Como mencionei na sexta-feira, a mídia em geral precisa ser repensada
em função da modernidade tecnológica, da velocidade da informação e
da concorrência entre os veículos de comunicação, que não têm primado pela
qualidade da apuração dos fatos. Nem da forma de sua divulgação, seja verbal
ou impressa. Há, todavia, um lado positivo que vem ganhando espaço. (...)
Refiro-me à forma esclarecedora como têm sido apresentados fatos lamentá-
veis, como acidentes e crimes, provocados pelo consumo abusivo de bebidas
alcoólicas. Os jovens começam a beber cada vez mais cedo, além do necessá-
rio e da capacidade de seu metabolismo absorver sem transtornar as idéias e
distorcer a realidade.
A mídia tem procurado mostrar os efeitos que bebidas alcoólicas e
drogas provocam. De forma didática, ao lado dos fatos lamentáveis provocados
por essa combinação maligna, as explicações e esclarecimentos são veiculados
com mais intensidade e didatismo do que se fazia antes. (...) Comunicação mobiliza, Campanhas informam
Rodrigo Laro*
No programa Fantástico de primeiro de junho, teve destaque a matéria sobre as novas campanhas do Movimento Nacional Anti-Drogas, cujo foco
centra-se na relação de dependência entre o consumo de drogas ilícitas e o financiamento
da criminalidade.
No primeiro exemplo veiculado, uma garota
compra maconha de um traficante que, por sua vez, repassa o valor da venda
para outro em troca de uma arma. No exemplo mais chocante, a estória é contada
de trás para frente e o jovem usuário vê a própria mãe ser assassinada pelo
traficante, com a arma adquirida pela droga. A ênfase, durante toda a matéria, esteve nos possíveis efeitos das mensagens, para a mudança de comportamento
do público-adotante. Não se discutiu se as campanhas seriam suficientes
para alterar, na mesma medida, a ideia, a atitude e o comportamento de
parcelas massivas de jovens sobre o consumo de entorpecentes. Por isso, o
debate proposto não foi eficiente: propôs a campanha como único potencial
causador do ato de não usar drogas. Não se questionou a necessidade de uma
estratégia de comunicação ampla para alcançar o engajamento efetivo das audiências.
(...)
Em suma, a maioria das campanhas de prevenção à HIV/AIDS teve
êxito informacional e até de conhecimento apreendido, pois boa parte dos públicos, além de recordar-se das campanhas e da causa veiculada, adquiriam a
certeza da importância de evoluir ações em relação ao tema; especialmente
sobre a necessidade de se utilizar preservativos, regularmente. No entanto, pelo
prisma comportamental foram um fracasso, já que menos de um décimo das
audiências específicas alteraram, significativamente, seus hábitos, pela simples
exposição às mensagens. (...)
QUAL O PAPEL DA IMPRENSA E SE ELA CUMPRE REALMENTE ESSE PAPEL?
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