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12 de junho de 2015

Tema de redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma culta escrita da língua portuguesa, sobre o tema Funk: expressão de uma cultura ou apenas mais um produto da mídia? apresentando experiência ou proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Sem crítica social, funk de ostentação cai no gosto da classe média

funk
Mas a que se deve tamanha aceitação desse “novo funk” – até ontem “de preto, pobre e favelado”, como diz a música tocada exaustivamente pelo DJ Marlboro nas festas de classe média? “As pessoas ficam menos escandalizadas ao ouvir músicas sobre marcas de roupa do que sobre drogas e crimes”, explica Danilo Cymrot, doutorando em criminologia pela USP que estuda o movimento de criminalização do funk. “No entanto, o que fortaleceu essa emergência do ostentação foi a repressão de um outro tipo de funk”, reforça.
“As manifestações culturais afrobrasileiras na nossa história sempre receberam um olhar criminalizante, como já foi com a capoeira e com o samba”, lembra Vera Malaguti Batista, professora de criminologia da UERJ e secretária geral do Instituto Carioca de Criminologia. “Já é tradição olhar as expressões culturais dos pobres, principalmente dos afrobrasileiros, com esse olhar.”

Com 10 milhões de fãs, funk é hino de identidade para jovens brasileiros da periferia

Batidão é muitas vezes música vulgar, e há até funkeiros que exaltam o crime. Mas gênero representa como nenhum outro aspirações das classes C, D e E

Segundo estudo do Data Popular, instituto especializado em pesquisas de opinião nos estratos emergentes do país, a “comunidade funk” hoje congrega 10 milhões de brasileiros com mais de 16 anos, a maioria das classes C e D. É um público fiel: 77% deles escutam funk todos os dias e 50% vão a um baile funk pelo menos uma vez por mês. Esse público se divide quando perguntado sobre o sentido que a música tem em sua vida: 22% consideram que o funk é apenas diversão, um ritmo bom de dançar. Mas 26% acreditam que os MCs convidam a ambições que não cabem na pista de dança: o funk seria uma forma de superação.
Os bailes funk, por seu caráter improvisado, também configuram um problema urbano. Em São Paulo, a prefeitura proibiu os bailes de rua com carro de som, pela boa razão de que eles perturbavam a paz – as pessoas na periferia, afinal, trabalham e desejam dormir à noite. Ainda mais complicada é a intersecção do funk com a bandidagem, que vigora sobretudo no Rio. Nos anos 90 surgiram nas favelas os chamados “proibidões”, bailes protegidos ou patrocinados por facções criminosas. O “proibidão” tornou-se quase um subgênero do funk, com letras que exaltam criminosos e, de tão recheadas de gíria, parecem falar em código. Um exemplo é “a balinha do Salgueiro” de que fala uma das canções do repertório do Nego do Borel: trata-se de ecstasy. O elogio aberto ao crime arrefeceu com a tomada de favelas pelas Unidades de Polícia Pacificadora. Em alguns casos, a UPP reprimiu bailes funk. Mas muitos sobrevivem, como o Emoções, na favela da Rocinha, que voltou à atividade após um ano parado.

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