Expressões que têm a mesma pronúncia e grafias diferentes são, para muitas pessoas, uma pedra no sapato. Esse é o caso daquelas que empregam o verbo haver em sua construção. E o próprio verbo haver, tendo também vários empregos, traz dificuldades na hora de ser empregado.
Vamos iniciar por ele então. O haver precisa de atenção, pois é um dos casos especiais de concordância verbal. Ele não apresentará sujeito (atuará como impessoal) e será sempre empregado na 3ª pessoa do singular quando:
Com o primeiro sentido, foi empregado por Guimarães Rosa, no poema “Sono das águas”:
Ali, o escritor afirma a existência de um determinado momento, aquele em que a água cessa seu movimento: existe uma hora, um momento, em que isso ocorre.
Com o segundo sentido, foi empregado por Raul Seixas em:
(lembrando que ele criou um pleonasmo ao reforçar a ideia de passado usando o advérbio ‘atrás’)
Na música “Fim de semana no parque”, o grupo Racionais MC’s também emprega a expressão ‘a uma hora’, desta vez sem o H:
Nesse caso a distância a ser percorrida foi medida em tempo, é uma projeção de tempo futuro: o momento da chegada ‘à quebrada’ será nos próximos sessenta minutos.
Mas se a intenção é determinar um horário, preciso, verificável no relógio (1h ou 13h), empregaremos a expressão sem o H e com o acento indicador de crase:
O almoço será servido à uma hora (= às 13 horas).
E para finalizar, novamente voltamos ao texto de Guimarães Rosa, com outro uso do verbo haver, desta vez como verbo auxiliar, na locução verbal indicadora de futuro (neste caso, conjugado concordando com o sujeito “muitos”):
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28 de agosto de 2017
ESSES HÁ, A, ATRÁS...
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