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7 de dezembro de 2013

Há ou a - regência de verbo

“Adalberto Lucena, segurança de Renné, contou que a vítima chegou a avisá-lo que sabia da intenção dos ex-funcionários – condenados há 18 anos de prisão por serem os executores do crime – de matá-lo.”
Das duas impropriedades verificadas no fragmento acima, a segunda é, com certeza, a mais gritante. Alguém é condenado “a” algum tipo de pena: condenado à morte, condenado à prisão perpétua, condenado, quem sabe, a passar o resto de seus dias fazendo algo de que não gosta.
Do ponto de vista da regência, o que importa é que alguém é condenado “a” alguma coisa.
É fato que os funcionários poderiam ter sido condenados à prisão há 18 anos, o que seria outra história. “Há 18 anos” quer dizer “18 anos atrás” ou “18 anos antes”. No trecho em questão, houve flagrante confusão entre as duas construções (“condenado à prisão” e “condenado há 18 anos”). Claro está que a condenação não ocorreu 18 anos atrás, dado que o crime data de 2007. Os 18 anos representam o tempo de prisão a que foram condenados os criminosos. O correto, portanto, seria “condenados a 18 anos de prisão”.
O outro problema do texto está na regência do verbo “avisar”, que admite dois complementos, o direto e o indireto. O objeto direto é representado pelo pronome oblíquo “o”, que assume a forma “-lo”; o objeto indireto, por sua vez, será a oração encabeçada pela conjunção subordinativa integrante “que”. Sendo tal oração um objeto indireto, caberá antes do “que” a preposição regida pelo verbo. Avisamos alguém “de” alguma coisa, portanto teríamos “avisá-lo de que sabia...”.
 
Veja, abaixo, o período reformulado:

Adalberto Lucena, segurança de Renné, contou que a vítima chegou a avisá-lo de que sabia da intenção dos ex-funcionários – condenados a 18 anos de prisão por serem os executores do crime – de matá-lo.

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