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18 de outubro de 2014

Dez dicas para escrever bem

São Paulo - Ser íntimo - verdadeiramente íntimo - das palavras é privilégio dos grandes escritores. Mas você não precisa ser nenhum gênio da literatura para depender de alguma familiaridade com a língua no trabalho.
Afinal, currículos, relatórios, e-mails e inúmeros outros documentos escritos fazem parte da rotina de todo profissional. Obter o máximo de clareza nesses textos cotidianos é essencial para evitar mal-entendidos e até conflitos com colegas e chefes.
“Você sempre precisa se colocar no lugar do seu leitor”, recomenda Reinaldo Passadori, especialista em comunicação verbal. Isso significa revisar seus textos “esquecendo” que você sabe do que tratam.
De acordo com Passadori, essa é a melhor maneira de perceber frases ambíguas, passagens confusas ou referências incompreensíveis para quem tem contato com a sua redação pela primeira vez.
Para ganhar agilidade nessa revisão, a recomendação é praticá-la o máximo possível. “É preciso cultivar o bom hábito de escrever muito, sempre”, diz Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional.
A tarefa pode parecer difícil, mas não é. Com a ajuda dos dois especialistas, EXAME.com compilou 10 conselhos básicos para aperfeiçoar a escrita do cotidiano:
1. Saiba do que está falando
Antes de tudo, você precisa conhecer muito bem o tema, o propósito e o objetivo do seu texto. Tal etapa precede o início da redação. “Para que você escreve? Busca informar, motivar, persuadir? Você precisa dessas respostas para começar”, diz Passadori.
2. Use frases curtas
Dar rodeios ou escrever sentenças muito longas pode confundir o seu leitor. Prefira orações breves e simples. “A concisão é a maior aliada da clareza”, diz Passadori.
3. Cuide da pontuação
Um texto mal pontuado tem muitas chances de conter ambiguidades. Sinais gráficos como vírgulas e pontos finais não são decorativos: servem para organizar e, sobretudo, dar sentido à sua mensagem.
4. Prefira a ordem direta
Em nome da clareza, é recomendável construir frases com sujeito, verbo e complemento, nessa sequência. “Escolha sempre a forma mais simples possível de expressar a sua ideia”, diz Arrais.
5. Torne suas ideias palpáveis
Passadori recomenda o uso de metáforas para explicar conceitos abstratos. “Comparações com elementos concretos tornam o seu texto mais compreensível e didático”, explica.
6. Evite abreviaturas e siglas obscuras
Também se recomenda cuidado com formas reduzidas de palavras e expressões. “Na correria do dia a dia, podemos escrever abreviaturas e siglas que não são conhecidas por todos”, explica Arrais. A dica é verificar em dicionários aquelas que são de uso comum na língua portuguesa.
7. Procure não repetir ideias
Arrais recomenda atenção especial às possíveis redundâncias da sua comunicação. “Os pleonasmos viciosos são uma praga da escrita, e podem comprometer muito o sentido de um texto”, alerta o professor.
8. Deixe as emoções de fora
O estresse rotineiro do expediente muitas vezes pode contaminar a expressão escrita, gerando textos confusos e truncados. “É importante buscar serenidade e equilíbrio emocional na hora de concatenar ideias no papel”, aconselha Passadori.
9. Saiba o verdadeiro significado das palavras
Usar palavras difíceis - sobretudo aquelas cujo significado nem você conhece - é outro convite ao mal-entendido. O remédio é a leitura frequente. “Além de literatura em geral, buscar obras ligadas à sua área profissional contribui com vocabulário técnico”, aconselha Arrais.
10. Conheça o seu público-alvo
O que é claro para alguns pode não ser para outros, segundo Passadori. O nível de familiaridade do seu leitor com o tema do seu texto, por exemplo, determinará se ele pode ou não conter certas alusões, termos técnicos, entre outros elementos.

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