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7 de junho de 2015

205 e 206 leiam, a fim de não escrever sobre aquilo que desconhecem = aberrações

 O direito à morte sem sofrimento

A eutanásia deve ser legalizada, porque o desejo de morrer para acabar com o sofrimento deve ser respeitado e as pessoas têm o direito de morrer com dignidade

eutanásia 4Eutanásia é a prática pela qual se abrevia a vida de um doente incurável, de maneira controlada e assistida por um especialista. Em sentido amplo, é a morte sem sofrimento físico; em sentido estrito, é a ação de pôr termo voluntariamente e de forma indolor à vida de uma pessoa. Esta palavra deriva do grego euthanatos, onde eu significa “bom” e thanatos, significa “morte”. Traduzido como “boa morte”, o termo é sinónimo de morte pouco dolorosa.
Eu defendo a prática e legalização da eutanásia, pois esta permite evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal e sem qualidade de vida. Na minha opinião, a eutanásia deveria ser legalizada, pois cada um de nós deveria ter o direito de decidir aquilo que pretende fazer com a sua vida. O Homem é proprietário do seu corpo, logo deveria ter liberdade de escolha, pois sabe melhor do que ninguém aquilo que deseja. No entanto, defendo que só o doente deve tomar essa decisão. E tem de ser uma decisão consciente e informada.
Quem condena a prática de eutanásia utiliza frequentemente o argumento religioso de que só Deus tem o direito de dar ou tirar a vida e, portanto, o médico não deve interferir nesse dom sagrado. No entanto, se Deus criou o Homem como um ser inteligente e livre ele devia, para além de ter o direito à vida, também ter o direito à morte. Assim, não lhe pode ser negado o direito de escolher a forma como quer morrer e o dia da sua morte. Outra ideia ainda a ter em conta é que, para os crentes, a vida na Terra é apenas uma passagem, logo a morte não é vista como um fim, mas sim como o início de uma vida melhor.
Relativamente ao facto da lei em Portugal não permitir a prática da eutanásia, através de vários estudos e sondagens realizados, verificou-se que grande parte da população gostava que aeutanasia lei fosse alterada. Por exemplo, Rui Nunes, sociólogo, efetuou um estudo muito interessante, ao escolher uma população com mais de 65 anos e sem doença terminal. Ou seja, escolheu uma faixa etária que por estar mais próxima do final da vida, está mais predisposta a pensar na morte. O estudo revelou que mais de 50% dos inquiridos defenderam a legalização da eutanásia.
Resta-me dizer que todos os anos ocorrem casos de eutanásia em vários países, seja ela ou não legalizada. Um caso muito conhecido foi o de Ramón Sampedro, que aos 26 anos ficou tetraplégico. Ele planeou a sua morte ao fim de 29 anos, depois de ter pedido autorização para morrer, e dos juízes espanhóis terem negado. A sua vida está retratada no filme Mar Adentro (*), onde afirma que “a vida assim não é digna para mim” e que “viver é um direito, não uma obrigação”.
Assim, posso concluir que a eutanásia deve ser legalizada, porque o desejo de morrer para acabar com o sofrimento deve ser respeitado e as pessoas têm o direito de morrer com dignidade.

A vida humana como um valor intrínseco

a expressão “direito de morrer” não passa de uma “máscara” que os defensores da eutanásia arranjaram para o termo “direito a morrer em paz”, pois todos nós iremos morrer e, por isso, não precisamos de nos encarregar disso

A eutanásia é um termo que deriva do grego “ευθανασία” e que significa “boa morte”, ou seja, é uma forma de terminar com a vida de um doente em fase terminal ou numa situação de saúde delicada, acabando com o seu sofrimento de uma forma controlada e assistida por um especialista.
eutanásia 3Eu defendo que a eutanásia não devia ser praticada porque a vida de uma pessoa é um direito e não deve, por isso, ser violada (independentemente da situação em causa).
Quem defende a eutanásia não vê a vida humana como um valor intrínseco pois, para si, a condição necessária para viver são as qualidades subjacentes à vida, como por exemplo a saúde e não a vida em si mesma. Apesar de se dever reduzir o sofrimento de uma pessoa ao máximo, matá-la é uma solução radical, pois existem tratamentos que podem ser administrados aos pacientes e que atenuam as suas dores, ainda que possam aproximar a hora da morte.
A prática da eutanásia também não pode ser justificada pela redução dos custos de saúde, devido ao facto de uma vida ter um valor muito superior e incomparável ao de qualquer quantia de dinheiro que se possa poupar. Esta prática também pode ser considerada uma solução fácil, cómoda e egoísta para resolver a situação por parte dos familiares do paciente, já que o seu dever seria ajudá-lo dando lhe amor, carinho e compaixão.
A única forma de morrer dignamente não é ter uma morte “fácil”, neste caso, pela prática da eutanásia. Por isso, a expressão “direito de morrer” não passa de uma “máscara” que os defensores da eutanásia arranjaram para o termo “direito a morrer em paz”, pois todos nós iremos morrer e, eutanasia 2por isso, não precisamos de nos encarregar disso.
Por outro lado, não sabemos até que ponto é que o estado de saúde de uma pessoa pode melhorar para que ela possa voltar a ter uma vida com condições mínimas. Portanto, ao retirarmos a vida a um doente podemos estar a retirar-lhe a hipótese de ele recuperar e voltar a ter uma vida decente.
Muitas vezes também acontece que os pacientes tomam a decisão de que querem que lhes seja aplicada a eutanásia, por influência dos médicos, familiares ou amigos, o que não é correto, pois estes deviam apoiar o paciente a ultrapassar a situação e não torna-la ainda pior (fora os casos em que a eutanásia é praticada sem o consentimento do doente).
Desse modo, defendo que a eutanásia não deve ser legalizada, pois caso isso aconteça, os casos de morte por eutanásia vão aumentar desmedidamente, porque as pessoas já não ponderarão tanto sobre o assunto, já que este é permitido por lei.

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