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6 de dezembro de 2014

Sociologia no ENEM


Fazendo um raio-x da prova de Ciências Humanas do Enem das últimas edições, percebemos que teorias sobre sociologia, filosofia e administração têm sido exigidas para interpretar corretamente as questões.
Hoje, nosso estudo se voltará aos principais sociólogos e suas diferentes visões e maneiras para compreender a sociedade. Vamos lá?

Karl Marx

Para Marx, a base para entender a sociedade é a economia. As maneiras como os homens produzem, trabalham e transformam o mundo moldam as relações sociais. Dessa forma, o foco do estudo social é a relação dos homens com os meios de produção.
Marx viveu no século XIX e suas ideias foram influenciadas pelo sistema e contexto histórico da época, isto é, o sistema capitalista e a Revolução Industrial. Analisando a sociedade dessa forma, as relações de produção se caracterizam pela propriedade privada dos meios de produção (máquinas, capital, etc), os detentores dos meios de produção (burguesia) e aqueles que vendem sua força de trabalho por um salário (proletariado).
Ou seja, os burgueses possuem máquinas e capital e contratam funcionários para trabalhar nessas máquinas para produzir produtos que geram mais capital. Mas quanto vale o produto produzido? E qual o salário do trabalhador? Com certeza, esses valores não são iguais!
A diferença entre o valor que o burguês vende um produto e o salário que o burguês paga ao proletariado é chamado de mais-valia. Isso garante que o capital do burguês aumente e que o sistema permanece existindo da mesma forma.
Logo, Marx defende que qualquer mudança na sociedade provém de alterações dos meios de produção e isso acontece através do conflito entre classes, ou seja, conflito entre proletariado e burguesia.
Atualmente, os meios de produção são diferentes dos da época de Marx. Existem mais classes, formas de trabalho, etc. Apesar disso, as mesmas concepções da sociologia de Marx, conhecida como Materialismo Histórico, podem ser utilizadas para interpretar a sociedade.

Émile Durkheim

A preocupação de Durkheim era desenvolver uma teoria geral da sociologia, com grande rigor científico, ou seja, entender as regras, as normas e as instituições que padronizam a sociedade. Para entender isso, vamos fazer uma analogia. Para entender o funcionamento da natureza, estudamos as leis da natureza, certo? Por exemplo, as leis da física. Sabemos que um corpo permanece imóvel se uma força externa não age sobre ele e isso é explicado pela lei da inércia.
Da mesma forma, para entender como funciona a relação entre os homens, devem existir leis sociais. As regras, valores e leis da sociedade existem para manter a ordem. Para Durkheim, existem dois tipos de organização da sociedade: através de solidariedade mecânica ou solidariedade orgânica.
A solidariedade mecânica é caracterizada pelas sociedades primitivas (tribos, clãs). Nesse tipo, a sociedade se mantém coesa, isto é, unida, porque todos os indivíduos compartilham dos mesmos valores, crenças e tradições.
Já na solidariedade orgânica, a sociedade funciona como um organismo humano, onde cada órgão tem uma função diferente e não funciona independente dos outros, ou seja, é necessário que um órgão dependa do outro e que todos funcionem adequadamente para que o organismo, isto é, a sociedade, funcione bem. Caso contrário, ocorrem anomalias sociais.

Max Weber

O foco da sociedade, para Weber, são os indivíduos. Como vimos, Durkheim defende que os indivíduos são moldados pelas leis sociais. Para Weber, ocorre o contrário: as estruturas da sociedade são moldadas pelas motivações dos indivíduos.
Tudo que é coletivo, por exemplo, leis, valores morais, cultura, religião, economia, etc, é da forma que é porque os indivíduos agem e orientam suas ações dessa maneira. Caso as pessoas alterem suas condutas e deem outro sentido às suas ações, a estrutura atual se desfaz e uma nova estrutura social é montada, ou seja, a sociedade muda.
Por ser centrada no indivíduo, para interpretar a sociedade de acordo com a visão de Weber, é necessário criar tipos ideias, que é um modelo simplificado da realidade, elaborado através de traços essenciais das ações. Isso é feito para guiar o cientista social devido a alta diversidade de ações individuais existentes.

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