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24 de novembro de 2017

UFRGS - TEMA DE REDAÇÃO

PROVA DE REDAÇÃO
 Leia a surpreendente e generosa confissão feita pelo moçambicano Mia Couto

 Muitas vezes nos queixamos de que os jovens de hoje vivem uma cultura de imitação. Mas os jovens de ontem também o fizeram. E isso sucede em todo o mundo, em todos os tempos. Eu também já imitei e creio que quase tudo começa por via da inspiração de modelos exteriores. (...). O melhor modo de criar um estilo próprio é receber influências, as mais diversas e variadas influências.

. E se Obama fosse africano?  Sim, Mia Couto, um dos maiores escritores da atualidade, diz que o seu estilo não nasceu do nada, que o ―outro, os ―modelos exteriores‖, serviram-lhe de inspiração. Na verdade, o que o autor destaca é a sutil diferença existente entre a mera repetição e a inspiração, que permite criar o novo. Ter um estilo é saber criar a partir do já estabelecido.
 Ter um estilo é singularizar-se em meio à pluralidade. Não muito distante do que disse o escritor, está a declaração de Elis Regina, uma das grandes cantoras do Brasil, a um programa de televisão: Eu realmente devo a Ângela Maria ter descoberto que podia ser cantora; comecei a minha carreira de cantora imitando descaradamente – é com extrema felicidade que eu confesso isso – Ângela Maria; até hoje, em certos momentos de minhas apresentações, eu saco na minha voz a voz de Ângela Maria, e tenho profundo orgulho disso.
 E Ângela Maria é, para mim, a maior cantora que o Brasil já teve até hoje. A grande Elis Regina, cujo estilo é inconfundível, também soube criar seu ―jeito‖, seu estilo, ―imitando‖. Como se pode ver, tanto o escritor quanto a cantora usam a ideia geral de ―imitação como algo positivo, como algo a partir do que conseguiram achar o seu estilo: de escrever, em um caso; de cantar, em outro. A imitação, nesses dois exemplos, é um ponto de partida; não um ponto de chegada. 
A respeito do mesmo tema, e em uma direção bastante crítica, o filósofo francês DanyRobert Dufou, afirma que o mundo atual dá pouco, ou nenhum, lugar àquele que se distingue dos demais.
 Parece que o estilo de hoje em dia, então, é exatamente não ter estilo, é permanecer no ―universo do mesmo, da imitação. Você já deve ter percebido: a ―imitação que produziu o novo, um novo estilo, em Mia Couto e em Elis Regina, também pode ser vista como causa da repetição sem estilo, conforme opinião de Dufour. 
Tudo depende de como cada um de nós se relaciona com o mesmo e com o diferente. Ora, para ter um estilo não é necessário produzir uma obra de arte, como os exemplos de Mia Couto ou de Elis Regina poderiam, em um primeiro momento, levar a crer; ter um estilo é, antes, poder dizer ―este sou eu‖, ―este é o meu jeito‖. É essa singularidade que faz, de cada um, um ser único.
 UFRGS –  E você o que pensa sobre essa questão? As pessoas, hoje em dia, apenas repetem, imitam ou conseguem produzir um estilo próprio? Considerando as reflexões acima, elabore uma dissertação sobre o que é ter um estilo. Para tanto, você deve: - apresentar o seu entendimento sobre o que é ter um estilo; - exemplificar ou com fatos, ou com acontecimentos ou com situações da vida cotidiana, sua ou de qualquer outra pessoa, o que é ter um estilo?  
Desenvolver argumentos que evidenciem que o exemplo dado permite identificar um estilo singular. Instruções
 A versão final do seu texto deve: 1 - conter um título na linha destinada a esse fim; 
2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título – aquém disso, seu texto não será avaliado , e máxima de 50 linhas. 
Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas.
 3 - ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular. 

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