Para cumprir a lei, ITA adota cotas raciais no vestibular
O ITA (Instituto Tecnológico da
Aeronáutica) vai aderir pela primeira vez ao sistema de cotas raciais em seu
vestibular. A instituição de ensino, localizada em São José dos Campos (SP),
vai reservar 22 das 110 vagas nas seis graduações em engenharia já para o
ingresso de 2019. São elas: aeroespacial, aeronáutica, civil-aeronáutica,
computação, eletrônica e mecânica. O ITA é conhecido nacionalmente por ter o
vestibular mais difícil e disputado do país. Em 2017, 11.135 candidatos
concorreram às vagas da instituição. É ligado ao Comaer (Comando da
Aeronáutica), que é subordinado ao Ministério da Defesa. O instituto vai abrir
as inscrições para o processo seletivo 2019 no dia 1º de agosto. Os
interessados terão até o dia 15 de setembro para garantir participação.
A entrada do ITA no rol de
instituições públicas de ensino com oferta de cotas raciais demorou e só
ocorreu após determinação judicial. Em 2015, o MPFDF (Ministério Público
Federal do Distrito Federal) ajuizou na Justiça uma ação civil pública exigindo
que as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) incluam a reserva de
vagas para negros e pardos em seus processos de seleção. Para a Promotoria, as
Forças Armadas fazem parte da estrutura da União e o ingresso nessas
instituições deve seguir a política de cotas prevista na lei 12.990/2014.
Mediado pela Justiça, um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Promotoria e
as Forças Armadas foi firmado para garantir o cumprimento da medida.
O candidato autodeclarado negro que
pretende ingressar nas instituições das Forças Armadas terá a inscrição
analisada por uma comissão, que será a responsável por confirmar se o
pretendente é negro ou pardo. O procedimento será filmado. Além do ITA, os
concursos ofertados pelo Colégio Naval, pelo Instituto Militar de Engenharia e
pela Academia da Força Aérea também vão adotar a medida. Segundo o Ministério
Público Federal, se o acordo não for cumprido, as Forças Armadas terão que
pagar multa diária de R$ 20 mil.
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