéssemos diante do seguinte enunciados, a situação seria outra:
Referiu-se às minhas palavras.
            Aqui, temos um pronome possessivo feminino plural precedido por “as”, também no plural. Como a preposição é uma palavra invariável, sabemos que o termo que foi para o plural, acima, é um artigo. Logo, ÀS é a soma de A (prep.) + A (art.). Assim, havendo exigência de preposição, se tivermos AS + pronome possessivo feminino no plural, a crase será obrigatória.
            Pelo contrário, se a frase fosse escrita como abaixo, o que ocorreria?
Referiu-se a minhas palavras.
            A ausência de concordância entre o “a” e o “minhas”, acima, indica que não há artigo para se fundir com a preposição, de modo que a crase não pode acontecer. Conclusão: quando há exigência de preposição, se houver um A (singular) que anteceda pronome possessivo feminino no plural, a crase será proibida.
OBSERVAÇÃO: se houver palavra subentendida, a crase antes de pronome possessivo feminino singular será obrigatório. Exemplo:
Referiu-se às minhas palavras, não às suas(O vocábulo “palavras” está subentendido aí, depois de suas. Logo, a crase é obrigatória).
Letra D – crase facultativa.
            A regra geral enuncia que não pode haver crase depois de preposição. Temos, todavia, uma exceção: após a preposição “até” a ocorrência de crase é facultativa, pois, nesse caso, o uso da preposição “a” é facultativo! Observem:
Fui até o parque.
Fui até ao parque.      
            Ambas as frases acima estão corretas. Na primeira, optou-se por não usar a preposição “a”. Na segunda, ela foi usada. Quando a palavra é feminina, a opção pelo uso da preposição “a” acarreta sua fusão com o artigo “a”, o que implica a existência do sinal indicativo de crase.
O menino foi até a porta do circo – somente artigo
O menino foi até a+a porta do circo – preposição + artigo = O menino foi até à porta do circo.
Letra A – pode-se usar ou não a crase, mas a opção por usar ou não acarreta variação brusca de sentido.
Chegou à noite – o termo em negrito é uma expressão adverbial feminina, por isso apresenta acento grave. O sujeito é desinencial, marcado pela terminação do verbo (3a pessoa do singular – ele/ela).
Chegou a noite – o termo em negrito é o sujeito da frase (quem chegou? A noite). Como é sujeito, não pode apresentar acento grave, pois o núcleo do sujeito não pode ser preposicionado. Essa frase equivale a dizer “anoiteceu”.
Sendo assim, a alternativa em que a retirada do sinal indicativo de crase acarreta mudança de sentido é a letra A.
RESPOSTA: letra A.

QUE CONFUSÃO


Além do mulheres não “pagão”, o que era para ser em frente virou “enfrente”.
Que confusão!

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

O tema de hoje é colocação pronominal nos tempos simples (aqueles que apresentam somente um verbo). Vamos lá?
Em primeiro lugar, é importante saber que, quando falamos de colocação pronominal, analisamos a posição dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo. Trata-se, então, de saber se
O, a, os, as, no, nas, nos, nas, lo, la, los, las
Me, te, se, nos, vos
Lhe, lhes
Virão ANTES do verbo, em PRÓCLISE;
Virão INTERCALADOS ao verbo, em MESÓCLISE;
Virão DEPOIS do verbo, em ÊNCLISE.
Para começar, lembre-se sempre de que:
1. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono em início de período.
Me cansei de esperar que a internet funcionasse.
Cansei-me de esperar que a internet funcionasse.
2. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono depois de verbos nos futuros do presente e do pretérito, ambos do indicativo.
Ajudaria-me, se pudesse.
Ajudar-me-ia, se pudesse.

Eu mandarei-te as respostas.
Eu te mandarei as respostas.

3. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono depois de verbos no particípio.
Tinha enviado-nos flores.
Tinha nos enviado flores.

Vejamos, agora, os casos obrigatórios de próclise, mesóclise e ênclise:
CASOS OBRIGATÓRIOS de PRÓCLISE
1. Com palavras atrativas antes dos verbos.
São palavras atrativas:
a) Aquelas de sentido negativo (não, nunca, ninguém, jamais etc.)
–> Não me lembrei de fazer o trabalho da faculdade.
b) Advérbios curtos que não se separam do verbo por vírgula (tais como hoje, ontem, já, agora etc.)
–>Sempre te queixas sem razão.
c) Pronomes relativos (quem, quem, o qual, a qual…)
–> As mulheres que se preparam disputam vagas de trabalho com os homens.
d) Pronomes indefinidos substantivos (algum, nenhum, cada, alguém, ninguém etc.)
–> Alguém o levou ao hospital, mas não estou certo de quem foi.
e) Pronomes demonstrativos substantivos (este, esse, isto, aquele etc.)
–> Aqueles vos mandaram lembranças.
f) Conjunções subordinativas…
… integrantes (que e se).
–> É importante que se tomem medidas contra a inflação.
… adverbiais (se, caso, quando…)
–> Caso se dediquem aos estudos, obterão sucesso.
2. Na estrutura preposição EM + pronome + gerúndio
“… em se plantando, tudo dá…” ( Pero Vaz de Caminha).
3. Com infinitivo pessoal preposicionado
Ao te aproximares, grita que virei ao teu encontro.
4. Em orações interrogativas que comecem com pronomes ou advérbios interrogativos
Onde te estabeleceste?
Quem me procurou ontem?
5. Em orações optativas (que exprimem desejo)
Nossa Senhora o acompanhe!
Bons ventos o levem!

6. Em orações exclamativas
Macacos me mordam!
CASOS OBRIGATÓRIOS de MESÓCLISE
A mesóclise ocorre somente com verbos nos futuros do indicativo (do presente e do pretérito) e somente será obrigatória quando verbos flexionados em tais tempos vierem no início da frase, pois nesse caso a próclise será proibida.
Dúvidas quanto a tempos e modos verbais? Clique AQUI e veja o post sobre o assunto.
Veja a frase com um verbo no futuro do presente do indicativo:
Te darei um presente. (Próclise proibida, pois não se pode começar frase com pronome oblíquo átono).
Darei-te um presente. (Ênclise proibida, pois não se pode colocar pronome oblíquo átono depois de futuros do indicativo).
Dar-te-ei um presente. (Frase correta e única opção para este caso).
Agora com um verbo no futuro do pretérito:
Dar-te-ia um presente, se hoje fosse teu aniversário. (Assim como no caso acima, trata-se da única opção viável).
Se houvesse alguma palavra, deste que não atrativa, antes do verbo, poderíamos escolher entre próclise e mesóclise. Todavia, em situações assim devemos dar preferência à próclise, pois a mesóclise é uma construção já arcaica e que confere um ar de “rebuscamento” desnecessário ao texto.
Eu te daria um presente… (preferível).
Eu dar-te-ia um presente…

CASOS OBRIGATÓRIOS de ÊNCLISE
1. Quando o verbo inicia a frase, desde que ele não esteja flexionado em algum dos futuros do indicativo (do presente e do pretérito) e nem no particípio
Faz-me mal ouvir esse tipo de coisa.
Enviei-lhe o novo catálogo de produtos.
2. Com gerúndio não precedido de preposição
Sabe aqueles vários vestidos? Depois do término do namoro, ela se animou comprando-os.

3. Com verbos no imperativo afirmativo
Por favor, mande-me aquele documento.
4. após advérbio seguido de vírgula
Hoje, faz-se muita coisa prejudicial ao meio-ambiente.
ATENÇÃO: o uso de verbos no infinitivo impessoal (aquele não flexionado, que se apresente em sua forma natural, como andar, correr, sentir) faz com que tanto a próclise quanto a ênclise sejam possíveis, ainda que haja palavra negativa antes do verbo. Vejamos:
É melhor não o desapontar.
É melhor não desapontá-lo.
Fiquemos por aqui, com uma última observação: quando usamos os pronomes pessoais oblíquos O, A, OS, AS…
… em ênclise com verbos terminados em R, S ou Z: deve-se eliminar o R, S ou Z do fim do verbo e acrescentar um L ao pronome enclítico:
Fazer + a = fazê-lo
Fiz + o = fi-lo

… em ênclise com verbos terminados em som nasal: deve-se acrescentar a letra N ao pronome enclítico:
Compraram + os = compraram-nos.
Põe + as = põe-na.

QUESTÃO DE CONCURSO COMENTADA

Questão: Está correto o emprego da expressão sublinhada em:
A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.
B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias.
C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público.
D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido.
E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.
RESPOSTA: essa questão aborda o uso dos pronomes relativos. Trata-se de um tema muito simples, mas que pode causar confusão. Para usar bem um pronome relativo em uma frase, temos sempre que lembrar: o pronome relativo retoma um termo anterior; sempre que o termo consequente (posterior) exigir, teremos que usar preposição antes do pronome relativo. Vejamos como usar isso na hora H:
Letra A: o pronome relativo “cujo” só pode ser usado quando houver, na frase, uma ideia de posse. Basicamente, você vai tem que poder perguntar ao termo consequente “de quem?”. A resposta a essa pergunta será o termo antecedente, aquele que o pronome retoma. Se a resposta fizer sentido no contexto, deve usar o cujo.
Um exemplo: O homem cujas filhas foram suspensas da escola ficou decepcionado. Termo consequente: filhas. Pergunta-se a ele: de quem? A resposta será do homem. Logo, o termo antecedente, que é retomado pelo “cujas”, é “o homem”. Note que, apesar de retomar o antecedente, o pronome “cujo” deve concordar com o consequente em gênero e número!
No presente caso, perguntamos: resida de quem? A pergunta não faz sentido nenhum! Aqui, precisamos seguir o seguinte raciocínio: quem reside, reside em/no/na. Logo, a preposição “em” ou alguma de suas variações terá que aparecer antes do pronome relativo. Como o termo retomado é “palavras”, poderemos usar “que” ou “as quais”. Antecedidos da preposição mencionada, ficam assim: em que ou nas quais. (… discriminarmos o sentido das palavras em que/nas quais resida alguma ambiguidade.). ALTERNATIVA INCORRETA.
Letra B: o pronome “as quais” retoma “quotas” e pode ser usado. O problema, aqui, reside na escolha da preposição inadequada. Quem se contrapõe, contrapõe-se A algo ou alguém. Logo, tiremos o “pelas” e troquemos pela preposição A: “… caso das quotas, a que/às quais muitos se contrapuseram…”. Atenção: como a preposição exigida é A, se usarmos o pronome relativo AS QUAIS, que já tem o artigo AS no início, deverá haver sinal indicativo de crase, pois A + AS = ÀS. ALTERNATIVA INCORRETA.
Letra C: caso idêntico ao anterior. O problema também é a escolha da preposição. “Aderir” exige complementação introduzida pela preposição A: muitos aderiram às políticas afirmativas. Usando o pronome relativo:  “… políticas afirmativas, às quais muitos aderiram..”. ALTERNATIVA INCORRETA.
Letra D: mais uma vez! No sentido em que foi usado, o verbo “contar” rege a preposição “com”. É como diria o Chapolin Colorado: “não contavam com minha astúcia!”. O certo, então, é dizer: “… oferece muitas surpresas, dessas com que não conta quem vê…”. Estaria correto, também, dizer “com as quais não conta”.  ALTERNATIVA INCORRETA.
Letra E: nem que fosse por eliminação, chegaríamos à resposta! O raciocínio deve ser o seguinte: ações inteiramente divergentes se expressam pela discriminação. Usando o pronome relativo, temos: “… palavra discriminação, pela qual se expressam ações…”. Foi utilizada, antes do pronome relativo, a preposição que o termo consequente a ele exige! ALTERNATIVA CORRETA!

OUTRA QUESTÃO PARA CONCURSO

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:
(A) manter o regime escravista = mantê-lo
(B) procurava extrapolar o sistema escravista = procurava extrapolá-lo
(C) 
restringiam o alistamento eleitoral = restringiam-no
(D) atuar na vida política = atuá-la
(E) estender as suas características = estendê-las
RESPOSTA: pessoas, o primeiro passo para resolver a questão de hoje é identificar a transitividade verbal. Se ficar na dúvida, pegue o Aurélio, o Houaiss ou um outro bom dicionário! Façamos isso com cada um dos verbos:
a) MANTER: é um VTD e, consequentemente, o seu complemento, “o regime escravista”, é OD.
b) EXTRAPOLAR: é um VTD. “O sistema escravista” é OD.
c) RESTRINGIR: é um VTD. “O alistamento eleitoral” é OD.
d) ATUAR: é um VI. “Na vida política” é um adjunto adverbial.
e) ESTENDER: é um VTD. “As suas características” é OD.
Conferida a transitividade dos verbos, temos que partir para a outra análise: os pronomes “o” e “a” (ou suas variações – no, na, nos, nas, lo, la, los, las) foram utilizados em todas as alternativas para substituir os termos grifados. A questão é: qual função sintática tais pronomes podem exercer? Uma brevíssima revisão, sem exemplos:
  • o/a, seus plurais e variações: podem exercer função de OD;
  • Lhe(s): pode exercer função de OI, adjunto adnominal e complemento nominal;
  • Me, te, se, nos, vos: podem exercer função de OD, OI, adjunto adnominal e complemento nominal.
Galera! Agora já sabemos que os pronomes o/a e variações somente exercem função de OD! Ficou fácil! Nas letras A, B, C e E, os termos sublinhados são objetos diretos, por isso podem ser substituídos por, respectivamente, LO, LO, NO e LAS.
A letra D, por sua vez, traz, grifado, um adjunto adverbial, que não admite a substituição proposta!
Então, gente, a RESPOSTA é a letra D!

OUTRA QUESTÃO PARA CONCURSO

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.
O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por:
(A)  escolheria.
(B)  havia escolhido.
(C)  houvera escolhido.
(D)  escolhesse.
(E)  teria escolhido.
RESPOSTA:
Antes de analisar as alternativas, precisamos identificar as características do verbo sublinhado no trecho a que se refere a questão.
O verbo escolhera encontra-se no modo indicativo e está no pretérito mais-que-perfeito simples, aquele tempo que usamos para denotar uma ação passada anterior a outra ação também passada. Vejamos:
Chegou tarde ao trabalho porque dormira até às dez da manhã.
Chegou tarde indica uma ação concluída no passado, mas que foi posterior à indicada pelo verbo dormira, ou seja, antes de chegar tarde ao trabalho, o sujeito dormiu até às dez horas da manhã. Podemos esquematizar assim:
PASSADO REMOTO  >  PASSADO PRÓXIMO  >  PRESENTE
dormira                                    chegou
Agora que já identificamos tempo e modo verbais do termo que nos serve de paradigma, precisamos encontrar, entre as alternativas, aquele que possa substituí-lo sem alterar o sentido e a correção gramatical. Explicando: no trecho citado na questão, a ação de escolher é anterior à ação entender, ainda que ambas estejam no passado. Precisamos escolher a alternativa que mantenha essa noção.
Para acertar esta questão, temos que saber: quando nós juntamos TER ou HAVER no pretérito imperfeito (tinha ou havia) a um verbo no particípio, obtemos o chamado pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Logo, havia escolhido (ou tinha escolhido) equivale a escolhera. A única diferença é que um tempo é simples (só um verbo) e o outro é composto (ver auxiliar + principal).
A RESPOSTA, então, é a letra B.

UMA QUESTÃO INTERESSANTE

A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:

a) À exceção dos que se abstiveram de opinar sobre a qualidade dos serviços, os participantes da pesquisa puderam usufruir gratuitamente de um dia de lazer no hotel.

b) A escursão prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso colaborou para o explendor da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.

c) Casualmente encontraram-se no saguão; ela parecia advinhar o que ele tinha a lhe dizer, por isso não lhe deu oportunidade de ser posta em cheque.

d) Considerou ultrage o comentário adivindo o seu sucessor, mas, para preservar-se, abdicou de dar-lhe resposta à altura.

e) Com a dispensa abarrotada de produtos nobres, não exitou um minuto ao negar um jantar aos participantes do programa de inclusão social.

RESPOSTA: nada de ler a resposta antes de tentar fazer a questão, hein?
Letra A: não há nada errado aqui! A alternativa traz a forma verbal “abstiveram-se”, que pode confundir um candidato menos preparado. Todavia, basta saber que este verbo é derivado do verbo “ter” que o risco de errar vai embora! Basta conjugarmos o “ter” e emendarmos o prefixo nele: eles tiveram à eles se abstiveram. E o “lazer” com Z? Ele significa diversão, distração, tempo disponível para ócio, e está corretamente empregado no período! Se fosse “laser”, teríamos um erro. O “laser” com S é o anglicismo (palavra da língua inglesa que entrou na língua portuguesa sem ser “aportuguesada”), aquele que é um feixe de luz.

Letra B: começou mal! ESCURSÃO não existe _ a palavra é EXCURSÃO, com X. E temos mais um erro, dessa vez pela razão contrária: ESPLENDOR (brilho intenso) é com S, e não com X.

Letra C: adivinhe só: o verbo ADIVINHAR não tem D mudo. Ele é grafado com a letra “i”; a palavra CHEQUE existe, mas só quando alguém assina aquela ordem de pagamento à vista. Quando uma pessoa é colocada em situação difícil, dizemos que ela está em XEQUE, igualzinho àquele do xadrez, o “xeque-mate”.

Letra D: ULTRAJE (injúria grave) é com J, e não com G. E o verbo ADVIR, ao contrário do adivinhar, é com D mudo. Logo, o comentário é advindo, e não “adivindo”.

Letra E: a palavra “dispensa” até existe, mas vem do verbo “dispensar”, e indica que alguém foi liberado de alguma incumbência. O lugar em que guardamos alimentos nobres é a DESPENSA, com E! E o verbo ali tem que ser HESITAR (demonstrar dúvida, ter receio ou falta de segurança). “Exitar”, relacionado à palavra “êxito”, significa ter sucesso.
A RESPOSTA, então, é a letra A! Facinha, facinha, né?

22 de janeiro de 2017

Pegadas de concurso

“A nível de”, “por conta de” e outras expressões de tirar o sono 



É muito comum que surjam expressões novas ou modos novos de se empregar termos já existentes (na maior parte das vezes nos meios de comunicação mais difundidos), mas que não são respaldados pela Gramática Normativa, aquela que determina o uso na chamada norma culta. O problema é que, aparecendo na mídia, passam a impressão de que são adequados, o que nem sempre é verdade… e as pessoas vão incorporando no seu modo de falar e escrever, comprometendo a qualidade de textos que precisam obedecer à norma culta.
Vejamos a seguir algumas dessas expressões:
  • A nível de
É considerada por muitos gramáticos como um modismo inútil, se empregada como na frase:
“As pesquisas mostraram estabilidade de preço a nível de comércio varejista.”
A frase ficaria mais objetiva assim:
(adequado)“As pesquisas mostraram estabilidade de preço no comércio varejista.”
Existe uma expressão semelhante, com fundamentação gramatical: ao nível de, com sentido de à mesma altura:
(adequado) Certos comportamentos rebaixam os homens ao nível dos animais irracionais.
(adequado) A janela do porão ficava ao nível da rua.
  • Junto a / junto de
As duas construções são corretas e expressam proximidade, contiguidade, como em:
(adequado) “Vi dois bois junto do carro/ junto ao carro.”
(adequado) “O representante discente junto à Reitoria será o porta-voz nas negociações.”
Entretanto, têm sido difundidas construções assim:
(inadequado)“Os consumidores lesados devem prestar queixa junto ao Procon.”
Evite! Prefira:
(adequado) “Os consumidores lesados devem prestar queixa no Procon.”

  • Por causa de / por causa que
A primeira obedece à norma culta e significa devido a:
(inadequado) Por causa da seca (devido à seca), a família abandonou a região.
Já a segunda é corrente na língua falada, mas deve ser evitada. Pode ser substituída pelo porque:
(adequado)O pedreiro não pôde fazer o serviço por causa que chovia muito.
(inadequado)O pedreiro não pôde fazer o serviço porque chovia muito.
Não foram abordados aqui todos os ‘modismos’, mas voltaremos ao tema por causa que é importante… ops!!! Porque é importante!!!