TEXTO I
Estamos hoje vivendo numa sociedade em que as pessoas se agridem por motivo nenhum.
Um colega olha diferente e você já tira satisfações. Um garçom entrega um prato errado e
você vira a mesa. Alguém disca seu número por engano e você manda longe. Dentro do
ônibus, na fila do banco, na beira da praia: todo local serve de ringue para agressões
desmedidas. Em entrevista, o antropólogo Roberto DaMatta afirma que é enganosa a ideia de
que não toleramos a desigualdade: na verdade, o que não toleramos é a igualdade. Cidadãos
com os mesmos direitos, a mesma liberdade e a mesma importância é uma democracia com
que não estamos acostumados a lidar na prática, só no discurso. No fundo, mantemos uma
atitude aristocrática que nos impede de aguardar a nossa vez e respeitar o espaço do outro.
Porém, em vez de aprofundar essa questão, simplesmente botamos tudo na conta do stress.
Trabalha-se muito, ganha-se pouco: stress. Vários compromissos, pouco tempo para lazer:
stress. Acorda-se cedo, dorme-se tarde: stress. Sem falar no pior dos desaforos: ninguém
reparar que você existe. Existo, sim, olhe aqui: bang! Chá de camomila não resolve. Terapia
coletiva para todos.
MEDEIROS, Martha. Superaquecimento. Revista O Globo, 13 mar. 2011, p. 24. (Adaptado).
TEXTO II
Estamos todos mais irritados do que nunca, mais impacientes do que jamais estivemos. Não
há tempo para nada e nos comportamos como uma bomba-relógio. As pessoas trabalham
estressadas, loucas para voltar para casa. Mas, antes de chegar aos seus ninhos, sabem que
vão enfrentar filas, engarrafamentos, metrô superlotado e ônibus que chacoalham, freiam e
desrespeitam seus usuários. Não há, em quase nenhuma forma de relacionamento hoje, a
delicadeza de ouvir o desejo do outro. Somos todos produtos. Pior, somos produtos xplodindo.
Conviver com o próximo deixou de ser um exercício de respeito e delicadeza para se tornar o
de um caminhar num campo minado. Nossas bombas podem ser detonadas por uma bobagem
qualquer. Retomando o lado mais fraco da corda, o que é preciso é torná-la mais resistente. É
esta a palavra que deve ser adotada como uma reza nos tempos de hoje. O mais importante
para combater as indelicadezas que sofremos todo dia não é reagir e, sim, resistir. E tem mais,
resistir pacificamente. O que mais se espera do outro é a reação violenta. Jamais a delicadeza.
E só para fechar, gentileza gera gentileza.
LISBOA, Claudia. Gentileza gera gentileza. Revista O Globo, 1o mai. 2011, p. 62. (Adaptado).
TEXTO III
TOLERÂNCIA - Tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir
diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Os Textos I e II são fragmentos de crônicas que abordam questões a respeito do
comportamento das pessoas na atualidade, revelando determinadas atitudes que
comprometem o relacionamento social. Os dois textos apresentam propostas distintas para a
falta de tolerância entre as pessoas. Já o Texto III, é um verbete de dicionário que define
“tolerância”.
Tomando como ponto de partida essas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo
em que você discuta a necessidade da tolerância como uma das condições da vida na
sociedade contemporânea. Justifique sua posição por meio de argumentos. Dê um título ao seu texto
Estamos hoje vivendo numa sociedade em que as pessoas se agridem por motivo nenhum.
Um colega olha diferente e você já tira satisfações. Um garçom entrega um prato errado e
você vira a mesa. Alguém disca seu número por engano e você manda longe. Dentro do
ônibus, na fila do banco, na beira da praia: todo local serve de ringue para agressões
desmedidas. Em entrevista, o antropólogo Roberto DaMatta afirma que é enganosa a ideia de
que não toleramos a desigualdade: na verdade, o que não toleramos é a igualdade. Cidadãos
com os mesmos direitos, a mesma liberdade e a mesma importância é uma democracia com
que não estamos acostumados a lidar na prática, só no discurso. No fundo, mantemos uma
atitude aristocrática que nos impede de aguardar a nossa vez e respeitar o espaço do outro.
Porém, em vez de aprofundar essa questão, simplesmente botamos tudo na conta do stress.
Trabalha-se muito, ganha-se pouco: stress. Vários compromissos, pouco tempo para lazer:
stress. Acorda-se cedo, dorme-se tarde: stress. Sem falar no pior dos desaforos: ninguém
reparar que você existe. Existo, sim, olhe aqui: bang! Chá de camomila não resolve. Terapia
coletiva para todos.
MEDEIROS, Martha. Superaquecimento. Revista O Globo, 13 mar. 2011, p. 24. (Adaptado).
TEXTO II
Estamos todos mais irritados do que nunca, mais impacientes do que jamais estivemos. Não
há tempo para nada e nos comportamos como uma bomba-relógio. As pessoas trabalham
estressadas, loucas para voltar para casa. Mas, antes de chegar aos seus ninhos, sabem que
vão enfrentar filas, engarrafamentos, metrô superlotado e ônibus que chacoalham, freiam e
desrespeitam seus usuários. Não há, em quase nenhuma forma de relacionamento hoje, a
delicadeza de ouvir o desejo do outro. Somos todos produtos. Pior, somos produtos xplodindo.
Conviver com o próximo deixou de ser um exercício de respeito e delicadeza para se tornar o
de um caminhar num campo minado. Nossas bombas podem ser detonadas por uma bobagem
qualquer. Retomando o lado mais fraco da corda, o que é preciso é torná-la mais resistente. É
esta a palavra que deve ser adotada como uma reza nos tempos de hoje. O mais importante
para combater as indelicadezas que sofremos todo dia não é reagir e, sim, resistir. E tem mais,
resistir pacificamente. O que mais se espera do outro é a reação violenta. Jamais a delicadeza.
E só para fechar, gentileza gera gentileza.
LISBOA, Claudia. Gentileza gera gentileza. Revista O Globo, 1o mai. 2011, p. 62. (Adaptado).
TEXTO III
TOLERÂNCIA - Tendência a admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir
diferentes ou mesmo diametralmente opostas às nossas.
HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Os Textos I e II são fragmentos de crônicas que abordam questões a respeito do
comportamento das pessoas na atualidade, revelando determinadas atitudes que
comprometem o relacionamento social. Os dois textos apresentam propostas distintas para a
falta de tolerância entre as pessoas. Já o Texto III, é um verbete de dicionário que define
“tolerância”.
Tomando como ponto de partida essas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo
em que você discuta a necessidade da tolerância como uma das condições da vida na
sociedade contemporânea. Justifique sua posição por meio de argumentos. Dê um título ao seu texto
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