Algumas pessoas ‘escorregam’ ao usar alguns verbos na construção de frases, mesmo simples, do cotidiano. Vejamos um desses verbos ‘trabalhosos’ nestas duas canções:
“(…) Custo a entenderEm ambas temos o emprego do verbo custar, no sentido de ‘ser penoso’ ou ‘representar dificuldade’, mas só o segundo exemplo traz o emprego de acordo com a norma culta. A construção ditada pela gramática tradicionalmente é: sujeito (o que custa) + verbo CUSTAR + objeto indireto (o ser a quem custa) Assim, no caso da primeira música, a construção obedeceria à norma culta se fosse “Custa-me entender / como pode o encanto do amor se perder”. Ou, obedecendo à fórmula apresentada: Entender (sujeito – na verdade uma oração subordinada substantiva subjetiva) + custa + a mim (objeto indireto) Custa-me, também, ver estes dois casos de desvio. Quem nunca ouviu (ou disse!) que operou o que quer que fosse? “Eu operei o apêndice no mês passado.” Pois é… essas frases só estariam de acordo com a norma culta, se o emissor fosse um cirurgião! Assim como no primeiro caso, há uma confusão entre que faz e quem recebe a ação verbal. No caso do verbo operar, apenas o cirurgião pode ser o sujeito ativo, então teríamos “Eu passei por uma operação no apêndice no mês passado” e “O médico operou as amídalas do meu filho nas férias” ou algo semelhante, mas o emissor não será o sujeito desses verbos. O outro caso tem aparecido com frequência na mídia: “O Jornal X repercutiu a notícia de que…”. É mais uma situação de imprecisão vocabular, já que as notícias é que repercutem, e os meios de comunicação devem divulgar a notícia. Teremos, portanto, de acordo com a norma culta: “A notícia repercutiu nos meios de comunicação” ou “O Jornal X divulgou a notícia de que… |
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26 de novembro de 2017
CUIDADOS COM A REGÊNCIA
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