Nesta nova série de artigos iremos apresentar as escolas literárias luso-brasileiras, conteúdo cobrado no caderno deLinguagens, Códigos e suas Tecnologias do Enem. Aconselhamos ao candidato conciliar os aspectos aqui tratados com seus conhecimentos de história e geografia. Inicialmente, devemos dizer que, pelo fato do Brasil ter sido colônia de Portugal até 1822, a produção literária até este período pode ser nomeada sob o rótulo de escolas luso-brasileiras, pois a dependência econômica e política para com a metrópole também condicionou-nos a imitação de aspectos culturais.
A primeira escola que trataremos será o Quinhentismo, que se iniciou com o descobrimento do Brasil e perdurou até o fim do século XVI. O contexto histórico desta escola abrange a expansão marítima europeia pelos continentes africano, asiático e americano. Conciliada à procura de novas colônias, a expansão requeria dos viajantes informações sobre as terras visitadas e os povos encontrados, em algo que se assemelharia, nos dias de hoje, a um relatório. Este tipo de relato descritivo geralmente informava sobre as condições de viagem, como informações cartográficas e aspectos relevantes para a metrópole, como recursos minerais encontrados, a fauna e a flora das terras descobertas.
O exemplo mais consagrado de obra deste período é a carta de Pero Vaz de Caminha, que viajou com Pedro Alvares Cabral, na qual há o relato para o Rei D. Manuel sobre a descoberta da “Terra da Vera Cruz”. Abaixo reproduzimos um excerto do texto original de Caminha, já adaptado para o português corrente.
Como características gerais da produção quinhentista, temos o emprego da linguagem erudita, clareza, ausência de figuras de linguagem e simplicidade. Esta carta irá marcar a construção do imaginário sobre os habitantes e as virtudes da terra, o que posteriormente se denominou nativismo, caracterizado pelo afeto e exaltação das características da colônia. Este fenômeno, embrionário ainda no Quinhentismo, terá desdobramentos e influenciará a produção barroca e do Arcadismo.
Outros autores relevantes do período são Pero de Magalhães Gândavo, Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão. Não poderíamos nos esquecer da produção dos missionários jesuítas que, motivados pela missão de civilizar os indígenas, produziram obras de caráter pedagógico e moralizante, como consta nos “Diálogos sobre a Conversão dos Gentios”. Este diálogo pode ser visto como uma justificativa da ação missionária, incentivando sua prática. Este texto formava parte da pedagogia empregada nos colégios jesuíticos para a formação de futuros padres.
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19 de junho de 2015
Um pouco de literatura
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