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29 de novembro de 2015

Conjunções

Conjunção: Do latim conjunctio (união). É o termo invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração.

Antes de explicar as conjunções é preciso entender a composição de períodos. Período simples é uma oração que possui apenas um verbo. O período composto é formado por duas ou mais orações, possuindo dois ou mais verbos.

(1) Hoje irei à praia.
(Período Simples, 1 oração)

(2) Hoje irei à praia, relaxarei e voltarei bronzeado.   
(Período Composto, 3 orações independentes)

(3) Hoje irei à praia se fizer sol.   
(Período Composto, 2 orações – 1 independente e uma subordinada)

Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período composto: coordenação ou subordinação.

Orações coordenadas são independentes, isto é, podem existir de forma independente das outras. Por exemplo, o exemplo 2 pode ser dividido em três orações isoladas:

(2.1) Hoje irei à praia.
(2.2) Relaxarei.
(2.3) Voltarei bronzeado.   

As orações podem estar coordenadas com ou sem o uso de um termo conector de orações (conjunção). Quando não há conjunção, a coordenação é <assindética> e quando está presente, trata-se de coordenação . No exemplo 2, as duas primeiras orações estão coordenadas assindeticamente, enquanto a segunda e a terceira estão sindeticamente coordenadas pela conjunção [ e ], classificada como conjunção coordenativa.

Ao contrário das orações coordenadas, as orações subordinadas são aquelas que não podem existir de forma independente, de modo que dependem da existência de uma oração principal. No exemplo 3, podemos perceber que uma das orações não pode existir sem a sua principal:

(3.1) Hoje irei à praia. (oração principal – independente)
(3.2Se fizer sol. (o que acontece se fizer sol? Falta sentido)    

Quando uma oração depende da existência de outra, é chamada de oração subordinada, como a oração 3.2. Uma oração subordinada se liga a uma oração principal por meio do uso de um conector de orações – conjunção. No exemplo acima, a conjunção se estabelece esta relação, logo é classificada como conjunção subordinativa.

Obs: Quando as conjunções são formadas por mais de um termo, são chamadas de locuções conjuntivas.




Conjunções Coordenativas

As conjunções que unem as orações coordenadas são classificadas em cinco tipos. Estas conjunções ligam as orações das seguintes formas:

Aditiva: A segunda oração (ou termo) é adicionada à primeira.

Ela é bonita e gostosa.
Não sou bonito nem sou rico.
Gosto de comer legumes mas também de comer frutas.

Outras: como tambémbem como, etc..


Adversativa: A segunda oração é uma ressalva à primeira.

Ela é bonita, mas é chata.
Não sou rico; tenho, porém, capacidade para ser.
Gosto de comer legumes, no entanto odeio brócolis.

Outras: todaviacontudoentretanto, etc.


Alternativa: A segunda oração é uma alternativa à primeira.

Prefere namorar homens ou namorar mulheres?
Com essa sorte, ou é muito bonito, ou é rico.
Come tudo, quer seja legume, quer seja carne.
Ora diz uma coisa, ora diz outra.

Outras: nem...nemtalvez...talvez etc.


Conclusiva: A segunda oração é uma conclusão da primeira.

Sou rico, logo sou pelo menos simpático.
Prefere namorar as inteligentes; é, pois, inteligente também.
Come tudo, por conseguinte também come brócolis.

Outras: portantoassimpor issopor consequência etc.


Explicativa: A segunda oração é uma explicação para a primeira.

Deixei de ser feio, porque fiquei rico.
Prefere namorar as inteligentes, pois inteligente também é.
Come tudo, porquanto tem muita fome.
Espere um pouco, que ela já vai subir.

Outras: visto que, já que.







Conjunções Subordinativas Adverbiais

As conjunções subordinativas introduzem orações subordinadas adverbiais, exprimindo, portanto, várias circunstâncias relacionadas ao advérbio. Analisemos, pois, como são classificadas: 

Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal.
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
Como não se interessa por arte, desistiu do curso.
Outras: queporquantopois quevisto queuma vez quejá quedesde que etc.


Concessivas: introduzem uma oração que expressa uma ressalva à oração principal.
Fomos visitá-lo embora fosse tarde. 
Conquanto amava, não era amado.
Eu não desistirei mesmo que todos me abandonem.
Outras: ainda queapesar de quese bem quepor mais queposto que etc.


Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal.
Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.
Outras: casocontanto quesalvo sedesde quea menos quesem que etc.


Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro.
O passeio ocorreu conforme havíamos planejado. 
Eu fiz como ordenado.
Arrume a exposição segundo as ordens do professor.
Outras: consoante, etc.


Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal.
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.
Outras: quepara quea fim de queporque (= para que) etc.


Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal.
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam.
Quanto mais reclamava menos atenção recebia.
Outras: à medida queà proporção queao passo que e as combinações quanto mais...(mais/menos), quanto menos... (mais/menos) etc.


Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal.
A briga começou assim que saímos da festa.
A cidade ficou mais triste depois que ele partiu.
Outras: quandoenquantoantes quelogo quetodas as vezes quedesde quesempre queagora quemal (= assim que) etc.


Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Vamos fazer como os cachorros (fazem).
Ele é preguiçoso tal qual o irmão (é).
Outras: assim comotal comocomo se, (tão)...comotanto comotanto quantodo quequantotalqualque nem,  mais/menos...que etc.


Consecutivas: introduzem uma oração que expressa consequência da principal.
A dor era tanta que a moça desmaiou.
Estudou excessivamente, de modo que ficou louco.
Outras: de sorte quede forma quede jeito quesem que (= de modo que não), que(tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.




Conjunções Subordinativas Integrantes

Introduzem uma oração - chamada de substantiva - que pode exercer as mesmas funções dos substantivos: sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto e complemento nominal de outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são:
que: usa-se quando o verbo exprime uma certeza.
se: usa-se quando o verbo exprime uma possibilidade.

Afirmo que sou inteligente. (Afirmo ISSO)
Espero que você não demore. (Espero ISSO)
Não sei se existe céu ou inferno. (Não sei ISSO)

Uma forma de identificar o se e o que sendo empregados como conjunção integrante é substituí-los por "ISSO", conforme os exemplos acima.




OBS: O que define a classificação de uma conjunção é o sentido com que esta é empregada.
Estudou muito e não foi aprovado.
(e = mas = conjunção adversativa)
Esfrega que esfrega, mas a mancha não sai.
(que = e = conjunção aditiva)
Diga-lhe que não irei.
(que = ISSO = conjunção integrante)
Onde estavas, que não te vi?
(que = de modo que = conjunção consecutiva)

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