No artigo anterior mencionei as alterações que os falantes vão incorporando ao idioma e apresentei a aglutinação, resultado da ‘economia linguística’ somada à ‘pressa’ dos falantes. Não lembra? Hoje trataremos da economia resultante de uma certa… preguicinha!
Trata-se da abreviação (ou redução), que não deve ser confundida com as siglas. Enquanto as siglas são a combinação das iniciais de uma expressão (que podem ser lidas com o nome de cada letra, como FMI, ou podem formar sílabas e palavras, como ENEM ou FUVEST), a abreviação é uma ‘poda’ que se faz em palavras que originalmente são muito longas. Há inúmeros casos já consagrados pela gramática tradicional: Cinema, cine < cinematógrafo
Mas as pessoas são inventivas e já há outros vocábulos de uso corrente na fila para entrar na norma culta, como os que aparecem na música “Não Enche”, de Caetano Veloso (não dos seus trabalhos mais delicados e líricos hehe): (…) Me larga, não encheOu nesta, do ‘rapper’ Hungria: (…)E agora são duas naves em Brasília CityDe brinde, temos metonímias no último verso transcrito, em que as marcas são empregadas para fazer referência às bebidas (Amarula é um licor e Ciroc é uma vodca – aliás, essa última palavra é um estrangeirismo já aportuguesado, grafado com ‘c’) Vagaba, abreviação de vagabundo e parça, de parceiro, já são empregadas correntemente na linguagem coloquial, graças a essa ‘economia linguística’, tão característica da língua falada. E assim a língua vai se transformando continuamente. |
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10 de dezembro de 2017
ECONOMIA LINGUÍSTICA
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