No meio do caminho entre as provas de Linguagens e de Matemática, a redação tende a preocupar os candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes se veem obrigados a refletir e propor soluções para problemas sociais que atingem a nação como um todo – tarefa nada fácil para quem é jovem e está recém tentando entrar na faculdade.
Professores dão dicas sobre como praticar para a redação do Enem
Vem, Enem: acesse a série de reportagens preparatórias para o exame
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Para vencer o desafio é preciso não apenas entender o que a proposta pede como também descrever os problemas apresentados, opinar sobre eles, argumentarquanto à necessidade de resolvê-los e definir uma forma de intervenção factível e, necessariamente, ética. Tudo isso sem descuidar do português: a correção gramatical, ainda que menos exigida no Enem – que tolera um ou outro deslize –, também é importante para conseguir uma boa nota.
Foi reunindo todas essas características que Larissa Reghelin Comazzetto, 19 anos, chegou à nota máxima na redação do Enem – o que a ajudou a conseguir uma vaga no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A estudante destaca que o sucesso reflete o esforço de um ano inteiro. Nas semanas que antecederam a prova, a preparação foi se intensificando: ela chegou a escrever mais de cinco redações por semana, em meio às aulas do cursinho e do colégio.
Para ter uma redação nota mil, Larissa explica que, além de praticar bastante, é importante fazer muitas leituras e se manter bem informado.
– É isso que te dá o que incluir na redação, para deixá-la bem completa. As informações que estão nos textos de apoio todo mundo vai colocar, então é importante pensar no que tu podes ter de diferente, o que os outros não colocariam – diz a estudante.
Leitura de textos indicados pelo Inep A dica é compartilhada por David Mendes, 21 anos, que conseguiu a sonhada vaga em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) neste ano. A prática, no caso dele, não era diária, mas estava sempre baseada em muita leitura de livros, jornais e revistas. Textos recomendados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (lnep) – autarquia do Ministério da Educação responsável pelo Enem – também serviram de inspiração.
David acabou aplicando a fórmula da redação (em que tirou nota 960) também às provas de outros vestibulares. Assim, sempre propunha soluções para os problemas apresentados – ainda que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por exemplo, não exija propostas de intervenção na dissertação. Ambos os estudantes relatam que ler e escrever sobre problemas sociais do país os ajudaram a conseguir boas notas: prática que, em um exame que preza pela reflexão e relação do que é visto em sala de aula com o cotidiano, acaba servindo para qualquer uma das provas.
Para se inspirar
- Busque exemplos de temas que podem cair na redação e escreva sobre eles
- Procure as redações recomendadas pelo Inep como exemplares, lendo também os comentários
- Leia editoriais ou crônicas, entenda a posição do autor ou veículo e se posicione, por escrito, a respeito
Estrutura do texto
- Procure as redações recomendadas pelo Inep como exemplares, lendo também os comentários
- Leia editoriais ou crônicas, entenda a posição do autor ou veículo e se posicione, por escrito, a respeito
Estrutura do texto
Introdução: é onde o autor contextualiza seu texto, explicando por que o assunto é importante. A exposição pode ter de um a dois parágrafos
Desenvolvimento: aqui devem transparecer a opinião e os argumentos do autor, e seu posicionamento deve ser justificado. De dois a três parágrafos
Conclusão: retomando o que foi abordado até ali, é preciso fechar a discussão. Não deixe de apresentar perspectivas para a resolução do problema – geralmente em um parágrafo
- Em meio a isso, é preciso ainda apresentar uma proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. A solução costuma vir no final do texto, mas não há uma regra
Desenvolvimento: aqui devem transparecer a opinião e os argumentos do autor, e seu posicionamento deve ser justificado. De dois a três parágrafos
Conclusão: retomando o que foi abordado até ali, é preciso fechar a discussão. Não deixe de apresentar perspectivas para a resolução do problema – geralmente em um parágrafo
- Em meio a isso, é preciso ainda apresentar uma proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. A solução costuma vir no final do texto, mas não há uma regra
As cinco competências
A banca avalia as seguintes qualidades no texto:
Competência 1 – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa
Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação
Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos
Pratique
Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo
Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista
Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação
Competência 5 – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos
Pratique
- Faça pelo menos um texto por semana, e procure a ajuda de um professor para avaliá-lo
- Reflita sobre temas polêmicos. Isso contribui para desenvolver um posicionamento crítico, mesmo que esses temas não sejam cobrados na redação
- Passe suas opiniões para o papel, seguindo o formato exigido na redação do Enem
- Leia notícias, crônicas, livros. Pode soar como desestímulo ao estudos, mas contribui para sua formação intelectual – e produção textual.
- Reflita sobre temas polêmicos. Isso contribui para desenvolver um posicionamento crítico, mesmo que esses temas não sejam cobrados na redação
- Passe suas opiniões para o papel, seguindo o formato exigido na redação do Enem
- Leia notícias, crônicas, livros. Pode soar como desestímulo ao estudos, mas contribui para sua formação intelectual – e produção textual.
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