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Leia o texto e, a seguir, responda as questões 1, 2, 3 e 4.
Meninas fora da escola
Ana Paula Padrão
Não posso dizer que seja surpreendente meninas fora da escola. Ou inesperado. Mas certamente o dado é revoltante. E desanimador para quem, como eu, acredita que só a educação, especialmente de meninas, pode mudar o curso da história.
São as mulheres, na maioria das famílias, que criam as crianças. É um fato que mães bem educadas transformam crianças em adultos seguros, com autoestima firme e capacidade de realizar boas escolhas. Mas a quem isso interessa, me pergunto depois de ler os números a seguir.
Relatório da Unesco recém-divulgado diz que a paridade de gênero nas matrículas da educação primária, meta mundial que deveria ter sido alcançada em 2005, está muito longe de se tornar realidade. O atraso é tão abismal que apenas 69% dos países vão chegar a ter meninos e meninas em igual número nas escolas primárias em 2015!
Quem puxa o índice para baixo são, é claro, os países mais pobres. Neles, meninas que nunca foram à escola (cerca de 43% do total no terceiro mundo!) jamais terão chance de ir – é o que conclui a Unesco. Por preconceito, ignorância e questões econômicas e/ou culturais as famílias preferem manter as meninas em casa se tiverem que escolher entre educá-las ou aos meninos.
Outro fator que limita a educação de mulheres é o casamento precoce. Dados do período 2000-2011 mostram que, em 41 países, 30% ou mais das mulheres de 20 a 24 anos estavam casadas ou comprometidas desde os 18 anos. É o caso da Indonésia, onde uma lei que proíbe os matrimônios de menores de idade está em vigor desde 1974, mas isso não mudou em nada o índice de casamentos de meninas ou de escolaridade delas. O governo tende a não interferir no comportamento secular das famílias.
Um dado bastante relevante é que, quando vão à escola, as meninas progridem tanto quanto os meninos – ou mais. Em 58 países citados no relatório por terem apresentado dados confiáveis a taxa de permanência delas na quinta série é igual ou maior que a deles. Isso apesar de as meninas nem sempre encontrarem o ambiente ideal para o aprendizado.
Material didático que estimula a discriminação, o viés machista dos currículos e até mesmo a violência sexual contra meninas exigem delas uma determinação extra para continuar os estudos. Não por acaso a paquistanesa Malala, atingida por um tiro na cabeça por ter enfrentado a perseguição talibã e insistido em estudar, ganhou o Nobel da Paz.
Professoras que fossem exemplos para as meninas também ajudariam a mudar essa tendência mas, ainda segundo o relatório da Unesco, a porcentagem de mulheres no corpo docente da educação primária aumentou, desde 1999, de 58% para 63% na média global. É menos que pouco. É quase nada.
Mulheres arrastam atrás de si uma sina nefasta. São, regra geral no mundo, seres invisíveis cujo único papel é referendar o protagonismo masculino. Mas apesar de atávica essa sentença não precisa ser definitiva e cabe a cada um de nós, mulheres e homens, sentir o incômodo da indignação. Torço para que seja doloroso para você, leitor, como foi para mim, enfrentar os dados desse relatório. A dor nos lança a mudanças que o conforto jamais permitiria.
Disponível em:
coluna/416169_MENINAS+FORA+DA+ESCOLA/>. Acesso em: 03 maio 2016.
D7 Questão 01 ––––––––––––––––––––––––––|
Em qual dos trechos abaixo está expressa a tese do texto?
(A) “E desanimador para quem, como eu, acredita que só a educação, especialmente de meninas, pode mudar o curso da história.”
(B) “O atraso é tão abismal que apenas 69% dos países vão chegar a ter meninos e meninas em igual número nas escolas primárias em 2015!”
(C) “Por preconceito, ignorância e questões econômicas e/ou culturais as famílias preferem manter as meninas em casa se tiverem que escolher entre educá-las ou aos meninos.”
(D) “Outro fator que limita a educação de mulheres é o casamento precoce. Dados do período 2000-2011 mostram que, em 41 países, 30% ou mais das mulheres de 20 a 24 anos estavam casadas ou comprometidas desde os 18 anos.”
(E) “Professoras que fossem exemplos para as meninas também ajudariam a mudar essa tendência mas, ainda segundo o relatório da Unesco, a porcentagem de mulheres no corpo docente da educação primária aumentou,(...).”
D8 Questão 02 –––––––––––––––––––––––––––|
Qual é o argumento que melhor sustenta a tese do texto?
(A) “São as mulheres, na maioria das famílias, que criam as crianças. É um fato que mães bem educadas transformam crianças em adultos seguros, com autoestima firme e capacidade de realizar boas escolhas.”
(B) “Relatório da Unesco recém-divulgado diz que a paridade de gênero nas matrículas da educação primária, meta mundial que deveria ter sido alcançada em 2005, está muito longe de se tornar realidade.”
(C) “Quem puxa o índice para baixo são, é claro, os países mais pobres. Neles, meninas que nunca foram à escola (cerca de 43% do total no terceiro mundo!) jamais terão chance de ir – é o que conclui a Unesco.”
(D) “É o caso da Indonésia, onde uma lei que proíbe os matrimônios de menores de idade está em vigor desde 1974, mas isso não mudou em nada o índice de casamentos de meninas ou de escolaridade delas.”
(E) “Material didático que estimula a discriminação, o viés machista dos currículos e até mesmo a violência sexual contra meninas exigem delas uma determinação extra para continuar os estudos.”
D14 Questão 03 ––––––––––––––––––––––––––|
Em qual dos trechos há uma opinião da autora do texto?
(A) “Dados do período 2000-2011 mostram que, em 41 países, 30% ou mais das mulheres de 20 a 24 anos estavam casadas ou comprometidas desde os 18 anos.”
(B) “É o caso da Indonésia, onde uma lei que proíbe os matrimônios de menores de idade está em vigor desde 1974 (...).”
(C) “Um dado bastante relevante é que, quando vão à escola, as meninas progridem tanto quanto os meninos – ou mais.”
(D) “(...) a paquistanesa Malala, atingida por um tiro na cabeça por ter enfrentado a perseguição talibã e insistido em estudar, ganhou o Nobel da Paz.”
(E) “(...) segundo o relatório da Unesco, a porcentagem de mulheres no corpo docente da educação primária aumentou, desde 1999, de 58% para 63% na média global.”
D11 Questão 04 ––––––––––––––––––––––––––|
No trecho “Por preconceito, ignorância e questões econômicas e/ou culturais as famílias preferem manter as meninas em casa se tiverem que escolher entre educá-las ou aos meninos.”, há uma relação de
(A) causa e finalidade.
(B) concessão e condição.
(C) finalidade e oposição.
(D) causa e consequência.
(E) comparação e consequência.
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 5 e 6.
Disponível em:
/47568050086>. Acesso em: 09 maio 2016.
D5 Questão 05 ––––––––––––––––––––––––––|
Na tira, ao associar a linguagem verbal e não verbal percebe-se que
(A) o pai ignorou o bilhete jogado no chão.
(B) o pai desconsiderou a pergunta de Mafalda.
(C) o pai ficou empolgado ao ler o bilhete escrito por Mafalda.
(D) Mafalda ficou animada com a resposta dada pelo seu pai.
(E) Mafalda desistiu de entregar o bilhete para as pessoas que não nasceram.
D17 Questão 06 ––––––––––––––––––––––––––|
No trecho “Antes de vir, pense bem!”, o ponto de exclamação sugere
(A) ênfase.
(B) ironia.
(C) surpresa.
(D) decepção.
(E) expectativa.
Leia o texto e, a seguir, responda as questões 7 e 8.
Embora particularidades na produção mediada pela tecnologia aproximem a escrita da oralidade, isso não significa que as pessoas estejam escrevendo errado. Muitos buscam, tão somente, adaptar o uso da linguagem ao suporte utilizado: “O contexto é que define o registro da língua. Se existe um limite de espaço, naturalmente, o sujeito irá usar mais abreviaturas, como faria no papel”, afirma um professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG. Da mesma forma, é preciso considerar a capacidade do destinatário de interpretar corretamente a mensagem emitida. No entendimento do pesquisador, a escola, às vezes, insiste em ensinar um registro utilizado apenas em contextos específicos, o que acaba por desestimular o aluno, que não vê sentido em empregar tal modelo em outras situações. Independentemente dos aparatos tecnológicos da atualidade, o emprego social da língua revela-se muito mais significativo do que seu uso escolar, conforme ressalta a diretora de Divulgação Científica da UFMG: “A dinâmica da língua oral é sempre presente. Não falamos ou escrevemos da mesma forma que nossos avós”. Some-se a isso o fato de os jovens se revelarem os principais usuários das novas tecnologias, por meio das quais conseguem se comunicar com facilidade. A professora ressalta, porém, que as pessoas precisam ter discernimento quanto às distintas situações, a fim de dominar outros códigos.
SILVA JR., M. G., FONSECA. V. Revista Minas Faz Ciência. p.51, set. 2012. (Adaptado).
D21 Questão 07 ––––––––––––––––––––––––––|
No texto, as opiniões do professor do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG e da diretora de Divulgação Científica da UFMG sobre o contexto ser o definidor do uso da língua são
(A) opostas.
(B) excludentes.
(C) conflitantes.
(D) discordantes.
(E) semelhantes.
D13 Questão 08 –––––––––––––––––––––––––|
Qual é o tipo de linguagem empregada no texto?
(A) Formal.
(B) Jurídica.
(C) Informal.
(D) Científica.
(E) Regional.
D12 Questão 09 ––––––––––––––––––––––––––|
Leia o texto e, a seguir, responda.
Brilhante a crônica de Mônica Martelli, confesso que no início fiquei inseguro ao começar a ler a crônica, mas logo percebi que a estreante estava fazendo um metáfora muito bem apropriada sobre a insegurança na vida dela. Sei que nossa insegurança trava muitas portas de oportunidades, talvez seja por isso que a maioria dos eleitores votou no "não" no referendo do dia 23 de outubro.
NEUTON LUIZ RAMOS DE MELO, Formoso do Araguaia, TO.
Disponível em: . Acesso em: 09 maio 2016 .
Qual é a finalidade do texto?
(A) Opinar.
(B) Instruir.
(C) Divulgar
(D) Advertir.
(E) Informar.
D18 Questão 10 –––––––––––––––––––––––––|
Leia o texto e, a seguir, responda.
A beleza total
Carlos Drummond de Andrade
A beleza de Gertrudes fascinava todo mundo e a própria Gertrudes. Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas. Não ousavam abranger o corpo inteiro de Gertrudes. Era impossível, de tão belo, e o espelho do banheiro, que se atreveu a isto, partiu-se em mil estilhaços.
A moça já não podia sair à rua, pois os veículos paravam à revelia dos condutores, e estes, por sua vez, perdiam toda capacidade de ação. Houve um engarrafamento monstro, que durou uma semana, embora Gertrudes houvesse voltado logo para casa.
O Senado aprovou lei de emergência, proibindo Gertrudes de chegar à janela. A moça vivia confinada num salão em que só penetrava sua mãe, pois o mordomo se suicidara com uma foto de Gertrudes sobre o peito.
Gertrudes não podia fazer nada. Nascera assim, este era o seu destino fatal: a extrema beleza. E era feliz, sabendo-se incomparável. Por falta de ar puro, acabou sem condições de vida, e um dia cerrou os olhos para sempre. Sua beleza saiu do corpo e ficou pairando, imortal. O corpo já então enfezado de Gertrudes foi recolhido ao jazigo, e a beleza de Gertrudes continuou cintilando no salão fechado a sete chaves.
Disponível em:
trechos/13274.pdf>. Acesso em: 12 maio 2016.
No trecho “Os espelhos pasmavam diante de seu rosto, recusando-se a refletir as pessoas da casa e muito menos as visitas.”, o autor ao utilizar a expressão “os espelhos pasmavam” quis sugerir
(A) o quanto Gertrudes era bonita.
(B) a característica humana em espelhos.
(C) a forma como o rosto de Gertrudes era refletido.
(D) o modo como os espelhos ficavam ao refletir Gertrudes.
(E) a recusa dos espelhos em refletir as outras pessoas da casa.
GABARITO
1 A
2 A
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4 D
5 E
6 A
7 E
8 A
9 A
10 A
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