A proposta de redação do vestibular da UFRGS de 2012 estruturou o tema a partir da
análise da relação de identidade estabelecida pelos falantes lusófonos com a língua
portuguesa. Assim, permitiu reflexão acerca do nosso idioma e de sua importância cultural,
política e econômica.
Por meio de infográfico e texto de Maria Eduarda Boal, o candidato era informado
sobre a evidência da língua portuguesa no mundo, sobre a expansão, a adaptação e o
enriquecimento do idioma. Este último texto cita Mia Couto: “O mar foi ontem o que o idioma
pode ser hoje, falta vencer alguns Adamastores.” Assim, desencadeia-se o tema: o aluno
deveria – resgatando, inclusive, conhecimentos extratextuais – estabelecer a relação entre o
mar (que permitiu aos portugueses a expansão ultramarina e destaque cultural, econômico e
político) e a língua como vias de veiculação de cultura. Contudo, os navegantes portugueses
precisaram ultrapassar o Cabo Tormentoso (ou, posteriormente, da Boa Esperança) –
guardado pelo Gigante Adamastor –, a fim de que se cumprisse o seu destino, ou seja, foi
necessário superar obstáculo.
Após estabelecer tal relação, o candidato deveria escolher um ou mais dos três
considerandos apontados na proposta e determinar como e por que representam um
obstáculo (o Adamastor) o qual impõe ultrapassagem e superação, para que se cumpra a
relação de identidade entre o falante lusófono e sua língua.
A prova – inovadora e complexa, a despeito de a temática ter sido foco da imprensa
nacional ao longo do ano de 2011 – possibilitou, portanto que o candidato refletisse, enquanto
produzia o texto, a respeito de sua relação com a língua, sendo tal verificação, pois,
metalinguística.
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