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18 de fevereiro de 2015

Aspectos redacionais

Coerência Textual

Garantir a coerência textual é fazer com que as ideias se completem, ou seja: é fazer com que o raciocínio seja linear, que os argumentos estejam concatenados (interligados, associados, etc...) e que uma ideia seja a continuação de outra. Geralmente, a incoerência ocorre quando o leitor se pergunta: mas o que o autor desse texto quis dizer com isso? Ou então, quando as ideias são contraditórias ou quando uma não tem nada a ver com a outra. Ainda existe o caso "bola de neve", quando um assunto vai puxando outro e, no final, o que temos é uma bela salada de argumentos soltos. 


Incoerência tipo 1: ideias fragmentadas 

A segurança pública está comprometida e os mais ricos não se importam com os mais pobres, o que aumenta as desigualdades sociais. 

O que o comprometimento da segurança pública tem a ver com desigualdade social? Se esse trecho estiver solto na redação, sem nenhuma contextualização coerente que explique a associação entre as duas ideias, então esse trecho é incoerente. 

Incoerência tipo 2: contradição 

A educação pública está comprometida. Para tanto, é preciso valorizar o trabalho dos professores, dando a eles melhores condições de trabalho, reajustando os seus salários e dando mais oportunidades para eles se capacitarem. A educação é e continuará sendo uma prioridade do Governo.

Se a educação é uma prioridade do Governo, então a educação pública não estaria comprometida. Ou seja: os problemas da educação revelam que ela não tem sido uma prioridade do Governo. Isso quer dizer que as ideias são contraditórias. 

Incoerência tipo 3: "bola de neve"




A coerência textual também pode ser comprometida pelo efeito "Bola de Neve", quando um assunto vai puxando outro e se embolando, fazendo a redação perder o seu foco.  


O Brasil possui muitos recursos naturais, mas tem os desperdiçado com queimadas e desmatamento. É preciso que nós tenhamos a ciência de que os recursos naturais não são infinitos. Além disso, a Amazônia é alvo constante da cobiça internacional. Isso significa dizer que precisamos investir em nossas defesas para projetar a nossa soberania sobre os olhos dos outros países. As implicações geopolíticas associadas a isso são profundas e, para tanto, precisamos aprimorar a formação e a educação dos profissionais que atuam nas relações internacionais. A educação é importante para uma nação, pois assim é possível consolidar as bases para um futuro sólido para a nossa sociedade. Desse modo, vamos garantir uma sociedade mais justa e íntegra. Somente pela educação poderemos conferir justiça e um bem estar à população, trazendo mudanças profundas em nossa cultura. 


Aparentemente esse parágrafo está coerente e coeso. Porém, veja que eu começo falando de "Amazônia", viajo por entre "geopolítica" e "relações internacionais", passo pela "educação" e termino com "sociedade". Eu literalmente perdi o foco. Um assunto foi puxando o outro e eu acabei me perdendo em minhas ideias, criando uma bola de neve.


De certo modo, esse problema também pode ser considerado um problema de coerência, pois não é possível se extrair do parágrafo a sua ideia central. Ele, solto desse modo na redação, não faz relação direta com nenhum outro parágrafo.

Isso ocorre quando nós não nos preparamos para escrever e escrevemos na velocidade do raciocínio, colocando no papel todas as ideias que vão surgindo. 



Lembre-se de que perder o foco na redação é uma grande chance de fugir do tema, que é um critério que pode zerar a sua redação. 

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