NO INICIO DO BLOG

9 de maio de 2010

Leitura: marca registrada de interpretação

Dois depoimentos sobre o dia das mães; o primeiro de Anita,numa loja foi atendida por uma balconista jovem e humilde que contou ter quatro filhos, e que pretendia partir para o quinto. Anita, mesmo correndo o risco de ser indiscreta, perguntou se o salário dela comportava o sustento de cinco crianças, no que respondeu:"Ora, elas têm pai."Anita não se conteve e declarou:"Acho que a mulher pode ter tantos filhos quantos ela pode conseguir sustentar sozinha."Diz Anita que a balconista ficou perplexa, e talvez muitas outras mães também fiquem, mas foi corajosa e realista a sua observação. Marido não é seguro desemprego, não vale por uma previdência privada. No caso de uma separação, claro que ele terá obrigação de dividir as despesas relacionadas aos filhos, mas infelizmente não é isso que acontece, sabemos que nem sempre a coisa se dá com essa civilidade. Alguns pais não podem ou não querem arcar com seus deveres e transferem a responsabilidade para quem manteve a guarda. Enquanto a briga é decidida na justiça, as crianças ficam desassistidas. A questão é que podemos ter quantos filhos desejarmos, desde que não transformemos o sonho romântico de ser mãe numa dívida impagável com nossos filhos e com a sociedade.
O segundo depoimento é de uma senhora chamada Vania que me contou que passou a vida escutando sobre como as mães são amorosas e perfeitas, mas a dela não foi nada disso. Era uma mãe desatenta, egoísta e sem o menor talento para o ofício. Vania deve ter motivo para tanta mágoa, já que hoje sua mãe está com 95 anos,tem câncer no cérebro, e nem assim Vania consegue perdoá-la. E se culpa, porque reconhece que já tinha virado essa página. Se sua mãe não lhe causou nenhum dano concreto, se apenas não foi a mãe sacrificada que você dava como certo que teria, tente mesmo perdoá-la Vania. É provável que você mesma já seja mãe e saiba que há sobre todas nós uma cobrança descabida. Se o erro dela foi ter pensado mais em sua própria carreira, em seus próprios amores, em sua própria felicidade, ainda assim, antes de condená-la, merece ser compreendida, porque é preciso reconhecer que nem todas nascem com o dom da abnegação, e nem por isso são pessoas más, apenas não alcançaram a dimensão da entrega necessária para uma tarefa desse porte: criar outro ser humano. Adaptado - Fonte Zero Hora

Nenhum comentário: