Não há o que se discutir a respeito da importância da leitura na vida escolar, acadêmica, profissional e social de qualquer pessoa, já que é quase uma redundância dissertar sobre como o ato de ler é fundamental. Na infância, a família deve estimular a leitura por parte dos filhos desde os primeiros anos, chegando à adolescência; a escola é crucial na formação de leitores, pois é por meio dela que adentramos, oficialmente, ao mundo literário e aos mais diversos gêneros e é na esfera escolar onde a leitura passa a ser obrigação, e não somente prazer.
Atualmente, muitos jovens e adultos afirmam não gostarem de ler e, em consequência, não terem esse hábito, ou será ao contrário? Pode ser que muitas pessoas não tenham o hábito de ler e, por isso, não sabem que gostam ou que poderiam gostar de ler.
O PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) cujo intuito é medir os conhecimentos em leitura, matemática e ciências de alunos por volta dos quinze anos de idade de países membros OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e demais parceiros, em 2012, atestou que o Brasil somou, apenas, 410 pontos em leitura, 86 pontos abaixo da média dos outros países participantes. Com esse resultado, ficamos em 55º lugar na classificação geral, perdendo para os nossos vizinhos latinos Chile e Uruguai.
O PISA avalia a leitura em seis níveis e 49,2% dos alunos brasileiros avaliados em 2012 não conseguiram atingir o segundo nível de avaliação, ou seja, esses jovens não conseguem deduzir informações dos textos lidos nem estabelecer relações entre partes diferentes de um mesmo texto, competências consideradas primárias pelos pesquisadores e estudiosos de leitura.
Muitas pessoas culpam, dentre outros fatores, a internet pela falta de leitura e pelo mau desempenho do Brasil em exames como o PISA, contudo especialistas em Linguística Aplicada, como a professora doutora Irandé Antunes, por exemplo, defendem que nunca se leu tanto quanto nos dias de hoje, justamente, por meio da rede mundial de computadores. A questão, na verdade, não é o que se lê, mas como se lê.
Existe uma crença, na qual muitos acreditam, de que um leitor assíduo é apenas aquele leitor que lê obras literárias canônicas, ou seja, livros conceituados e reconhecidos pela crítica e, consequentemente, valorizados pela escola, mas um leitor assíduo, na verdade, é aquele leitor que lê jornais, revistas, portais de notícias na internet, posts em redes sociais, obras técnicas relacionadas ao seu campo de trabalho e pesquisa etc.
O importante, no fim das contas, é ler o que gosta, o que interessa, o que chama a atenção e o que atiça a curiosidade com senso crítico; a criticidade é fundamental no ato de ler, já que, ao lermos, fazemos juízos de valor e respondemos ativamente ao que estamos lendo.
Em relação ao Enem, já cansamos de afirmar, mas nunca é demais repetir, que a leitura é importante para, em termos da prova de redação, estarmos preparados para o tema das propostas. A coletânea de textos motivadores não pressupõe que o candidato conheça profundamente o tema em questão, já que os textos de apoio o apresentam, mas conhecê-lo um pouco ajuda e muito uma vez que o Enem não permite a cópia dos textos motivadores, já que busca uma dissertação-argumentativa autoral e autônoma.
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