1. O título é obrigatório?
Sim. Deve aparecer em todas as dissertações. Sua razão de existir é indicar ao leitor qual será a linha geral do texto.
2. Quando utilizo o ponto no título?
É obrigatório ter ponto quando houver verbo. Apesar de ser da prática da norma ortográfica vigente a pontuação de títulos, predomina o uso de não os pontuar.
3. Que tipo de letra devo usar no título?
O título deve ser escrito no mesmo corpo de letra utilizado no texto. Emprega-se letra maiúscula apenas na primeira palavra que inicia o título, ou pode empregar-se em todas as palavras tônicas que o compõem. Errado é empregar-se maiúscula desnecessariamente.
4. Em minha dissertação, posso usar qualquer tipo de letra?
Sim. Desde que sejam mantidas as diferenças entre maiúsculas e minúsculas e que ela seja legível.
5. Um texto com 27 ou 28 linhas, quando a universidade estabelece um limite mínimo de 30, por exemplo, perde pontos? E um texto com mais linhas, é mais valorizado?
Escrever menos linhas que o solicitado implica a eliminação do candidato. A extensão do trabalho não é avaliada. Teoricamente, quem escreve mais (lógico que também dentro do limite máximo estabelecido pela banca) apenas está impondo para si um esforço maior de raciocínio e sujeitando-se a cometer mais infrações gramaticais.
6. Há problemas em se usar algumas partes do enunciado da prova na redação?
É inadmissível a cópia de frases que constam do enunciado. Entretanto, o candidato pode, sem receio, algum valer-se de ideias que a banca apresenta, desde que elas lhe sejam produtivas, isto é, que a partir delas ele possa montar a sua própria análise. De nada adianta ocupar-se de uma ideia que não se saiba como desenvolvê-la (analisá-la).
7. Posso usar gírias?
Nunca se esqueça de que a dissertação deve primar pela clareza. E, como a escolha lexical (isto é, as palavras que você seleciona para construir o seu trabalho) dá uma identidade ao texto, faca uso somente de palavras de que tenha absoluta certeza da grafia e do significado. Além do mais, a redação que você produz é avaliada conforme a identificação, a proximidade com a norma culta da língua, então:
a) elimine as gírias, os palavrões e expressões estranhas (ainda não dicionarizadas) ao léxico português.
Não invente palavras novas. Até a prova de redação, habitue-se a conferir a forma e a significação das palavras que não lhe sejam familiares em um dicionário,
b) também evite os estrangeirismos. Prefira sempre um termo equivalente em português.
Caso se veja obrigado a usar palavras desse tipo, não esqueça de marcá-las com aspas.
8. A banca cobra do aluno um vocabulário mais complexo?
Não. O que ela avalia é a adequação à norma culta da língua. Ou seja, como o candidato articula em seu texto as palavras que pertencem ao vocabulário da língua portuguesa; o quanto ele conhece a grafia e o significado delas ao usá-las. Por isso, devem ser evitadas todas as palavras estranhas ao léxico do português culto, como os neologismos, as gírias, os estrangeirismos, por exemplo.
9. É sempre necessário dar dois enfoques (argumentos) na análise do tema ou pode fazer-se uma boa prova analisando o tema a partir de um enfoque (argumento) só?
O candidato pode dar quantos enfoques quiser na análise do tema. O que ele não deve esquecer é que o desenvolvimento de sua redação, a princípio, terá tantos parágrafos quantos enfoques forem apresentados na introdução. Muita atenção: um número exagerado de parágrafos num texto relativamente pequeno (30 a 50 linhas) resulta em fragmentação, excesso de ideias e ausência de análise.
10. Como a banca avalia a originalidade dos textos?
Original é o texto que tem origem no indivíduo que o produziu. Em outras palavras, é o texto que não se sujeita a modelos, que não se vale de clichês e que foge aos lugares-comuns. O que a banca valoriza como originalidade (o que aliás não tem nada a ver com ineditismo) é a atitude de o candidato expressar-se autonomamente como ser humano que pensa sobre a realidade em que vive. Daí geralmente a originalidade mostrar-se muito mais no desenvolvimento e na conclusão (em como o candidato justifica as ideias com as quais trabalha) do que na introdução (quando apenas as apresenta). Portanto, nunca perca tempo tentando buscar ideias que ninguém teve ou apresentando-as de uma forma estranha à norma gramatical do português, que fuja demais às possibilidades reais de elas serem ditas. A qualidade das ideias não é avaliada, e sim a clareza, a objetividade com que o candidato as apresenta e a pertinência delas em relação ao tema proposto e ao mundo em que vivemos.
11. Até que ponto os corretores podem questionar a análise do candidato? Por exemplo, se um corretor for católico, e eu sou a favor da legalização do aborto, ele pode ser penalizado por isso?
O caráter moral e ideológico dos textos dos vestibulandos não é (nem poderia ser) avaliado. Entretanto, os corretores avaliam, é lógico, a pertinência ou não do texto ao mundo em que ele se insere ou a que se refere; em outras palavras, até que ponto os candidatos estão contradizendo ou deformando a realidade em que vivem.
12. Qual a coisa mais importante para se fazer uma boa dissertação?
Para se escrever um bom texto dissertativo, além de uma boa noção de como ele se constrói, de sua estrutura, é preciso um pouco de maturidade para estabelecer um ponto de vista, um ponto de partida para a análise do tema, e um mínimo de informações sobre os dados e fatos da realidade (para o candidato poder sustentar suas ideias — defender e argumentar a sua tese).
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