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4 de junho de 2015

Proposta de redação

Comercial com beijo gay foi recusado em 2000

Além de recusa de emissoras, anúncio recebeu advertência do Conar


Estadão Acervo
 
Cenas censuradas da campanha "Beijos". Divulgação
Após ser exibida em rede nacional, a propaganda do O Boticário para o Dia dos Namorados com casais gays vem esquentando discussões e teve um processo aberto no Conar, órgão de autorregulamentação publicitária. Há quase 15 anos, outra campanha publicitária era questionada no Conar por mostrar cenas de casais do mesmo sexo se beijando. A peça “Beijos”, criado pela Denison para o portal O Site, que fornecia conteúdo, e-commerce e conectividade levou uma advertência do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação). 
O Estado de S.Paulo- 19/11/2000
O comercial foi rejeitado pela Record e pela Sony. O Conar abriu um processo contra a agência exigindo que o comercial fosse exibido em um horário de público restrito. Para evitar maiores impactos do boicote à sua campanha O Site decidiu usar tarjas pretas nos beijos mais ousados. E veicular apenas na internet a campanha em sua íntegra.
02/06/2015 18h05 - Atualizado em 03/06/2015 18h05

Propaganda gerou reações homofóbicas e ameaças de boicote à marca.
Em queixa ao Conar, consumidores consideraram comercial desrespeitoso.

Casais comemoram Dia dos Namorados (Foto: Reprodução/YouTube)
A campanha de Dia dos Namorados do Boticário que mostra diferentes tipos de casais, heterossexuais e homossexuais, trocando presentes, virou alvo de protestos e ameaça de boicote à marca nas redes sociais e até de denúncia ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
O órgão informou nesta terça-feira (2) que abriu um processo para julgar a propaganda após receber mais de 20 reclamações de consumidores que consideraram a peça "desrespeitosa à sociedade e à família". Ainda não há data para o julgamento.

Procurada pelo G1, O Boticário informou que "não recebeu, até o momento, nenhuma notificação do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), em referência à campanha “Casais” para o Dia dos Namorados".
A página da marca de cosméticos no Facebook também recebeu uma enxurrada de manifestações, incluindo mensagens de teor homofóbico, mas também muitos elogios à propaganda.
No YouTube, acabou se instalando uma espécie de "competição" para ver se o comercial ganhava mais aprovações ou reprovações. Na tarde desta terça-feira, por volta das 17h, os "likes" ultrapassaram os "dislikes", com número de 172.833 contra 149.622. Assista ao vídeo
Vários internautas chegaram também a registrar seus protestos no Reclame Aqui, site de reclamações sobre atendimento compra e venda de produtos e serviço.
"O Boticário perdeu a noção da realidade, empurrando essa propaganda que desrespeita a família brasileira. Não tenho preconceito mas acho que a propaganda á inapropriada para a TV aberta, a partir de hoje não compro mais nem um só sabonete lá e eu era cliente", escreveu um consumidor.
Segundo o Reclame Aqui, desde o dia 25 de maio, quando o vídeo foi lançado, até o dia 1º de junho, foram 90 reclamações abertas, sendo 84 delas contra e 6 a favor da propaganda.
'Diversidade do amor'
A marca anunciou o lançamento do comercial como uma defesa da "diversidade do amor", "além das convenções".
Procurado pelo G1, a marca O Boticário informou que ainda não foi notificado pelo Conar. "O Boticário esclarece que acredita na beleza das relações, presente em toda sua comunicação. A proposta da campanha “Casais”, que estreou na TV aberta no dia 24 de maio, é abordar, com respeito e sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor - independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual - representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados. O Boticário reitera, ainda, que valoriza a tolerância e respeita a diversidade de escolhas e pontos de vista.”
O Conar informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que a abertura do processo para julgar o comercial não impede que a propaganda continue a ser veiculada. O órgão costuma ser cauteloso em casos envolvendo questões morais e o código de autorregulamentação publicitária veda qualquer tipo de preconceito. A previsão é que o caso seja julgado pelo conselho de ética do Conar em até 45 dias.
Outro caso
Em abril, o bombom Sonho de Valsa também trouxe um novo ponto de vista sobre o amor em campanha que entrou em rede nacional. Com o mote 'Pense Menos, Ame Mais', a propaganda mostrou casais de diversos tipos em beijos apaixonado, enquanto o narrador levanta hipóteses sobre seus pensamentos.
No filme de 60 segundos são mostrados um casal de idosos, um branco e uma negra, uma gestante e seu marido, um homem em uma cadeira de rodas e uma mulher sentada em seu colo e também um casal de homossexuais do sexo feminino.
Segundo o Conar, não chegaram reclamações ao órgão contra o comercial.
Publicidade, envolvendo casais  gays, lésbicas, pode influenciar negativamente  quanto ao conceito   de amor,das relações, ou da família? 

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