Regência Verbal (lista)
Hoje, veremos um assunto que, inevitavelmente, é pura decoreba: Regência Verbal. Se você não conhecia, prazer em conhecer (ou "desprazer").
Parte "Zero": Conceituando
Regência Verbal nada mais é do que uma lista de verbos para decorar a chamada "transitividade verbal": se eles são transitivos direto, indireto, os dois (total flex) ou intransitivo. Tá certo, você não entendeu nada, né? Vamos com calma. Nada mais didático do que os exemplos:
Geraldo assistiu o filme
Geraldo assistiu ao filme
Observe essas duas frases, por exemplo. A correta é a segunda, pois o verbo "assistir" exige preposição "a":
Geraldo assistiu ao filme
Portanto, o verbo "assistir" exige preposição "a" quando tem o sentido de "ver", "olhar". Isso que é Regência Verbal: decorar uma lista de verbos e ver o que eles exigem.
OBS: O "ao" é composto da preposição "a" (exigida pelo verbo) e pelo artigo "o" (que define o substantivo "filme").
Parte 1: Os verbos que enganam o povão
Nessa parte, vamos ver os verbos que estão na boca do povão de forma errada: todo mundo fala errado e só na prova da escola ou no vestibular está certo. Vamos lá:
# NAMORAR
Qual é o certo?
O correto é “Geraldo namora Maria”. Namorar é um verbo transitivo direto: não tem necessidade de enfiar nenhuma preposição. Todo mundo fala, de forma errada, “eu namoro com a fulana”, “beltrana namora com o sicrano”.
Portanto, não esqueça que o verbo “namorar” não exige o “com”.
OBS: Verbo transitivo direto: não precisa de preposição depois do verbo. Verbo transitivo indireto: precisa de preposição depois do verbo.
# PREFERIR
Outro verbo muito interessante vem no próximo exemplo.
Qual é o certo?
O correto é “Geraldo prefere matemática a filosofia”. Todo mundo fala “eu prefiro isso do que aquilo”, masnão se usa o termo “do que” para o verbo preferir, mas sim o “a”: “eu prefiro isso a aquilo”.
Sim, eu sei: é estranho, tanto que, às vezes, eu mesmo prefiro falar errado a pensarem que eu estou falando errado.
Agora, vejamos essa próxima:
#(DES)OBEDECER
OBS: O “AO” é a junção de “A” mais “O”. Se tiver uma palavra feminina depois do verbo, o “O” vira “A” e a junção é “A” com “A”. A fusão de dois “A” é o “A” craseado (à). Ex: Geraldo obedece à advertência (advertência=palavra feminina)
Para finalizar essa primeira parte, vejamos esse caso:
#DESFRUTAR/USUFRUIR
O correto a se dizer é “Geraldo desfruta seu carro novo”. Desfrutar é verbo transitivo direto, assim como o verbo “usufruir”. Portanto, é errado dizer, por exemplo: “fulano desfruta do final da tarde”. O correto é “fulano desfruta o final da tarde”...
Agora, depois dessas explicações, você concluiu a 1ª parte da Regência Verbal. Dê mais uma lida nos seis verbos que acabamos de ver e vamos para a segunda parte dessa epopeia.
Parte "Zero": Conceituando
Regência Verbal nada mais é do que uma lista de verbos para decorar a chamada "transitividade verbal": se eles são transitivos direto, indireto, os dois (total flex) ou intransitivo. Tá certo, você não entendeu nada, né? Vamos com calma. Nada mais didático do que os exemplos:
Geraldo assistiu o filme
Geraldo assistiu ao filme
Observe essas duas frases, por exemplo. A correta é a segunda, pois o verbo "assistir" exige preposição "a":
Geraldo assistiu ao filme
Portanto, o verbo "assistir" exige preposição "a" quando tem o sentido de "ver", "olhar". Isso que é Regência Verbal: decorar uma lista de verbos e ver o que eles exigem.
OBS: O "ao" é composto da preposição "a" (exigida pelo verbo) e pelo artigo "o" (que define o substantivo "filme").
Parte 1: Os verbos que enganam o povão
Nessa parte, vamos ver os verbos que estão na boca do povão de forma errada: todo mundo fala errado e só na prova da escola ou no vestibular está certo. Vamos lá:
# NAMORAR
Qual é o certo?
Geraldo namora Maria.
Geraldo namora com Maria.
O correto é “Geraldo namora Maria”. Namorar é um verbo transitivo direto: não tem necessidade de enfiar nenhuma preposição. Todo mundo fala, de forma errada, “eu namoro com a fulana”, “beltrana namora com o sicrano”.
Portanto, não esqueça que o verbo “namorar” não exige o “com”.
OBS: Verbo transitivo direto: não precisa de preposição depois do verbo. Verbo transitivo indireto: precisa de preposição depois do verbo.
# PREFERIR
Outro verbo muito interessante vem no próximo exemplo.
Qual é o certo?
Geraldo prefere matemática do que filosofia
Geraldo prefere matemática à filosofia
O correto é “Geraldo prefere matemática a filosofia”. Todo mundo fala “eu prefiro isso do que aquilo”, masnão se usa o termo “do que” para o verbo preferir, mas sim o “a”: “eu prefiro isso a aquilo”.
Sim, eu sei: é estranho, tanto que, às vezes, eu mesmo prefiro falar errado a pensarem que eu estou falando errado.
Agora, vejamos essa próxima:
#(DES)OBEDECER
Geraldo obedece o aviso
Geraldo obedece ao aviso
Um aviso bem útil |
O correto é “obedece ao aviso”. O verbo obedecer é transitivo indireto, portanto você precisa literalmente enfiar a preposição “a” entre ele e seu complemento. Portanto, sempre diga “eu obedeço AOS meus pais”. Bem... no caso de desobedecer, a regra vale também: “eu desobedeço AOS meus pais” e, no exemplo, seria “Geraldo desobedece AO aviso”. Está errado falar “obedeço o fulano, obedeço o ciclano”.
OBS: O “AO” é a junção de “A” mais “O”. Se tiver uma palavra feminina depois do verbo, o “O” vira “A” e a junção é “A” com “A”. A fusão de dois “A” é o “A” craseado (à). Ex: Geraldo obedece à advertência (advertência=palavra feminina)
Para finalizar essa primeira parte, vejamos esse caso:
#DESFRUTAR/USUFRUIR
Geraldo desfruta de seu carro novo
Geraldo desfruta seu carro novo
O correto a se dizer é “Geraldo desfruta seu carro novo”. Desfrutar é verbo transitivo direto, assim como o verbo “usufruir”. Portanto, é errado dizer, por exemplo: “fulano desfruta do final da tarde”. O correto é “fulano desfruta o final da tarde”...
Agora, depois dessas explicações, você concluiu a 1ª parte da Regência Verbal. Dê mais uma lida nos seis verbos que acabamos de ver e vamos para a segunda parte dessa epopeia.
Parte 2: Os verbos clássicos que sempre caem nas provas
Na parte 2, veremos a clássica trindade do "A" (Aspirar, Assistir, Agradar) e outros verbos bem comuns (visar, querer, esquecer...). Você não pode estudar Regência Verbal sem saber a regência desses verbos.
#ASSISTIR
Você imediatamente associa o verbo "assistir" ao "ver", principalmente TV (estou assistindo ao programa tal). Porém, "assistir" tem, pelo menos, 4 significados diferentes. Vamos nos ater a 3, que são os que tropeçam e caem nas provas.
No sentido de “ver”, nós usamos a preposição “A”:
Geraldo assistiu ao filme do Homem-Aranha.
Veja como é perigoso quando não se tem nada de útil para se fazer |
Portanto, assistir no sentido de “ver” tem que usar o “a”: “assisti ao jogo, ao filme, ao campeonato, aodesenho, à apresentação, à opera" e por aí vai. Está errado dizer “assisti o filme”.
OBS: mais uma vez saliento e bato na mesma tecla: "ao" é união da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo "o" (substantivo masculino que vem em seguida) e "à" é a união da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo "a" (substantivo feminino que vem em seguida).
Assistir no sentido de “morar”, nós usamos a preposição “EM”:
Assisto em Tangamandápio.
Isso quer dizer que moro em Tangamandápio. É uma expressão já em desuso hoje em dia e só serve para cair em provas mesmo, porque eu nunca vi alguém falar isso (exceto o professor que explica essa matéria).
Assistir no sentido de dar assistência (ajudar, auxiliar) não tem preposição:
Assisti o cachorro a usar o computador.
Nesse sentido, de dar assistência, de ajudar, não tem preposição.
Observe essas duas frases:
Assisti o velhinho a cair.
Assisti ao velhinho caindo.
O primeiro exemplo não tem preposição (só o artigo "o", que define "velhinho"). Portanto, "assistir" tem sentido de "dar assistência", "ajudar". Portanto, "eu ajudei o velhinho a cair".
O segundo exemplo tem preposição (preposição "a" + artigo "o"). Portanto, "assistir" tem sentido de "ver", de "olhar". Portanto, eu fiquei observando o velhinho caindo.
Portanto, uma simples preposição pode mudar todo o sentido.
#ASPIRAR
O verbo aspirar tem dois sentidos: o mais comum, que é "sugar" e o menos comum, que é "desejar".
No sentido de “sugar” (aspirar o ar, sugar o ar) não tem preposição.
Geraldo odeia aspirar fumaça de cigarro.
Vejam que não tem preposição nenhuma entre “aspirar” e “fumaça”, pois aspirar tem sentido de sugar a fumaça, respirar a fumaça.
Aspirar no sentido de “desejar”, “querer”, “sonhar” tem preposição:
Maria aspira ao talento de dirigir de modo satisfatório.
Observe que entre “aspira” e “talento” tem o “AO”, que é o encontro da preposição A, exigida pelo verbo, com o artigo “O” (que define “talento”)
Portanto, aspirar no sentido de sugar não tem preposição, enquanto no sentido de querer ou desejar tem preposição “a”.
Vejamos, agora, o verbo “agradar”.
# AGRADAR
O verbo "agradar" tem dois sentidos: fazer carinho (acariciar) ou agradar mesmo, da forma que a gente conhece (ser agradável)
No sentido de “acariciar” ou “fazer carinho” não exige preposição:
Maria agradou Geraldo
Ou seja: Maria acariciou, fez carinho em Geraldo.
No sentido de “ser agradável”, “satisfazer” ou “contentar” exige a preposição “a”:
O jogo não agradou ao técnico.
Portanto, só se usa preposição com o verbo “agradar” quando ele ter o sentido de “ser agradável” ou “satisfazer”.
# VISAR
O verbo “visar” tem três significados: “dar o visto”, “desejar” e “mirar no alvo”.
Só vai ter preposição “a” quando significar “desejar”, “almejar”. Veja:
Maria visa a se tornar uma boa treinadora de cães
# QUERER
Esse é um daqueles casos "sem noção": a gente aprende algo que nunca é usado. O verbo "querer" tem dois significados: o normal, que é "desejo de algo, desejo de posse", ou então pode ter o sentido de "gostar" ou "estimar".
No sentido de “desejo de posse por algo”, não exige preposição “a”.
Eu quero o carro do Geraldo.
“Querer”, nesse caso, tem o mesmo significado de “desejo de posse”. Portanto, não tem preposição “a” depois dele: é transitivo direto. Não tem preposição entre o “quero” e o “carro”: só tem o “o”, que é artigo definido.
No sentido de “estimar” ou "gostar" exige a preposição "a".
Geraldo quer ao seu cachorro.
Estranho, não? Significa que Geraldo gosta, tem estima por seu cão... Esse é mais um caso que está em completo desuso na língua portuguesa, exceto nos vestibulares da vida e nos concursos públicos. Não entendo o fundamento de estudar coisas que nós não usamos.
Nessas duas partes, nós vimos a regência verbal de 11 verbos: namorar, preferir, obedecer, desobedecer, desfrutar, usufruir, assistir, aspirar, agradar, visar, querer. Você se lembra de todos? Aconselho a dar mais uma olhada para fixar, mas não se esqueça de que fazer exercícios é a forma mais eficaz de fixar esse conteúdo.
Parte 3: Verbos peculiares
Agora, vamos partir para alguns verbos mais chatos e problemáticos. Na primeira parte, nós vimos os verbos mais comuns de serem confundidos e, na segunda, nós vimos os verbos que variam de significado.
#ESQUECER/LEMBRAR
Se forem pronominais, eles se tornam transitivos indiretos. Caso contrário, serão transitivos diretos. Se você não entendeu o que eu acabei de dizer então não se preocupe. Nada mais didático do que os exemplos:
Geraldo se esqueceu do carro no estacionamento.
Geraldo esqueceu o carro no estacionamento.
Essas duas orações estão corretas. A primeira é pronominal. Antes de “esqueceu” tem um “se”. Portanto, tem que dizer “se esqueceu da”. A segunda oração não é pronominal, portanto vai direto: “esqueceu a”. Entendeu? Vamos ver outro exemplo:
Ontem, eu me esqueci do pendrive em casa.
Ontem, eu esqueci o pendrive em casa.
A primeira oração é pronominal: tem um “me” antes do “esqueci”. Logo, preciso usar preposição depois do verbo esquecer, ficando “me esqueci da”. Na segunda oração, não tem pronome. Portanto, é direto: “esqueci a chave”.
Essa mesma propriedade acontece com o verbo “lembrar”. Portanto, ou a gente fala “me esqueci disso”, ou fala “esqueci isso”. Ou a gente fala “me lembrei disso”, ou “lembrei isso”. Como também, ou a gente fala “seesqueceu disso” ou “esqueceu isso”. E, se o tempo verbal mudar, a regra continua: “se esquecerá disso” ou “esquecerá isso”, “me esquecerei disso” ou “esquecerei isso”. Certo?
O "me" e o "se" são pronomes (me, te, se, lhe, nos, vos, o, a...). Sempre que eles aparecerem junto com os verbos "esquecer" e "lembrar", esses verbos serão pronominais e, dessa forma, vão exigir a preposição "a". Caso contrário, não vão exigir.
# PAGAR/PERDOAR/AGRADECER
Os verbos “pagar”, "perdoar" e "agradecer" só exigem preposição quando se referem a alguma pessoa. Se ele se referir a uma coisa ou objeto, então não terá preposição. Veja o exemplo a seguir:
Geraldo pagou o cheque ao José.
Só tem preposição “a” em “pagou AO José”, pois José é pessoa (não é objeto, coisa ou animal... quer dizer, pode até ser um "animal", mas não vamos entrar nesse mérito).
Não há preposição em cheque, pois cheque não é gente, não é pessoa: é coisa, é objeto. Por isso que a gente fala “pagou o cheque” e não “pagou ao cheque” e falamos “pagou AO José” e não “o José”.
Seguem essa regra os verbos “Agradecer” e “Perdoar”.
#CHAMAR
O verbo "chamar" tem três significados
Significando "apelidar"
O verbo "chamar", significando "apelidar", tem liberdade total:
Chamei Maria de "Bruxa do 71".
Chamei a Maria de "Bruxa do 71".
Chamei Maria"Bruxa do 71".
Chamei a Maria "Brxa do 71".
Lembre-se: "chamar", nesse caso, tem o sentido de "apelidar".
Significando "invocar"
O verbo "chamar", significando "invocação", precisa da preposição "a"
Chamei a Jesus Cristo
Observe, nessa oração, que eu estou invocando a Jesus Cristo (e não o "chamando", o convidando)
Significando "convocar"
O verbo "chamar", significando "convocar", não precisa da preposição "a"
Chamei o cachorro voador
Observe que, diferente do caso anterior, eu não estou "invocando" o cachorro voador, mas sim o convocando, "chamando" ele. Senão seria "chamei ao cachorro voador" (estou "invocando" o cachorro).
Já vimos, até aqui, a regência de 17 verbos. Acredito que esses sejam os principais que você deve saber. Na parte 4, logo abaixo, temos mais 17 verbos (nem tão usados). Portanto, o Gramaticando mostrou, ao todo, a regência de 34 verbos para você nessa postagem. Agora é simples: é só decorar tudo.
Parte 4: Outros verbos
Abaixo, a regência de alguns outros verbos (nem tão usados como os que já foram apresentados)
#SIMPATIZAR/ANTI-SIMPATIZAR
Sempre exige a preposição “com”. (eu simpatizo com fulano, com ciclano,...)
#AGUARDAR
Exige e não exige preposição: (Eles aguardavam o ônibus ou eles aguardavam pelo ônibus)
#FALTAR/RESTAR/BASTAR
Intransitivos ou exigem a preposição A.
Ele faltou hoje (intransitivo)
Ele faltou ao trabalho (prep. A)
#PROCEDER
Significando "dar início" ou "realizar" exige preposição A
Geraldo precedeu à realização das provas
Significando "originar-se" exige preposição DE
A dor de barriga de Geraldo procede da comilança do final de semana
Significando "conduzir-se" ou "ter fundamento" é intransitivo
As palavras de Geraldo não procedem
#RENUNCIAR
Exige ou não exige preposição "a"
Geraldo renunciou o cargo (sem)
Geraldo renunciou ao cargo (com)
Geraldo renunciou a presidência (sem)
Geraldo renunciou à presidência (com)
Admitem duas construções (com e sem preposição) os verbos:
Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, noticiar, notificar, prevenir
Exemplo:
"avisar algo a alguém" ou "avisar alguém de algo"
"advertir algo a alguém" ou "advertir alguém de algo"
etc..
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