A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre
o tema: As consequências do avanço das drogas no Brasil. Apresente
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda “substância que, quando administrada ou consumida
por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas funções, com exceção daquelas substâncias necessárias para a
manutenção da saúde normal”.
Para entender o mecanismo do vício, é preciso compreender os caminhos percorridos pela dopamina no cérebro. A
dopamina é o neurotransmissor da dependência. É ela que dispara a sensação de prazer – seja a advinda da ingestão
de um prato saboroso, seja a causada pelo uso de um entorpecente. Ao inalar cocaína, por exemplo, o usuário tem seu
cérebro inundado de dopamina – daí a sensação de euforia que, em geral, a droga produz. Até pouco tempo atrás,
acreditava-se que o vício era processado exclusivamente nas porções cerebrais associadas ao sistema de prazer e
recompensa, ativado em especial pela dopamina.
Recentemente, descobriu-se que há outros circuitos envolvidos nesse
mecanismo e que a dopamina também os integra. “Graças ao aperfeiçoamento dos exames de neuroimagem,
constatamos que os efeitos neurobiológicos das drogas ultrapassam os centros de prazer e recompensa do cérebro e se
estendem ao córtex pré-frontal, região associada à analise dos riscos e benefícios, na qual se concentram as tomadas
de decisão”, afirma a psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, dos Estados Unidos, e
uma das principais autoridades mundiais no assunto. Isso significa que o vício se relaciona também à química envolvida
nos processos decisórios e mnemônicos. Em outras palavras, ele está associado tanto ao impulso quanto à memória.
O vício é fruto, em grande parte, de propensão genética. Não fosse assim, todos que algum dia experimentaram algum
tipo de droga – do álcool à heroína – se tornariam dependentes. É a genética, ainda, que estabelece o tipo de
dependência e a sua intensidade.
Estima-se que os fatores genéticos respondam por algo entre 40% e 60% da
vulnerabilidade ao vício. Existe um gene específico associado à síntese da enzima monoaminoxidase A, uma das
substâncias responsáveis pelo equilíbrio de dopamina no cérebro. Quando há mutações nesse gene, a pessoa se torna
mais ou menos vulnerável ao vício. A genética explica também por que existem pessoas com baixos níveis de receptores
de dopamina – o que as faz mais suscetíveis ao vício e a achar mais prazerosa a experiência com drogas.
Há dois grupos de pessoas bastante vulneráveis ao vício – os adolescentes e os portadores de distúrbios psiquiátricos,
como esquizofrenia, depressão e ansiedade. Durante a adolescência, o cérebro sofre mudanças dramáticas. Uma das
áreas ainda em maturação é o córtex pré-frontal, associado à tomada de decisões e responsável pelo controle dos
desejos e emoções. O uso de substâncias químicas nesse momento de desenvolvimento tende a ter um impacto mais
profundo e duradouro no funcionamento cerebral. A maior parte dos dependentes químicos se iniciou no vício –
qualquer um deles – na juventude. Entre os usuários de drogas, isso ocorre, em geral, antes dos 21 anos. Quanto aos
alcoólatras, antes dos 15.
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