O ciúme parece fazer parte das inquietações humanas, já que é tratado, com frequência, nos consultórios sentimentais publicados em revistas e jornais, nas charges da internet, na música popular e na literatura. Abaixo você encontra alguns fragmentos de textos, os quais procuram retratar o ciúme em épocas diferentes.
Ciúme - Ultraje a Rigor
Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
(Refrão)
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
Meu bem me deixa sempre muito à vontade
Ela me diz que é muito bom ter liberdade
Que não há mal nenhum em ter outra amizade
E que brigar por isso é muita crueldade
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
“Fomos passar a noite no Flamengo, os dois casais e mais o José e a prima. Sucedeu uma coisa que me pareceu muito grave. Vou refletir sobre ela e depois decidirei o que fazer. Não tenho com quem discutir o ocorrido visto que envolve meu marido e minha melhor amiga. Por isso, após uma noite sem sono e antes de seguir para minhas orações na missa das nove, recorro agora a estas páginas, único desabafo possível. Não tenho dúvidas do que vi ontem – os segredos ao canto da janela, os suspiros, os olhares a se buscar durante toda a noite (ele à janela, ela ao pé do piano) o gesto de Santiago a ponto de beijar a testa de Sancha quando os surpreendi, o modo como ele mirava seus braços, a despedida lânguida, num aperto de mão demorado e esquecido... Não foram intrigas, ninguém me contou. Eu mesma vi, de repente. Não sei há quanto tempo isso já ocorre sem que eu visse ou suspeitasse. Meu coração ficou tumultuado como os vagalhões do mar bravio batendo lá fora. Não sei que fazer, se finjo que nada sei, se busco uma explicação com um deles ou com ambos. [...] No momento, só logro sentir. Raiva, desespero. Vontade de matar, de morrer....”
“Certa vez, Juno notou que o dia escurecera de súbito e imediatamente desconfiou que seu marido levantara uma nuvem para esconder algumas de suas façanhas que não gostava de expor à luz. Juno afastou a nuvem e viu o marido, à margem de um rio cristalino, com uma bela novilha ao seu lado. A rainha dos deuses desconfiou de que a aparência da novilha ocultava alguma bela ninfa de estirpe mortal, como , na verdade, era o caso. Tratava-se de Io, filha do rio deus Ínaco, a quem Júpiter cortejava, e a quem dera aquela forma, ao sentir a aproximação de sua esposa.
Juno foi-se juntar ao marido e, vendo a novilha, elogiou sua beleza e perguntou quem era ela e a que rebanho pertencia. Júpiter, para evitar que as perguntas continuassem, respondeu que se tratava de uma nova criação da terra. Juno pediu-lhe que lhe desse a novilha de presente. Que poderia Júpiter fazer? Não queria entregar a amante à esposa; como recusar-lhe, porém, um presente tão insignificante como uma novilha? Não poderia fazê-lo sem despertar suspeitas.”
Produza um texto dissertativo-argumentativo no qual você expresse de forma clara, coerente e com argumentação bem fundamentada a sua visão sobre o ciúme nas relações humanas.
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