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29 de maio de 2015

ENEM - filosofia


Epicuro nasceu em uma família de exilados oriundos da ilha grega de Samos, localizada ao sul do mar Egeu. Este filósofo estabeleceu-se definitivamente em Atenas entre os anos de 306 e 271 a.C, fundando sua escola, a qual passou a denominar-se O Jardim, onde seus discípulos viviam humildemente e longe da vida pública da pólis.
Apesar de eficiente produção literária, a maioria dos escritos de Epicuro se perdeu no tempo, sendo que boa parte de nosso conhecimento sobre este pensador advém de um poema latino denominado “Da Natureza das Coisas”, escrito no primeiro século da era cristã por seu discípulo Lucrécio. Nesta obra, fica claro que o principal objetivo da filosofia de Epicuro é tornar possível a vida feliz mediante a eliminação do medo da morte, pois é este temor que leva o homem a procurar riqueza e poder, de modo que isto lhe faça esquecer-se da inevitabilidade da morte. Para Epicuro, esta insegurança adentra o homem a partir da religião, a qual prevê sofrimento e mazelas para este após a partida do mundo físico.
Sendo um filósofo atomista, Epicuro sugeriu que nosso corpo, formado por átomos (que tem significado um pouco diferente nesta época), perde sua identidade no momento em que morremos, pois a morte ocorre quando estes átomos se separam. Desta forma, a morte está presente em um momento em que não há mais o eu original, apenas os átomos que antes o compunham. Assim sendo, nunca poderíamos nos deparar com a morte, pois, na presença desta, já não somos mais, já não há mais o eu. Por não aderir a filosofia determinista, ele acreditava que os seres humanos possuíam livre-arbítrio, não havendo interferência dos deuses nas nossas escolhas.
Crente de que a filosofia deveria ter um caráter prático, a doutrina de Epicuro dizia que o prazer é o princípio e a finalidade da vida feliz. Para ele, nós evitamos a dor sempre que possível, pois ao eliminá-la tornamos nossa vida melhor. Prezando a simplicidade da vida cotidiana, Epicuro não valorizava a satisfação dos prazeres complexos, como aqueles ligados à comida, à bebida e ao sexo, mas sim àqueles considerados mais simples e, por consequência, mais refinados, como uma amizade privada e desejos simples de serem satisfeitos. Sua justificativa para ter uma vida moderada era que sucumbir a todas as vontades teria como consequência a criação de mais desejos.
Estes, ao se tornarem mais elaborados, por vezes seriam mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem satisfeitos, gerando angústia e tristeza por conta disto. Desta forma, ao fazer apologia a uma vida mais simples, Epicuro defendia que era possível saciar os desejos e obter prazer de modo mais fácil, obtendo uma vida feliz com maior facilidade. O objetivo final de Epicuro era perpetuar, através das recordações, os benefícios dos prazeres alcançados, os quais poderiam ser lembrados em momentos de dor física ou mental, amenizando-as.

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