NO INICIO DO BLOG

13 de outubro de 2013

Sintaxe - coordenação e subordinação para concursos

 
 Sintaxe:
Orações coordenadas e Orações subordinadas
 
Tipos de Período
Como já sabemos, período é a frase organizada em orações. Dependendo do número de orações que o compõem, o período pode ser simples ou composto.
a) período simples: é formado por uma única oração, organizada em torno de um verbo ou uma locução verbal.
Ex.: "Minha vida era um palco iluminado." (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa)
Ex.: Amanhã poderá chover.
A oração que forma um período simples recebe o nome de oração absoluta.
b) período composto: é formado por mais de uma oração. Dependendo de como as orações se relacionam, pode ser:
- composto por coordenação: é formado exclusivamente por orações coordenadas.
Ex.: No outro dia tomei o trem/ , peguei no sono/ e acordei na estação central.
     oração assindética
oração coordenada
oração coordenada

 
Ex.: Cheguei cedo ao teatro/ , mas não arranjei um bom lugar.
          oração assindética
oração coordenada
- composto por subordinação: é formado de oração principal e oração(ões) subordinada(s).
Ex.: Um relance de olhos revelou-me/ que sua fisionomia não era estranha.
     oração principal
oraçã subordinada

 
Ex.: Não conheço a pessoa/ que ela estava procurando / quando chegou à cidade.
     oração principal
oraçã subordinada
oraçã subordinada
- composto por coordenação e subordinação: trata-se de um tipo de período misto no qual coexistem os dois processos sintáticos de relacionar orações (a coordenação e a subordinação). É formado de oração principal, oração(ões) subordinada(s) e oração(ões) coordenada(s).
Ex.: O síndico convocou uma reunião/ a fim de que o problema fosse resolvido
     oração principal
oraçã subordinada
/ , mas ninguém compareceu. 
oração coordenada                    
 

 
Ex.: Quando ele chegou/ , retirei-me imediatamente/ e depois fui para casa.
     oraçã subordinada
     oração principal
oração coordenada
 




Orações Coordenadas
Orações coordenadas são aquelas que, no período, não exercem função sintática umas em relação às outras. Uma oração coordenada, portanto, nunca será termo das outras coordenadas com as quais se relaciona.
Ex.: Acordei cedo/ , tomei o café/ , paguei a conta/ e deixei o hotel.
oração coordenada
oração coordenada
oração coordenada
oração coordenada
Verifique que, no exemplo acima, temos quatro orações sintaticamente independentes; cada oração é, do ponto de vista sintático, uma unidade autônoma.
Apesar de sintaticamente independentes, as orações coordenadas se relacionam logicamente pelo sentido, dando coesão e coerência à frase. Se as orações coordenadas do exemplo dado estivessem assim relacionadas: “Deixei o hotel, paguei a conta, tomei o café e acordei cedo.”; o sentido da frase estaria prejudicado por não apresentar coesão e coerência entre as orações que a compõem.
As orações coordenadas podem vir ou não introduzidas por conjunções coordenativas, que são as palavras responsáveis por estabelecer conexão entre segmentos de frases (no caso, as orações de um período).
Quando não vêm introduzidas por conjunção, recebem o nome de coordenadas assindéticas. Nesse caso, as orações estarão justapostas e a conexão entre elas será dada por uma pausa, representada, na escrita, por sinal de pontuação.
Quando vêm introduzidas por conjunção, recebem o nome de coordenadas sindéticas.
É importante assinalar que o processo da coordenação pode também ocorrer entre períodos de um texto, como no seguinte exemplo:
Ex: "No mundo moderno, os órgãos do governo têm a obrigação de prestar serviços à população. Até o final do século passado, muitas pessoas achavam que a única função do governo era manter a ordem pública e cuidar da defesa do país. O governo fazia pouco mais do que isso, deixando quase tudo na mão dos particulares. Mas as condições de vida social mudaram muito. Com a Revolução Industrial (século XVIII), um número elevado de pessoas saiu do campo e foi para as grandes cidades. Muitas dessas pessoas não conseguiram emprego, outras se empregaram, mas com salários muito baixos. (...)" (DALLARI. Dalmo de Abreu. Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p.42.)
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas
As orações coordenadas sindéticas classificam-se, de acordo com a conjunção que as introduz, em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
a) aditivas: exprimem ideia de soma, adição. As principais conjunções aditivas são: e, nem, mas também, mas ainda.
Ex.: Pedro estuda/ e trabalha.
     or. assindética
or. coord. sind. aditiva
b) adversativas: exprimem ideia de adversidade, oposição, contraste. As principais conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Ex.: Pedro trabalha muito/ , mas ganha pouco.
     or. assindética
or. coord. sind. adversativa

A conjunção adversativa mas sempre estará no início da oração coordenada. As demais conjunções adversativas podem estar no início, no meio ou no final da oração coordenada.
Pedro trabalha muito, no entanto ganha pouco.
Pedro trabalha muito; ganha, no entanto, pouco.
Pedro trabalha muito; ganha pouco, no entanto.
c) alternativas: exprimem ideia de alternância, escolha. Haverá alternância quando a ocorrência de um fato implicar a não ocorrência de outro. As principais conjunções alternativas são: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já...já, seja... seja.
Ex.: Venha agora/ ou perderá a vez.
     or. assindética
or. coord. sind. alternativa
d) conclusivas: exprimem ideia de conclusão. As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, então, pois (posposto ao verbo).
Ex.: As árvores balançam/ , logo está ventando.
     or. assindética
or. coord. sind. conclusiva
e) explicativas: exprimem ideia de explicação, justificação, confirmação. As principais conjunções explicativas são: pois (anteposto ao verbo), porque, que.
Ex.: Venha imediatamente/ , pois sua presença é indispensável.
     or. assindética
or. coord. sind. explicativa
O papel das conjunções
Como já foi dito no em Conjunção, é fundamental notar que o contexto determina o tipo de relação estabelecido pela conjunção, pois uma mesma conjunção pode estabelecer relações diferentes entre orações.
a) Pedro trabalha de dia e estuda à noite.
b) Pedro queria viajar nas férias e não podia.
c) Siga este conselho e terá sucesso.
Observe que, em a, a conjunção e estabelece relação de adição entre as duas orações. Já em b e c essa mesma conjunção assume outros matizes, indicando adversidade e explicação, respectivamente. As frases b e c equivalem, respectivamente, a:
Pedro queria viajar nas férias, mas não podia.
Siga este conselho, pois terá sucesso.
Orações Intercaladas
Orações intercaladas (também conhecidas como orações interferentes) são orações independentes que não pertencem à seqüência do período.
As orações intercaladas são utilizadas para um esclarecimento, um aparte, uma citação.
Ex.: Eu- retrucou o advogado -não concordo.
 
oração intercalada
 

 
Ex.: "- Tem razão, Capitu/ , concordou o agregado./ Você não imagina como a Bíblia
 
oração intercalada
 
é cheia de expressões cruas e grosseiras." (Machado de Assis)
As orações intercaladas vêm separadas por vírgula ou travessões.
 




Orações Subordinadas
No período composto, as orações se relacionam de tal modo que umas podem exercer funções sintáticas em relação a outras.
Toda oração que exerce uma função sintática em relação à outra denomina-se oração subordinada.
As orações subordinadas,conforme a função sintática que exerçam, classificam-se em substantivas, adjetivas ou adverbiais.
a) substantivas: exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto). As subordinadas substantivas são introduzidas,em geral, pelas conjunções integrantes que e se, as quais não desempenham nenhuma função sintática.
b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto adnominal, comumente exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos - que, quem, quanto, como, onde cujo (e flexões), o qual (e flexões). Os pronomes relativos desempenham diferentes funções sintáticas na oração por eles introduzida.
c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial, característica do advérbio. As subordinadas adverbiais são introduzidas pelas conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, conseqüência, causa, comparação, concessão, proporção, condição, conformidade e finalidade. Tais conjunções não desempenham função sintática.

Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas, conforme a função sintática que desempenham,classificam-se em subjetivas, objetivas diretas,objetivas indiretas, predicativas, completivas nominais ou apositivas.
a) subjetivas: exercem a função de sujeito do verbo da oração principal.
I: Seu casamento/ é urgente.
sujeito
 

 
II: Que você case/ é urgente.
or. subord. subst. subjetiva
or. principal
No exemplo I, em que temos um período simples, o núcleo do sujeito é representado por um substantivo - casamento. No exemplo II, um período composto formado de duas orações, o sujeito da oração principal é representado por uma oração - que você case - que exerce a mesma função sintática do substantivo casamento no exemplo I. A essa oração, que exerce a função sintática de sujeito de outra oração, dá-se o nome de oração subordinada substantiva subjetiva:
-oração subordinada
porque exerce uma função sintática subordina-se a outra
- substantiva
porque exerce uma função própria do substantivo
- subjetiva
porque exerce a função sintática de sujeito da oração principal
Note as ocorrências mais freqüentes de orações subordinadas substantivas subjetivas: .
or. principal
or. subord. subst. subjetiva
Ex.: É provável/ que ele chegue ainda hoje.
Ex.: Convém/ que ele chegue ainda hoje.
Ex.: Conta-se/ que ele chegará ainda hoje.
Quando há oração subordinada substantiva subjetiva, a oração principal apresenta o verbo na terceira pessoa do singular e não possui sujeito nela mesma.
b) objetivas diretas: exercem a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal:
or. principal
or. subord. subst. objetiva direta
Ex.: Espero/ que você case.
Ex.: Desejo/ que ele volte.
Ex.: Não sei/ se viajarei amanhã.
c) objetivas indiretas: exercem a função sintática de objeto indireto do verbo da oração principal.
or. principal
or. subord. subst. objetiva indireta
Ex.: Necessitávamos/ de que nos ajudassem.
Ex.: Gostaria/ de que todos me apoiassem.
Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem uma preposição, a qual antecede a conjunção integrante.
d) predicativas: desempenham a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal.
or. principal
or. subord. subst. predicativa
Ex.: Meu maior desejo era/ que todos voltassem.
Ex.: Minha esperança é/ que sejas feliz.
Observe a presença do verbo de ligação na oração principal.
e) completivas nominais: exercem a função sintática de complemento de um nome da oração principal.
or. principal
or. subord. subst. completiva nominal
Ex.: Tenho medo/ de que me traias.
Ex.: Sou favorável/ a que o condenem.
Observe que as completivas nominais (assim como o complemento nominal) se ligam ao nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.
f) apositivas: desempenham a função sintática de aposto de um nome da oração principal.
or. principal
or. subord. subst. apositiva
Ex.: Desejo uma coisa:/ que sejas feliz.
Ex.: Espero sinceramente isto:/ que vocês não faltem mais.
Note que, assim como no caso do aposto, as orações apositivas separam-se da principal por sinal de pontuação.

As orações subordinadas substantivas, como vimos, começam geralmente pelas conjunções subordinativas integrantes (que e se). Podem, no entanto, vir introduzidas por outras palavras:
or. principal
or. subord. subst. apositiva
Ex.: Não sei/ como ele se comportou.
Ex.: Perguntei/ quando era o exame.
Ex.: Não sei/ por que és tão vaidosa.
Ex.: Perguntamos/ quanto custava o produto.
Ex.: Não sabemos/ quem escondeu os documentos.
Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são, como já definimos, aquelas que exercem a função sintática de adjunto adnominal, própria do adjetivo. Estão relacionadas a um nome da oração principal e vêm introduzidas por um pronome relativo.
I. Admiramos os alunos estudiosos.
 adjetivo
  
II. Admiramos os alunos/ que estudam.
 or. subord. adjetiva
No exemplo I, em que temos um período simples, o adjetivo estudiosos exerce a função sintática de adjunto adnominal. Já no exemplo II, um período composto, a função sintática de adjunto adnominal não é mais exercida por um adjetivo, mas por uma oração que equivale a um adjetivo - que estudam - a qual funciona como adjunto adnominal do núcleo do objeto direto alunos. A essa oração dá-se o nome de oração subordinada adjetiva:
- oração subordinada
porque exerce uma função sintática
- adjetiva
porque exerce a função de adjunto adnominal, própria do adjetivo
É muito fácil reconhecer uma oração subordinada adjetiva, já que ela sempre virá introduzida por um pronome relativo. A oração adjetiva pode vir depois da oração principal ou estar nela intercalada:
Ex.: Serão premiados os alunos
/ que
conseguirem melhor nota.
or. principal
pron. rel.
or. subord. adjetiva

 
Ex.: Os alunos
que
conseguirem melhor notaserão premiados.
or. principal
pron. rel.
or. subord. adjetiva
or. principal
Quanto ao sentido, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas ou explicativas.
a) restritivas: restringem a significação do nome a que se referem.
Ex.: O homem
/ que fuma
/ vive menos.
or. principal
or. subord. adj.
restritiva
or. principal
Verifique que a característica expressa pela oração adjetiva que fuma não se aplica a todos os elementos da espécie humana. Dizemos, então, que ela restringe a significação do nome a que se refere: abrange não todos os homens, apenas aqueles que fumam.
Outros exemplos:
Ex.: Os jogadores/ que foram convocados/ apresentaram-se ontem.
     or. principal
or. subord. adj. restritiva
or. principal

 
Ex.: O homem   / que trabalha/ vence na vida.
     or. principal
or. subord. adj. restritiva
or. principal

 
Ex.: Resolveram os exercícios/ que faltavam.
     or. principal
or. subord. adj. restritiva
b) explicativas: não restringem a significação do nome; pelo contrário, acrescentam uma característica que é própria do elemento a que se referem.
Ex.: O homem/ , que é um ser racional/ , aprende com os erros.
     or. principal
or. subord. adj. explicativa
or. principal
Verifique que a característica ser racional não restringe a significação do nome a que se refere, uma vez que se aplica a todos os elementos da espécie. Assim, a oração subordinada adjetiva explicativa informa uma característica que é própria a todos os seres humanos. Dizemos então que ela explica o significado do nome a que se refere.
Outros exemplos:
Ex.: O Sol/ , que é uma estrela/ , é o centro do nosso sistema planetário.
     or. principal
or. subord. adj. explicativa
or. principal

 
Ex.: Capitu/ , que é uma personagem de Dom Casmurro/ , tinha olhos de ressaca.
     or. principal
or. subord. adj. explicativa
or. principal

 
Ex.: São Paulo/ , que é o maior parque industrial da América Latina
     or. principal
or. subord. adj. explicativa
/ , apresenta sérios problemas de poluição ambiental.
or. principal                                                
As orações subordinadas adjetivas explicativas são obrigatoriamente separadas da principal por vírgula.
Função sintática dos pronomes relativos
Como já vimos,os pronomes relativos desempenham função sintática na oração adjetiva. Para analisá-lo, o melhor procedimento é montar a oração adjetiva substituindo o pronome relativo pelo seu antecedente.
Ex.: O homem/ , que é um ser racional/ , aprende com os erros.
antecedente
pron. relativo
(Oração principal: O homem aprende com os erros. Oração adjetiva: O homem é um ser racional.)
O próximo passo é analisar essa oração adjetiva. Observe que a função do pronome relativo será a mesma que, feita a substituição, seu antecedente exercer na oração adjetiva. No exemplo, o pronome relativo desempenha a função sintática de sujeito da oração subordinada adjetiva.
As principais funções sintáticas desempenhadas pelos pronomes relativos são:
a) sujeito
Ex.: O sol, / que é uma estrela, / é o centro de nosso sistema planetário.
(que substitui o sol. - O Sol é uma estrela. - O Sol: sujeito.)
b) objeto direto
Ex.: Os trabalhos / que faço / me dão prazer.
(que substitui os trabalhos. - (eu) Faço os trabalhos. - os trabalhos: objeto direto.)
c) objeto indireto
Ex.: Os filmes / a que nós nos referimos / são italianos.
(que substitui os filmes. - Nós nos referimos aos filmes. - aos filmes: objeto indireto.)
Ex.: As pessoas / de quem gostamos / são italianas.
(quem substitui as pessoas. - Gostamos das pessoas. - das pessoas: objeto indireto.)
d) predicativo do sujeito
Ex.: O atleta saudável / que ele sempre foi / hoje está fora das pistas por causa de um acidente.
(que substitui o atleta saudável. - Ele sempre foi o atleta saudável. - o atleta saudável: predicativo do sujeito.)
e) complemento nominal
Ex.: O filme / a que fizeram referência / foi premiado.
(que substitui o filme. - Fizeram referência ao filme. - ao filme: complemento nominal.)
f) adjunto adnominal
Ex.: O menino / cujo pai é médico / deverá seguir a carreira do pai.
(cujo substitui o menino. - O pai do menino é médico. - do menino: adjunto adnominal.)
g) agente da passiva
Ex.: O médico / por quem fui operado / é também professor da universidade.
(quem substitui o médico. - Fui operado pelo médico. - pelo médico: agente da passiva.)
h) adjunto adverbial
Ex.: A cidade / em que moro / é bastante tranqüila.
(que substitui a cidade. - Moro na cidade. - na cidade: adjunto adverbial.)

Orações Subordinadas Adverbiais
Orações subordinadas adverbiais são, conforme definimos anteriormente, aquelas que exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria do advérbio. Observe:
I. Saímostarde.
 advérbio
  
II. Saímos/ quando era tarde.
 
or. subord. adverbial
No exemplo I, em que temos período simples, o advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto adverbial. Já no exemplo II, período composto, a função sintática de adjunto adverbial não é mais exercida por um advérbio, mas por uma oração equivalente - quando era tarde. A essa oração dá-se o nome de oração subordinada adverbial:
- oração subordinada
porque exerce uma função sintática
- adverbial
porque exerce a função de adjunto adverbial, própria do advérbio
As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas conjunções subordinativas,exceto as integrantes (que, como vimos, introduzem as orações subordinadas substantivas).
A Nomenclatura Gramatical Brasileira faz referência a nove tipos de oração adverbial: causal, comparativa, consecutiva, concessiva, condicional, conformativa, final, proporcional, temporal.
A melhor maneira de classificar as orações adverbiais é pensar no significado da oração dentro do contexto da frase. Não se habitue, portanto, a decorar conjunções.
Vejamos agora cada tipo, um a um.
a) causal: exprime uma circunstância de causa, aqui entendida como motivo,ou seja,aquilo que determina ou provoca um acontecimento. As principais conjunções e locuções conjuntivas causais são: porque, como (equivalendo a porque), visto que, já que, uma vez que.
Ex.: Não viajamos/ porque estava chovendo.
     or. principal
or. sudord. adv. causal
b) comparativa: exprime circunstância de comparação, que é o ato de confrontar dois elementos a fim de estabelecer semelhanças ou diferenças entre eles. As principais conjunções comparativas são: como, que (precedido de mais ou de menos):
Ex.: Choveu/ como chove em Belém.
     or. principal
or. sudord. adv. comparativa

Muitas vezes as orações comparativas vêm com o verbo elíptico.
Ex.: Choveu / como em Belém. (= choveu como chove em Belém. Verbo elíptico: chove)
Ex.: Falava mais / que papagaio. (= Falava mais que papagaio fala. Verbo elíptico: fala)
c) consecutiva: exprime circunstância de conseqüência (resultado ou efeito de uma ação qualquer). A principal conjunção consecutiva é que (precedido de um termo intensivo: tão, tal, tanto).
Ex.: Choveu/ tanto que o jogo foi suspenso.
     or. principal
or. sudord. adv. consecutiva
d) concessiva: exprime circunstância de concessão, que é o ato de conceder, de permitir, de não negar, de admitir uma ideia contrária. As principais conjunções e locuções conjuntivas concessivas são: embora, conquanto, se bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que.
Ex.: Choveu/ embora a meteorologia previsse bom tempo.
     or. principal
or. sudord. adv. concessiva

Nas orações concessivas se admite um fato contrário a outro fato expresso pela oração principal, porém incapaz de impedi-lo; por isso as orações concessivas trazem sempre em si a ideia de apesar de.
E.: Tirou boa nota, se bem que não tivesse estudado. (= Tirou boa nota apesar de não ter estudado.)
e) condicional: exprime circunstância de condição, entendida como uma obrigação que se impõe ou se aceita para que um determinado fato se realize. As principais conjunções e locuções conjuntivas condicionais são: se, caso, contanto que, desde que.
Ex.: Viajaremos/ se não chover amanhã.
     or. principal
or. sudord. adv. condicional

A oração condicional traz sempre em si a ideia de na hipótese de.
Terminarei o trabalho amanhã se tudo der certo. (= Terminarei o trabalho amanhã na hipótese de tudo dar certo.)
f) conformativa: exprime circunstância de conformidade, isto é, de acordo, de adequação, de não-contradição. As principais conjunções conformativas são: conforme, segundo, consoante, como.
Ex.: Choveu,/ conforme era previsto.
     or. principal
or. sudord. adv. conformativa
g) final: exprime circunstância de finalidade, entendida como o objetivo, a destinação de um fato. As principais conjunções e locuções conjuntivas finais são: a fim de que, para que, que.
Ex.: Os lavradores esperavam a chuva/ a fim de que não perdessem safra.
     or. principal
or. sudord. adv.final
h) proporcional: exprime circunstância de proporção, entendida como a relação entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas implique alteração na outra. As principais locuções conjuntivas proporcionais são: à proporção que, à medida que.
Ex.: À proporção que a civilização progride,/ o romantismo se extingue.
     or. sudord. adv.proporcional
or. principal
i) temporal: exprime circunstância de tempo. As principais conjunções e locuções conjuntivas temporais são: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que.
Ex.: Choveu/ quando eram dez horas.
     or. principal
or. sudord. adv. temporal
Orações Subordinadas Reduzidas
Muitas vezes, as orações subordinadas (substantivas, adjetivas, adverbiais) podem aparecer sob a forma de orações reduzidas. As orações subordinadas reduzidas têm duas características:
  • apresentam o verbo em uma das formas nominais: gerúndio, particípio ou infinitivo;
  • não vêm introduzidas por conectivos (conjunções e locuções conjuntivas subordinativas ou pronomes relativos).
As orações subordinadas reduzidas classificam-se, de acordo com a forma verbal que apresentam, em:
  • subordinada reduzida de gerúndio;
  • subordinada reduzida de particípio;
  • subordinada reduzida de infinitivo.
Para analisar uma oração subordinada reduzida, basta fazer o seguinte:
1. desenvolvê-la, ou seja, tirá-la da forma reduzida, fazendo aparecer o conectivo;
2. analisar a oração desenvolvida;
3. aplicar a análise da oração desenvolvida à reduzida, acrescentando as palavras reduzida de gerúndio, particípio ou infinitivo, conforme o caso. Observe atentamente o exemplo que segue:
Ex.: Penso / estar doente.
Desenvolvendo:
Ex: Penso/ que estou doente.
  or. principal
or. sudord. subst. obj. dir.
Analisando a oração desenvolvida, temos: oração subordinada substantiva objetiva direta. Agora, basta aplicar a classificação à oração reduzida e acrescentar as palavras reduzida de infinitivo. Portanto:
Ex.: Penso/ estar doente.
  or. principal
or. sudord. subst. obj. dir. reduzida de infinitivo
Vejamos outro exemplo:
Ex.: Vi guardas / conduzindo presos.
Desenvolvendo:
Ex.: Vi guardas/ que conduziam presos.
  or. principal
or. sudord. subst. adj. restritiva
Aplicando a análise à oração reduzida, temos: oração subordinada adjetiva restritiva, reduzida de gerúndio.
Examinemos agora uma terceira hipótese:
Ex.: Terminado o baile, / todos saíram.
Desenvolvendo:
Ex.: Quando terminou o baile,
/ todos saíram.
or. sudord. adverbial temporal
or. principal

Nenhum comentário: