NO INICIO DO BLOG

31 de março de 2016

Análise de Redação Nota 1.000 do Enem 2015


No último dia 20 de março, o site do jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem intitulada “Nota 1.000” na qual aborda o diferencial dos candidatos ao Enem 2015 que obtiveram pontuação máxima na proposta de redação cujo tema foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Para as repórteres, criatividade, engajamento, informação e repertório cultural foram os principais aspectos das dissertações-argumentativas que alcançaram 1.000 pontos.
A reportagem citada, além de gráficos sobre o Enem 2015, traz aos leitores alguns exemplos de redações que obtiveram notas máximas, além de um pequeno resumo acerca de seus autores, estudantes brasileiros que, com essa pontuação, conquistaram vagas em universidades públicas brasileiras.
Neste contexto, na publicação de hoje, analisaremos uma dessas redações exemplares; por meio de comentários, almejamos verificar como e porque tais textos foram dignos de 1.000 pontos no Enem 2015.
Primeiramente, a fim de nos lembrarmos da proposta de redação, segue a coletânea de textos motivadores do Enem 2015:
A redação que iremos analisar é de autoria da estudante paulista Amanda Della Togna Torres, de 17 anos.
Reprodução coletânea de Textos Enem 2015. Fonte: Inep.
Reprodução da coletânea de Textos Enem 2015. Fonte: Inep.
Desconstruindo ideologias: sob a égide da democracia
O preconceito contra o sexo feminino é um problema que assola o cotidiano pós-moderno, sendo inúmeras as formas por meio das quais tal discriminação se apresenta. Seja por meio da violência física, psicológica, sexual ou patrimonial, as mulheres têm sofrido nas mãos de agressores que veem no sexo feminino um elemento “frágil”, ideologia que é a completa antítese das democracias contemporâneas, supostamente liberais e igualitárias. Nesse contexto, deve-se discutir a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.
Desde os primórdios da civilização, foi criado um estereótipo que reservava às mulheres apenas as funções domésticas e de procriação, excluindo a possibilidade de seu ingresso nas esferas da política ou mesmo do trabalho. Todavia, tal estereótipo vem sendo desconstruído, ao passo que as mulheres conquistam mais espaço nas relações sociais, políticas e econômicas ao redor do mundo. Toma-se como exemplo as lideranças políticas alemã, argentina e, principalmente, brasileira: hoje, tais cargos são exercidos por mulheres, realidade improvável há algumas décadas.
Todavia, ideologias preconceituosas e agressivas ainda são inerentes à sociedade brasileira, constituindo um entrave ao progresso da nação como um todo. Esse quadro se torna evidente ao serem apresentados dados disponibilizados no site da revista “Istoé”: no período de setembro de 2006 a março de 2011, mais de 330 mil processos com base na Lei Maria da Penha foram instaurados nos juizados e varas especializados. É no mínimo incoerente que, em pleno século XXI, junto a um cenário pautado pelas ideias de igualdade e liberdade como base fundamental de toda e qualquer democracia, ainda existam milhares de mulheres sofrendo por agressões de natureza absolutamente injustificável.
É imprescindível que medidas sejam tomadas para a compleição de uma democracia justa e igualitária em sua plenitude. Desse modo, cabe ao Governo tornar mais rígida a legislação concernente ao bem-estar do sexo feminino, tomando as devidas providências quando algo estiver em desacordo com o que prega a Lei; às escolas, cabe o dever de instruir as gerações futuras quanto à igualdade entre os cidadãos de uma democracia, conscientizando-os do caráter absurdo presente em atos discriminatórios e agressivos. Por fim, lança-se um apelo às vítimas, ressaltando-se que a denúncia é a forma mais eficiente de se combater o problema. Afinal, à guisa de Simone de Beauvoir, o opressor não seria tão forte se não encontrasse cúmplices entre os próprios oprimidos.
título é uma marca opcional nas dissertações-argumentativas das provas de redação do Enem, mas o título da redação da Amanda Della Togna Torre chama muito a atenção do leitor, pois afirma, diretamente, que é preciso desconstruir ideologias no contexto da proteção da democracia, já que a palavra ‘égide’, de origem grega, significa “proteção, amparo”.
introdução, por sua vez, cumpre adequadamente seu papel: apresentar o tema ao leitor e já mostrar a ele a tese principal que, neste caso, afirma que o preconceito contra o sexo feminino, na pós-modernidade, é contraditório, já que vivemos em uma democracia que é, supostamente, igualitária e libertária e, por isso, a persistência da violência contra a mulher deve ser discutida na sociedade brasileira.
A candidata utiliza a palavra ‘sexo’ para referir-se às mulheres e, deste modo, refere-se, somente, ao sexo biológico e não à identidade de gênero, isto é, como nos vemos e como nos mostramos ao mundo. Assim, Amanda faz referência apenas às mulheres em termos biológicos e deixa de lado, propositalmente ou não, às mulheres transgêneros, por exemplo.
Aliás, a questão de múltipla escolha do primeiro dia do Enem 2015 que trazia uma citação de Simone de Beauvoir referia-se mais à identidade de gênero do que ao sexo biológico, isto é, o sexo com o qual nascemo: masculino ou feminino.
Além disso, a candidata, já na introdução, lista os tipos de agressão sofridas pelas mulheres: física, psicológica, sexual, patrimonial e podemos incluir, aqui, mais uma: a financeira, quando o parceiro controla, de maneira obsessiva, as finanças da companheira.
Já no segundo parágrafo, o primeiro do desenvolvimento, Amanda retoma o esteriótipo da mulher que servia apenas para fazer os afazeres domésticos e para procriar, estando embutida aí a questão de que as relações sexuais, para as mulheres, não poderiam ser prazerosas como são para os homens. Ou seja, sempre tivemos o papel da dona de casa e da reprodutora, mas isso mudou, como bem lembra a candidata, já que as mulheres, a cada dia que passa, assumem mais cargos políticos e profissionais e ela cita como exemplos mulheres que ocupam altos cargos na política do Brasil, da Alemanha e da Argentina (hoje já não mais, mas naquela época, sim), podendo ser substituída pelo Chile.
No terceiro parágrafo, o segundo do desenvolvimento, a candidata tem como intenção combater o que chama de preconceito incoerente com o progresso do país e parafraseia, ou seja, escreve com as suas palavras, um dado retirado da coletânea de textos motivadores. Assim, ela recorre à coletânea de modo adequado, útil ao seu texto, e correto, já que a cópia integral é proibida pelo Enem. Outra coisa que ela evitou escrevendo desta maneira foi pressupor que o leitor conhecesse o dado informado, já que ela citou a fonte (revista Istoé) e o período ao qual a estatística diz respeito.
De acordo com Amanda, é incoerente que violências injustificáveis contra a mulher ainda existam em um país que se diz democrático e que tem como ideais a igualdade e a liberdade, bandeiras também do movimento feminista. Observem que, usando adjetivos como ‘incoerente’ e ‘injustificável’, a candidata já assinala a sua opinião acerca da persistência da violência contra a mulher no Brasil.
Por fim, na conclusão, a autora estabelece que governo, escolas e mulheres têm tarefas a cumprir a fim de vivermos, realmente, numa democracia igualitária e libertária. Ao governo, cabe tornar a legislação mais rígida; às escolas, cabe à conscientização dos alunos a fim de gerarmos futuros cidadãos adultos conscientes e às mulheres, finalmente, cabe denunciar mais os seus agressores e, para embasar sua proposta de intervenção social, a candidata parafraseia, agora, Simone de Beauvoir: “o opressor não seria tão forte se não encontrasse cúmplices entre os próprios oprimidos”.
Alguém pode pensar que há machismo nesta oração, colocando a mulher oprimida como cúmplice, mas pensamos que não foi o objetivo do texto. O real objetivo seria conscientizar as mulheres da importância da denúncia, pois sabemos que, infelizmente, muitas não denunciam seus agressores pelos mais diversos motivos.
Esperamos que tenham gostado da análise. Até a próxima!

Pratique o Tempo de Escrita de Sua Redação Para o Enem


Um dos maiores vilões e inimigos dos candidatos nas provas do Enem é o relógio. Por isso saber administrar o tempo durante a realização do exame nacional é fundamental, especialmente durante a redação. Além da estratégia correta, é preciso também escrever muito para colocá-la em prática sem perder a calma e a concentração. E é exatamente disso que trataremos nesta matéria.
Como você já deve conhecer, o modelo atual de prova do Enem traz 180 questões divididas em dois dias de aplicação: no primeiro os candidatos devem resolver a 90 questões (45 de Ciências Humanas + 45 de Ciências da Natureza) em 4h30min. Já no segundo dia, são mais 90 itens (45 de Linguagens e Códigos + 45 de Matemática), em5h30.
Note que, no segundo dia de aplicação, o exame traz uma prova a mais (a redação!) e uma hora a mais de aplicação. Portanto, o tempo médio para escrita do texto, de acordo com o modelo do Enem, é de 60 minutos. Lembre-se que nesse intervalo de tempo você terá que criar o rascunho, produzir e revisar seu texto e passá-lo a limpo no caderno de resposta!
Certamente não é tarefa fácil criar um boa e convincente dissertação argumentativa neste período de tempo. Entretanto, se tiver consciência desta estratégia e procurar praticá-la ao longo de sua preparação, certamente conseguirá atingir as condições necessárias para escrever um ótimo texto em apenas uma hora no Enem.
Conforme dito no início da matéria, para chegar a este nível não há segredo, é preciso treinar! De agora em diante, sempre que for escrever uma redação, seja para a disciplina do colégio/cursinho, em algum simulado do Enem ou mesmo em casa, marque o tempo que tem gasto para produzir seus textos e procure adequá-lo para não demorar mais que uma hora.
Busque também escrever textos sobre variados temas e assuntos. Assim, no dia do exame, terá mais recursos e reduzirá a chance de uma “pane” ao se defrontar com uma proposta inesperada da qual não sabe praticamente nada.

30 de março de 2016

Modelo de redação ENEM 2016 - enviada por Alana Sommer - turma 305 - Ruyzão


Para Bauman, nenhuma sociedade que esqueceu a arte de questionar resolverá os problemas que possui. Considerando o exposto, convém a indagação: por que a violência contra a mulher persiste na sociedade brasileira? Infelizmente, essa é uma questão enraizada em uma herança histórica de subjugação. Nesse sentido, atuam como mediadores desse cenário o frágil e recente apoio jurídico às vítimas e a continuidade da cultura machista na contemporaneidade.

É lícito ponderar, de início, que as mulheres vítimas de violência não encontram apoio total na legislação. Esse sentimento é revigorado pelo fato de que, além de ter sido promulgada tardiamente, a lei Maria da Penha mostrou-se eficiente apenas no primeiro ano de aplicação, como mostra o Mapa da Violência de 2012. De mais a mais, as leis também dificultam a realização de aborto pelas vítimas de estupro, situação que, muitas vezes, fomenta as ações dos agressores, tornando essa uma problemática constante.
Ademais, infere-se que, enquanto a cultura machista perdurar na sociedade, as mulheres em pouco poderão alterar a sua condição. Inúmeros homens configuram suas esposas ou companheiras como objetos, os quais devem ficar em casa para cuidar das tarefas domésticas. Isso, associado ao mercado de trabalho, no qual elas chegam a ganhar em torno de 30% menos do que eles, evidencia a dupla jornada, cujo reflexo é a exaustão física e psicológica, com a qual uma mulher deve cumprir.
Portanto, o governo tem o dever de rever as suas leis, as quais são ótimas no papel, mas deixam a desejar quanto à eficiência. Além disso, cabe à sociedade, ainda, predominantemente, patriarcal, ser imparcial em seus julgamentos. Isto é, conscientizar-se de que as mulheres são uma parte essencial do corpo social, capacitadas a assumir qualquer posição do mercado de trabalho. Afinal, somente assim poderá se concretizar o ideal de ordem e progresso estampado na bandeira nacional, seja nos ambientes familiar e de trabalho ou nas ruas.

27 de março de 2016

Períodos no texto


“Penso, logo existo”. Para Descartes, o ato de pensar é a prova da existência humana e da nossa sobreposição evolutiva em relação aos demais seres. A filósofa Marilena Chauí, afirma que
Quando pensamos, pomos em movimento o que nos vem da percepção, da imaginação, da memória; aprendemos o sentido das palavras; encadeamos e articulamos significações, algumas vindas de nossa experiência sensível, outras de nosso raciocínio, outras formadas pelas relações entre imagens, palavras, lembranças e ideias anteriores. O pensamento apreende, compara, separa, analisa, reúne, ordena, sintetiza, conclui, reflete, decifra, interpreta, interroga. (Chaui, 1999, p. 154) 1
E Othon Moacir Garcia define as palavras como sendo “o revestimento das ideias e que, sem elas, é praticamente impossível pensar”. 2
Os textos dissertativos, comumente cobrados nos exames e vestibulares, exigem o uso de linguagem objetiva, clara e concisa e isso só pode ser obtido por quem tem clareza de ideias, lógica no raciocínio.
Impossível? Claro que não! Mas exige treino. Citando mais um estudioso brasileira da linguagem, o prof. Mattoso Câmara, só é possível escrever sobre aquilo que se conhece: “Qualquer um de nós, senhor de um assunto, é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem”.
Desse modo, como todo aluno deve ter ouvido ao menos uma vez na vida de um professor de Redação, é importante ter o hábito da leitura. Esse hábito vai colaborar com a recomendação de Mattoso Câmara, de que devemos conhecer o assunto, mas vai, além disso, deixar-nos familiarizados com estruturas textuais empregadas pelos autores, as quais, pouco a pouco, vamos internalizando, de tal modo que passamos a empregá-las nos nossos próprios textos.
Logo, não teremos mais tanta dificuldade em organizar o pensamento, que estará treinado pela leitura, facilitando também a exposição das ideias.
Mesmo assim, alguns conselhos sempre são úteis:
  • Evite frases muito longas: elas podem comprometer a compreensão do texto pelo leitor ou, pior ainda, fazer com que o redator se perca nas próprias ideias, já que, ao emendar uma, outra e mais outra, pode deixar escapar a linha de raciocínio ou deixar algum pensamento inconcluso;
  • A frase deve conter uma ideia completa: o período deve apresentar um pensamento que faça sentido, mesmo que seja necessário relacioná-lo com períodos anteriores, para manter a progressão textual ou ampliar, desdobrar ou aprofundar os sentidos desses. O período ideal é simples e curto, mas sem deixar de lado informações que sejam essenciais para a sua compreensão. Executar essa tarefa é um exercício de concisão, essencial para quem se dispõe a escrever bem.

23 de março de 2016

O zero na redação do ENEM


Frequentemente reforçamos aqui no Enem que a melhor forma de se preparar para a Redação é praticando e escrevendo dissertações com frequência. No entanto, é necessário também conhecer regras de correção, para, desde já, se adequar as exigências e critérios da banca corretora.
 Na postagem de hoje vamos listar as atitudes que podem levar sua redação a nota zero, para que você já se acostume desde já a evitar tais equívocos durante o ano de preparação. Confira abaixo um por um deles.
  • Fuga total ao tema – Ocorre quando o estudante não trata do assunto e da proposta colocados pela redação do exame;
  • Não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa – Se enquadram nestes casos aqueles que não seguem o tipo textual do Enem, que é a dissertação-argumentativa. Um exemplo é o caso de quem faz uma narrativa ou uma carta, por exemplo;
  • Texto com até 7 linhas – A redação que conter quantidade menor que essa de linhas será considerada “insuficiente”;
  • Impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação ou parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto – São considerados “impropérios” e “formas propositais de anulação” casos em que o candidato escreva parte do texto desconectada com o tema, de forma a caracterizar descompromisso com o exame, como os polêmicos casos do Enem 2012, em que um candidato incluiu um trecho de um hino de um time de futebol e outro uma receita de Miojo no texto;
  • Desrespeito aos direitos humanos – Qualquer proposta de intervenção ou argumento que seja contra os direitos humanos;
  • Letra ilegível;
  • Redação em branco, mesmo com texto em rascunho – Quando o estudante não transcreve a sua redação no caderno oficial de resposta;
  • Cópia do texto motivador – São considerados aqui quaisquer trechos dos textos da coletânea. Inclusive os corretores são orientados a não considerar linhas que contenham cópias integrais ou parciais dos textos motivadores ou mesmo das questões objetivas.
Agora que já conhece os erros que causam a anulação da dissertação do Enem, pode continuar a praticar sua escrita tomando cuidado para não reproduzir nenhuma deles.
Para reforçar o conhecimento sobre o que será cobrado pela banca corretora, conhecer todos os detalhes sobre a estrutura da redação, como saber desenvolver cada uma de suas partes e ainda ver análise completa de todos os temas cobrados no exame desde 1998. 

22 de março de 2016

Pessoal do Ruyzão, lendo muito os artigos que posto, ok!!!

No dia em que presenciamos mais uma tragédia com dezenas de mortos e feridos decorrente do ataque terrorista ocorrido em Bruxelas, capital da Bélgica, o assunto do principal artigo do Portal infoEnem não poderia ser outro senão o povo islâmico, do qual surgiram os principais grupos terroristas. Nos próximos parágrafos vamos rever sucintamente sua história desde o início.
Vivendo em uma região extremamente quente e seca, os árabes formaram uma sociedade baseada no islamismo, religião fundada por Maomé e que expandiu seu território através das guerras santas, chamadas djihad.
Segundo o Islã, Ismael, filho de Abraão, estava perdido no deserto com sua mãe. Então o anjo Gabriel apareceu e fez surgir uma fonte para satisfazer sua sede e uma pedra para descansar. A Caaba consiste no local onde ficaram a fonte e a pedra, além de representações das divindades do politeísmo árabe que existia antes do islã, e Maomé pertencia à família responsável por cuidar dela. Um dia ele viu o anjo e este escolheu-o como um profeta.
O islã representa a submissão a Alá e grande parte da população, além dos sacerdotes, era contra tal religião, portanto Maomé foi obrigado a fugir de Meca, episódio que ficou conhecido com Hégira. Maomé, que fora para Medina, ao voltar para Meca e conquistá-la, contribuiu para aumentar ainda mais a quantidade de muçulmanos.
O livro que representa essa religião é o Corão, que contém todos os seus preceitos. Segundo ele, Alá é o único deus e só é possível chegar a ele por meio do profeta, Maomé; é preciso fazer 5 orações por dia; fazer jejum no mês doRamadhan; dar esmolas e fazer peregrinação em Meca.
Com a morte de Maomé, sucederam-no os Califas, que fizeram uma divisão da região em Bagdá, Cairo e Córdoba, exercendo todos os poderes do Estado teocrático.
Outra particularidade do Islamismo é sua divisão em grupos geradas por diferentes interpretações, como por exemplo os sunitas, que defendem o poder do califa, e xiitas, que afirmam que o poder deve ser exercido somente por um descendente de Maomé. Tais divergências são um dos principais fatores que geram conflitos na região até hoje.
A expansão do islamismo continuou, através de conquistas e guerras contra os infiéis, com a conversão de partes da África, da Espanha e da Índia.

20 de março de 2016

Raízes de nosso vocabulário

Primeiramente, um pouco de História! Afinal, os idiomas acompanharam o homem pelo passar dos séculos e mantiveram registrados, nas suas estruturas, muitos elementos relacionados à história dos povos, além de serem a ferramenta do registro histórico.
Vimos, em História, que os mouros do norte da África invadiram a Península Ibérica em 711 e por lá se estabeleceram até 1492, quando os reis católicos Fernando e Isabel finalizaram a Reconquista e expulsaram os últimos árabes da península. Esses sete séculos tiveram profundas influências em muitos âmbitos da vida dos habitantes. Como os árabes não impuseram seus costumes, por muito tempo três culturas coexistiram na região: a românica, que resultaria no Reino de Portugal e no de Espanha; a judaica, pois os judeus sefarditas já se haviam estabelecido na região desde o Império Romano; e a muçulmana. E havia também os cristãos ‘arabizados’, isto é, aqueles que incorporaram a cultura árabe, mas não abandonaram a religião cristã, denominados ‘moçárabes’.
Desse caldeirão cultural, surge a língua falada que viria a ser oficial no Condado Portucalense, futuro Reino de Portugal. Os primeiros documentos, contratos de partilha, testamentos entre outros foram registrados no que se convencionou chamar ‘proto-português’. Apenas no século XII é que vamos ter oficialmente uma Língua Portuguesa. Até então havia uma literatura moçárabe, que empregava uma língua de base portuguesa, mas impregnada de palavras árabes. Foram esses moçárabes que transmitiram os elementos lexicais árabes para o futuro português.
Os árabes influenciaram na administração, onde deixaram contribuições relacionadas aos cargos públicos, comoalmoxarife, alcaide, alferes, ou instituições, como alfândega, aduana, aldeia. Alvará é uma palavra tipicamente árabe e significa o texto que autoriza, e, até hoje, não teve substituto: continua presente na língua, segundo Antônio Houaiss (aquele idealizador do dicionário que leva seu nome e da versão brasileira do Acordo Ortográfico).
Na agricultura, alguns termos (ou o próprio alimento) foram heranças mouras: alface, alcachofra, azeite e azeitona (o romano usava óleo e oliva, e a árvore permaneceu oliveira), arroz, açúcar, alfarroba, tâmara, romã, alfazema, açafrão, alqueire, arroba (estes são unidades de medida).
Nas ciências, é inegável a contribuição, não apenas no vocabulário! Nosso sistema numérico emprega algarismos(palavra árabe) indo-arábicos (matemáticos persas e árabes os adotaram na Índia e se encarregaram de difundi-los – graças a Alá, não temos que fazer cálculos em algarismos romanos!!!). A Química (Alquimia) também deve bastante a esses cientistas: álcool, álgebra, alcaloide, almofariz.
A maioria dessas contribuições lexicais inicia-se por Al ou Az, que é o artigo definido do árabe, mas por vezes o ‘l’ é assimilado pela consoante seguinte, como ocorre em ‘Al zayt’, que resultou em azeite e azúcar, no espanhol. Outras marcas da origem árabe são o ‘x’ inicial (xadrez, xarope), o ‘-ife ou -ak’ final (almanaque, almoxarife) (Mas cuidado! Nem todas as palavras iniciadas por ‘al-‘ são de origem árabe… almoço e altura vêm do latim, por exemplo).
Enfim, a cultura árabe não se sobrepôs à cultura latina da Península Ibérica, mas marcou indelevelmente o nosso idioma, enriquecendo-o. E quando surgir uma dúvida ortográfica, lembre-se de que a explicação pode estar nessas raízes.

19 de março de 2016

Tema de redação

Crianças de Rua
 
Leia o texto abaixo e redija uma dissertação, em prosa, discutindo as idéias nele contidas e o que elas significam para você. Defenda uma posição frente ao tema. Título, 25 a 30 linhas.
Filhos de estimação
"Li em algum lugar que uma entidade protetora de animais está oferecendo cães e gatos abandonados a pessoas de bom coração que queiram adotá-los. Os animais passaram por veterinário, estão ótimos de saúde, não oferecem perigo. Por que foram atirados à rua? Quem sabe porque as pessoas enjoam dos bichos quando eles crescem. Ou porque bicho dá trabalho. Não sei, porém, se vocês repararam os cachorros e gatos vagabundos estão diminuindo nas ruas. Era comum antes topar com dezenas de vira-latas perambulando pelas calçadas, muros e latas de lixo. Agora pouca gente usa lata para guardar lixo. O próprio lixo emagreceu, não tem mais a atração da fartura de desperdício de tempos atrás. Inflação, custo de vida, essas coisas. A captura municipal se aprimorou. A campanha de prevenção da raiva alertou os donos dos bichos. E os automóveis não perdoam cachorro e gato distraídos.
Para substituir esses animaizinhos desvalidos surgem novos bandos de crianças desgarradas em São Paulo. Se antes uma criança pedindo esmola chamava nossa atenção, hoje nós a olhamos com naturalidade e indiferença. Dar ou recusar uma nota, uma moeda, tornou-se um gesto maquinal.
Suponho que o destino desses guris esteja selado: eles acabarão na cadeia. Ou nos encostarão contra a parede a qualquer momento, o revólver em nosso peito.
É possível que amanhã, com outro governo, o Brasil não seja um grande exportador de armas, mas passe a ser conhecido no mundo como um país de brio que deu às crianças esquálidas e tristes, não direi diploma de doutor, isso seria um enorme milagre inútil. Mas uma oportunidade de trabalho, ao menos isso, com um pagamento que lhes permita, depois de aprender uma profissão prática, ganhar a vida com o coração limpo e honestidade. Podemos sonhar acordados"

Tema de redação


Leia o texto abaixo e redija uma dissertação, em prosa, discutindo as idéias nele contidas e o que elas significam para você. Defenda uma posição frente ao tema. Título, 25 a 30 linhas
O PÃO NOSSO
Com a força de quem incomoda pela simplicidade de seus argumentos, o sociólogo mineiro desmonta qualquer desculpa para não encarar a fome no Brasil. Tratamos 32 milhões de pobres - uma Argentina inteira - como estrangeiros, inimigos.
Há quase quarenta anos, eu começava minha trajetória de esquerda cristã, para depois percorrer todos os caminhos e desvios de marxismo, do lenismo e do maoísmo, quando publiquei meu primeiro artigo, na revista francesa Térmoignage Chrétien. Chamei-o "Capitalismo e Miséria". Era 1956 e naquele tempo a luta contra o capitalismo inspirava-se numa ética humanista, que não aceitava a miséria. Ser de esquerda era isso.
Ao longo dos anos, as razões para lutar contra o capitalismo foram aumentando, a ética foi cedendo espaço para a ideologia. Lutar contra a miséria passou a ser um subproduto da luta pelo socialismo. No futuro o socialismo acabaria com a miséria, ao fim de um período de convivência inevitável. Restava, como forma de ação, denunciar a responsabilidade do capitalismo na produção da miséria. Mas a convivência acabou por gerar um inconformismo verbal e um conformismo prático.
O mundo deu muitas voltas. Caíram barreiras, referências, mitos e muros. A História não coube em teorias. As teorias negaram suas promessas. O capitalismo continuou produzindo miséria, mas o socialismo avançou sem conseguir eliminá-la. Os sistemas protegiam seus sócios e eliminavam os demais. Depois de 100 anos de socialismo e capitalismo, a miséria no mundo aumentou, a economia transformou-se num código de brancos e numa fábrica de exclusão racionalizada. A modernidade produziu um mundo menor do que a humanidade. Sobram bilhões de pessoas. Não se previu espaço para elas nos vários projetos internacionais e nacionais. No Brasil essa exclusão tem raízes seculares. De um lado, senhores, proprietários, doutores. Do outro, índios, escravos, trabalhadores, pobres.
Isso significa produzir riqueza pela reprodução da pobreza. Sendo um modelo econômico sustentado em vícios sociais, o padrão rural da colônia transferiu-se praticamente intacto ao país urbano, com pretensões a ser moderno. O Brasil tem uma indústria com duas caras - e a mesma moeda. Moderna na tecnologia, atrasada nas relações de trabalho. Sua classe média espreme-se entre a ideologia do senhor e as agruras dos pobres. Teme o destino de um e respeita o poder do outro.
A industrialização brasileira não encurtou o abismo entre pobres e ricos. Os senhores viraram empresários, mas continuaram a viver em novas versões da casa-grande. Os escravos viraram trabalhadores, mas continuaram morando na senzala, em dormitórios feitos para isolar o pobre depois do serviço.
Nos anos 90, aprendemos que, em sessenta anos de industrialização, o Brasil havia gerado três categorias sociais - ricos, pobres e indigentes. é como se elas habitassem países diferentes. Existe a minoria rica, branca, sofisticada, formando uma sociedade mais ou menos comparada com à do Canadá. Tem a maioria pobre, negra, silenciosa e resignada, do tamanho do México. E há 32 milhões de indigentes, uma Argentina dentro do Brasil. Esses 32 milhões são brasileiros que o Brasil trata como estrangeiros, uma população indesejada, descurada, quase inimiga.
Este Brasil onde aparentemente não cabem os 150 milhões de habitantes das estatísticas demográficas é assim por descaso. Com a produção agrícola atual, poderia alimentar 300 milhões de pessoas. Nada em sua economia impede que sejam gerados agora 9 milhões de empregos de emergência. Se a posse da terra fosse democratizada de maneira rápida e decidida, abriria lugar para 12 milhões de famílias. Se as coisas assim acontecessem, 32 milhões de pessoas que estão passando fome teriam comida, pelo menos comida.
Ser de esquerda é ter pressa de chegar ao futuro. Mas como projetar o futuro no quadro trágico do Brasil de hoje? Os indigentes indicam a rota de um grande naufrágio social, de uma farsa econômica e de um desastre político. Fome, miséria e Aids vão disputar as manchetes da imprensa internacional sobre o país. Fome e miséria porque as produzimos há muito tempo. Aids porque tem, aqui, a mesma cara da miséria. A minoria rica trata-se, os pobres simplesmente morrem.
Projetar o futuro é temer ou desejar. Prever também pode ser identificar os desejos e interesses agora, é reconhecer a possibilidade de que os melhores desejos sejam os desejos dominantes e com isso se transformem na realidade. Pensar o futuro atrai, desafia e engana. E mudar o futuro depende de mudar a maneira como se pensa o presente. O futuro começa hoje. Num passado recente, quando o sindicalismo parecia inteiramente domado pela repressão militar, as greves no ABC paulista desafiaram a imaginação dos sociólogos e a força policial do governo. No passado ainda mais recente, as campanhas da anistia, das eleições diretas, da Constituinte, do impeachment de Collor - todas elas mostraram o poder que tem o desejo de mudar a realidade.
Não faltam argumentos para quem imagina o futuro como o presente piorado. Se o modeloCasa Grande & Senzala prevalecer, não haverá outro recurso senão viver numa prisão de ruas fechadas por seguranças privadas, em bunkers residenciais. Nesse caso, o futuro brasileiro terá, pelo cinismo e pela indiferença, a sociedade que a áfrica do Sul fez no passado pelo racismo e pela violência.
E o outro lado? E se o futuro depender da explosão social dos oprimidos? Aí é provável que o sistema atual também prevaleça. Não é à toa que tem antecedentes históricos. Sempre que preciso, a polícia torturou e matou, as Forças Armadas reprimiram sublevações contra a ordem da classe dominante, as Igrejas ensinaram resignação em vez de horror à injustiça. Deus alegrava a vida dos ricos. O diabo metia medo nos pobres. O brasileiro cordial, produto desse método, é aquele cidadão que ganha salário mínimo e brinca o carnaval com alegria de fazer inveja ao turista. O Rio de Janeiro não é Los Angeles.
Pode haver revolta. Mas é improvável que o caminho da mudança no Brasil seja aberto com explosões sociais. A energia que pode ser usada agora para fazer um futuro diferente está, aparentemente, em outras fontes de transformação. Porque há mudança no Brasil. Ela não corre, mas anda. Não corre, mas ocorre.
Seus sinais estão, por exemplo, no melhoramento das cidades em plena crise da administração federal, no basta à corrupção e no movimento pela ética na política, na emergência de movimentos em favor da mulher, da criança ou da ecologia, no anti-racismo. São antídotos contra a cultura autoritária que sempre ditou a receita do desastre social. Eles estão na confluência de suas tendências. Parte da elite não quer viver no apartheid sul africano. E cada vez mais pobres querem sua cota de cidadania. Essa maré vai empurrando a democracia da sociedade para o Estado, de baixo para cima, dos movimentos sociais para os partidos e instituições políticas.
é nela que eu hoje acredito. E, por causa dela, encontro-me outra vez com a velha questão que me levou à militância política: o que fazer com a miséria? Aceitá-la a título provisório? Não dá: aquilo que produz miséria simplesmente não pode ser aceito. A condenação ética da miséria é um ponto de partido. Para mim, o que era a luta contra o capitalismo para atacar a miséria passou a ser a luta contra a miséria para conquistar a democracia.
é preciso começar pela miséria. Essa é a energia da mudança que move a Ação da Cidadania contra Miséria e pela Vida, revelada na adesão de pessoas de todas as classes sociais, idades, tendências políticas e religiosas, parlamentares e prefeitos, empresas públicas e privadas, artistas e meios de comunicação e, sobretudo, na adesão de jovens à tarefa de recolher e distribuir alimento. Essa juventude está descobrindo o gosto de romper o círculo de giz da solidão e abrir espaço fecundo da solidariedade. Esse mesmo gosto que há quarenta anos se reservava à militância.
No combate à fome há o germe da mudança do país. Começa por rejeitar o que era tido como inevitável. Todos podem e devem comer, trabalhar e obter uma renda digna, ter escola, saúde, saneamento básico, educação, acesso à cultura. Ninguém deve viver na miséria. Todos têm direito à vida digna, à cidadania. A sociedade existe para isso. Ou, então, ela simplesmente não presta para nada. O Estado só tem sentido se é um instrumento dessas garantias. A política, os partidos, as instituições, as leis só servem para isso. Fora disso, só existe a presença do passado no presente, projetando no futuro o fracasso de mais uma geração.
Quando eu era cristão e queria lutar contra a miséria, meu dia começava com um Padre-Nosso. Tinha fome de divindade. Hoje, ainda luto contra a miséria, mas meu dia começa com um Pão Nosso. Tenho fome de humanidade.

Redação a partir de citações

Temas de Redação baseados em citações
A partir de cada citação abaixo, estabeleça um tema e redija um texto dissertativo, em prosa, de não mais de vinte e cinco linhas, não esquecendo de dar-lhe um título.
1.  "Quando uma porta se fecha, outra se abre. Mas muitas vezes nós ficamos olhando tanto tempo, tristes, para a porta fechada, que nem notamos aquela que se abriu para nós" (Graham Bell).

2.  "Não existe uma maneira gentil de matar alguém numa guerra", disse o porta-voz do Pentágono ao confirmar que milhares de soldados iraquianos, entrincheirados em abrigos subterrâneos, foram enterrados vivos no início da ofensiva americana na guerra do Golfo 

3.  "A humanidade está dividida em três classes: os que são imóveis, os que são móveis e os que fazem os outros se moveram" (Provérbio Árabe).

4.  (UCSAL) O brasileiro gosta de levar vantagem?

5. (UNIP) "Se todo animal inspira ternura, o que houve então com o homem?" (Guimarães Rosa).

6. (LOND) Nada é tão fácil se as coisas difíceis forem feitas com má vontade.

7. "Passarinho que anda com morcego acaba dormindo de cabeça para baixo" (dito popular).

8. "Conhecer não é contemplar passivamente, mas agir sobre as coisas e acontecimentos, construindo-os e reconstruindo-se em pensamento" (Jean Piaget).

9. (FAAP) "É preciso recontar a história do Brasil pela versão dos índios, dos negros, das mulheres e dos trabalhadores" (Carlos Alberto Christo).

10 Não há vida sem morte, como não há morte sem vida, mas há também uma "morte em vida". E a morte em vida é exatamente a vida proibida de ser vida" (Paulo Freire).

17 de março de 2016

Quem se habilita????

Na escola ou no cursinho, onde temos a possibilidade de lermos, verificarmos e analisarmos as correções que professores e corretores fazem em nossas redações, podemos refletir acerca de nossos erros e temos uma segunda chance, na revisão e, posteriormente, na reescrita, de corrigir os nossos desvios.
Infelizmente, depois de fazermos a prova de redação do ENEM ou de qualquer outro vestibular ou concurso, não temos esta chance. O Exame Nacional do Ensino Médio, como uma exceção, libera aos candidatos o espelho da correção da redação enquanto que, as demais provas, liberam apenas as notas finais.
Pensando na fundamental importância da revisão e da reescrita, disponibilizamos abaixo uma redação do ENEM 2006 cujo tema era O PODER DE TRANSFORMAÇÃO DA LEITURA.
Gostaríamos que, em casa, cada leitor reescrevesse esse texto a fim de refletir não sobre possíveis desvios, mas também em alternativas de escrita sem alterar os efeitos de sentido.
 Vamos lá?
Quadro Negro
          
Se para Monteiro Lobato um país se faz de homens e livros, para os governantes diferente não poderia ser. O papel da leitura na formação de um indivíduo é de notória importância. Basta-nos observar a relevância da escrita até mesmo na marcação histórica do homem, que destaca, por tal motivo, a pré-história.
         
Em uma esfera mais prática, pode-se perceber que nenhum grande pensador fez-se uma exceção e não deixou seu legado através da escrita, dos seus livros, das anotações. Exemplos não são escassos: de Aristóteles a Nietzsche, de Newton a Ohm, sejam pergaminhos fossilizados ou produções da imprensa de Gutenberg, muito se deve  a esses escritos. Dessa forma, iniciar o  processo de transformação adquirindo tamanha produção intelectual que  é disponibilizada.
          
A aquisição de idéias pelo ser humano apresenta um grande efeito colateral: a reflexão. A leitura é capaz de  oferecer o poder de questionar, sendo a mesma frequente em nossas vidas. Outrossim, é impossível que a  visão do mundo ao redor não se modifique com essa capacidade adquirida.
          
Embora a questão e a dúvida sejam de extrema importância a um ser pensante, precisam ter um curto prazo de validade. A necessidade de resposta é intrínseca e gera novas idéias, fechando, assim, um círculo vicioso, o qual  integra e nunca termina de transformar e ser transformados.
           
A leitura é a base para o desenvolvimento e a integração na sociedade e na vida, porquanto viver não é apenas respirar. Se Descartes estiver certo, é preciso pensar. Pensando, poder mudar o quadro negro do país e construir o Brasil de Monteiro Lobato: quadro negro apenas na sala de aula, repleto de idéias, pensamentos, autores, repleto de transformação e de vida.

16 de março de 2016

Você Sabe Como é Feita a Correção da Redação do Enem?


Em exames com a importância e dimensão do Enem, é fundamental conhecer, além do modelo e características da prova, as regras e critérios de correção, incluindo a parte dissertativa, que diz respeito a redação. De olho nisso, abordaremos neste artigo os tópicos essenciais sobre a correção da redação do exame nacional.
O primeiro detalhes, que inclusive você já deve saber, é que a redação do Enem recebe uma 1.000 pontos. Para chegar a esse montante, a banca corretora avalia cinco tópicos relacionados a sua escrita, em que cada um pode receber as notas 04080120160 ou 200, conforme seu “grau” de domínio.
Tais tópicos são conhecidos como competências da redação. Confira abaixo sua reprodução na íntegra, retirada do site do Inep, órgão responsável pela elaboração do Enem.
  • Competência Nº1: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa
  • Competência Nº2: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa
  • Competência Nº3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
  • Competência Nº4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
  • Competência Nº5: elaborar proposta de intervenção social para o problema abordado, respeitando os direitos humanos
Conhecidos os critérios avaliados e como ocorre a atribuição das notas, vamos agora entender quais as regras serão usadas na definição do seu desempenho final na dissertação-argumentativa do Enem.
Cada redação é corrigida por, no mínimo, dois corretores e às cegas, ou seja, nenhum dos dois sabe que nota foi dada pelo outro e nem qual foi o outro corretor, para haver a imparcialidade que o processo exige. Caso haja diferença inferior a 100 pontos entre as notas dos dois corretores ou menor do que 80 pontos em qualquer uma das competências, a nota final do texto corresponderá a média aritmética das notas dos dois corretores – soma-se as duas notas e divide-se por dois.
Entretanto, nos textos em que houver discrepância maior que 100 pontos na nota final ou superior a 80 pontos em pelo menos uma das competências, a redação será corrigida por um terceiro corretor e a nota final será a média aritmética das duas notas mais próximas, sendo a mais distante descartada. Se a discrepância permanecer mesmo após a terceira correção, a dissertação passará então por uma banca composta por três professores que farão a correção juntos e atribuirão um desempenho definitivo, ou seja, equivalente a nota final.

15 de março de 2016

Assim sou eu!!!!

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxarHoje sei que isso tem nome… AUTOESTIMA.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é…AUTENTICIDADE.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… AMADURECIMENTO.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo
Hoje sei que o nome disso é… RESPEITO.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama… AMOR PRÓPRIO.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é… SIMPLICIDADE.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a… HUMILDADE.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é… PLENITUDE.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é… SABER VIVER!!!”

13 de março de 2016

Afinal, para que serve um dicionário?

Afinal, para que serve um dicionário? | infoEnem



Pai dos burros, desmancha-dúvidas, tira-teimas, tesouro do idioma… São muitas as denominações que são dadas a essa obra, mas para que exatamente ele serve?
De modo geral, as pessoas (as inteligentes, não gosto da denominação ‘pai dos burros’, pois só os inteligentes reconhecem as próprias limitações e recorrem ao dicionário  ) consultam o dicionário para descobrir o significado de termos desconhecidos, mas essa não é a única utilidade dessa obra e o dicionário de língua é o único tipo que existe.
Nos dicionários de língua, entre os quais se destacam o Aurélio, o Houaiss, o Caldas Aulete, o Michaellis (que, por metonímia, acabaram se tornando sinônimos de dicionário), podemos encontrar, além da definição do termo, uma série de outras informações úteis, como a origem da palavra, a grafia correta, a pronúncia (muito importante, agora que o trema se foi…), a forma plural (imprescindível, principalmente no caso de final em -ão), a classe de palavras a que pertence o termo, enfim, a utilidade do dicionário vai muito além de trazer sinônimos ou as definições.
Isso só para mencionar o dicionário de língua. Mas esse não é o único tipo de dicionário existente. Segundo o Houaiss, podemos encontrar:
  • d. analógico: o que reúne as palavras, em grupos analógicos segundo a sua afinidade de ideias, partindo de conceitos para indicar os seus significantes linguísticos; dicionário de ideias afins, dicionário ideológico
  • d. bilíngue: a forma mais simples de dicionário plurilíngue, que permite a tradução de vocábulos e expressões de duas línguas e estabelece o confronto entre ambas
  • d. de antônimos: obra de referência que reúne palavras em grupos relacionados com base em uma oposição entre seus significados
  • d. de língua: obra de referência atemática que procura retratar a língua do ponto de vista do conjunto de suas palavras (incluindo nisto unidades elementares mínimas do tipo dos afixos, radicais etc., as chamadas palavras gramaticais e vocábulos metalinguísticos) e descreve, por meio de abonações e/ou exemplos, suas estruturas sintáticas através do funcionamento das unidades no uso, acrescentando-lhe informações periféricas do tipo classe gramatical, ortoépia, nível de uso, propriedades sintáticas etc., para seu mais perfeito domínio; dicionário geral
  • d. de sinônimos: obra de referência que reúne palavras em grupos relacionados com base em uma semelhança ou equivalência entre seus significados
  • d. enciclopédico: obra de referência de natureza híbrida, que mescla a técnica dos dicionários de língua com informações de ordem enciclopédica, incluindo também. verbetes biográficos, toponímicos, históricos etc.
  • d. etimológico: o que registra a origem, derivação e formação das palavras a partir de suas formas mais remotas atestadas, levantando dados relativos à evolução do seu significado e por vezes identificando a família de seus cognatos
  • d. geral: m.q. dicionário de língua
  • d. inverso: dicionário que traz alfabetadas as palavras por grupos segundo as suas terminações [Freq. us. como dicionários de rimas, embora estes sejam um caso especial daquele.]
  • d. onomasiológico: aquele que parte dos significados para apontar os seus significantes (p.ex., os dicionários analógicos)  p.opos. a dicionário semasiológico
  • d. plurilíngue: dicionário que traduz ou verte termos de uma língua para duas ou mais outras línguas
  • d. semasiológico: aquele que parte do signo linguístico para determinar o seu significado (p.ex., este dicionário) p.opos. a dicionário onomasiológico
Além desses, encontramos ainda o dicionário de regência verbal, que apresenta a transitividade dos verbos e o tipo de complemento que cada sentido dos verbos necessita, o de regência nominal, que indica como deve ser preposicionado o complemento nominal dos substantivos, adjetivos e advérbios, e o dicionário de rimas, muito útil ao poetas.
E por falar em poetas, seguem alguns poemas que, metalinguisticamente, colocam o dicionário como assunto, rendendo-lhe a devida homenagem:
Marco Cremasco é prof.na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp
Marco Cremasco é prof.na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp
E, para finalizar, uma Ode, a “Ode ao Dicionário”, de Neruda:
ODE AO DICIONÁRIO
Lombo de boi, pesado
carregador, sistemático
livro espesso:
quando jovem
te ignorei, me vestiu
a suficiência
e me acreditei completo,
e estufado tal um
melancólico sapo
recitei: “Recebo
as palavras
diretamente
do Sinai bramante.
Reduzirei
as formas à alquimia.
Sou um mago.”
O grande mago se calava.
O Dicionário,
velho e pesado, com seu jaquetão
de couro desgastado,
se aquietou silencioso
sem mostrar suas provetas.
Porém um dia,
depois de havê-lo usado
e desusado,
depois
de declará-lo
inútil e anacrônico camelo,
quando em longos meses, sem protesto,
serviu-me de poltrona
e de almofada,
rebelou-se e se plantando
em minha porta
cresceu, moveu suas folhas
e seus ninhos,(…)
Dicionário, não és
tumba, sepulcro, caixão,
túmulo, mausoléu,
és senão preservação,
fogo escondido,
plantação de rubis,
perpetuação viva
da essência,
celeiro do idioma.
E é belo
recolher em tuas filas
a palavra
de estirpe,
a severa
e esquecida
sentença,
filha da Espanha,
endurecida
como grade de arado,
fixa no seu limite
de antiquada ferramenta,
preservada
com sua beleza exata
e sua dureza de medalha.
Ou a outra
palavra
que ali vimos perdida
entre linhas
e que de pronto
se fez saborosa e lisa na nossa boca
como uma amêndoa
ou terna como um figo.
Dicionário, uma mão
de tuas mil mãos, uma
de tuas mil esmeraldas,
uma

gota
de tuas vertentes virginais,
um grão
de
teus
magnânimos celeiros
no momento
justo
aos meus lábios conduz,
ao fio da minha pena,
ao meu tinteiro.
De tua espessa e sonora
profundidade de selva,
dá-me,
quando o necessite,
um só trinado, o luxo
de uma abelha,
um fragmento caído
de tua antiga madeira perfumada
por uma eternidade de jasmineiros,
uma
sílaba,
um tremor, um som,
uma semente:
de terra sou e com palavras canto.

CEBRASPE CESPE - estudar

É uma satisfação encontrá-l(o) por aqui!
Com a finalidade apresentar a você o perfil (atual) do CESPE/UnB , CEBRASPE,nas provas de Língua Portuguesa, compartilho uma prova recentemente aplicada pela renomada banca examinadora.
O caderno de questões em comento foi direcionado para os candidatos ao cargo de Agente Administrativo (nível médio), do Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E.), certame organizado em 2014 (questões “fresquinhas”, portanto). Contudo, os itens apresentados na prova também servem para auxiliar os futuros servidores que almejam cargos de nível superior.
Na prova comentada a seguir, veremos o perfil da banca, com itens abordando aspectos como reescritura de textos, compreensão e interpretação textual, tipologia textual, coesão e coerência textuais, regência verbal, sintaxe da oração e do período, valor semântico dos conectivos, redação oficial, entre outros pontos que frequentemente integram o conteúdo programático de nossa disciplina.


QUESTÕES
1. Estaria mantida a correção gramatical e o sentido original do primeiro período do texto se ele fosse reescrito da seguinte forma: Há cinquenta anos, um dos fatos mais marcantes ocorreram na sociedade brasileira: inserção crescente das mulheres na força de trabalho.

Comentário: Questão sobre reescritura de textos, um dos pontos mais recorrentes nas provas do CESPE. Inicialmente, o trecho “Há cinquenta anos” limita o período em que ocorreu a “inserção das mulheres na força de trabalho”. Entretanto, de acordo com a redação original, o segmento “Nos últimos cinquenta anos” não faz essa limitação temporal. Ademais, o trecho reescrito “um dos fatos mais marcantes ocorreram na sociedade brasileira” deveria ser reconstruído da seguinte forma (por exemplo): um dos fatos mais marcantes ocorreu (…)”.

Gabarito: ERRADO.


2 Os termos “Nos últimos cinquenta anos” (R.1), “Primeiro” (R.5) e “Segundo” (R.9) contribuem para a progressão das ideias no texto.

Comentário: Questão sobre coesão e sequenciação textual, aspecto de suma importância para compreender/interpretar textos. De fato, o emprego do adjunto adverbial “Nos últimos cinquenta anos”, indicando uma marcação (e não uma limitação) temporal, bem como os operadores argumentativos “primeiro” e “segundo” concorrem para a progressão temática das ideias do texto.

Gabarito: CERTO.


3 O trecho “Esse sucesso influenciou o comportamento e os valores sociais das mulheres” (R.13-14) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Esse sucesso influenciou no comportamento e nos valores sociais das mulheres.

Comentário: Questão sobre regência verbal, aspecto importantíssimo nas provas da banca! De acordo com as lições de Celso Pedro Luft, na obra Dicionário Prático de Regência Verbal, editora Ática, p. 333, o verbo “influenciar” pode ser:

– transitivo direto: influenciá-lo ~ Nada o influencia.

– transitivo indireto, na acepção de “exercer influência, influir: Influenciar nas (ou sobre as) decisões de alguém.

É nesta última acepção que o examinador empregou o verbo ‘influenciar’ no contexto reescrito “Esse sucesso influenciou no comportamento e nos valores sociais das mulheres”.

Gabarito: CERTO.


4 Depreende-se do texto que a participação das mulheres na sociedade brasileira deve-se exclusivamente a fatores culturais e  à formação da identidade feminina.

Comentário: Questão sobre compreensão e interpretação textual. De acordo com as ideias do texto, “esse contínuo crescimento da participação feminina é explicado por uma combinação de fatores econômicos e culturais”. No decorrer da superfície textual, entretanto, o autor menciona também fatores sociais para justificar esse aumento da força feminina na força de trabalho: “queda das taxas de fecundidade”. Logo, a redação do item caracteriza uma redução, invalidando a afirmativa.

Gabarito: ERRADO.


5 O texto pode ser classificado como narrativo, por apresentar a história da inserção das mulheres na força de trabalho.

Comentário: Questão sobre tipologia textual, temática que também costuma figurar nas provas do CESPE. Podemos identificar, de modo claro, que o texto tem caráter predominantemente dissertativo-argumentativo. Primeiramente, o autor lança mão da tese “a inserção crescente das mulheres na força de trabalho”. Posteriormente, há a presença de argumentos utilizados para defender/apoiar essa tese, fugindo à modalidade textual narrativa.

Gabarito: ERRADO.


6 As expressões “outras formas de prestação/realização de trabalho” (R.5-6) e “o alcance das expressões relação de trabalho e relação de emprego” (R.12-13) desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.

Comentário: Questão sobre sintaxe da oração e do período. Fique de olho! Na sentença, a expressão “outras formas de prestação/realização do trabalho” exerce a função de complemento do verbo transitivo direto “englobar”. A mesma função sintática é desempenhada pelo sintagma “o alcance das expressões relação de trabalho e relação de emprego”, pois este segmento complementa o sentido da forma verbal “compreendermos”.

Gabarito: CERTO.


7 No trecho “está ligada à relação de trabalho subordinado que corresponde ao vínculo de emprego” (R.16-17), seria mantida a correção gramatical caso se substituísse o elemento “que” por a que, embora as relações entre os termos da oração fossem alteradas.

Comentário: Questão sobre emprego dos pronomes relativos. No contexto, o trecho “que corresponde ao vínculo de emprego” não complementa o sentido do nome “subordinado”. Esse segmento é uma oração subordinada adjetiva restritiva, em que o pronome relativo ‘que’ retoma a expressão ‘relação de trabalho subordinado’, sendo incorreta a substituição proposta pelo examinador.

Gabarito: ERRADO.


8 Os termos “como” (R.6) e “Por exemplo” (R.15) são usados com a mesma finalidade no texto: ilustrar o que se disse anteriormente.

Comentário: Questão sobre aspectos discursivos/textuais. Na linha 6, o elemento “como” introduz o “trabalho voluntário”, ilustrando a informação anterior “outras formas de prestação/realização de trabalho”. A mesma finalidade é encontrada no termo “por exemplo” (linha 15), exemplificando a informação “é importante termos claro o alcance de alguns termos utilizados no nosso cotidiano”.

Gabarito: CERTO.


9 Caso se substituísse o conectivo “mas” (R.10) por no entanto, seriam mantidos a correção gramatical e o sentido do texto.

Comentário: Questão sobre o valor semântico dos operadores argumentativos. Sempre “cai” nas provas da banca! A partir do excerto “Assim, toda relação de emprego (espécie) é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego”, identificamos uma relação de oposição entre as sentenças. Esse matiz semântico seria mantido ao substituir a conjunção ‘mas’ pelo nexo textual ‘no entanto’, validando a afirmação do examinador.

Gabarito: CERTO.


10 Depreende-se do texto que os termos “relação de trabalho” e “relação de emprego” são antônimos.

Comentário: Questão sobre semântica (pouco recorrente). É preciso ter cuidado! Fora de contexto, há uma diferença conceitual entre as expressões “relação de trabalho” e “relação de emprego”. Considerando-se o contexto, entretanto, ambos os segmentos constituem um caso de sinonímia (contextual), aproximando-lhes o sentido: “o gênero “relação de trabalho” engloba, além da relação de emprego, outras formas de prestação/realização de trabalho como o trabalho voluntário”. Logo, não há que se falar em termos antônimos, e sim em sinônimos.

Gabarito: ERRADO.


Julgue os itens subsequentes, referentes às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima.


11. Na linha 15, a forma pronominal “la”, em “anunciá-la”, refere-se a “polícia”.

Comentário: Questão sobre referenciação textual, aspecto importantíssimo, sendo uma “figurinha” carimbada no CESPE. No segmento “A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la”, a forma pronominal “la” faz coesão referencial com o vocábulo ‘carteira’.

Gabarito: ERRADO.


12 Infere-se do trecho acima que o personagem está angustiado pelo fato de ter encontrado uma carteira e pelo dilema de usar ou não o dinheiro, que por acaso pudesse encontrar dentro dela.

Comentário: Questão sobre compreensão e interpretação textual. A inferência é lícita, tendo como base a seguinte passagem do texto: “Tinha medo de abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir pagar a cocheira”.

Gabarito: CERTO.



13 Por tratar de um conflito interior acerca da ética e da moral, o trecho acima é predominantemente dissertativo.

Comentário: Questão sobre tipologia textual. O excerto de Machado de Assis constitui uma narração, em que há a predominância de verbos no passado (“não pensou”; “foi andando”; “parou”), tendo como tempo o momento em que se passa a história. Assim, invalida-se a afirmação da banca.

Gabarito: ERRADO.


14 O termo “se”, na linha 7 e na linha 10, pertence à mesma classe gramatical.

Comentário: Questão sobre emprego/reconhecimento das classes gramaticais (pouco recorrente, mas muito importante!). Na linha 7, temos em ‘se’ uma parte integrante do verbo (encostar-se ~ transitivo indireto), ao passo, na linha 10, o termo ‘se’ é uma conjunção subordinativa integrante.

Gabarito: ERRADO.


15 A expressão “lançar mão do dinheiro” (R.13), no contexto em que é utilizada, significa pegar o dinheiro para si.

Comentário: Questão sobre significação contextual de palavras/expressões. De fato, o contexto nos mostra essa significação, apoderando-se o personagem do dinheiro. A afirmação está correta.

Gabarito: CERTO.


Com base na situação hipotética acima e no que dispõe o Manual de Redação da Presidência da República, julgue os seguintes itens.


16 Na mensagem eletrônica enviada, para facilitar a organização documental, Machado deveria ter dado informações detalhadas acerca do arquivo anexado, e tê-lo encaminhado preferencialmente no formato pdf.

Comentário: Questão sobre redação oficial, tendo como base o Manual de Redação da Presidência da República. A redação do item extrapola as prescrições contidas no Manual de Redação da Presidência da República: “O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Ritch Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo”.

Gabarito: ERRADO.


17 O e-mail encaminhado por Machado, além de estar inadequado quanto ao recurso “confirmação de leitura”, não pode ser aceito como documento original.

Comentário: Questão sobre redação oficial. De acordo com o MRPR, “sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não esteja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento”. Assim, a afirmação do examinador está correta.

Gabarito: CERTO.


18 O expediente oficial e-mail apresenta flexibilidade tanto na forma quanto na linguagem, o que tornaria adequada à situação em análise a seguinte mensagem: “Prezado Alencar, mande rápido, por favor, os materiais descritos na lista anexa.
Cordialmente, Machado”

Comentário: Questão sobre redação oficial. O fecho em análise transgride o atributo da impessoalidade ao citar “Prezado”, bem como o padrão culto da língua, ao registrar marcas de oralidade, como em “mande rápido, por favor”. Ademais, “cordialmente” poderia ser empregada numa carta a um amigo, mas nunca em um fecho de expediente oficial (ainda que seja um correio eletrônico/e-mail).

Gabarito: ERRADO.