No dia de hoje, 22 de setembro de 2016, o governo federal anuncia, por meio do Ministério da Educação, um projeto de reformas no Ensino Médio, a última etapa da Educação Básica brasileira. Tal reformulação pode ser implementada por meio de uma medida provisória (MP), isto é, sem discutir e votar o projeto no Congresso Nacional como é de praxe. Neste sentido, são muitas as críticas, especialmente por parte dos especialistas em educação, que julgam como autoritária a atitude do governo Federal de não debate e de não colocar em votação uma pauta de fundamental importância para o país.
O novo modelo prevê um Ensino Médio de ensino integral, com um aumento na carga horária, porém flexível, no qual os alunos realizariam, no período de um ano e meio, um ciclo básico, com as disciplinas comuns a todos e, após isso, poderiam escolher dentre cinco áreas, as mesmas que organizem o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e, ainda, o ensino técnico – profissional. Hoje em dia, para termos de comparação, os alunos do Ensino Médio no Brasil estudam, ao longo dos três anos, treze disciplinas comuns a todos.
Segundo o governo federal, a disponibilidade das áreas mencionadas dependerá das escolas, que terão um prazo para se adequar, mas cada escola deverá disponibilizar, no mínimo, duas áreas de especialização. Além disso, o projeto prevê a possibilidade de os alunos eliminarem disciplinas por meio de exames de proficiência, como no caso da disciplina de Inglês, por exemplo.
Caso seja realmente efetivada a medida provisória da reforma do Ensino Médio brasileiro, muitas coisas mudarão e/ou terão de mudar, como por exemplo, a infraestrutura das escolas terá de ser ampliada para oferecer ensino integral e técnico, professores terão de ser contratados e pagos com salários dignos (algo utópico ainda para o docente brasileiro, infelizmente), os materiais didáticos possivelmente também terão de ser reformulados e reavaliados e, assim, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) também deverá passar por mudanças e, finalmente, dentre outras tantas questões, as avaliações terão de ser repensadas, incluindo os vestibulares e oEnem.
Pensando nas alterações no Enem 2017 já sinalizadas pela nova chefia do Inep, este discurso de reforma do Ensino Médio vem em consonância. Caso a reforma ocorra, o Enem terá de passar por mudanças e transformações a fim de avaliar esse novo modelo de ensino, juntando, talvez, os conteúdos do ciclo básico obrigatório e das áreas de especialização. Nos perguntamos se seria preciso haver mais de um modelo de prova do Enem, um para cada área de especialização e se o exame seria mantido como exame de entrada nas universidades federais brasileiras pelo Sisu.
Os exames vestibulares das instituições universitárias públicas estaduais e particulares que não adeririam ao Enem como exame de entrada também deverão passar, possivelmente, por mudanças, já que o currículo do Ensino Médio será modificado. As bancas elaboradoras, tanto do Enem quanto dos inúmeros vestibulares terão de pensar sobre como avaliarão e selecionarão candidatos com formações e perfis diferentes para cursos distintos.
Portanto, devemos ficar atentos às possíveis mudanças no Enem 2017, já que para a edição de 2016 nada mudou. Além disso, é nosso dever, como cidadãos, de acompanhar, fiscalizar e de criticar, se for necessário, esta e qualquer outra medida do governo federal. Estamos de olho.
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O Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – publicou, no Diário Oficial da União (DOU) de ontem (21), o Edital e também o prazo de inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade, o Enem 2016 PPL (também chamado de segunda aplicação).
De acordo com o documento, o período para as instituições e seus respectivos membros (responsáveis pedagógicos) poderão realizar a inscrição dos detentos e jovens com privação de liberdade entre às 10h da data de 3 de outubro até o dia 21 do mesmo mês, no sistema do Inep.
Vale reforçar que, além da inscrição dos interessados, os responsáveis pedagógicos também deverão indicar, por meio dos órgãos de administração, quais serão as unidades prisionais e socioeducativas nas quais serão aplicadas as provas.
Estas, por sua vez, estão marcadas para os dias 6 e 7 de dezembro. No primeiro dia o horário de acesso as salas de prova será às 12h15, enquanto no segundo, às 13h15, com início às 13h30 em ambos. Conforme explicado pelo Inep, essa diferença de horário de chegada ocorrerá em função do preenchimento de um questionário socioeconômico no primeiro dia.
Assim como ocorreu nas edições anteriores, o formato do Enem PPL segue o mesmo do exame tradicional, trazendo 45 questões para cada uma das quatro áreas mais a redação. No dia 6 serão aplicadas as provas de Ciências Humanas e da Natureza (em 4h30min), ao passo que na data seguinte será a vez de Matemática, Linguagens e Códigos e a avaliação textual (em 5h30min).
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22 de setembro de 2016
REFORMAS NO ENSINO MÉDIO - ENEM
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