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31 de dezembro de 2013

Redação da UFRGS - vamos rever?

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Prepare-se para a redação da UFRGS

Prepare-se para a redação da UFRGS com três exercícios Diego Vara/Agencia RBS
Veja três propostas de temas para treinar para a redação da UFRGS Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Qualquer previsão de tema para a redação do concurso da UFRGS é chute, mas é possível identificar características da prova, especialmente da maneira como é apresentada a proposta. Em 2013, o enunciado foi mais aberto do que em anos anteriores.
— No último vestibular, houve uma mudança no estilo do enunciado. Em outras edições, a proposta trazia comandos como "escolha um dos aspectos", "determine como e por que", "ilustre sua avaliação com dados". Desta vez, foi apenas "redija uma dissertação sobre o papel e os limites do humor na sociedade" — explica a professora de redação do Grupo Unificado Luísa Canella.
> Leia comentários sobre uma redação bem avaliada no vestibular da UFRGS
A seguir, confira algumas sugestões de temas, propostos pelas professoras de redação Luísa Canella, do Unificado, e Sandra Seibl, do Colégio Rosário, para treinar para a redação da UFRGS. No primeiro, você tem apenas uma pergunta, e deve se posicionar a respeito do assunto. Você terá liberdade para optar pelos elementos que quer usar no texto.
No segundo, as orientações determinam alguns itens que devem, obrigatoriamente, aparecer na sua redação. Isso vai exigir uma estrutura que encaixe bem esses elementos.
No último, o exercício é intermediário. Você terá algumas ideias que devem estar no texto, mas terá de decidir como vai abordá-las. Lembre-se de que sua dissertação deve ter, no mínimo, 30 linhas e, no máximo, 50. Não se esqueça do título, que não é considerado na contagem do número de linhas.
1) Modelo aberto
Ser ambicioso é uma qualidade ou um defeito?
2) Modelo fechado
Considerando-se que o cinema é "a arte que imita a vida" e refere-se a diferentes momentos de nossa história individual ou coletiva:
> escolha um filme ou um personagem cinematográfico que você julgue importante por ser representativo para você, para um grupo ou para a história da humanidade;
> determine os motivos de sua escolha. Fique claro, desde já, que não estará em questão o filme ou o personagem escolhido (seu mérito, valor, prestígio etc), mas a reflexão que você fará. Se julgar pertinente, você pode apresentar sua reflexão acompanhada por breve relato narrativo;
> escreva uma redação, de caráter dissertativo, justificando sua escolha e defendendo seu ponto de vista.
3) Modelo intermediário
Reduzir congestionamentos e permitir um deslocamento ágil das pessoas é um dos grandes desafios dos gestores das grandes cidades brasileiras. Considerando questões ligadas ao aumento da frota de carros, à escassez da oferta de transporte público e à precariedade da acessibilidade para pessoas com deficiência, redija uma redação sobre o papel individual do cidadão para amenizar os problemas de mobilidade nos centros urbanos.

Como a UFRGS avalia a redação
A redação representa 50% da nota da prova de português. O objetivo da prova é avaliar as habilidades de compreensão e expressão articulada de ideias, conferindo a competência comunicativa do candidato. Essa avaliação é feita considerando cinco aspectos.
1) Abordagem do tema
A redação tem de evidenciar a compreensão adequada do tema proposto e atender às orientações do enunciado.
2) Definição do ponto de vista
O ponto de vista deve indicar o rumo da reflexão, característica fundamental do texto dissertativo.
3) Contextualização do assunto
Reflexão articulada sobre dados da realidade, referências a fontes de informação diversificadas, citações, paráfrases ou alusões caracterizam um texto dissertativo.
4) Estruturação
A divisão hierárquica das partes que compõem o texto e a organização de frases e parágrafos asseguram a estruturação, garantindo progressão e unidade à redação.
5) Linguagem
É a seleção e a utilização adequadas das palavras, dos processos de coordenação e subordinação, dos recursos de pontuação, das estruturas de língua escrita padrão e das convenções ortográficas.
A nota
O texto é avaliado em duas modalidades — analítica e holística — por examinadores diferentes. Cada um atribui escores independentes de 0 a 10. Se a diferença entre as duas avaliações for maior ou igual a 2,5 pontos, a redação é reavaliada por um terceiro examinador. Ele poderá equilibrar ou atribuir uma nova nota.
O resultado final da redação vem da soma dos escores das modalidades analítica e holística, convertida para uma pontuação entre 0 e 25.
Saiba mais
> Em caso de empate entre candidatos, classifica-se o que tiver o maior escore bruto na prova de português e redação. Persistindo o empate, vale o maior escore bruto obtido na redação.
> Quem tiver um escore inferior a 30% do escore máximo na prova de redação será eliminado do vestibular.
 
 
 
 

Vestibular da UFRGS - Antenem-se

 

1º dia

Você terá quatro horas e meia para responder a 75 questões. Em média, dá cerca de três minutos e meio para cada uma. Então, não perca tempo. A leitura será fundamental para compreender os textos em língua estrangeira, bem como os versos na prova de literatura. Mesmo na prova de física, valorize a leitura, pois nem tudo poderá ser resolvido com cálculo. 

Língua estrangeira

Você vai precisar de fôlego logo na estreia do vestibular, porque vai ter de ler bastante. A prova de língua estrangeira costuma ser baseada em três textos - em todas as opções: alemão, espanhol, francês, inglês e italiano. Esteja preparado a ir e voltar nos textos, porque você deverá deparar com questões de preenchimento de lacunas, compreensão da ideia geral e de pontos específicos, bem como de tradução de frases. Aqui, fique ligado ao contexto.

Literatura

A prova de literatura é extensa. Em 2013, o teste tinha 10 páginas, contra seis do de língua estrangeira. Em geral, não é comum que as questões apresentem trechos de prosa. Isso é mais frequente com poemas. Então, se você não tem o hábito de consumir poesia, leia os versos mais de uma vez e, se preciso, faça anotações para compreender melhor. Esteja preparado para identificar se as sínteses das leituras obrigatórias estão corretas. Fique atento ainda aos personagens principais e aos narradores das obras.

Física

Se você está habituado à simples aplicação de fórmulas para resolver questões de física, cuidado. A prova da UFRGS traz diversas questões em que o mais importante é o conhecimento de conceitos. Os enunciados são claros. Esteja preparado para interpretar gráficos e imagens.
- A UFRGS preza pelo raciocínio e por conceitos. Não adianta decorar um monte de fórmulas. Geralmente, os conteúdos estão bem distribuídos, com assuntos como mecânica, hidrostática, termologia, ondas, eletricidade e física moderna. O tempo não é um problema, porque a prova é bem objetiva - explica o professor Adroaldo Lara.

2º dia

Em quatro horas e meia, você terá de responder a 25 questões objetivas e fazer uma redação de, no mínimo, 30 linhas. Dá e sobra. Você terá tempo para 1) matar a curiosidade sobre o tema e analisar a prova de português, 2) fazer um esquema do seu texto e escrever o rascunho, 3) responder às questões objetivas e 4) reler o rascunho e passar a limpo. A leitura será importantíssima, especialmente para entender bem o tema da redação.

Português

O modelo costuma ser semelhante ao que você encontra na prova de língua estrangeira: três textos, com questões de compreensão, preenchimento de lacunas, ortografia, vocabulário e gramática. É importante estar preparado para "manipular" os textos. Tradicionalmente, a UFRGS apresenta questões em que pede que o aluno troque palavras dos textos por outras indicadas nos enunciados e, em seguida, diga se há alterações no sentido original das frases. Outra questão clássica é perguntar quantas palavras seriam alteradas se o sujeito de uma determinada frase passasse do singular para o plural, por exemplo (convenhamos, isso não conta como "cálculo"...).

Redação

Tradicionalmente, a redação deve ter entre 30 e 50 linhas. Em geral, os candidatos optam por uma estrutura padrão, com um parágrafo de introdução, dois de desenvolvimento (um para cada argumento) e a conclusão. Você é OBRIGADO a fazer igual? Não. Mas lembre-se de que a estrutura do seu texto é um dos pontos considerados na avaliação. A estrutura serve para organizar suas ideias, dando uma hierarquia para as partes do seu texto. Se você acha que deve usar um outro modelo, pense bem se ele vai realmente conferir a progressão e a unidade dissertativa que você pretende atingir.
- Gostar ou não do tema não significa nada. Normalmente, a primeira sensação é a de não gostar. O verdadeiro problema é não entender a proposta. Fazer o rascunho ajuda a relaxar. Nas primeiras linhas, a mão sempre fica um pouco trêmula. Antes de passar a limpo, é importante reler o rascunho. Então, é necessário ter muita atenção para não esquecer acentos, vírgulas, crases, nem errar a concordância - diz a professora de redação Luísa Canella.

3º dia

Novamente, você enfrentará 75 questões neste terceiro dia de provas. Mas a situação agora pode ser um pouco mais complicada, pois você terá de lidar com diferentes tipos de texto e extrair informações de imagens. Tenha em mente que cada uma das três provas deverá ser feita em cerca de uma hora e meia. 

Biologia

É importante reconhecer o vocabulário técnico. A prova tem tendência de usar assuntos interdisciplinares, em especial relacionados a temas de geografia e química - as outras duas matérias do dia. Em 2013, houve seis questões de verdadeiro ou falso e sete que traziam três afirmações e era preciso indicar as corretas. Houve ainda outras três de relacionar colunas. Isso significa que é comum que as questões abordem diversos aspectos de um mesmo assunto. Eventualmente, você conseguirá eliminar alternativas dependendo das opções.

Química

A prova traz a tabela periódica, que é fundamental para encontrar uma série de informações que não tem como memorizar, como número de elétrons, família dos elementos etc. Os enunciados relacionam um conteúdo com cenas do cotidiano.
- A prova pode ser dividida de maneira bem equilibrada em três partes: química geral, química orgânica e físico-química. A terceira é a que mais dificulta a vida dos alunos, porque tem matemática. Mas, em geral, a prova tem mais teoria do que cálculo - explica o professor Rodrigo Smidt, do Unificado. 

Geografia

A prova costuma trazer mapas, tabelas e pirâmides populacionais. É preciso estar preparado para interpretar essas informações gráficas. Normalmente, há mais questões de geografia física, em comparação com as outras duas grandes áreas: geografia humana e geopolítica. É comum que as últimas perguntas abordem assuntos relativos ao Rio Grande do Sul. Vale a pena revisar conteúdos de atualidade.
- Geralmente, é uma prova bem conteudista e longa. Pode dificultar um pouco para os alunos por já ser o penúltimo dia, com outras matérias também cansativas - avalia o professor Marcelo Caetano, do Colégio Santa Inês e da Rede La Salle.

4º dia

Serão 50 questões para quatro horas e meia - o que dá, em média, quase cinco minutos e meio para cada. Tempo não é o problema neste último dia do concurso. A maior dificuldade tende a ser o cansaço não só do vestibular da UFRGS, mas de todo o ano de preparação.

Matemática

Prepare-se para encontrar diversos gráficos, figuras geométricas e matemática básica do Ensino Médio. Uma questão recorrente pede a planificação de figuras espaciais (cubos, pirâmides, cones etc). Fique atento a um detalhe: uma questão pode apresentar dados em centímetros, por exemplo, e pedir a resposta em metros.
- Muitas questões podem ser resolvidas com base na proporcionalidade. É muito comum encontrar polígonos e sólidos inscritos e circunscritos. Por exemplo, vão pedir o volume de uma esfera que está dentro de um cubo - explica o professor Ricardo Petry, do Unificado.

História

Tradicionalmente, os conteúdos aparecem em ordem cronológica, com forte presença de temas dos séculos 19 e 20. Você provavelmente terá de interpretar um mapa e uma charge. Também é comum aparecerem trechos de livros, mas não apenas de historiadores. Em 2013, uma questão usou um conto de Machado de Assis para falar de escravidão.

MEC divulga oferta de vagas pelo SISU

 

MEC divulga oferta de vagas, instituições e cursos para o Sisu

Podem participar os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2013 e que não tenham zerado a redação.
[ i ] O Sisu é um sistema informatizado onde instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem. Foto: Reprodução O Sisu é um sistema informatizado onde instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem.
Brasília – O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira (31) a lista com as instituições que participam do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2014, além dos respectivos cursos e número de vagas de ensino superior ofertadas. As inscrições para o Sisu começam no dia 6 de janeiro e serão encerradas no dia 10 de janeiro.
Podem participar os estudantes que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2013 e que não tenham zerado a redação.
O resultado da primeira chamada do Sisu será divulgado no dia 13 de janeiro e da segunda chamada, no dia 27. As inscrições são feitas exclusivamente pela internet no endereço eletrônico http://sisu.mec.gov.br.
O Sisu é um sistema informatizado desenvolvido pelo Ministério da Educação onde instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem. A seleção é feita pelo sistema com base na nota obtida pelo candidato. O candidato pode escolher até duas opções de curso, indicando a sua prioridade. Durante todo o período de inscrição, o estudante poderá alterar a opção de curso ou cancelar a inscrição.

Notas do ENEM saem na primeira semana de janeiro

Resultado do Enem sai na primeira semana de janeiro de 2014

Inep já está preparando o exame de 2014, que será anunciado em março
[ i ] Na edição deste ano do Enem, que teve 7 milhões de inscritos, mais de 1,5 mil candidatos foram eliminados pelo MEC por causa de tentativa de fraude Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr Na edição deste ano do Enem, que teve 7 milhões de inscritos, mais de 1,5 mil candidatos foram eliminados pelo MEC por causa de tentativa de fraude
São Paulo - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgará o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na primeira semana de janeiro de 2014. No edital que traz as regras do exame, a divulgação das notas ainda estava em aberto.
Segundo o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, antes mesmo de o ano terminar foram iniciados os preparativos para o Enem de 2014. A expectativa é que o cronograma seja divulgado entre março e abril. Em 2013, a divulgação aconteceu em maio.
“Em 2013, tivemos 7 milhões de inscrições: a expectativa é que esse número aumente em 2014. Maior número de inscritos demanda maior organização. O Enem 2014 demanda muita atenção, desde a logística à segurança e correção”.
Ao longo do ano, o Inep anunciou algumas novidades. Entre elas, o local de elaboração das provas. O Enem será elaborado em um local com segurança reforçada. O espaço terá acesso restrito e será construído na nova sede do Inep. Quem ali entrar, passará por um scanner e será monitorado por câmeras.
Além disso, a tecnologia deverá estar mais presente na preparação dos alunos. Os estudantes da rede pública terão acesso ao Geekie Lab, uma ferramenta, que disponibiliza além de questões do Enem, um plano de estudos personalizado para que o estudante supere os seus principais pontos fracos para melhorar sua nota na prova.
“O processo vem se aprimorando e se consolida como uma régua republicana”, disse o presidente do Inep. O desafio, segundo ele, é aprimorar cada vez mais a prova, tendo em vista a preocupação pedagógica na construção dos itens e das provas. Luiz Cláudio destaca que em 2013 houve uma ênfase na capacitação dos envolvidos na aplicação e correção do exame, o que deve ser mantido na próxima edição.

2014

Que não desistamos de nossos objetivos, dos nossos sonhos por mais difícil que seja a caminhada, busquemos sempre o que há de melhor a nossas vidas. Beijão aos que me acompanharam nesse blog em 2013 e continuemos juntos em 2014.
 

30 de dezembro de 2013

Pensar é transgredir

PENSAR É TRANSGREDIR

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Lya Luft

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"Se não disseres nada compreenderei melhor [...], há ocasiões em que as palavras não servem de nada".

Ler, refletir


SE PUDERES OLHAR, VÊ. SE PODES VER, REPARA.
Retrato do desmoronar completo da sociedade causado pela cegueira que aos poucos assola o mundo, reduzindo-o ao obscurantismo de meros seres extasiados na busca incessante pelo poder. Crítica pura às facetas básicas da natureza humana encarada como uma crise epidémica. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente. Caso contrário, continuará uma máquina insensível que observa passivamente o desabar de tudo à sua volta.
José Saramago

29 de dezembro de 2013

Reflexões



Veja frases ditas por Lévi-Strauss:

“Como etnólogo, só posso constatar que o mundo contemporâneo perdeu a fé em seus próprios valores. Sei que este não é nem o nosso problema principal, mas todos sabemos que, no final das contas, nenhuma civilização pode se desenvolver se não possui valores aos quais se agarrar profundamente. Acredito, por sinal, que nenhuma civilização possa sequer se manter na situação em que a nossa se encontra.”

“O antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um sentido para as configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento, das que estão imediatamente próximas do observador.” - “Anthropologie Structurale”, 1967.

"O mundo começou sem o homem, e terminará sem ele." – "Tristes Tropiques", 1955.

"O sábio não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é quem faz as verdadeiras perguntas." - "The Raw and the Cooked", 1964.

“Cada história é acompanhada por um número indeterminado de anti-histórias, cada uma das quais é complementar a outros.”

“A linguagem é uma razão humana que tem suas razões, e que o homem não sabe.” – “La pensée sauvage”, 1963.

“Nada se parece mais com o pensamento mítico que ideologia política.” – “Anthropologie Structurale”, 1967.

“A ciência por si só é incapaz de responder todas as perguntas e, apesar de seu desenvolvimento, ele nunca vai.”

“A humanidade está constantemente às voltas com dois processos contraditórios, um tende a criar um sistema unificado, enquanto o outro visa manter ou restaurar a diversificação.”
– “Race et histoire”, 1952
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Quer passar em concurso - desafio - leia, interprete, faça.

AGORA VAMOS TREINAR?     

TRABALHO No 1


O texto a seguir é referência para as questões 1 a 4.
Reduzir a poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera, compostas principalmente por fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os aerossóis, na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz solar para o espaço, estimulando a formação de nuvens (que também funcionam como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas indicam que, sem eles, a temperatura global poderia subir 4 ºC até 2100 – as pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único jeito de lutar contra a alta dos termômetros é diminuir as emissões de gás carbônico, o verdadeiro vilão da história.

1. Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro pela culatra” apresenta no texto.
a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende.
b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer combater.
c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente.
d) Pode provocar diminuição na formação de nuvens.
e) Pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias.

2. Assinale a alternativa cuja afirmativa mantém relações lógicas de acordo com o texto.
a) Os aerossóis seguram o aquecimento global porém estimulam a formação de nuvens.
b) Os aerossóis seguram o aquecimento global mas estimulam a formação de nuvens.
c) Os aerossóis seguram o aquecimento global pois estimulam a formação de nuvens.
d) Os aerossóis seguram o aquecimento global e estimulam a formação de nuvens.
e) Os aerossóis seguram o aquecimento global entretanto estimulam a formação de nuvens.

3. Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é(são):
a) o aquecimento global.
b) as emissões de gás carbônico.
c) a formação de nuvens.
d) as doenças respiratórias.
e) as barreiras para a energia do sol.

4. O termo “pessimistas” está se referindo às:
a) temperaturas.
b) pessoas.
c) influências.
d) estimativas.
e) barreiras.

05. Considere o seguinte trecho:
Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no ano passado.
O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:
a) ao médico do Milan.
b) a Cafu.
c) ao doutor José Luiz Runco.
d) ao volante Edu.
e) ao atacante Ricardo Oliveira.

06. Considere o seguinte diálogo:
I. A: Por que você está triste?
II. B: Porque ela me deixou.
III. A: E ela fez isso por quê?
IV. B: Não sei o porquê. Tentei acabar com as causas da crise por que passávamos.
V. A: Ah! Você se perdeu nos porquês.
Do ponto de vista gramatical, os termos sublinhados estão corretamente empregados em:
a) IV somente.
b) I, III e V somente.
c) II e IV somente.
d) I, II, III, IV e V.
e) II e V somente.

07. “Você só precisa comprar a pipoca. O DVD é grátis.”
Assinale a alternativa que apresenta a forma correta para juntar os dois períodos da propaganda acima num só.
a) Você só precisa comprar a pipoca, entretanto o DVD é grátis.
b) Você só precisa comprar a pipoca, já que o DVD é grátis.
c) Você só precisa comprar a pipoca, inclusive o DVD é grátis.
d) Você só precisa comprar a pipoca e o DVD é grátis.
e) Você só precisa comprar a pipoca, cujo DVD é grátis.
 
Caindo na gandaia
O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mike Tyson se esbaldou na noite paulistana. Em duas noites, foi ao Café Photo e ao Bahamas, casas frequentadas por garotas de programa. Na madrugada da quinta-feira, foi barrado com seis delas no hotel onde estava hospedado, deu gorjeta de US$ 100 a cada uma e foi terminar a noite na boate Love Story. Irritado com o assédio, Tyson agrediu um cinegrafista e foi levado para a delegacia. Ele vai responder por lesões corporais, danos materiais e exercício arbitrário das próprias razões.


08. Segundo o texto, é correto afirmar:
a) Mike Tyson estava irritado com o assédio das garotas de programa.
b) Mike Tyson foi preso em companhia das garotas.
c) Tyson foi liberado da delegacia por demonstrar exercício arbitrário de suas razões.
d) Mike Tyson, em duas noites, esteve em três boates e uma delegacia.
e) Mike Tyson distribuiu US$ 100 em gorjetas e se esbaldou na noite paulistana.
 
09.No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla sertaneja Antenor e Secundino, onde excursionaram pela Europa, que fizeram grande sucesso se divulgando a nossa música sertaneja.
Assinale a alternativa que reescreve o texto acima de acordo com a norma culta.
a) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,que excursionou pela Europa, com grande sucesso na divulgação da nossa música sertaneja.
b) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,onde excursionaram pela Europa, em que fizeram grande sucesso e divulgando a nossa música sertaneja.
c) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,cujos excursionaram pela Europa e fizeram grande sucesso, onde divulgaram a nossa música sertaneja.
d) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, os quais excursionaram pela Europa com grande sucesso, se divulgando a nossa música sertaneja.
e) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que excursionaram pela Europa, inclusive que fizeram grande sucesso, onde divulgou a nossa música sertaneja.
 
10. Enquanto na fala muitas vezes nem todos os verbos e substantivos são flexionados, na escrita isso pode ser considerado um erro. Considere as seguintes sentenças:
I. Saíram os resultados.
II. Foi inaugurado as usina.
III. Apareceu cinquenta pessoas na festa.
IV. O time apresentou os jogadores.
V. Saiu os nomes dos jogadores.
VI. Também vieram os juízes.
Seguem as normas da escrita padrão as sentenças:
a) I, IV e VI apenas.
b) II, III e V apenas.
c) I, II e III apenas.
d) IV, V e VI apenas.
e) I, III e V apenas.
 
Aparecem novos casos
Cinco novos casos de febre maculosa foram identificados no Rio de Janeiro depois que a doença foi confirmada como causa da morte do superintendente da Vigilância Sanitária Fernando Villas-Boas. A doença também provocou a morte do jornalista Roberto Moura e a internação de um professor aposentado, um menino de 8 anos e uma turista. Em São Paulo, uma garota de 12 anos morreu em decorrência da doença. Ela foi picada por um carrapato quando passeava em um parque.

11. De acordo com as informações do texto acima, assinale a alternativa correta.
a) O texto não aponta a forma provável como a vítima paulista contraiu a febre maculosa.
b) Todas as vítimas da febre maculosa morreram.
c) As vítimas fatais da febre maculosa foram infectadas no Rio de Janeiro.
d) Dos seis infectados, apenas dois sobreviveram.
e) O texto inclui Fernando Villas-Boas na contagem de casos de febre maculosa no Rio de Janeiro.

12. O Projeto Genoma, que envolve centenas de cientistas de todos os cantos do globo, às vezes tem de competir com laboratórios privados na corrida pelo desenvolvimento de novos conhecimentos que possam promover avanços em diversas áreas.
Assinale a alternativa em que o termo “privado” foi usado no mesmo sentido que apresenta acima.
a) Muitos laboratórios acabam privados de participar da concorrência pelos obstáculos legais que se impõem aos participantes.
b) Nem sempre os projetos que envolvem ciência básica podem contar com a injeção de recursos privados, que privilegiam as pesquisas com perspectivas de retorno econômico no curto prazo.
c) Mesmo alguns dos grandes laboratórios que atuam no mercado vêem-se privados de condições materiais para investir em pesquisa de ponta.
d) Os laboratórios privados da licença para desenvolver pesquisas com clonagem de seres humanos prometem recorrer da decisão.
e) Muitos projetos desenvolvidos em centros universitários, privados de recursos, acabam sendo engavetados.
 
 

GABARITO:
1) E
2) C
3) B
4) D
5) C
6) D
7) B
8) D
9) A
10) A
11) E
12) B

 
TRABALHO No2


 

 Fala, amendoeira
Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo exige que prestemos alguma atenção à natureza – essa natureza que não presta atenção em nós. Abrindo a janela matinal, o cronista deparou no firmamento, que seria de uma safira impecável se não houvesse a longa barra de névoa a toldar a linha entre céu e chão – névoa baixa e seca, hostil aos aviões. Pousou a vista, depois, nas árvores que algum remoto prefeito deu à rua, e que ainda ninguém se lembrou de arrancar, talvez porque haja outras destruições mais urgentes.  Estavam todas verdes, menos uma. Uma que, precisamente, lá está plantada em frente à porta, companheira mais chegada de um homem e sua vida, espécie de anjo vegetal proposto ao seu destino.
Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais, alguns fios elétricos lhe atravessam a fronde, sem que a molestem, e a luz crua do projetor, a dois passos, a impediria talvez de dormir, se ela fosse mais nova. Às terças, pela manhã, o feirante nela encosta sua barraca, e, ao entardecer, cada dia, garotos procuram subir-lhe pelo tronco. Nenhum desses incômodos lhe afeta a placidez de árvore madura e magra, que já viu muita chuva, muito cortejo de casamento, muitos enterros, e serve há longos anos à necessidade de sombra que têm os amantes de rua, e mesmo a outras precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes.
Todas estavam ainda verdes, mas essa ostentava algumas folhas amarelas e outras já estriadas de vermelho, numa gradação fantasista que chegava mesmo até o marrom – cor final de decomposição, depois da qual as folhas caem. Pequenas amêndoas atestavam seu esforço, e também elas se preparavam para ganhar coloração dourada e, por sua vez, completado o ciclo, tombar sobre o meio-fio, se não as colhe algum moleque apreciador de seu azedinho. É como se o cronista, lhe perguntasse – Fala, amendoeira – por que fugia ao rito de suas irmãs, adotando vestes assim particulares, a árvore pareceu explicar-lhe:
-- Não vês? Começo a outonear. É 21 de março, data em que as folhinhas assinalam o equinócio do outono. Cumpro meu dever de árvore, embora minhas irmãs não respeitem as estações.
-- E vais outoneando sozinha?
-- Na medida do possível. Anda tudo muito desorganizado, e, como deves notar, trago comigo um resto de verão, uma antecipação de primavera e mesmo, se reparares bem neste ventinho que me fustiga pela madrugada, uma suspeita de inverno.
-- Somos todos assim.
-- Os homens, não. Em ti, por exemplo, o outono é manifesto e exclusivo. Acho-te bem outonal, meu filho, e teu trabalho é exatamente o que os autores chamam de outonada: são frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva. Repara que o outono é mais estação da alma que da natureza.
-- Não me entristeças.
-- Não, querido, sou tua árvore-de-guarda e simbolizo teu outono pessoal. Quero apenas que te outonize com paciência e doçura. O dardo de luz fere menos, a chuva dá às frutas seu definitivo sabor. As folhas caem, é certo, e os cabelos também, mas há alguma coisa de gracioso em tudo isso: parábolas, ritmos, tons suaves... Outoniza-se com dignidade, meu velho.
(Carlos Drummond de Andrade)

01) As palavras remoto (primeiro parágrafo), afetar (segundo parágrafo) e ostentar (terceiro parágrafo) significam, no texto, respectivamente:
A) ( ) longínquo, afeiçoar, alardear;
B) ( ) distante, distrair, mostrar;
C) ( ) antigo, incomodar, exibir;
D) ( ) distraído, aparentar, ornamentar;

02) Equinócio (quarto parágrafo) significa:
A) ( ) equívoco;
B) ( ) ponto de órbita da terra onde se registra igual duração do dia e da noite;
C) ( ) mancha escura que aparece de vez em quando no céu;
D) ( ) que tem poder igual;

03) Em “precisões mais humildes de cãezinhos transeuntes” (passagem situada no segundo parágrafo), o autor refere-se:
A) ( ) à fome dos cães que comem as amêndoas da amendoeira;
B) ( ) ao hábito que os cães têm de urinar em postes ou troncos de árvore;
C) ( ) aos cães vira-latas que, famintos, comem as folhas de amendoeira;
D) ( ) à precisão com que os humildes cãezinhos demonstram ao andar;

04) Destaque o item que melhor caracteriza o “ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo”, situado no primeiro parágrafo:
A) ( ) desenhista que só se inspira na natureza;
B) ( ) escritor que só escreve sobre a natureza;
C) ( ) pintor de paisagens;
D) ( ) autor que escreve sobre temas da época em que vive;

05) Quando o cronista, referindo-se à árvore escreveu “fala, amendoeira”, no terceiro parágrafo:
A) ( ) cometeu um erro porque árvore não fala;
B) ( ) estava delirando;
C) ( ) usou um recurso de estilo atribuindo à amendoeira qualidades humanas;
D) ( ) foi imperativo porque a árvore era sua;

06) O trecho “frutos colhidos numa hora da vida que já não é clara, mas ainda não se dilui em treva”, localizado no oitavo parágrafo, refere-se:
A) ( ) aos escritos do autor;
B) ( ) aos frutos da amendoeira;
C) ( ) aos frutos colhidos na árvore à noitinha;
D) ( ) ao trabalho dos agricultores;

07) Ao usar a passagem “Essa árvore de certo modo incorporada aos bens pessoais”, quis o autor demonstrar:
A) ( ) que a árvore plantada à sua porta é um bem pessoal;
B) ( ) carinho pela árvore que está plantada em frente à sua porta e que a considera como sua;
C) ( ) que ia iniciar uma descrição da árvore que está plantada em frente à sua porta;
D) ( ) que não permitirá nunca que a árvore seja retirada da frente de sua porta;

08) As expressões anjo vegetal (primeiro parágrafo) e árvore-da-guarda (décimo parágrafo):
A) ( ) são arcaicas;
B) ( ) atestam os erros comuns no autor;
C) ( ) revelam o descuido do autor no uso da Língua Portuguesa;
D) ( ) são criadas pelo autor pela associação com a expressão anjo-da-guarda;

09) Destaque o item que NÃO corresponde à crônica lida:
A) ( ) o autor espiritualizou a amendoeira atribuindo-lhe sentimentos humanos;
B) ( ) o autor compara, na crônica, seu envelhecer com o da amendoeira;
C) ( ) a idéia central da crônica é a descrição dos efeitos do outono sobre as amendoeiras;
D) ( ) a amendoeira com que o autor “conversa” demonstrou sabedoria e bom senso;

10) Destaque o item que encerra a idéia central, a mensagem, enviada pelo cronista:
A) ( ) descuido das autoridades que permitiam a permanência da amendoeira naquele local;
B) ( ) reverencia a amendoeira que considerava sua;
C) ( ) aceitação do envelhecimento com serenidade;
D) ( ) engrandecimento do outono;


GABARITO:
1) C
2) B

3) B

4) D

5) C

6) A

7) B

8) D

9) C

10) C
 
 
TRABALHO No 3


Leia o texto a seguir e responda às questões.

Rio - Além das vitórias contra Colômbia, por 2 a 1, e Equador, por 1 a 0, e da liderança absoluta nas eliminatórias do Mundial de 2006, o técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador da seleção brasileira, Zagallo, têm outro motivo para comemorar o início da campanha do hexacampeonato. Eles acreditam ter conseguido quebrar a resistência em torno do nome do meia Zé Roberto. “Nunca duvidei da capacidade dele, um jogador que vem melhorando a cada temporada”, disse Parreira. O treinador reconhece que parte da crítica observava o meia do Bayern de Munique com ressalvas. “Por desinformação, creio.”Para Zagallo, o jogador é importante como opção de ataque, no instante em que a zaga adversária se concentra em Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, e também para ajudar no bloqueio, no meio-de-campo.“O Zé Roberto foi bem no ataque várias vezes nos treinos antes dos dois jogos e repetiu isso depois, notadamente contra a Colômbia, afirmou. “Tem gente que só gosta de reclamar e não quer enxergar o óbvio.”Os elogios vêm de toda parte. O atacante Ronaldo atribuiu a Zé Roberto a base de equilíbrio da equipe e acrescentou que o meia sabe dar dribles curtos que deixam o marcador sem rumo. O lateral Roberto Carlos também enalteceu o colega.
1- O texto informa que

(A) o técnico Parreira tem várias opções de ataque para os próximos jogos da Seleção, com Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.
(B) os atacantes da Seleção brasileira reclamaram da atuação de Zé Roberto, por estarem desinformados de sua capacidade.
(C) Roberto Carlos criticou, pois queria que o colega o ajudasse no bloqueio, o que não aconteceu, nos jogos da Seleção.
(D) Zé Roberto teve importante atuação nos treinos e no último jogo da Seleção contra a Colômbia.

2- Eles acreditam ter conseguido quebrar a resistência em torno do nome do meia Zé Roberto.
A frase grifada acima significa, respeitando-se o sentido do texto,
(A) diminuir a defesa.
(B) reconhecer os obstáculos.
(C) afastar a oposição.
(D) medir a capacidade.

3- Este texto trata, principalmente, da
(A) excelente atuação de Zé Roberto, na última convocação da seleção.
(B) merecida vitória da seleção, especialmente contra o Equador.
(C) apresentação dos jogadores convocados pelo técnico Parreira.
(D) presença de Zagallo como coordenador da seleção brasileira.

4- De acordo com o texto,
(A) o Brasil jogou primeiramente contra o Equador e depois contra a Colômbia.
(B) a Seleção fez dois jogos, o primeiro deles, contra a Colômbia.
(C) o jogo contra o Equador aconteceu logo depois dos treinos.
(D) Zé Roberto foi elogiado ainda antes dos jogos da seleção.

5-“Nunca duvidei da capacidade dele, um jogador que vem melhorando a cada temporada.”
A afirmação acima reproduz
(A) um fato ocorrido durante os treinos.
(B) uma dúvida dos torcedores.
(C) a opinião do técnico Parreira.
(D) um fato que deverá acontecer.


Gabarito
1- B// 2 - C// 3 - A// 4 - D// 5 - C
 
 
TRABALHO No 4


PELES DE SAPOS
Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da 5 população de sapos nessa região.
O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia.
Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os 10 besouros e os grilos, proliferaram de maneira assustadora.
Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.
Em maio de 1972, na cidade de lati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão, varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!

O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.
1) o título do texto, Peles de sapos, representa:
a) o motivo da invasão dos insetos nas cidades
b) o objetivo econômico dos exportadores
c) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas
d) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro
e) a causa da extinção definitiva dos sapos

2) Uma informação conta com uma série de elementos básicos:  o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como  e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto 1 é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:
a) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro.
b) quando ocorreu: em 1970 e 1971.
c) para que ocorreu: exportação de peles.
d) como ocorreu: armadilhas especiais.
e) consequência da caçada: redução da população de sapos.

3) Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:
a) “...para que suas peles fossem exportadas...” - compradas
b) “...uma enorme procura por sapos...” - imensa
c) “...levou a uma drástica diminuição da população...” - progresso
d) “Quando adulto chega a comer...” - filhote
e) “...seus inimigos naturais,...” - adversários

4) “O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros.”; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:
a) também come outros insetos.
b) só come mariposas, grilos e besouros.
c) prefere mariposas a grilos e besouros.
d) não come mariposas, grilos e besouros.
e) só come insetos nordestinos.

5)”Em 1970 e 1971,houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.”. Nesse primeiro parágrafo do texto os elementos  se referem a outros do mesmo parágrafo. Assinale a correspondência errada:
a) suas - dos sapos
b) lá - Estados Unidos
c) elas - as peles dos sapos
d) isso - bolsas, cintos e sapatos
e) nessa região - Nordeste brasileiro

6) “É um animal voraz, isto é, comilão.”; o emprego de isto é nesse segmento do texto mostra que:
a) voraz e comilão são palavras de significados diferentes.
b) o autor empregou erradamente a palavra voraz.
c) o autor quer explicar melhor o significado de voraz.
d) comilão é vocábulo mais raro do que voraz.
e) o autor não está interessado em que o leitor entenda o que escreve.

7) A mensagem que se pode entender do texto  é:
a) A matança indiscriminada de animais pode causar desequilíbrios ecológicos.
b) A economia do país está acima do bem-estar da população.
c) A união da população não resolve muitos de nossos problemas.
d) Os insetos são inimigos dos homens.
e) O governo não cuida da proteção aos animais.
 
 

GABARITO:
1) B
2) D
3)D
4) A
5)D
6) C
7) A

TRABALHO No 5



UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL
    Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica.
    Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.
    É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos tudo sem saber dos riscos que corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação.

1) Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é:
a) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos.
b) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam.
c) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação;
d) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por conta própria.
e) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude.

2) Os leigos sempre se medicaram por conta própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO equivale semanticamente a:
a) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram.
b) Por conta própria os leigos sempre se medicaram.
c) Os leigos se medicaram sempre por conta própria
d) Sempre se medicaram os leigos por conta própria.
e) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram.

3) O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi:
a) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se.
b) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda “livre” de remédios.
c) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação.
d) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação.
e) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas.
 
   GABARITO:
1) B
2)D
3) A
 

Como Interpretar Textos

 

Antes de iniciarmos a estudar a Interpretação de textos, vamos ler com atenção esta crônica da gaúcha Martha Medeiros.
 
 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Semana passada, o escritor  Mário Lago confessou que não conseguiu entender uma questão que interpretava um texto seu numa prova de vestibular. Mário toca aqui.
Aconteceu o mesmo comigo. Alguns anos atrás, uma universidade do Rio Grande do Sul incluiu uma crônica de minha autoria numa prova para que os vestibulandos a interpretassem. Eram algumas questões sobre um texto escrito por mim ,logo, achei que tiraria de letra. Peguei uma caneta, li as alternativas e fiquei boiando. Não entendi uma vírgula do que "aquela louca" queria dizer.
Quem está do lado de cá, escrevendo, não imagina o que pode passar pela cabeça de quem está lendo. Na nossa ingenuidade, supomos que não há nada para ser interpretado.  A pergunta mais incômoda para um escritor é " o que você quis dizer com aquilo que escreveu"? 
Puxa, a gente se digladia diante do computador para ser simples, objetivo, encontrar o verbo que melhor  explica nosso sentimento, e ninguém entende lhufas. Dá vontade de desistir de tudo e vender pastel em Imbé. 
Sei que a interpretação ajuda o aluno a pensar, concluir, avaliar, ler nas entrelinhas.Muita gente é adepta da leitura dinâmica: lê como se estivesse vendo. Não dá. Há escritores herméticos, que necessitam de atenção redobrada e um olhar mais astucioso sobre cada parágrafo. Há  inventores de uma nova gramática. Há os que escrevem em código. Há aqueles que deixam quase tudo subentendido. Há os escritores neuróticos. Os que camuflam de tal modo as suas ideias, que nem eles mesmos sabem o que querem dizer. A questão é: valerá o esforço de interpretá-los?
Eu reluto diante da ideia de que é preciso ensinar alguém a pensar sobre o que está sendo lido. Podemos e devemos estimular o hábito da leitura, mas toda obra é aberta e permite várias reflexões. A maioria dos escritores, até onde eu sei, não fica tentada a criar charadas quando escreve. Ao contrário, a busca é pela comunicação, pela partilha de ideias e emoções. Pode-se fazer isso de forma densa, profunda, corrosiva, enigmática e, ainda, ser claro. 
Toda interpretação de texto se dá através da sensibilidade de quem escreve e de quem lê.O resto é teoria.  
 
A interpretação de textos é de fundamental importância para concursos. Você já se perguntou por quê?
Há alguns anos, as provas de Português, nos principais concursos do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo viu a uva".
Os tempos são outros e, dentro das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral, seja escrito.
Nesse sentido, todas as questões são extraídas de textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em função da mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical. Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos os textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas monotemáticas.
Dessa maneira, fica clara a importância do texto como objetivo último do aprendizado de língua.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
Quais são os textos escolhidos?

 
 
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia e o conto são quase que exclusividade das provas de Literatura (que também trabalham interpretação, por evidente). Assim, seria interessante observar as características fundamentais desses produtos da imprensa.
 
Os Artigos
 
 
 
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem identificado o autor.
Essas opiniões são de expressa responsabilidade de quem as escreveu - chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada pela imprensa. Portanto, os temas são, quase sempre, bem atuais.
Trata-se, em verdade, de texto argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à redação escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Exemplo de Artigo
Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim deste milênio como centros culturais importantes seriam familiares às pessoas que viveram durante o final do século passado. O peso relativo de cada uma delas pode ter variado, mas as metrópoles que contam ainda são basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, Roma, Madri, São Petesburgo.
 
 
Os Editoriais
 
Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem a mesma estrutura dos artigos .
Todos os jornais e revistas têm esses editoriais. Os principais diários do país produzem três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará de política; outro, de economia; um outro, de temas internacionais.
A diferença em relação ao artigo é que o autor, o editorialista, não expressa sua opinião, apenas serve de intermediário para revelar o ponto de vista da instituição, da empresa, do órgão de comunicação. Muitas vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na casa e, obviamente, da confiança do dono da empresa de comunicação. Os temas, por evidente, são a pauta do momento, os assuntos da semana.
 
As Notícias
 
Aqui temos outro gênero, bem diverso.
As notícias são autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também chamado de lide), o autor deve responder às cinco perguntinhas básicas do jornalismo: Quem? Quando? Onde? Como? E por quê?
  A grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está no objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, quer dizer, não busca convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto que os jornalistas chamam de objetivo ou isento, despido de subjetividade e de intencionalidade.

Exemplo de Notícia
 
O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a responder ontem à CPI do judiciário todas as perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição para permanecer calado sempre que era questionado sobre seus bens ou sobre contas no exterior.
 
 
As Crônicas
 
 
Estamos diante da Literatura.
Os cronistas não possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles retratam a realidade subjetiva.
Se observarmos os jornais, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou economia, uma crônica de algum escritor, descolada da realidade, se assim lhe aprouver.
O jornal busca, dessa maneira, arejar essa página tão sisuda.
A crônica é isso: uma janela aberta ao mar.
Sobre a crônica, há alguns dados interessantes. Considerada por muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca teve status ou maiores reconhecimentos por parte da crítica.
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e objetiva esclarecer um pouco mais o vestibulando. No entanto, é importante assinalar que os autores modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o caso de Luis Fernando Verissimo, que ora trabalha uma crônica, com os personagens conversando em um bar, terminando por um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por exemplo. Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo, revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz uma crônica sobre o quotidiano.

Exemplo de Crônica
O mulherão
 
Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos.Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira,1,80m,siliconada,sorriso colgate.Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer,Leticia Spiller,Malu Mader,Adriane Galisteu,Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina.
 
Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite. 
 
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.

LUMAS,BRUNAS,CARLAS,LUANAS E SHEILAS:Mulheres nota dez no quisito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA Martha Medeiros
 
 
 
 
 
A interpretação serve para Química!
 
 
Responda rápido a uma pergunta:
  O que há em comum entre os aprovados nos primeiros lugares? Será que possuem semelhanças?
  Sim, de fato, o que os identifica é a leitura e a curiosidade pelo mundo que os cerca. Eles leem bastante e leem de tudo um pouco.
As instituições de ensino superior não querem mais aquele aluno que decora regrinhas. Elas buscam o cidadão que possui leitura e conhecimento de mundo. Nesse aspecto, as questões, inclusive das provas de exatas, muitas vezes pedem criticidade e compreensão de enunciados. Quantas vezes você não errou uma questão de Física ou de Biologia por não entender o que foi pedido. Pois estamos falando de interpretação de textos.
A leitura e a interpretação tornam-se, dessa maneira, exigência de todas as disciplinas. E não pense que essa capacidade crítica de entender o texto escrito (e até falado) é exclusividade do vestibular. Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes nessa concorrência.
 

 

DICAS PARA INTERPRETAR

 
 

 

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:


01.Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;

02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente;

03. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;

04. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;

05. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão;

06. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;

07. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;
  08. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;

09. O autor defende ideias e você deve percebê-las;

10. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto.

 Não se esqueça:" O que está escrito, escrito está." 


A prova de Língua Portuguesa exige muita atenção, muita concentração; assim evita-se ler ou interpretar equivocadamente o comando das questões.

 
 

 
 Interpretação de Texto – consiste em saber o que é importante para a análise de textos: 
 
1.Não extrapole ao que está escrito no texto. Muitas vezes , por se tratar de fatos reais, o candidato interpreta o que não está escrito. Deve-se ater somente às informações que estão relatadas.

 
2.Não valorize apenas uma parte do contexto. O texto deve ser considerado como um todo, não se atenha à parte dele. 

 
3.Sublinhe as palavras-chave do enunciado, para evitar de entender justamente o contrário do que está escrito. Leia duas vezes o comando da questão, para saber realmente o que se pede. Tome cuidado com algumas palavras, como: pode, deve,
não, sempre, é necessário, é obrigatório, correta, incorreta, exceto, erro, etc. 

 
4.Se o comando pede a ideia principal ou tema, normalmente deve situar-se no primeiro ou no último parágrafo - introdução e conclusão.
 
 
5. Se o comando busca argumentação, deve localizar-se nos parágrafos intermediários , no desenvolvimento.

 
6. Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu. 
 
7.Tomar cuidado com os vocábulos relatores, os que remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.
 

8.A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.
 
 
9.Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto. E será com essas informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova.
 
 
10.Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de “conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, vivendo. Isso porque muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita.
 
 
11. Se as alternativas forem muito parecidas grife com o lápis a parte que é diferente. Nosso cérebro trabalha melhor com uma quantidade menor de informações de cada vez. Grifando as partes diferentes você irá focar apenas na parte que é diferente, já que a parte que é igual não irá determinar a alternativa correta. Veja nas alternativas abaixo e entenderá o que quero dizer:
a) O suspeito chegou ao escritório às 9 da manhã.
b) O suspeito deixou ao escritório às 9 da manhã.
c) O suspeito deu uma saída às 9 da manhã mas voltou logo em seguida.
d) O suspeito ficou no escritório por 9 horas.
Agora que já grifou a parte diferente, precisa voltar ao texto e ver se há referência à manhã (se não houver, já elimina a, b e c, sobrando apenas d); se retornou (elimina a, b, d e sobra c); e assim por diante.

 
12- Responda primeiro o que sabe. Ficar perdendo tempo com questões mais difíceis fará com que acabe errando as mais fáceis. Nosso emocional pode nos ajudar ou atrapalhar e nós é que decidimos o que vai ser. Leia e se não conseguir achar a resposta, marque um “x” ao lado das questões que não consegue responder de primeira, responda as outras e siga assim, “pulando” e marcando as mais difíceis e resolvendo as mais fáceis. Quando terminar com as fáceis, retorne às difíceis, se não puder responder, reduza a duas alternativas e chute. Se você não sabe não há como descobrir a resposta.


13- Mantenha a calma. Não importa se o texto é longo, se é difícil, se há muitas questões. Desesperar-se só irá causar um bloqueio mental que o fará errar tudo e provocará o famoso e temido “branco”. Melhor responder calmamente (e corretamente) 70% das questões e chutar as outras (se não der tempo de resolver todas) do que fazer tudo às pressas e se enrolar todo.
 
 
14- Atenção ao uso da paráfrase (reescritura do texto sem prejuízo do sentido original).
Veja o exemplo:
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava também.(Concurso TRE/ SC – 2005)
A frase parafraseada é:
a) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me olhou.
b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de uma loirona.
c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quando vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar.
d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me olhar também.
Resposta: Letra C.
 
 
 
15- Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida.

Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.