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23 de fevereiro de 2013

Modelo de redação vestibulares e ENEM

Tema - O que é ser criança no mundo contemporâneo?

Título - Respeitável público, as crianças

Introdução

Abre-se o espetáculo. O sinal fechado e lá estão elas, as crianças malabaristas. Não estão na escola, também não estão nos lares. Malabarista das autoridades e dos homens desviando olhares. Completando o número, os mágicos pais que desapareceram no palco enquanto exploram suas crianças.

Observem que o candidato alterna o sentido da palavra malabarista através da conotação e denotação, o que demonstra boa capacidade para associar as ideias.

Desenvolvimento 1

No segundo número as crianças equilibristas, das minas de carvão e dos canaviais, talento para equilibrar sacos e fardos sobre as cabeças do trabalho infantil. Longe de ser justificativa, ainda que infantil, é trabalho. O pior espetáculo é o da prostituição infantil.

Ao trabalhar com o universo do circo em dois níveis, o candidato-autor promoveu uma crítica contundente e bastante adequada ao tema proposto.

Desenvolvimento 2

Assistindo ao espetáculo, as crianças da era da internet. Crianças que têm tudo e para quem o espetáculo da vida parece videogame. Diante da turbo-lancha do Tom Raider, o barquinho de papel que navegava na água  da chuva ficou sem graça. E quem vai escolher um barquinho sem graça?

O uso da primeira pessoa do plural é adequado ao artigo de opinião, gênero proposto.

Desenvolvimento 3

Triste espetáculo de casa cheia, de um público que banaliza a infância de seus filhos. E onde estamos, nós, pais que consentem na continuação desse espetáculo? Somos escravos do tempo no nosso tempo. Queremos filhos malabaristas de suas agendas sobrecarregadas. Vivemos em uma sociedade que não pode parar. Vivemos a era dos Fernandinhos Beira-Mar, das balas perdidas, não temos olhos para Dom quixotes.

Conclusão

Continuaremos permissivos. Drogas só matam os filhos dos outros, os nossos estão imunes. A sociedade consumista não tem tempo de olhar para as crianças abandonadas de pai ausente ou presente. Até quando os projetos vão ficar engavetados, e as crianças continuarão com seu malabarismo para sobreviver.



Há uma defesa de valores humanistas, procura denunciar o modo como essa cultura afastou as novas gerações de seus próprios familiares, avalistas dessa situação. Mostra as consequências de uma sociedade permissiva, distante e cega aos seus filhos.


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