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14 de novembro de 2010

Texto Mais um tiro em Tropa de Elite

Ao ler que uma promotora de Santa Cruz do Sul decidiu impedir que menores de dezesseis anos assistam ao filme Tropa de Elite 2 para não se contaminarem com a violência mostrada nas telas, lembrei da conversa que tive há um tempo com uma orientadora educacional, já aposentada da Escola Técnica a Parobé. Ao perguntar se nunca tinha sido ameaçada de agressão por um adolescente, como tem sido comum nestes últimos tempos de desrespeito e desmoralização dos professores, ela me respondeu que só se incomodava mesmo quando queriam que os jovens agissem como adultos. Não com eles, mas com os pais de alguns deles. Ela pedia que o próprios estudantes fossem até as empresas e se submetessem às entrevistas de estágio, porque a responsabilidade seria deles.
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Tão grave quanto imaginar que jovens não possam entender recados recebidos durante duas horas de uma sessão de cinema é descobrir que a promotora tomou a decisão sem ter assistido ao filme. Em vez de tomar a decisão baseada em algumas críticas que leu, como justifica tal atitude. Se agisse com cuidado a promotora da Infância e Juventude descobriria que as cenas de violência mostradas no filme não são diferentes daquelas a que os brasileiros, crianças que nem chegaram ainda aos 16 anos, assistem todos os dias nos noticiários de tv, leem nas páginas de jornais, ouvem nas emissoras de rádio e acompanham pela conversa entre familiares e amigos.
O que veem na imprensa e nas ruas das cidades onde vivem, e que o filme mostra claramente, nem se compara com o nível de violência de alguns jogos de computador, com a tortura de presos no Iraque e no Afeganistão, ou com as bombas que explodem em meio a civis inocentes. Tudo isso funciona como um poderoso mecanismo pedagógico. Ali está o que precisa ser evitado no dia a dia. famílias bem estruturadas conversam sobre isso e partem daí para educar seu filhos.
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O que promotora Simone deveria fazer é entrar na fila, como muitos têm feito, comprar um ingresso e assistir ao filme de Padilha. Garanto que vai gostar.
Mário Marcos de Souza - adaptado

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