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30 de março de 2016

Modelo de redação ENEM 2016 - enviada por Alana Sommer - turma 305 - Ruyzão


Para Bauman, nenhuma sociedade que esqueceu a arte de questionar resolverá os problemas que possui. Considerando o exposto, convém a indagação: por que a violência contra a mulher persiste na sociedade brasileira? Infelizmente, essa é uma questão enraizada em uma herança histórica de subjugação. Nesse sentido, atuam como mediadores desse cenário o frágil e recente apoio jurídico às vítimas e a continuidade da cultura machista na contemporaneidade.

É lícito ponderar, de início, que as mulheres vítimas de violência não encontram apoio total na legislação. Esse sentimento é revigorado pelo fato de que, além de ter sido promulgada tardiamente, a lei Maria da Penha mostrou-se eficiente apenas no primeiro ano de aplicação, como mostra o Mapa da Violência de 2012. De mais a mais, as leis também dificultam a realização de aborto pelas vítimas de estupro, situação que, muitas vezes, fomenta as ações dos agressores, tornando essa uma problemática constante.
Ademais, infere-se que, enquanto a cultura machista perdurar na sociedade, as mulheres em pouco poderão alterar a sua condição. Inúmeros homens configuram suas esposas ou companheiras como objetos, os quais devem ficar em casa para cuidar das tarefas domésticas. Isso, associado ao mercado de trabalho, no qual elas chegam a ganhar em torno de 30% menos do que eles, evidencia a dupla jornada, cujo reflexo é a exaustão física e psicológica, com a qual uma mulher deve cumprir.
Portanto, o governo tem o dever de rever as suas leis, as quais são ótimas no papel, mas deixam a desejar quanto à eficiência. Além disso, cabe à sociedade, ainda, predominantemente, patriarcal, ser imparcial em seus julgamentos. Isto é, conscientizar-se de que as mulheres são uma parte essencial do corpo social, capacitadas a assumir qualquer posição do mercado de trabalho. Afinal, somente assim poderá se concretizar o ideal de ordem e progresso estampado na bandeira nacional, seja nos ambientes familiar e de trabalho ou nas ruas.

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