Estamos vivendo um momento político crucial e conturbado no Brasil desde 2013, quando as manifestações populares tomaram as ruas e as redes sociais pedindo várias melhorias e investimentos em áreas como a saúde, a educação, transporte público, moradia e, também, no âmbito político, requerendo a reforma política.
Infelizmente, muito se prometeu e pouco se cumpriu e, no ano seguinte, em 2014, houve as eleições para Presidente da República, deputados federais e estaduais, senadores e governadores estaduais e o país dividiu-se ao meio e não estamos falando da tradicional esquerda versus direita que, aliás, parecem não estar mais tão delineadas como eram antigamente.
Desde então e após o resultado das últimas eleições, discussões acaloradas têm desmantelado amizades e relações familiares e têm esquentado todas as relações sociais, seja em uma conversinha no ponto de ônibus, no salão de beleza, nas escolas, nas empresas ou ao redor da mesa durante o jantar.
Debater os problemas sociais e políticos do país faz parte da democracia, regime sobre o qual, felizmente, vivemos desde o fim da ditadura militar, mas parece que ainda vivemos sobre um estado totalitário, já que não há, entre uma parcela significativa de pessoas, respeito à opinião alheia. A democracia prevê liberdade de expressão e diversidade de ideias, mas parece que muitos indivíduos não conseguem levar adiante conversas saudáveis e já partem para os finalmentes, encerrando relações com os colegas, amigos ou familiares que pensam diferente.
Além dessa atitude extrema, geralmente, essas pessoas não argumentam quando entrarm em discussões como essa, apenas opinam, algo muito raso e fácil de se fazer. Ao defendermos uma ideia, não basta opinarmos, temos de argumentar, fundamentar e embasar as nossas afirmações em informações, dados e exemplos e devemos fazer o mesmo ao escrevermos gêneros e tipos textuais da ordem do argumentar, como a dissertação-argumentativa da prova de redação do Enem.
Em uma publicação, quando abordamos sobre a redação do Enem o debate em torno da questão da redução da maioridade penal, alguns se colocaram favoráveis e outros contrários à medida, mas poucos argumentaram em favor de suas posições, o que é uma pena. Textos como esse, além de servirem para atualizarem vocês, leitores, sobre temas relevantes da atualidade e que podem, de uma maneira ou de outra, estarem presentes na próxima edição do Enem, têm como objetivo instigar um debate saudável e fundamentado, não apenas para a mera exposição das opiniões.
Infelizmente, temos observado isso nos comentários de todo e qualquer texto publicado na internet, seja em blogs, portais de notícias ou redes sociais. Porém, gostaríamos de ressaltar que o nosso intuito é fazer com que vocês argumentem não apenas por causa da prova de redação do Enem, mas para levarem isso para a vida toda, já que sempre estamos, mesmo que inconscientemente, querendo convencer o outro de que estamos corretos e não conseguimos isso sem fundamentar e embasar as nossas opiniões em argumentos fortes.
Os motivos e as razões pelas quais vocês pensam algo sobre alguma coisa devem estar postos para o seus leitores ou interlocutores para que estes lhes entendam e possam contra-argumentar e, assim, um debate saudável é estabelecido. Estabelecendo uma relação com as propostas de redação do Enem, como candidatos, vocês devem pensar sobre os possíveis contra-argumentos que seus leitores podem construir, mas isso deve se feito da maneira fundamentada e não na base da pressão.
Dissertações-argumentativas preveem a defesa de um ponto de vista e não é possível defender um ponto de vista sem embasar afirmações e opiniões em informações, dados e exemplos concretos. Além disso, esse tipo textual requer ponderação, equilíbrio e bom senso, já que posições radicais e extremas normalmente ferem os direitos humanos, aspecto fundamental nas propostas de redação do Enem.
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24 de abril de 2015
Redação ENEM
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