A autoridade do príncipe
Em "O Príncipe", Nicolau Maquiavel diz que é preferível ser temido a ser amado; isto é, quem teme respeita, quem ama não. Tais palavras contrariam a lógica da racionalidade humana , que nos habilita a discernir o certo do errado.
O discurso de Maquiavel parece ferir o código de direitos humanos, pois, ao dizer que o amor, ou, no caso, a liberdade, implica desrespeito a autoridade, segundo ele, se incorporam brutalidade. Sendo assim, seria necessário, por exemplo, mostrar-se autoritário para as crianças desde o momento em que nascem; todavia, é comum encontrar, em lares agressivos, crianças petulantes e rebeldes.
Contrapondo a isso, o homem mostrou-se o único animal a ter valores refinados e emoções aguçadas o suficiente para compreender o mundo e o avaliar. Desse modo, conseguiu organizar-se em democracia de direitos baseadas no senso coletivo de ético e antiético, ou seja, a população, em conjunto, optou por se deixar comandar por algo maior, que é o estado, a autoridade, e tem liberdade de impedi-lo se assim o desejar. Além disso, se fosse verdade que amor e respeito são imiscíveis, seria impossível que um pai impusesse, através de suas atitudes, sobre seu filho, situação que, em realidade, ocorre sempre que discurso e ação se correspondem, afinal, as crianças aprendem assim o que é correto e o que não é.
Autoridade e liberdade podem coexistir, ao contrário de O Príncipe. No entanto, para tal, elas devem estar presentes tanto no núcleo familiar quanto na grande estrutura social.
Tema ; A possibilidade de coexistência entre liberdade e autoridade na educação das crianças.
Esse texto foge à forma convencional de dissertação; a introdução não traz o assunto principal do texto, nem a tese, mas sim um exemplo, uma citação de Maquiavel; e o desenvolvimento parte da análise de aspectos relacionados ao exemplo para, então relacioná-lo ao tema; e a conclusão é o parágrafo em que é exposta, de forma clara e e explícita: a tese.
Obrigada ao pré-vestibular UNiFICADO
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