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21 de novembro de 2017

COMENTANDO E REFAZENDO UM TEXTO


Quer saber como ficaria uma redação mediana sobre esse tema? Confira:
O que antes era considerado uma ação espontânea, hoje, na maioria das vezes, torna-se uma obrigação por parte de alguns. A leitura já foi considerada pela sociedade brasileira um hobby altruísta e culto, no século XIX. Porém, com o surgimento de tecnologias consideradas mais importantes, ela vem sendo deixada de lado cada vez mais rápido e por todas as faixas etárias. Crianças, adolescentes e até mesmo adultos, rendem-se aos novos meios de comunicação disponíveis na sociedade e esquecem de que ler faz-se necessário para se adquirir conhecimento.
Não é difícil encontrar pessoas grudadas na tela do celular, do notebook e tablet, a maior parte do tempo, pois são neles que se encontram as redes sociais, jogos e aplicativos. Esse hábito é considerado um vício, quando há um abuso por parte dos usuários. Logo, tornar-se perigoso, se mantido em longo prazo, segundo os médicos e especialistas. Esses comprovam que esse vício, por exemplo, traz prejuízos à saúde, principalmente dos olhos, que não aguentam tamanha quantidade de luz voltada para eles, e possui um limite para tal exposição.
O problema tem gerado brigas constantes entre pais e filhos, ao lado dos pais, estão também os professores que reprimem o uso de eletrônicos nas salas de aula, além de estimularem a leitura que é tão necessária no aprendizado de estudantes. Ainda assim, existe uma grande resistência dos mesmos, tanto dentro da sala de aula, quanto fora dela, por exemplo, nos momentos de refeições e nos que seriam dedicados à leitura e estudo diários, portanto, apenas perceberão que o uso constante é maléfico depois de terem uma experiência negativa.
E qual seria a melhor forma de combater esse mal? Seria a sociedade parar para refletir e se conscientizar, a partir de palestras, a respeito dos danos na educação e convívio social da mesma. Com o investimento do governo para a construção de bibliotecas públicas, assim como, um maior incentivo dos pais desde cedo, lendo para os filhos, comprando livros, dando o exemplo, criando uma rotina de estudos rigorosa e mostrando que a leitura não deve ser uma obrigação e sim uma conduta cotidiana e prazerosa.

Análise da redação

Introdução

O que antes era considerado uma ação espontânea, hoje, na maioria das vezes, torna-se uma obrigação por parte de alguns. A leitura já foi considerada pela sociedade brasileira um hobby altruísta e culto, no século XIX. Porém, com o surgimento de tecnologias consideradas mais importantes, ela vem sendo deixada de lado cada vez mais rápido e por todas as faixas etárias. Crianças, adolescentes e até mesmo adultos, rendem-se aos novos meios de comunicação disponíveis na sociedade e esquecem de que ler faz-se necessário para se adquirir conhecimento.
Comentário:
Apesar de ter feito contextualização e de ter apresentado a tese, ao ler o parágrafo de introdução, o leitor imagina se tratar de um texto sobre a importância da leitura, e não sobre o uso de smartphones. Além disso, delimitar a importância da leitura ao século XIX não é válido. Expressões coloquiais como “vem sendo deixadas de lado” devem ser evitadas.
Sugestão de reescritura:
“O mundo na palma da sua mão”. Talvez nenhuma outra frase seja capaz de sintetizar melhor o que, de fato, representam os smartphones. Para a atual geração de jovens – que anseia por viver intensamente cada segundo – essa ferramenta não poderia ser mais útil. Entretanto, o uso desses aparelhos por este segmento da população se tornou tão expressivo que pede uma análise mais cuidadosa sobre seus efeitos.

Desenvolvimento 1

Não é difícil encontrar pessoas grudadas na tela do celular, do notebook e tablet, à maior parte do tempo, pois são neles que se encontram as redes sociais, jogos e aplicativos. Esse hábito é considerado um vício quando há um abuso por parte dos usuários. Logo, tornar-se perigoso se mantido em longo prazo, segundo os médicos e especialistas. Esses comprovam que esse vício, por exemplo, traz prejuízos à saúde, principalmente dos olhos que não aguentam tamanha quantidade de luz voltada para si, e possui um limite para tal exposição.
Comentário:
Mais uma vez, expressões como “grudadas” devem ser evitadas, porque denotam coloquialidade. O parágrafo está expositivo e pouco argumentativo. Há, também, erro de concordância em “e possui um limite para tal exposição”, pois está fazendo referência a “olhos”, portanto, deveria ser “e possuem um limite para tal exposição”.
Sugestão de reescritura:
Primeiramente, é preciso entender o porquê de esses verdadeiros computadores portáteis atraírem tanto esse público. De acordo com dados do CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil –  o uso de smartphones por jovens entre 9 e 17 anos mais que dobrou entre 2012 e 2013. Isso se deve principalmente à possibilidade de explorar o mundo e socializar com outras pessoas em qualquer lugar e a qualquer momento, sendo este, portanto, um fator decisivo para a adesão em massa por essa parcela da população.
Ainda olhando por um viés positivo, é impossível dissociar esse recurso dos estudos do público juvenil hoje. O aumento na busca por conteúdos acadêmicos, exercícios, aplicativos e plataformas de sites voltadas para mídias portáteis são a grande prova disso. No contrafluxo de campanhas desfavoráveis à presença dos smartphones em sala de aula, a Unesco lançou em 2013 as Diretrizes de política para a aprendizagem móvel, cujo objetivo é planejar a inclusão desse recurso tão comum no dia-a-dia dos jovens no cotidiano das escolas e faculdades.

Desenvolvimento 2

O problema tem gerado brigas constantes entre pais e filhos. Ao lado dos pais, estão também os professores que reprimem o uso de eletrônicos nas salas de aula, além de estimularem a leitura que é tão necessária no aprendizado de estudantes. Ainda assim, existe uma grande resistência dos mesmos, tanto dentro da sala de aula, quanto fora dela, por exemplo, nos momentos de refeições e nos que seriam dedicados à leitura e estudo diários, portanto, apenas perceberão que o uso constante é maléfico depois de terem uma experiência negativa.
Comentário:
O parágrafo está “pobre” em relação à argumentação, pois traz ideia muito previsíveis. Além disso, a coesão foi prejudicada pelos períodos longos, tornando a leitura cansativa e confusa.
Sugestão de reescritura:
Entretanto, não podemos negar que o uso excessivo desses aparelhos pode causar danos à saúde desse segmento. Usá-los se torna um hábito e, como todo hábito, de acordo com neurologistas de Cambridge e de outras universidades de referência mundo afora, cria anseios. Essas expectativas, muitas vezes inconscientes, são responsáveis por gerar distúrbios psicológicos, como a dependência e crises de ansiedade, bem como danos físicos, tais como a tão comum entre o público em questão, tendinite.

Conclusão

E qual seria a melhor forma de combater esse mal? Seria a sociedade parar para refletir e se conscientizar, a partir de palestras, a respeito dos danos na educação e convívio social da mesma. Com o investimento do governo para a construção de bibliotecas públicas, assim como, um maior incentivo dos pais desde cedo, lendo para os filhos, comprando livros, dando o exemplo, criando uma rotina de estudos rigorosa e mostrando que a leitura não deve ser uma obrigação e sim uma conduta cotidiana e prazerosa.
Comentário:
Não podemos fazer perguntas diretas no texto dissertativo-argumentativo. São permitidas apenas perguntas retóricas. Além disso, não houve boa retomada da tese. Não podemos criar propostas de intervenção em forma de hipóteses. Devemos ser objetivos e seguros do que estamos sugerindo. Mais uma vez, as propostas foram direcionadas, principalmente,  à questão da leitura, configurando o tangenciamento do tema.
Sugestão de reescritura:
É evidente, portanto, que não podemos ignorar os impactos de se querer ter o mundo todo nas mãos. Para potencializar os benefícios dessa inovação tecnológica, algumas atitudes precisam ser tomadas. A primeira delas é de responsabilidade da família, base da sociedade, que deve ensinar aos jovens os limites de maneira incisiva e convincente. Além disso, é papel da escola procurar destacar o uso inteligente desse recurso, com uma maior inclusão dele em seu programa. Por fim, o próprio indivíduo deve se policiar, procurar mudar seus hábitos, para que tenha uma vida ao mesmo tempo dinâmica e saudável. Assim, viveremos o melhor da tecnologia sem deixar de lado o mundo real.

Redação Exemplar

   “O mundo na palma da sua mão”. Talvez nenhuma outra frase seja capaz de sintetizar melhor o que, de fato, representam os smartphones. Para a atual geração de jovens – que anseia por viver intensamente cada segundo – essa ferramenta não poderia ser mais útil. Entretanto, o uso desses aparelhos por este segmento da população se tornou tão expressivo que pede uma análise mais cuidadosa sobre seus efeitos.
    Primeiramente, é preciso entender o porquê de esses verdadeiros computadores portáteis atraírem tanto esse público. De acordo com dados do CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil –  o uso de smartphones por jovens entre 9 e 17 anos mais que dobrou entre 2012 e 2013. Isso se deve principalmente à possibilidade de explorar o mundo e socializar com outras pessoas em qualquer lugar e a qualquer momento, sendo este, portanto, um fator decisivo para a adesão em massa por essa parcela da população.
      Ainda olhando por um viés positivo, é impossível dissociar esse recurso dos estudos do público juvenil hoje. O aumento na busca por conteúdos acadêmicos, exercícios, aplicativos e plataformas de sites voltadas para mídias portáteis são a grande prova disso. No contrafluxo de campanhas desfavoráveis à presença dos smartphones em sala de aula, a Unesco lançou em 2013 as Diretrizes de política para a aprendizagem móvel, cujo objetivo é planejar a inclusão desse recurso tão comum no dia-a-dia dos jovens no cotidiano das escolas e faculdades.
      Entretanto, não podemos negar que o uso excessivo desses aparelhos pode causar danos à saúde desse segmento. Usá-los se torna um hábito e, como todo hábito, de acordo com neurologistas de Cambridge e de outras universidades de referência mundo afora, cria anseios. Essas expectativas, muitas vezes inconscientes, são responsáveis por gerar distúrbios psicológicos, como a dependência e crises de ansiedade, bem como danos físicos, tais como a tão comum entre o público em questão, tendinite.
      É evidente, portanto, que não podemos ignorar os impactos de se querer ter o mundo todo nas mãos. Para potencializar os benefícios dessa inovação tecnológica, algumas atitudes precisam ser tomadas. A primeira delas é de responsabilidade da família, base da sociedade, que deve ensinar aos jovens os limites de maneira incisiva e convincente. Além disso, é papel da escola procurar destacar o uso inteligente desse recurso, com uma maior inclusão dele em seu programa. Por fim, o próprio indivíduo deve se policiar, procurar mudar seus hábitos, para que tenha uma vida ao mesmo tempo dinâmica e saudável. Assim, viveremos o melhor da tecnologia sem deixar de lado o mundo real.

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