O que é: o continente africano ficou conhecido como espaço geopolítico marcado por conflitos étnicos, golpes de Estado frequentes, desorganização, subdesenvolvimento, corrupção e fomes massivas. Esse fenômeno foi agravado nos anos 1980 - 1990. Todavia, para surpresa geral, a virada do século viu a África transformar o fórum da Organização da Unidade Africana em União Africana - UA - que organizou várias missões de paz, instituir a Nepad, programa de obras públicas e ainda avançar vários processos de integração regional. Isso foi possível pela ação da África do Sul pós Apartheid, pela Nigéria e pela Líbia, mas também pelos crescentes investimentos e comércio chineses, indianos e brasileiros. Assim, apesar da permanência de alguns conflitos, o crescimento econômico tem sido significativo, mesmo durante a crise internacional.
Por que é importante: a região começou a se organizar melhor e se integrar na globalização, fornecendo recursos naturais, sobretudo petróleo e minérios raros, contribuindo assim para o crescimento mundial. Por outro lado, com mais recursos e mais envolvidos mundialmente, os governos estão aprendendo a negociar os conflitos e dotar seu continente de uma melhor infraestrutura.
Quando ocorreu: O fenômeno foi mais acentuado a partir de 2002, com a criação da UA e da Nepad. Para isso, contribuiu o fim da guerra em Angola e dos conflitos do Golfo da Guiné, a saída da Líbia de Kadafi e da Nigéria de sua crônica anarquia política. Com o crescimento das economias asiáticas, a África encontrou um espaço para acompanhar o crescimento mundial.
Quais os reflexos no Brasil: além da América do Sul, a África é um espaço de projeção da economia brasileira, com ótimas oportunidades de negócio. Além disso, a descoberta do petróleo do pré-sal no litoral brasileiro e de novas jazidas na costa atlântica africana fazem a região se tornar um espaço estratégico para a segurança brasileira.
Professor Paulo Visentini - fonte Zero Hora
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