As crises políticas e as ameaças de grupos radicais e terroristas em países do Oriente Médio como a Síria e o Líbano e em países africanos têm como consequência a onda imigratória de refugiados de guerra para a Europa há algum tempo. Famílias inteiras deixam tudo o que possuem para se aventurar, sem nenhuma garantia, em travessias a pé, de barco ou de bote para países como Grécia, Itália e Alemanha a fim de sobreviver e de conquistar paz e trabalho.
Refugiados no Brasiltivos, pois acabam morrendo durante a viagem e os que chegam ao seu destino ainda têm de lidar com muita burocracia, muros, impedimentos e até rasteiras de jornalistas que cobrem a sua chegada.
A Europa, pela proximidade e economia fortalecida é a principal destinação de milhares de refugiados sírios, libaneses, egípcios dentre outras nacionalidades, mas o Brasil, pela fama de acolhedor e hospitaleiro também tem sido um destino almejado por essas pessoas que idealizam em nosso país o sonho de reconstruírem suas vidas.
Por ser um tema, infelizmente, atual, relevante e que aborda questões humanitárias, políticas, sociais e culturais, pensamos que este pode ser abordado, em relação ao contexto brasileiro, na prova de redação do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – 2016.
A chegada de imigrantes no Brasil no cenário atual já foi tema da prova de produção textual do Enem 2012. Na ocasião, a coletânea de textos motivadores abordou a chegada em massa de imigrantes haitianos em decorrência do terremoto que assolou o Haiti em dezembro de 2010 e a presença de imigrantes latinos – bolivianos e colombianos -, principalmente em São Paulo, que trabalham em situações análogas à escravidão em confecções.
O que propomos hoje é que os candidatos ao Enem 2016 estudem a chegada dos refugiados de guerra,principalmente do Oriente Médio, no Brasil, de uns anos para cá e em decorrência de crises políticas e de ameaças de grupos terroristas como o Estado Islâmico.
Segundo a Agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados, entre 2010 e 2015, o número de pessoas refugiadas que chegaram ao Brasil, de maneira legal, aumentou mais de 2.868%, sendo a maioria oriunda da África e do Oriente Médio. São, ao todo, 8.863 refugiados reconhecidos, de mais de 79 nacionalidades, e o grupo com mais representantes é, justamente, o sírio, ou seja, vindos da Síria.
Por causa deste aumento, o Governo Federal adotou medidas que facilitam a entrada desses imigrantes refugiados no país e sua inserção na sociedade brasileira, como por exemplo, a concessão de um visto especial.
Tal aumento justifica-se no fato de que, somente no primeiro semestre de 2013, um número imenso de pessoas foram obrigadas pelas circunstâncias a deixarem seus países de origem por conta de conflitos armados: 5,9 milhões. Neste meio tempo, o Brasil concedeu asilo político a 400 cidadãos sírios, segundo matéria especial do portal G1.
Beto Vasconcelos, secretário nacional de Justiça e presidente do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) afirma que o Brasil tem sido extramente proativo quando se trata de abrir o país para refugiados desde a 2ª Guerra Mundial, mas será que estamos fazendo o bastante? Como receber adequadamente tantas pessoas que buscam moradia, emprego, alimentação e educação em meio a uma crise política e econômica que deixou 12 milhões de brasileiros desempregados?
Os refugiados que chegam ao Brasil ficam hospedados em casas de parentes ou amigos ou em residências mantidas por ONGs ou associações religiosas, principalmente muçulmanas no caso dos sírios, que prestam auxílio, como é feito ainda com os haitianos que chegam ao país. Como agregar e incluir pessoas de culturas e costumes tão diferentes dos nossos, inclusive em relação à língua?
Imigrantes que estão aqui há mais tempo ministram aulas de Português Brasileiro para os refugiados e muitos tentam montar seu negócio informal, vendendo comida, por exemplo.
Pensando na quinta competência, na proposta de intervenção social, o candidato ao Enem 2016 deve pensar nas questões postas acima. Qual é o papel de cada um de nós nesse cenário?
Refugiados, se pudessem, não seriam refugiados, pois não teriam de fugir de seus países de origem, mas suas casas são bombardeadas, seus hospitais são atingidos, as mulheres são estupradas, civis são mortos e crianças sofrem mais do que os adultos.
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15 de setembro de 2016
TEMA DE REDAÇÃO
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