NO INICIO DO BLOG

22 de fevereiro de 2019

REDAÇÃO NOTA MIL 2018


É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na divulgação de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.

É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet se aproveita de tal vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais visitados por determinado indivíduo, modela o modo de pensar dos cidadãos. Nessa perspectiva, uma analogia com a educação libertadora de Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - neste caso, a manipulação.

Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, essa situação corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar escolhendo um produto diferenciado mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que tem a finalidade de ampliar o consumo.

Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos. Dessa maneira, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, ensinar os alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos e pela checagem de dados, com o fito de estimular o senso crítico e evitar que os estudantes sejam manipulados. Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode oferecer a disciplina de educação tecnológica por meio de sua inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.

Nenhum comentário: