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30 de novembro de 2018

REDAÇÃO


Muito tem se falado sobre ideologia ou “viés ideológico” no Brasil, principalmente neste ano de eleições para o Executivo e o Legislativo, no qual foram e ainda estão sendo debatidos (e a discussão não cessará tão cedo) sobre projetos como Escola sem Partido e termos como “ideologia de gênero“. Tal debate chegou, inclusive, até a edição 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que fora acusado de “doutrinação ideológica” por algumas pessoas e por alguns setores da sociedade. Mas, afinal, o que é “ideologia“?
De acordo com o Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa, “ideologia” é um substantivo feminino que significa:
  1. ciência das ideias;
  2. conjunto de ideias, crenças, tradições, princípios e mitos, sustentados por um indivíduo ou grupo social, de uma época, de uma sociedade (ideológico – adjetivo).
Nesse contexto, é importante ressaltar que a acepção do verbete no dicionário Houaiss coloca como “ideologia” sendo um conjunto de ideias, crenças, tradições e princípios gerais defendidos por um indivíduo ou grupo social, ou seja, este significa não determinada quais são essas ideias, crenças, tradições e princípios, pois a palavra “ideologia” se refere a todas e quaisquer ideias, crenças, tradições e todos os princípios sustentados por um indivíduo ou grupo social.
Deste modo, podemos inferir que todos nós, individualmente, e todos os grupos sociais – sejam estes organizados em torno de qualquer propósito – possuímos (já que quase todos os indivíduos se organizam em grupos sociais) ideias, crenças, tradições e princípios, no plural. Resumindo: todos nós temos as nossas ideologias, também no plural.
Neste sentido, também podemos inferir que não há pessoa ou grupo social no mundo que não tenha suas ideologias (sempre no plural) e, portanto, podemos concluir que não há neutralidade no campo das ideias. Podemos pensar que somos neutros em relação a determinado assunto, mas pensar assim já é um ato ideológico, isto é, já é uma ideologia, pois é uma ideia.
E é justamente isso que, inclusive, diferencia a espécie humana das demais espécies existentes: a capacidade de ter ideias baseadas no raciocínio e não apenas no instinto. E é por isso que as pessoas mudam de ideia, justamente porque têm a capacidade de pensar de novo, de raciocinar e de refletir acerca de tudo e de todos.
Nossa capacidade de raciocinar e de refletir tem como resultado o nosso juízo de valores acerca de tudo o que nos cerca, inclusive pessoas com as quais convivemos. E este processo acontece a todo o momento, às vezes mesmo que nós percebamos (e aí entram os estudos de Psicanálise de Freud, por exemplo, sobre o que ocorre no nosso subconsciente e no nosso consciente).
Quando conhecemos alguém, por exemplo, avaliamos (uns mais, outros menos) a aparência física, o humor, as roupas, o jeito de falar, dentre outros aspectos de uma pessoa. Quando lemos um artigo opinativo no jornal, quando lemos uma reportagem em uma revista, quando lemos um livro, quando ouvimos uma música, assistimos a um filme, vemos um show, lemos uma coluna de redação como essa etc. emitimos juízo de valor sobre o que lemos, ouvimos e vimos: podemos discordar, concordar, apontar ambos os pontos, gostar, não gostar, repudiar, questionar, problematizar ou simplesmente esquecer. E todo esse processo acontece porque somos capazes de termos um conjunto de ideias (ideologias) sobre tudo e todos que nos cercam.
E como ideologias se referem à ciência das ideias, também no plural, há ideologias em todas as esferas de atuação humana, como por exemplo, as esferas política, científica, religiosa, jornalística, escolar, familiar, íntima, literária, acadêmica, econômica, histórica, sociológica etc., dentre inúmeras outras. E, inseridas em cada uma das esferas de atuação humana, estão diversas ideologias.

Uma pessoa vegetariana, que não come nenhuma proteína de origem animal, tem uma ideologia. Uma pessoa vegana, que não consome nenhum produto de origem animal (comida, cosméticos, roupas, produtos de limpeza, calçados etc.) tem uma ideologia. Já uma pessoa que come carnes em geral tem outra ideologia.
Uma pessoa que se posiciona, na política, à direita, liberal, neoliberal ou capitalista na economia, por exemplo, tem ideologias diferentes de alguém que se posiciona à esquerda, mas todas são ideologias. Deste modo, na política e na economia como esferas, como um todo, há ideologias e não apenas “viés ideológico”, pois tudo é ideologia.
Um católico tem sua ideologia. Um evangélico tem a sua. Um espírita tem a sua, a de acreditar na reencarnação, por exemplo. E isso ocorre em todas as religiões, com pontos que concordam e pontos que discordam. Um agnóstico e um ateu, por sua vez, também têm ideologias.
Uma pessoa favorável à descriminalização do aborto, por exemplo, tem uma ideologia; já a pessoa contrária ao tema tem outra ideologia, amparada, geralmente, em ideologias religiosas, sustentadas pelo grupo social de sua religião.
O mesmo ocorre com quantos outros inúmeros e inesgotáveis temas sobre os quais as sociedades, no mundo, discutem. E esta discussão, este debate, deve ser consciente de que tudo o que pensamos, dizemos e fazemos é ideológico. Não há neutralidade. Não há opinião neutra. Podemos não ter uma opinião formada inteiramente, podemos ter dúvidas e questionamentos acerca de diversos temas (e para isso temos de estudar, pesquisar, ler, ouvir e ver posicionamentos diferentes), mas nunca fomos ou seremos indivíduos neutros.
As nossas opiniões são expressas, inclusive, nas palavras que escolhemos. Como não há neutralidade, as palavras também possuem carga ideológica e devemos prestar muita atenção quanto a escolha do léxico (até numa redação do Enem, por exemplo). Por isso algumas palavras não são mais usadas, pois expressam preconceitos e conceitos ultrapassados (inclusive pela ciência), por exemplo, e temos de refletir sobre isso.
Aliás, há modos e modos de se dizer a mesmíssima coisa. Dependendo da nossa intenção, mudamos o tom de voz, a postura corporal, o vocabulário etc.
Tudo o que pensamos é formado por o que vemos, ouvimos, lemos e sentimos desde a nossa primeira infância – há quem diga que desde o útero, já que os bebês podem ouvir e sentir dentro das mães – , mas não precisamos ou devemos pensar e sentir como nossos pais, parentes, professores, amigos, vizinhos, colegas de trabalho etc. Devemos pensar e sentir como nós mesmos e como os grupos sociais com os quais nos identificamos. Caso não haja identificação com muitos, também não há problemas.
Então é equivocado pensar que a posição com a qual discordamos tem “viés ideológico” porque o que pensamos também é ideologia; apenas não há concordância. Como algumas pessoas têm colocado, tudo o que é considerado ruim para elas tem “viés ideológico”, quando essa opinião, inclusive, é ideológica.
Em propostas de redação que exigem a escrita de uma dissertação-argumentativa, esta percepção sobre ideologias é fundamental, até porque o candidato deve saber defender e sustentar muito bem a sua tese em argumentos sólidos.

25 de novembro de 2018

LER- LER- LER

Ao me deparar com a primeira questão da Unesp 2019, pensei: “Puxa, uma questão dada ‘de bandeja’!” E fiquei feliz pelos alunos. Felicidade que durou só até a manha da segunda-feira seguinte, quando alguns alunos disseram ter errado, por desconhecerem o significado de “pedante” …
Nas conversas que se seguiram, filosofamos um pouco a respeito da bagagem lexical dos jovens, o que me levou a algumas hipóteses…
Muitos professores queixam-se de que os alunos não têm mais o hábito da leitura, queixa da qual discordo: vemos os jovens entretidos com enormes volumes de livros: são as mais diferentes sagas, trilogias e/ou romances modernos voltados para o público adolescente e essas obras não são ‘fininhas’ – “Harry Potter e a Ordem da Fênix” tem algo em torno de 700 páginas!!!
A questão é que esses livros não exigem um domínio muito grande de vocabulário, nem uma reflexão muito profunda a respeito de seu conteúdo. Isso não quer dizer que não tenham valor – eu mesma sou fã da J. K. Rowling e do Rick Riordan –, mas esses textos não servem para ampliar o vocabulário nem o conhecimento de mundo dos leitores, servem como entretenimento apenas. Algumas vezes, a partir dessas obras, o jovem mais curioso pode ‘alçar voos mais altos’ e passar para obras literárias que tenham servido de base para essas histórias, como os mitos gregos originais, apresentados em adaptações de bons escritores ou nas peças de teatro da Grécia Antiga.
A queixa comum é que as obras literárias são difíceis, a leitura delas não flui e têm vocabulário muito complexo. Ora, os grandes autores tentam retratar a alma humana em suas personagens e, diga-se de passagem, o ser humano não é simples de se entender, logo… as obras que os retratam em profundidade também não serão. Há, porém, muitos benefícios que advirão àqueles que corajosamente se empenharem numa leitura atenta: terão ampliados seu vocabulário, seu conhecimento de mundo e desvendarão um pouco da complexidade humana, o que pode servir como base para o autoconhecimento também.
Assim, para colher tais benefícios, o procedimento que costumo sugerir aos meus alunos consiste em ler com um lápis na mão e um dicionário ao lado. A cada termo desconhecido, paramos a leitura, consultamos o dicionário para nos apropriarmos do sentido do vocábulo (sem preguiça de ler o verbete inteiro, já que muitas palavras são polissêmicas, ou seja, apresentam diversos significados, e precisamos escolher o que seja adequado ao contexto). Em seguida, voltamos ao texto e anotamos o significado. Retomamos a leitura, agora já cientes do sentido e continuamos o processo.
Pode parecer cansativo e demorado, mas com o passar do tempo e com a ampliação do nosso léxico, cada vez menos precisaremos recorrer ao dicionário – mas nunca o devemos abandonar! Conforme ampliamos nosso vocabulário, nosso conhecimento de mundo segue o mesmo caminho e cada vez mais estaremos mais aptos a compreender as ideias alheias e a nos expressar com clareza e exatidão – o que será proveitoso ao longo da vida, não só do percurso escolar ou da carreira profissional.
Essa busca pelas palavras no dicionário pode ser encarada como divertimento, como Chico Buarque descreve neste texto (metalinguístico), que serve de prefácio para uma nova edição do Dicionário Analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo:
“Palavra puxa palavra e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. (…) Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. (…) Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, busanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros). Hoje sou surpreendido pelo anúncio dessa nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo”.
Se esse procedimento virar hábito ou passatempo, dificilmente o aluno encontrará problemas com questões de interpretação ou de verificação de vocabulário (afinal, a questão da Unesp a que me referi no início do texto poderia ser resolvida até mesmo por quem não soubesse regra alguma de gramática!)

23 de novembro de 2018

MUDANÇAS NO ENEM


O ano de 2018 está sendo decisivo para a educação brasileira como um todo. A Base Nacional Comum Curricular tomou corpo, assim como a Reforma do Ensino Médio e, consequentemente, mudanças estão sendo planejadas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Segundo a presidente do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini, a prova de redação será mantida e o segundo dia de provas pode passar a ser específico, de acordo com o que o aluno cursou no Ensino Médio no seu novo formato (leia mais).
Tais alterações levarão um tempo para serem realizadas, já que as escolas também terão um tempo para se adequar às mudanças, porém queremos salientar a importância da manutenção da prova de redação do Enem, já que a linguagem é a base de todas as demais áreas do conhecimento.
Todos os alunos, independentemente da área que seguirão no futuro, usarão a leitura e a escrita no seu dia a dia acadêmico e profissional, seja lendo e escrevendo artigos científicos, relatórios, projetos, resenhas, dissertações, teses, resumos, ensaios, mensagens eletrônicas etc.
A prova de redação do Enem, além de avaliar a leitura e a escrita, também avalia outras capacidades, como por exemplo, seleção e recorte de informações, formulação de hipóteses e inferências, estabelecimento de relações entre diferentes áreas, intertextualidade, cumprimento da norma culta da Língua Portuguesa, letramento crítico, pontuação, ortografia, acentuação dentre outras.
Neste sentido, trata-se de um verdadeiro pente fino que, além de tudo, serve como avaliação do ensino da leitura e da escrita em prosa em todo o país. Por isso reafirmamos a importância da presença de uma prova de redação num exame com a abrangência do Enem, o segundo maior exame do mundo.
Falando nisso, as primeiras fases dos principais vestibulares estão acontecendo e em janeiro eles terão as respectivas segundas fases com as provas de redação e estaremos atentos a elas!

17 de novembro de 2018

ENEM


No dia 18 de outubro último, esta coluna publicou um texto que abordou as variedades linguísticas no Brasil como um provável e possível tema da prova de redação da edição de 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Não acertamos o palpite sobre a proposta de redação, mas esse assunto tem muito a ver com a questão de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias que abordou o pajubá e é sobre isso o texto de hoje.
Como escrevemos no referido texto, toda língua viva tem a sua norma culta e padrão, ensinada nas escolas e utilizada em ambientes formais, tanto na oralidade quanto na escrita, e as suas variedades ou variantes. As variedades linguísticas representam pessoas de determinadas regiões (cidades, estados, por exemplo), de determinadas idades e de determinados grupos. Este é um fenômeno totalmente natural em uma língua, já que se trata de algo vivo usado e alterado pelos seus usuários, isto é, pelos seus falantes. Ao longo do tempo, essas mudanças e alterações vão sendo incorporadas – assim como os empréstimos e os estrangeirismos, fenômenos linguísticos igualmente naturais – uma mais, outras menos, algumas chegando a compor dicionários, por exemplo.
Nesse contexto, segundo a Linguística, um dialeto é um conjunto de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical(relacionado aos sentidos, à significação e ressignificação e ao léxico), morfossintática e fonético-morfológica (relacionados à sintaxe e a fonética, respectivamente), restrito de uma comunidade ou grupo inserido numa comunidade ou grupo maior de usuários de uma mesma língua. Resumindo, dialeto é uma variedade linguística que coexiste com outra.
No Brasil, por exemplo, há vários dialetos regionais, isto é, de determinadas regiões, inclusive com dicionários próprios publicados. É o caso, por exemplo, do dialeto “caipiracicabano”, da cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, cuja região é muito famosa pelo -r caipira; o dialeto cearense, do estado do Ceará, no nordeste brasileiro; o dialeto da Bahia, também no nordeste dentre outros. Quem já teve a oportunidade de viajar para outros estados além do seu ou de conversar com pessoas destas regiões que demos como exemplo podem ter provas, numa simples conversa, de que se trata de dialetos.
Nesse sentido, há também dialetos específicos de determinados grupos, como é o caso do pajubá. Segundo o professor Carlos Henrique Lucas Lima, da Universidade Federal do Oeste da Bahia, o pajubá (também chamado por alguns de bajubá) é um dialeto com um “repertório vocabular e performativo” de parte da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais).
De acordo com Lima, trata-se de um dialeto que tem origem no nagô e no iorubá (grupos étnico-linguísticos africanos) que foi apropriado por parte da comunidade LGBT. Esta apropriação pode ser explicada, também, pela prática do candomblé, religião de matriz africana, por parte da comunidade LGBT que fala o pajubá, já que tanto esta crença religiosa quanto os idiomas nagô e iorubá chegaram ao Brasil por meio dos escravos africanos. E, nesse sentido, não há como negar a influência africana em nossa cultura, seja nas variedades linguísticas, na música, nas religiões, na culinária, no esporte etc.
Questão do Enem 2018 que cita o “Pajubá”.
A questão que abordou o pajubá o usou apenas para contextualizar o participante do Enem 2018 em relação aos assuntos “variedades linguísticas” e “dialetos“. Não é um dialeto secreto, pois quem o usa o usa normalmente, com seus pares e nas situações que permitem esse uso (retomando a noção de adequação linguística mencionada no texto do dia 18 de outubro); tão pouco é um dialeto por ter mais de mil palavras, já que a definição de dialeto não considera número de palavras; não é utilizado em advogados em situações formais nem é comum em conversas no ambiente de trabalho, pois em ocasiões formais, como estas, deve-se usar a norma culta, padrão da língua.
pajubá ganha status de dialeto porque foi consolidado por objetos formais de registro que, no caso da questão, é o dicionário mencionado no enunciado – Aurélia, a dicionária da língua afiada, de Angelo Vip e Fred Libi. Resumindo, a resposta correta é a letra C.
O mesmo processo ocorreu com os dialetos cearense e caipiracicabano mencionados anteriormente. Ambos têm status de dialeto porque foram consolidados em objetos formais de registro como o dicionário.
Para os linguistas, para os professores de Português, alunos e pesquisadores da área, essa questão não tem nada de polêmica; pelo contrário, foi considerada pela grande maioria como uma questão fácil e simples que exigia um conhecimento prévio acerca de variedades linguísticas e dialeto e interpretação de texto.
Poderia ser um enunciado que abordasse um dialeto regional, como o cearense e o caipiracicabano? Sim, poderia. Por que o Enem preferiu inserir na prova uma questão que aborda um dialeto usado por parte da comunidade LGBT? Talvez pelo perfil de aluno desejado: um aluno que, no mínimo, tolere a diversidade e compreenda que ela se dá inclusive na linguagem.
Nesse sentido, essa questão serviu para promover dois debates: a presença de questões que abordem variantes linguísticas e a presença de questões que abordem grupos minoritários como a comunidade LGBT e debater assuntos de suma importância atualmente, como respeito à diversidade sexual.
“Ah, mas ainda assim poderia ter sido abordado um outro dialeto.”. Tudo bem, mas qual? Dentre a nossa imensa variedade linguística, qual variante merece ser contemplada no Enem? A caipira ou quem mora em grandes centros urbanos iria criticar? A das pessoas que moram em comunidades carentes, nos morros cariocas, por exemplo, ou os moradores de bairros como o Leblon iriam reclamar? O dialeto cearense ou os habitantes do sudeste iriam se manifestar? O dialeto de praticantes da crença evangélica ou os católicos iriam se queixar? Ou, para todos os exemplos, o contrário?
O que queremos dizer é que se trata de uma questão complexa, inclusive teoricamente falando, pois aborda um grande campo da Linguística: a sociolinguística. Podemos debater a formulação das questões do Enem? Óbvio que sim, mas com argumentos consistentes e pautados na área da educação e da avaliação dentro das disciplinas e das suas respectivas áreas de pesquisa.
Costumamos dizer aos nossos alunos que o Enem e todos os outros vestibulares é só uma prova e que a nota obtida não define quem eles são porque eles são muito mais do que uma nota em um exame, até porque esse sistema não é justo, ainda mais em se tratando de Brasil.
Nesse sentido, em meio a essa “polêmica”, reafirmamos que o Enem é só uma prova e suas questões não incentivam ou estimulam os participantes a serem o que eles não são ou a mudarem seus pensamentos e sentimentos. Nenhum exame tem esse poder.
Para finalizar, a renomada psicóloga Rosely Sayão, especialista em educação, defende que entre família e escola deve haver sim, em certa medida, um certo conflito (no bom sentido) para que crianças e jovens tenham duas perspectivas diferentes e esteja pronto para formar a sua própria perspectiva. Em entrevista à Carta Educação, em junho de 2016, ela afirmou:
CE: A senhora também defende que a relação entre família e escola deva ser, em certa medida, conflitante para que a criança tenha duas perspectivas de mundo. Como assim?
RS: Uma é a perspectiva de mundo segundo a família, que é uma perspectiva privada, recheada muitas vezes de preconceitos, pré-julgamentos, convicções. E a escola deveria oferecer para o alunado a visão de mundo na perspectiva do conhecimento. Assim, o aluno pode olhar para aquilo que ele aprendeu com os pais e pensar criticamente a conflitorespeito. Se não o mundo nunca muda, os filhos vão repetir os pais e pronto. Então quando eu vejo famílias procurando escolas que falam a mesma linguagem que eles, eu ficou um pouco assustada porque é colocar a criança sob a ditadura de um pensamento único.

15 de novembro de 2018

BOM ORAR

1 – Nós te rogamos; com o poder de Tua Mão Direita, desmancha a atadura.
2 – Aceites o Canto da Tua Nação, exalta-nos e purifica-nos, ó Temido.
3 – Por favor, ó Poderoso, protege-os, como a pupila do Olho, aqueles que exijam a Tua Unificação.
4 – Abençoa-os, purifica-os, concede-lhes sempre Tua Justiça misericordiosa.
5 – Ó Santo, ó Protetor, com a abundância da Tua Bondade, governa Tua congregação.
6 – Ó Único, ó Exaltado, verte-Te ao Teu povo, e aqueles que se lembram de Tua Santidade.
7 – Aceita os nossos clamores, e ouve os nossos gritos, ó Tu, que sabes todos os mistérios. (Bendito seja o Nome daquele cujo glorioso Reino é eterno.)
Salmos correspondentes:
Domingo 1ª linha – Salmo 95
Segunda-feira 2ª linha – Salmo 96
Terça-feira 3ª linha – Salmo 97
Quarta-feira 4ª linha – Salmo 98
Quinta-feira 5ª linha – Salmo 99
Sexta-feira 6ª linha – Salmo 29
Sábado 7ª linha – Salmo 92

13 de novembro de 2018

GABARITO


A aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio foi encerrada em todo o Brasil às 18h30min (Horário de Brasília) deste domingo. Assim como fizemos após a primeira data de aplicação , divulgaremos agora o Gabarito Enem 2018 Extraoficial Dia 2 – 11 de Novembro.
A fonte deste gabarito será a mesma utilizada na semana passada, o conceituado e confiável Guia do Estudante, cujos professores fizeram a resolução das 90 questões (45 de Ciências da Natureza e 45 de Matemática).

Confira abaixo as resposta para todos os itens dos cadernos de provas Cinza, Amarelo, Azul e Rosa. Tenha em mente que algumas questões podem ter respostas diferentes do gabarito Enem 2018 oficial, que deve ser divulgado na quarta-feira (14). Não se esqueça também que o número de acertos não permite saber exatamente a nota que você irá tirar, apenas lhe dará uma noção de seu desempenho no exame.


Gabarito Enem 2018 Extraoficial Dia 2 (11 de Novembro)

QuestãoCinzaAmarelaAzulRosa
   
91EBBA
92BCDC
93 BABE
94ECED
95 CEDE
96 AEBA
97 CBCE
98 EBAA
99DBCE
100DDEC
101 EABE
102DCCC
103DECA
104 CDAA
105 BECD
106 CCDA
107CACB
108AADB
109 CDDD
110 BDAB
111DDEC
112 DACE
113 DBAB
114 ADAE
115 EBDD
116CCBD
117 ACDC
118 AABD
119DCCD
120 BDEA
121 CCEB
122 EBAC
123 ACEC
124 BEAA
125 EDAC
126 AEBB
127 EDEC
128 AACA
129 BBEC
130 DEBE
131 BCBB
132 CEAD
133 AACE
134CEEB
135EADB
136 AAEE
137 DDCB
138 CAEB
139 AEAD
140CDDE
141E ACE
142 DBEC
143 DBBC
144 ACBC
145 BADD
146 EAAA
147 BDDC
148BBAE
149 CEAA
150 BAED
151CEBC
152ABBB
153DBDC
154DDDA
155AEEA
156CEDE
157CAAB
158CDBB
159DCAC
160ECDB
161BCBC
162BCEA
163DDAD
164AACA
165ECCE
166EECD
167DDDA
168BDBB
169EACA
170ABAD
171BCED
172CBEA
173ACAD
174EACD
175DABA
176AECB
177BBDD
178ABDB
179DDAE
180ABBA
 

12 de novembro de 2018

ORTOGRAFIA


Há quem diga que o português é uma das línguas mais difíceis do mundo. Bem, não conheço todas as línguas, aliás, conheço bem poucas para me atrever a fazer uma afirmação abrangente assim ou para negá-la. Mas posso afirmar que, por ter elementos tão diversificados na sua origem e formação, ela tem peculiaridades muito interessantes.
“Última flor do Lácio, inculta e bela” é como se refere Olavo Bilac à língua portuguesa, remontando às origens em Roma. Criando um contraponto interessante, para Tom Zé, ela chama a atenção por ser “Visigoda e celta,
Dama culta e bela’, numa alusão às contribuições que esses povos deram ao Latim que chegara à Península Ibérica por volta do século III a. C.
Todas essas contribuições muitas vezes ficam registradas na ortografia, que, no nosso idioma, é baseada em critérios etimológicos (referentes à origem dos vocábulos) e fonológicos (ligados aos fonemas, aos sons representados pelas letras).  Assim, saber a origem das palavras pode ajudar a escrevê-las corretamente, mas nem sempre é possível obter facilmente essa informação. Dessa forma, a prática da leitura de bons textos e a consulta a dicionários é o que geralmente facilita a vida dos usuários do idioma.
Como a língua é um ‘organismo’ vivo, com o passar do tempo vai havendo evolução, já que os falantes vão imprimindo alterações nas palavras, quer por dificuldade em pronunciar a forma considerada correta pela norma culta, quer por abreviar ou por suprimir letras ou sílabas para tornar a comunicação mais ‘dinâmica’. Assim, a língua vai sofrendo alterações que, por vezes, têm como resultado formas coincidentes ou muito parecidas, porém com significados diferentes.
Os homônimos, os parônimos e as palavras polissêmicas são alguns dos exemplos dessas convergências de formas. A homonímia diz respeito às palavras que têm a grafia, a pronúncia, ou ambas, coincidentes (sessão, seção e cessão, por exemplo). Já a polissemia é a característica de um mesmo vocábulo apresentar diferentes significados e o contexto se encarregará de deixar claro para o leitor qual deles é o adequado. O Enem já explorou a polissemia em diversas questões, como em 2012.

É a paronímia, no entanto, que costuma tirar o sono de quem presta concursos, pois uma pequena alteração muda completamente o significado da palavra. Vejamos alguns exemplos:
absolver (perdoar, inocentar)absorver (aspirar, sorver)
comprimento (extensão)cumprimento (saudação)
delatar (denunciar)dilatar (alargar)
descrição (ato de descrever)discrição (reserva, prudência)
descriminar (tirar a culpa)discriminar (distinguir)
emigrar (deixar um país)imigrar (entrar num país)
eminente (elevado)iminente (prestes a ocorrer)
flagrante (evidente)fragrante (perfumado)
fluir (escorrer)fruir (desfrutar, tirar proveito)
fusível (aquilo que funde)fuzil (arma de fogo)
infligir (aplicar pena)infringir (violar, desrespeitar)
lactante (que produz leite)lactente (criança que ainda mama)
mandado (ordem judicial)mandato (procuração)
preceder (vir antes) proceder (VTI = dar início; VI = ter origem)proceder (VTI = dar início; VI = ter origem)
ratificar (confirmar)retificar (corrigir)
soar (produzir som)suar (transpirar)
tráfego (trânsito)tráfico (comércio ilegal)
A lista acima não esgota os casos de paronímia, portanto quanto mais nos dedicarmos à leitura atenta de bons textos e à consulta de dicionários sempre que encontrarmos termos desconhecidos, menos dúvidas vamos ter ao interpretar textos ou ao escrever. Para muitos pode não parecer tarefa fácil, mas certamente será gratificante ver as dúvidas e os deslizes de ortografia diminuindo.

9 de novembro de 2018

MEUS ALUNOS LEIAM, ENFIM ,,,

No último dia 04 de novembro foram aplicadas as primeiras provas da edição de 2018 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujo tema da redação foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet“.
Este tema era esperado por vários participantes e com razão, pois questões relacionadas à segurança dos dados pessoais de internautas, desde as eleições norte-americanas que elegeram Donald Trump até as nossas eleições deste ano, estão sendo levantadas por todo o mundo e, no Brasil, não foi diferente.
Apesar da sua indiscutível atualidade e pertinência, este tema gerou certa surpresa entre candidatos e professores, pois ele quebrou uma tendência que vinha sendo cumprida desde 2014 até 2017, período em que os temas das propostas de redação do Enem contemplaram minorias brasileiras: mulheres, religiões não-cristãs, negros e surdos.
Essa quebra nos mostra que a banca elaboradora da prova de redação do Enem não se apega tanto a tendências quanto imaginávamos, inclusive porque na frase comando de tema não há, desta vez, a contextualização da problemática no Brasil. Ou seja, foi uma verdadeira caixinha de surpresa nesse sentido.
A respeito do tema em si, gostaríamos de chamar a atenção para a escolha da palavra ‘manipulação‘, fundamental nesta proposta de redação, já que o participante deveria refletir sobre como o comportamento do usuário na internet é manipulado pelo controle de seus dados. Aliás, a escrita da frase comando do tema não ficou tão óbvia, na nossa opinião; apenas após ler todos os textos motivadores podemos concluir que o recorte temático da proposta se deu pela manipulação do comportamento do usuário na internet por meio dos algoritmos dos sites, dos sistemas e das redes sociais.
Num primeiro momento isso pode parecer inocente, mas um candidato estressado, nervoso e ansioso, ao ler o tema e não ler os textos motivadores adequadamente, pode ter o relacionado diretamente com as fake news, o que até poderia ter sido feito, mas por intermédio dos algoritmos.
Para quem não sabe, algoritmo é um conjunto de regras e procedimentos lógicos de um sistema, de um site, de um aplicativo, de uma rede social (entre outros) definido previamente pelo programador de acordo com os objetivos de quem o contratou, basicamente. Ou seja, é um conjunto de passos para que um sistema, por exemplo, possa realizar uma tarefa. O pessoal de Tecnologia da Informação (TI) que me perdoe caso a explicação esteja simplista demais (risos).
Vocês podem estar pensando que os candidatos a cursos relacionados a TI foram favorecidos por essa proposta. Até pode ser, mas verdade seja dita: a proposta trouxe quatro textos motivadores e três deles foram úteis para que um participante que não soubesse o que é um algoritmo se saísse bem na prova. É por isso que sempre batemos na tecla que uma redação é uma avaliação de leitura e escrita, já que a proposta toda deve ser lida e analisada.
primeiro texto motivador inicia fazendo uma referência a serviços de streaming de música, como o Spotify, que criam playlists personalizadas de acordo com o que seus usuários ouvem. O mesmo faz a Netflix quando monta uma lista de filmes, séries e documentários personalizada e recomendada para seus assinantes segundo o que eles assistem e como eles pontuam o que assistem. Estes são exemplos de como os algoritmos dessas plataformas podem influenciar nosso comportamento nelas e de como nós mesmos os alimentamos, ouvindo determinada música ou vendo determinado filme.
Dessa forma, as plataformas não só fornecem músicas e filmes como também rastreiam ou bisbilhotam nosso comportamento, observando o que ouvimos mais, o que gostamos de assistir etc. e, dessa maneira, segundo o autor do texto, filtram informações sobre o nosso modo de pensar. Para Daniel Verdú, o principal problema é a ilusão de liberdade de escolha que os algoritmos criam; nós pensamos que somos livres na internet, mas na realidade não somos. E, nesse ponto, a palavra ‘manipulação’ se encaixa muito bem.
segundo texto motivador segue no mesmo sentido, pois Pepe Escobar afirma que os algoritmos filtram as informações as quais temos acesso na internet; é o algoritmo quem decide que notícia deve ser lida ou não pelo usuário. E isso vale para grandes portais de jornalismo, plataformas de vídeos online, redes sociais etc.
terceiro texto motivador, por sua vez, é um infográfico e, a nosso ver, não acrescentou muito à proposta, já que fornece dados estatísticos acerca da utilização da internet no Brasil em 2016:
  • 64,7% das pessoas de 10 anos ou mais usam a internet;
  • 63,8% são homens e 65,5% são mulheres;
  • 85% dos jovens de 18 a 24 anos e 25% das pessoas de 60 anos utilizam a internet;
  • 94,2% usam para enviar e receber mensagens de texto por e-mail;
  • 76,4% assistem vídeos, séries e filmes;
  • 73,3% conversam por aplicativos de mensagens;
  • 69,3% usam correio eletrônico
Os candidatos poderiam relacionar esses números ao quanto de tempo os usuários navegam na internet e ao que fazem nela, já que, atualmente, muitas pessoas se informam (ou acham que estão se informando) na rede, inclusive nas redes sociais.
Além disso, a troca de mensagens em aplicativos, principalmente de fake news, é um fenômeno que não pode ser ignorado e que poderia ser usado na redação como estratégia argumentativa, não como argumento principal. Por exemplo, um usuário que lê somente sites de notícias falsas ou páginas e perfis de notícias falsas numa rede social pode ter suas leituras filtradas apenas a partir disso.
Outra estratégia argumentativa que poderia ser usada é que além de nos vigiarem, por assim dizer, há ainda a questão do roubo de dados dos usuários por grandes empresas.
quarto texto motivador, por fim, chama a atenção para a seleção feita pelos sistemas por meio dos trending topic, isto é, os conteúdos mais relevantes em determinado momento, porém seu autor, Tom Chatfield, afirma que não sabemos como é feita esta filtragem. Afinal, quem decide o que é relevante para nós? Não deveria ser nós mesmos?
Para finalizar, o que preocupa mais neste tema, a nosso ver, é a elaboração da proposta de intervenção social, pois estamos falando de grandes grupos e empregos transnacionais de tecnologia que lucram milhões por ano e que, inclusive, empregam milhares de pessoas ao redor do mundo.
Como fazer o usuário ter voz neste contexto? Como pressionar que empresas deste porte sejam mais transparentes em relação aos seus algoritmos sendo que os mesmos são segredos empresariais? Como fazer com que o governo pressione por mais transparência e segurança? Eis a parte mais difícil.

6 de novembro de 2018

GABARITO DO DIA 04 DE 11


Nesse domingo, 4 de novembro, ocorreu o primeiro domingo de aplicação do Exame Nacional do do Ensino Médio deste ano. Os candidatos resolveram as 45 questões objetivas de Ciências Humanas e Suas Tecnologias, 45 de Linguagens e Códigos e Suas Tecnologias e ainda escreveram a redação sobre o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet“. Como de praxe, após o término da realização da avaliação, foi divulgado o Gabarito Enem 2018 Extraoficial Dia 1 em diversos sites especializados.

Vale mencionar que o gabarito traz uma tabela com quatro listas de alternativas corretas para as questões, sendo uma referente a cada cor de caderno de prova (amarelo, branco, rosa e azul). É importante também ter consciência que, apesar de ser retirada de uma fonte extremamente confiável, é possível que haja divergência entre algumas respostas da lista abaixo e do gabarito oficial, que será publicado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – somente em 14 de novembro (saiba mais).

Por fim, ressaltamos ainda que a com o gabarito em mãos é possível apenas saber a quantidade de erros e acertos na referida prova Enem, não sendo possível calcular a nota final, uma vez que está e atribuída levando-se em conta a complexa Teoria da Resposta ao Item (TRI).
Confira o Gabarito Oficial Enem 2018 – Dia 1 a seguir:


Gabarito Enem 2018 Extraoficial Dia 1 (4 de Novembro) – Portal infoEnem
QuestãoAzulAmarelaRosaBraca
1Ing. B / Esp. BIng. B / Esp. CIng. C / Esp. BIng. B / Esp. D
2Ing. B / Esp. BIng. B / Esp. BIng. B / Esp. BIng. C / Esp. B
3Ing. D / Esp. CIng. E / Esp. BIng. E / Esp. DIng. D / Esp. C
4Ing. E / Esp. DIng. D / Esp. DIng. D / Esp. CIng. E / Esp. B
5Ing. C / Esp. BIng. C / Esp. BIng. B / Esp. BIng. B / Esp. B
6CBDA
7EBCB
8CEAD
9BADC
10CDBB
11ADBE
12BCBA
13DAEE
14BCCC
15EEBB
16ADEC
17BBAB
18DEEA
19DACD
20BDAB
21BABB
22BBDE
23EEAC
24ACDE
25DBAC
26DCBB
27CBDD
28AABB
29CECB
30ECBE
31DCCA
32BBEB
33EECD
34BABA
35CBBD
36BDEA
37CDCC
38BBAE
39EADD
40ABAD
41EDBC
42CCEA
43AECB
44DCEE
45ABDC
46CACE
47AEDC
48CEEC
49DCCB
50DDAB
51DEAE
52DCBB
53DBBE
54EEDD
55CBDB
56CDEE
57ECCD
58DABD
59ECED
60EDED
61EEDA
62BDBE
63CEEE
64EEBC
65ADBD
66EDEE
67EDBC
68CDEB
69BEDE
70BBEC
71ECEA
72BEEC
73ECBD
74DDCE
75BEED
76ECAE
77DAEE
78EAEC
79CBCD
80BEEE
81EDCC
82BBCA
83DEDA
84CBDB
85ABDB
86AEDD
87BBCE
88CEAB
89DCCC
90ECDE

* As cinco primeiras questões de cada lista trazem duas alternativas pois consistem nas respostas para língua estrangeira, sendo Ing. para língua inglesa e Esp. para língua espanhola.